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O PROJETO DE PESQUISA: DICAS PRÁTICAS Eduardo Ehlers e Tatiana Schor (modificado por Paulo Lana) 0 p São Paulo, agosto de 2002 – pontal do sul, 2008 ” Se você não puder explicar o conceito de forma simples e clara, pare de falar e continue a trabalhando até que você o consiga” Karl Popper pragmaticamente reduzida a dimensões adequadas. Não existe qualquer receita que permita a delimitação do tema, mas encontrar um corte temático, histórico ou geográfico já ajuda muito. Quase sempre é necessário ampliar ou aprofundar as leituras e as pesquisas de campo sobre o assunto para que os ritérios de “corte” comecem a aparecer.

Após escolher o tema, procure checar se ele contempla os seguintes critérios: • O tema deve ser do seu interesse, proporcionando-lhe uma experiência gratificante, além, é claro de contribuir para o avanço da Ciência Ambiental; • O tema deve ser adequado, tanto à sua formação, quanto ao tempo, recursos e energia que você poderá dedicar a essa pesqulsa; • O tema deve ser suficientemente documentado. Isto é, o material bibliográfico pertinente deve ser suficiente, facilmente identificável, disponivel e, sobretudo, deve permitir uma rápida “varredura”.

Vejamos se um exemplo hipotético ajuda a esclarecer esta questão. Suponha que o assunto de interesse do aluno seja, por exemplo, “A degradação da Mata Atlântica”. Um bom começo seria “baixar a bola” reduzindo o escopo do projeto ao seguinte tema: “Entendendo a degradação da Mata Atlântica no litoral norte do estado de São Paulo no periodo de 1980 a 199V’. Como esse exemplo sugere, a delimitação do tema pode esbarrar numa tendência (muito recorrente) de se optar por temas que, por sua extensão e complexidade, não permitem profundidade.

Também é muito comum que ao elaborar o projeto o autor esista à necessidade de delimitação, com receio de tornar sua pesquisa menos importante ou m 20F 10 necessidade de delim•tação, com receio de tornar sua pesquisa menos importante ou menos interessante. Nesse caso é bem provável que perderá muito tempo até se convencer que a sua opção original era genérica demais para resultar em um bom projeto de pesquisa. Após definir o tema o passo seguinte será a redação do projeto. Capa com o título. O título deve ser claro, objetivo e direto.

Nada de frases quilométricas que mais se assemelham a um parágrafo. Comentários gerais sobre a introdução. Introduzir significa apresentar. Na introdução, o pesquisador deve apresentar e contextualizar o problema, isto é, deve explicar o que se conhece e o que não se conhece a respeito do tema e que fatos ou motivos o levaram a formular uma hipótese de trabalho. para a formulação de uma boa hipótese de trabalho, o problema deve ter sido demarcado de forma precisa, para que o trabalho não se torne excessivamente genérico ou de interesse restrito.

Explicando de outra forma, há uma série de perguntas que devem ser necessariamente “respondidas” em uma boa introdução de um projeto de pesquisa: ?? O que vai ser estudado? • O que se sabemos sobre o assunto? Que autores consultados trabalharam com idéias semelhantes e que conhecimentos produziram? (quem já publicou sobre o assunto? ) • Qual é a dúvida relacionada ao tema? Quais foram as observações que despertaram a curiosidade para aquele determinado problema? Como foi demarcado o problema de pesquisa? • Qual é a solução provisória para a dúvida? formulação da hipótese) • Em síntese, quais são os ob’etivos do trab 30F 10 a dúvida? (formulação da hipótese) • Em síntese, quais são os objetivos do trabalho? ?? Para que serve o que se vai estudar? A introdução é uma parte essencial do projeto. Através dela o pesquisador deverá demonstrar a importância e necessidade deste projeto. O problema (contexto do trabalho). Após revisar a literatura você deve identificar qual o problema ou a questão central do seu projeto, ou seja, em meio ao tema escolhido, a que questão (ou questões) você pretende responder.

Quando a questão central estiver bastante clara para o autor é quase certo que poderá ser redigida de forma interrogativa. Não é uma tarefa fácil, mas é importante ter sempre em mente que a clara formulação do roblema ou da questão central da pesquisa é fundamental para a estruturação de seu projeto. Se o pesquisador nao consegue formular o problema central da pesquisa por meio de uma pergunta bem direta, o mais provável é que ele tenha feito uma discussão insuficiente da produção cientifica já existente sobre aquele tema.

