Modernismo

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MODERNISMO O modernismo no Brasil tem como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, no ano de 1922, considerada um divisor de águas na história da cultura brasileira. O evento – organizado por um grupo de intelectuais e artistas por ocasião do Centenário da Independência – declara o rompimento com o tradicionalismo cultural associado às correntes literárias e artísticas anteriores: o parnasianismo, o simbolismo e a arte acadêmica.

A defesa de um novo ponto de vista estético e o compromisso com a independência cultural do país fazem do modernismo sinônimo de “estilo novo”, diretamente associado o next*ge à produção realizada Lobos na musica; Má literatura; Victor Brec Cavalcanti, na pintur realçando sua abran PACE 1 Heitor Villa- de Andrade, na a Malfatti e Di antes da Semana, e. Os estudiosos tendem a considerar o per Odo de 1922 a 1930, como a fase em que se evidencia um compromisso primeiro dos artistas com a renovação estética, beneficiada pelo contato estreito com as vanguardas europeias (cubismo, futurismo, surrealismo etc. . Tal esforço de redefinição da linguagem artistica se articula a um forte interesse pelas questões nacionais, que ganham acento destacado a partlr da década de 1930, quando os ideais de 1922 e difundem e se normalizam. Ainda que o modernismo no Brasil deva ser pensado a partir de suas expressões múltiplas – no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco etc. – a Semana Swipe to vlew next page de Arte Moderna é um fenômeno eminentemente urbano e paulista, conectado ao crescimento de São Paulo na década de 1920, à industrialização, à migração maciça de estrangeiros e ? urbanização.

Apesar da força literária do grupo modernista, as artes plásticas estão na base do movimento. O impulso teria vindo da pintura, da atuação de Di Cavalcanti à frente da organização do evento, as esculturas de Brecheret e, sobretudo, da exposição de Anita Malfatti, em 1917. Os trabalhos de Anita desse período (O Homem Amarelo, a Estudante Russa, A Mulher de Cabelos Verdes, A Índia, A Boba, O Japonês etc. ) apresentam um compromisso com os ensinamentos da arte moderna: a pincelada livre, a problematização da relação figura,’fundo, o trato da luz sem o convencional claro-escuro. A obra de Di Cavalcanti segue outra direção.

Autodidata, Di Cavalcanti trabalha como ilustrador e caricaturista. O traço simples e estilizado se tornará a marca de sua linguagem gráfica. A pintura, iniciada em 1917, não apresenta rientação definida. Suas obras revelam certo ecletismo, alternando o tom romântico e “penumbrista” (Boêmios, 1921) com as inspirações em Pablo Picasso, Georges Braque e Paul Cézanne, que o levam à geometrização da forma e à exploração da cor (Samba e Modelo no Atelier, ambas de 1925). Os contrastes cromáticos e os elementos ornamentais da pintura de Henri Matisse, por sua vez, estão na raiz de trabalhos como Mulher e Paisagem, 1931.

A formação italiana e a experiência francesa marcam as esculturas de grecheret. Autor da maquete do Monumento às Bandeiras, 1920, e de 12 peças expostas na Semana (entre elas, Cabeça de Cristo, Daisy e T PAGF Monumento às Bandeiras, 1920, e de 12 peças expostas na Semana (entre elas, Cabeça de Cristo, Daisy e Torso), Brecheret é o escultor do grupo modernista, comparado aos escultores franceses Auguste Rodin e Emile Antoine Bourdelle pelos críticos da época. Tarsila do Amaral não esteve presente ao evento de 1922, o que não tira o seu lugar de grande expoente do modernismo brasileiro.

Associando a experiência francesa – e o aprendizado com André Lhote, Albert Gleizes e Fernand Léger – aos temas nacionais, a pintora produz uma obra emblemática das reocupações do grupo modernista. Da pintura francesa, especialmente das “paisagens animadas” de Léger, Tarsila retira a imagem da máqulna como ícone da sociedade industrial e moderna. As engrenagens produzem efeito estético preciso, fornecendo uma linguagem aos trabalhos: seus contornos, cores e planos modulados introduzem movimento às telas, como em E. F. C. B. , 1924 e A Gare, 1925.