Ou seja, quando o conhecimento sobre o tema selecionado nao foi suficientemente digerido, vários problemas se superpõem na mente do pesquisador, e suas tentativas de definir o problema resultam em proposições herméticas, intrincadas e nebulosas. Um problema bem formulado é mais importante para o esenvolvimento da ciência do que sua eventual solução. Mesmo que não solucione, uma investigação pode ter um grande mérito se abrir, ou pavimentar, um caminho. Muitas outras pesquisas o trilharão até que o “mistério” seja desfeito, gerando novas interrogações. É precis 10 outras pesquisas o trilharão até que o “mistério” seja desfeito, gerando novas interrogações. “É precisamente este sentido do problema – diz Bachelard – que dá a marca do verdadeiro espírito Hipóteses. As hipóteses são respostas provisórias à questão central ou ao problema da pesquisa. Eé por isso que se diz ue elas funcionam como uma verdadeira bússola para o seu trabalho. Seu desafio, durante a execução da pesquisa será o de verificar a validade das suas “respostas provisórias”, seja para confirmá-las ou para refutá-las. A(s) hipótese(s) deve(m) ser formulada(s) de forma afirmativa.

Vamos supor que o candidato tenha escolhido o tema “Entendendo a degradação da Mata Atlântica no litoral norte do estado de São Paulo no período de 1980 a 1990”. Após exaustiva revisão da literatura sobre o tema o candidato formula o seguinte problema: Qual a atividade econômica que mais degradou a Mata Atlântica o litoral norte do estado de São Paulo no período de 1980 a 1990 ? Uma hipótese interessante para esta pesquisa poderia ser: O incremento desordenado do turismo foi o principal fator de degradação da a Mata Atlântica no litoral norte do estado de São Paulo no período de 1980 a 1990.

Objetivo(s). Um projeto de pesquisa deve conter objetivos gerais e especiTicos. Os objetivos gerais estão relacionados aos resultados mais abrangentes para os quais o projeto pretende contribuir. Já os objetivos especificos devem definir exatamente o que você espera atingir até o final do trabalho. Obviamente os bjetivos estão relacionados ao roblema/questão que motivo 0 final do trabalho. Obviamente os objetivos estão relacionados ao problema/questão que motivou a realização do seu trabalho.

Os objetivos específicos podem incluir também os produtos que se espera gerar com a execução do trabalho. Ou ainda, a definição do “público-alvo” do projeto. Quanto maior a clareza sobre os objetivos específicos, mais fácil será a execução do trabalho. ustificativa. Após apresentar os objetivos do seu projeto de pesquisa, você deverá mostrar ao leitor por que o seu trabalho é importante. Qual a relevância do problema ou da questão com a qual você está trabalhando?

Existem outros projetos semelhantes sendo desenvolvidos nessa região ou na area temática escolhida? Qual o alcance do projeto diante do problema que será abordado? As respostas a estas perguntas constituem a justificativa. Revisão da literatura (opcional/pode ser feta parcialmente na própria introdução, quando se contextualiza o tema da pesquisa). É a sistematização do conhecimento cientifico acumulado sobre o tema específico do seu projeto. para delimitar o tema do projeto, o processo de revisão de literatura já foi forçosamente iniciado.

A diferença é que, neste tópico do projeto de pesquisa, você deve apresentar um texto bem articulado e bem concentrado no tema específico que acabou sendo escolhido. Ou seja, se esse tema for estado de São Paulo no período de 1980 a 1990″ de pouco servirá a revisão de literatura feita sobre a Mata Atlântica em geral. Neste item do projeto, a maior importância estará na comparação de do 6 0 Mata Atlântica em geral. Neste item do projeto, a maior importância estará na comparação de documentos científicos (artigos, comunicações, entrevistas, etc. sobre o tema específico. E essa comparação deve ser organizada de tal forma que a posterior formulação do problema seja sua decorrência lógica. Em outras palavras, não se trata de fazer uma “colcha de retalhos”, emendando citações dos documentos consultados, mas sim de articular idéias que conduzam à formulação do problema; idéias estas que deverão estar apoiadas nas referências cientificas consultadas. A pesquisa bibliográfica sobre a qual se constrói este tópico do projeto de pesquisa não pode deixar de lado nenhuma obra importante sobre o tema específico.

Mas é imposslVel que consiga ser exaustiva. Ou seja, a revisão de literatura do projeto de pesquisa será, por definição, exploratória. A demonstração de que o pesquisador não deixou “escapar” nenhum trabalho relevante deverá ser feita, no devido tempo, durante a elaboração da dissertação de mestrado. Por melhor que seja a preparação do projeto de pesquisa, é inevitável que esta ou aquela referência só seja descoberta na fase posterior (e mais longa) de execução.

Ao mesmo tempo, se uma contribuição cientifica muito importante sobre o tema específico da pesquisa não for incluída na revisão de literatura, é bem provável que a proposta venha a ser onsiderada “imatura” pelos avaliadores (ou pareceristas). Por isso, você estará correndo um alto risco se construir seu projeto sobre o alicerce de um levantamento bibliográfico precário, ou feito às pressas. Prepare-se, 0 Prepare-se, portanto, para passar longos dias em bibliotecas especializadas – e para correr atrás de pessoas bem informadas sobre o tema.

Em princípio, um professor experiente indicará os principais centros de documentação que deverão ser rastreados, bem como pesquisadores, autoridades e outros agentes que precisarão ser entrevistados. Se você subestimar a importância estas tarefas, seu trabalho exploratório será muito parcial e você pagará um alto preço nas fases posteriores da investigação. Pode ser muito desagradável descobrir, tarde demais, um documento que sugere algum tipo de inconsistência na formulação do projeto. Bem melhor é se prevenir. Materiais e métodos (ou Metodologia). ? o caminho traçado para atingir os objetivos do projeto. Neste item, o pesquisador vai informar como e com o que vai trabalhar, detalhando todos os equipamentos e procedimentos para testar suas hipóteses e coletar (em campo ou laboratório), analisar e processar seus dados. Deve-se relacionar o que for necessário à execução do trabalho, com detalhamento suficiente para que qualquer outro pesquisador possa repetir todos os procedimentos, de forma independente. Quando o pesquisador usar alguma técnica já descrita por alguém, deve referir o trabalho na seção de referências.

Caso o pesquisador modifique a técnica, deve fazer constar do texto a modificação sugerida. Caso o pesquisador utilize uma técnica desenvolvida por ele mesmo, deve descrevê-la minuciosamente, comprovando que é viável. Se o tema tiver um 80F 10 ele mesmo, deve descrevê-la minuciosamente, comprovando que ? viável. Se o tema tiver um recorte geográfico, esta seção deve incluir uma subseção denominada “Área estudada”, com uma caracterização sucinta da mesma, para que o leitor tenha todas as informações relevantes para o tema a ser tratado. ? igualmente aceitável a apresentação do item “Área estudada” como um item à parte. A descrição do item Material e Métodos deve obedecer a uma seqüência lógica e linear (começo, meio e fim), para que o leitor possa acompanhar o raciocínio do pesquisador e comprovar que há coerência no desenvolvimento do projeto. Em alguns casos, como nas ciências exatas ou biológicas, já se dispõem de metodologias consagradas que podem ser entendidas como um conjunto de procedimentos replicáveis em qualquer situação por diferentes pesquisadores.

No caso dos trabalhos sobre meio ambiente, – que envolvem diversos campos do conhecimento – nem sempre disporemos de metodologias preestabelecidas. Devemos, portanto, elaborar um conjunto de procedimentos que, articulados numa seqüência lógica, permitam atingir os objetivos preestabelecidos pelo projeto. É muito importante estar atento à coerência lógica dos procedimentos dotados e a sua relação com os objetivos do projeto. Se os seus objetivos específicos estiverem claramente definidos será muito mais fácil elaborar a metodologia de seu projeto.

Cronograma. Nada mais é do que um plano de execução com detalhamento do tempo que se pretende empregar para a execução das atividades de pesquisa descritas no projeto. É mais fácil elaborar este plano na forma d fácil elaborar este plano na forma de um quadro mostrando os meses ou as semanas nos quais se pretende executar cada atividade. Orçamento. Devem ser explicitados todos os custos associados ao projeto. Pode ser conveniente listar a contrapartida do pesquisador (ou da instituição em que está vinculado).

Muitas agências financiadoras de pesquisa exigem tal contrapartida em termos de recursos, materiais ou pessoal. Orçamento de recursos humanos – remunerações de pesquisadores, colaboradores, pessoal técnico, pessoal administrativo etc. Calcular o tempo de contrato e a quantia a ser recebida – salário, complementação salarial, diárias, bolsas, etc. Orçamento de materiais permanentes (equipamentos) ou materiais de consumo. Outros serviços e encargos – prestação de serviços, diárias, Referências bibliográficas.

Trata-se de uma lista em ordem alfabética das obras que foram utilizadas para a elaboração de seu trabalho. para referenciar corretamente tais publicações, siga as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas à disposição nas melhores bibliotecas do ramo (Referências Bibliográficas NBR 6023). [1] Este item foi elaborado a partir do texto do Prof. José Eli da Vega “Como transformar seu plano de trabalho em projeto de pesquisa”. 20 versão, São Paulo: PROCAM, 1996 (Apostila). [2] BACHELARD, Gaston. “La formation de l’esprit scientifique”. Apud: CERVO e BEVARIAN (1974:77). 0 DF 10

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