A essa primeira fase “pau-brasil”, caracterizada pelas paisagens nativas e figurações [ricas, segue- se um curto período antropofágico, 1927-1929, que eclode com Abaporu, 1928. A redução de cores e de elementos, as imagens níricas e a atmosfera surrealista (por exemplo, Urutu, O Touro e O Sono, de 1928) marcam os traços essenciais desse momento. A viagem à URSS, em 1931, está na origem de uma guinada social na obra de Tarsila (Operários, 1933), que coincide com a inflexão nacionalista do período, exemplarmente representada por Candido Portinari. Portinari pode ser tomado como expressão típica do modernismo de 1930. ? pesquisa de temas nacionais e ao forte acento social e político dos trabalhos a de 1930. À pesquisa de temas nacionais e ao forte acento social e político dos trabalhos associam-se o cubismo de Picasso, o uralismo mexicano e a Escola de Paris (entre outros, Mestiço, 1934, Mulher com Criança, 1938 e O Lavrador de Café, 1939). Lasar Segall, formado no léxico expressionista alemão, aproxima- se dos modernistas em 1923, quando se instala no pais. parte de sua obra, ampla e diversificada, registra a paisagem e as figuras locais em sintonia com as preocupações modernistas (Mulato l, 1924, O Bebedouro e Bananal, 1927).

Ainda que o termo modernismo remeta diretamente à produção realizada sob a égide de 1922 – na qual se incluem também os nomes de Vicente do Rego Monteiro, Antonio Gomide, John Graz e Zina Alta – a produção moderna no pais deve ser pensada em chave ampliada, incluindo obras anteriores à década de 1 920 – as de Eliseu Visconti e Castagneto, por exemplo e pesquisas que passaram ao largo da Semana de Arte Moderna, como as dos artistas ligados ao Grupo Santa Helena (Francisco Rebolo, Alfredo Volpi, Clóvis Graciano etc. . MODERNISMO PRIMEIRA GERAÇAO Nos primeiros anos do século XX, quando novas correntes artísticas começaram a circular pela Europa, a maior parte do mundo ocidental encontrava-se em meio a transformações sociais, políticas, econômicas, tecnológicas e culturais que lteraram radicalmente a forma de viver e de sentir o mundo do homem moderno. Invenções revolucionárias como o rádio, o telefone, o automóvel e o cinema passaram a fazer parte do cotidiano das grandes cidades, cada vez mais urbanizadas.

A industrialização modificara a economia das potências, e os lucros acumu vez mais urbanizadas. A industrialização modificara a economia das potências, e os lucros acumulados pela produção em larga escala de artigos manufaturados garantiam às classes dominantes tamanha sensação de conforto, segurança e otimismo em relação ao futuro, que o período ficou conhecido omo belle époque.

Foi uma época de efervescência artística, principalmente em Paris, que abrigava artistas vindos de toda a parte, atraídos pelo dinamismo cultural e pelo ritmo eletrizante da vida social, especialmente a noturna, dos cafés, bares e cabarés. Mas se para alguns grupos sociais o periodo era de euforia, para as classes trabalhadoras, que ficavam à margem dos benefícios da belle époque, o tempo era de lutas por melhores condições de vida. As idéias socialistas e anarquistas passam a ser defendidas pelos operários, que organizam-se em associações e fazem greves por condições de trabalho mais ignas.

No plano internacional, as potências européias disputam colônias produtoras de matérias-primas e consumidoras de produtos industrializados, que por sua vez procuram tornar-se independentes; esse e outros fatores econômicos e políticos, como o nacionalismo exacerbado de alguns países, terminam por levar à eclosão da primelra Guerra Mundlal, em 1914. No final de guerra, em 1918, os países europeus, principalmente a Alemanha e a Itália, atravessam crises econômicas e sociais – sem falar na imensa crise espiritual que se abate sobre os sobreviventes do grande conflito, marcado pela tecnologia estruidora de novas armas.

Além disso, a Revolução Russa, ocorrida em 1917, levara ao poder a classe trabalhadora, e amplificara a di PAGF s OF disso, a Revolução Russa, ocorrida em 1917, levara ao poder a classe trabalhadora, e amplificara a divulgação das idéias socialistas no mundo. É nesse contexto de crises e incertezas que surgiram as correntes de vanguarda (do francês avant-garde, “o que marcha à frente”), originárias de vários países, mas irradiadas principalmente por Paris.

Entre as novas correntes artísticas estavam o Futurismo, o Cubismo, o Dadaísmo, o Expressionismo, o Surrealismo; todas las, vindas nas malas de artistas brasileiros em visita à Europa ou divulgadas pela imprensa, influenciaram o Modernismo no Brasil. De acordo com Afrânio Coutinho (1911 – 2000), “todos esses “ismos” que infestaram a cena literária ocidental de 1910 a 1930 foram reações contra o esgotamento e o cansaço ante o peso da tradição literária ocidental. Eram janelas que se abriam para o futuro, preocupação que absorvia os espíritos.

Eram atitudes violentas de destruição e negação do passado, que consideravam morto e inútil, tentativas de regresso à inocência primitiva ou infantil. Eram glorificações da técnica e do mundo mecânico, fonte única de dinamismo. Eram a libertação de todos os freios e formas tradicionais. ” No Brasil da década de 1910, onde o Parnasianismo eo Simbolismo ainda norteavam as criações poéticas, mas já mostravam sinais de esgotamento, as vanguardas européias foram recebidas com entusiasmo por escritores que procuravam renovar as formas de expressão artística.

O país também vivia período de grandes mudanças, inclusive com a urbanização e a chegada de novas tecnologias que transformavam o ritmo de vida e o cenário das grandes cidades, e que pa ovas tecnologias que transformavam o ritmo de vida e o cenário das grandes cidades, e que pareciam alterar a percepção do mundo; faziam-se necessárias, assim, para muitos autores, novas maneiras de comunicação poética. A industrialização brasileira, que vinha crescendo desde o começo do século, foi impulsionada com a Primeira Guerra Mundial e estimulou a urbanização das cidades, principalmente de São Paulo.

A capital paulista, que até meados do século XIX havia se mantido pequena e pacata, com a expansão da cafeicultura começou a experimentar um enorme crescimento econômico. O café era a principal mercadoria brasileira de exportação, e o estado de São Paulo chegou a produzir sozinho 75% de todo o café do mercado mundial. A imensa riqueza gerada por essa situação transformou-se em investimentos em vários setores da economia paulista, principalmente o industrial, e no patrocínio de artistas.

O período foi marcado também pela chegada em massa de imigrantes, principalmente italianos, muitos dos quais haviam vivido a experiência da luta de classes em seus países e divulgaram no pais idéias anarquistas e socialistas. Com o crescimento urbano e industrial o proletariado também cresceu organizou-se; no decorrer das primeiras décadas do século XX ocorreram várias greves em São Paulo, sendo a maior delas em 1917 – mesmo ano da Revolução Russa. Também ocorreu o fortalecimento de uma pequena classe média e o aumento da marginalização dos antigos escravos e seus descendentes.

Os primeiros anos do século XX são, ainda, de radicais transformações politicas, e abrangem acontecimentos decisivos para a vida nacional, como a PAGF 7 transformações políticas, e abrangem acontecimentos decisivos para a vida nacional, como as revoltas deflagradas pelo ovimento tenentista, a fundação do Partido Comunista, a derrocada da República Velha, das oligarquas rurals e da “politica café-com-leite”, o início da Era Vargas. Nesse cenário tumultuado os modernistas refletiram sobre a realidade brasileira e renovaram a cultura do país.

A partir de meados da década de 1910 eles começam a organizar-se em grupos, principalmente no Rio de Janeiro, em Recife e São Paulo, onde a aristocracia enriquecida com o café e a industrialização patrocinava obras e eventos artisticos, como a Semana de Arte Moderna, ocorrida em 1922 e considerada o marco inicial do ovimento. É em São Paulo também que surge a moderna indústria editorial brasileira, com o aprimoramento técnico de tipografias e o empreendimento de Monteiro Lobato (1882 1948) que, entre 1918 e 1925, à frente de sua editora, revolucionou a produção e a difusão de livros no país.

Era o início de uma nova fase no sistema literário brasileiro, já que até então a grande maioria dos livros era impressa em Portugal ou na França, em tiragens pequenas e mal distribu(das. Outro fator importante foi o aumento do número de revistas e jornais, principalmente os literários, criados para divulgar as ovas idéias modernistas, que acompanhou o crescimento – ainda que pequeno do público leitor.

Segundo Ana Luiza Martins, “as tantas revistas de variedades e ilustradas que pontilharam o mercado do impresso no Brasil onde conjugavam-se seções díspares de literatura, moda, esporte e anedotas para cooptação do público leito PAGF 8 OF conjugavam-se seções díspares de literatura, moda, esporte e anedotas para cooptação do público leitor – agora se segmentavam, em razão das demandas específicas de uma sociedade que se estratificava e que se especializava.

Também gora, os romances já seriam lançados em livros – graças ? iniciante editoração nacional – e não maciçamente em folhetins dos jornais e revistas, como no passado recente. ” A grande maioria dos escritores modernistas colaborou em periódicos como articulistas, críticos ou cronistas. As crônicas de Mário de Andrade (1 893 – 1945), Oswald de Andrade (1890 – 1954) e Manuel Bandeira (1 886 – 1968) são representativas do envolvimento dos modernistas com a realidade brasileira e também da importância que os periódicos tiveram como veículos de difusão das propostas artísticas do movimento.

CARACTERISTICAS GERAIS DA PRIMEIRA GERAÇÃO DO A historiografia literária brasileira costuma dividir em três fases o Modernismo brasileiro. Os marcos cronológicos da primeira fase, também conhecida como “heróica”, são o ano de 1922, quando realizou-se a Semana de Arte Moderna em São Paulo, e o ano de 1930, quando ocorreu a publicação de Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987), dando início a um novo período. No entanto, bem antes de 1922 os artistas participantes da Semana já produziam obras influenciadas pelas novas correntes européias, que debatiam e divulgavam pela imprensa.

Assim, a realização da Semana de 22 apenas reuniu e apresentou a um público bastante restrito – e escandalizado – alguns dos artistas paulistas e cariocas que já vinham cultivando modernas formas alguns dos artistas paulistas e cariocas que já vinham cultivando modernas formas de expressão. Entre eles estavam os escritores Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ronald de Carvalho e Menotti del Picchia, além de Graça Aranha, na época autor consagrado e membro da Academia Brasileira de Letras, que usou seu prestígio para apresentar os jovens modernistas. Também participaram da Semana o músico Villa-

Lobos, a pintora Anita Malfatti e o escultor Victor grecheret, entre outros. Segundo Alfredo gosi, “a Semana foi, ao mesmo tempo, o ponto de encontro das várias tendências que desde a Guerra vinham se firmando em São Paulo e no Rio, e a plataforma que permitiu a consolidação de grupos, a publicação de livros, revistas e manifestos, numa palavra, o seu desdobrar-se em viva realidade cultural. ” A necessidade de consolidar a nova estética, de definir seus rumos, de romper com os padrões literários do passado conferiu ao Modernismo da primeira fase um alto grau de radicalismo.

Mário de Andrade afirmou, a respeito da violência com que se processou a ruptura com o passado: se alastrou pelo Brasil o espirito destruidor do movimento modernista. Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora lançando inúmeros processos e idéias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor. “. A “destruição” tinha como objetivo, em um primeiro momento, o rompimento com estéticas passadas, especialmente a parnasiana. A figura do poeta parnasiano, comparado a uma “máquina de fazer versos” no “Manifesto Antropófago” (1928) de Oswald de Andrade, foi ridicularizada e atacada em inúme

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