O link como recurso da narrativa jornalistica hipertextual

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1 0 Link como Recurso da Narrativa Jornalistica Hipertextuall Luciana Mielniczuk2 Resumo O presente texto apresenta uma proposta de tipologia para o estudo das funções dos links empregados nas narrativas jornalísticas hipertextuais. Defende-se a idéia de q para ue desenvolver webjornais de terceira geração, os quais empregam de maneira satisfatória os recursos oferecidos pela internet, é necessário que se estude de maneira conjunta p questões relacionada 1 às ferramentas de p categorizações dese áreas.

Palavras -Chav webjornalismo; webj cos de dados e das, também, os links em outras alismo online; açao Introdução Uma questão em pauta atualmente, quando se estuda o jornalismo desenvolvido para as redes digitais, especificamente para a web, diz respeito às possibilidades oferecidas pelo suporte e a utilização das mesmas nos produtos jornalísticos. Nesta primeira década de existência do jornalismo na web, podemos dizer que a maioria dos estudos realizados sobre o assunto apresentam fortes traços descritivos, pois tratam-se de esforços para conhecer o fenômeno.

Há tentativas de acompanhar o desenvolvimento desses produtos (Schultz, 2000; Palacios, 2002; Mielniczuk 2004) e de propor periodizações ue permitam identificar estágios diferenciados de complexidade de tais produtos jornalísticos (Pavlik 2001; Silva, r 2000; Pryor, que corresponde: “a um estág o mais avançado de toda uma infra-estrutura técnica relativa às redes telemáticas, bem como corresponde a um momento de expansão da base instalada e ao aumento do número de usuários.

Houve além uma evolução técnica que permite a transmissão mais rápida de sons e imagens, o crescimento do número de usuários, o que justifica investimentos no setor” (Mielniczuk, 2003, p. 39). No jornalismo de terceira geração desenvolvido para a web, ocorre utilização de ecursos avançados de informática para o desenvolvimento dos produtos jornalísticos, os 12 Trabalho apresentado ao NP 02 – Jornalismo, do XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.

Doutora em Comunicação e Culturas Contemporânea p ela Universidade Federal da Bahia e professora do curso de Comunicação na Universidade Federal de Santa Maria. 2 quais permitem a exploração das características oferecidas pelo suporte (Palacios, 2002) 3. Os leitores/usuários também encontram-se mais familiarizados com a tecnologia, bem como os custos desta tornam-se cada vez mais acessíveis.

Percebemos quanto o cenário é complexo e as questões encontram-se relacionadas, não sendo poss[vel tratá-las isoladamente. Não é possível discutir as características de determinado produto e a maneira como os recursos oferecidos pelo suporte são explorados, sem discutir conjuntamente as rotinas e as tecnologias utilizadas na produção desses webjornais, mais especificamente a ferramenta de publicaçã04 adotada.

Para avançar em estudos de pesquisa aplicada sobre o jornalismo digital, com o intuito de especular sobre as possibilidades de desenvolvimento de produtos de 21 jornalismo digital, com o intuito de especular sobre as ossibilidades de desenvolvimento de produtos de terceira geração e propor soluções, acreditamos que há três questões que necessitam ser consideradas de maneira conjunta: hipertexto, banco de dados e ferramentas de publicação. No presente texto não será possível aprofundar cada uma das questões mencionadas, nem explorar a fundo as relações existentes entre elas.

Contudo, queremos chamar a atenção para a necessid ade de se estudar suas especificidades, para, a partir de então, conceber sistemas de publicação, que além de alimentar bancos de dados sejam capazes de gerar narrativas jornalísticas ipertextuais. 1 Hipertexto e jornalismo Enquanto possibilidade tecnológica e formato de organização de informações, o hipertexto vem sendo estudado por diversas áreas. A da literatura, por exemplo, destaca-se não só por desenvolver narrativas de ficção em hipertexto, mas também pelos estudos realizados acerca destas experimentações.

Embora o hipertexto seja bastante utilizado na área do jornalismo, em publicações desenvolvidas para a web, ainda são incipientes os estudos que contemplam questões centrais deste formato de narrativas. Observamos que o hipertexto é bastante utilizado na struturação dos conteúdos da publicação, no entanto, é pouco explorado nas narrativas dos fatos jornalísticos. 3 São seis as características: interatividade, hipertextualidade, multimidialidade, personalização, memória e atualização contínua. As chamadas ferramentas de publicação são sistemas desenvolvidos para facilitar a disponibilização de informaçãoes na web. Usualmente cada empresa desenvolve o facilitar a disponibilização de informaçãoes na web. Usualmente cada empresa desenvolve o seu próprio sistema, visando atender às suas necessidades. Esses sistemas “se constituem em soluções ara otimizar o trabalho do jornalista e reduzir a necessidade de que ele tenha conhecimentos técnicos sobre o processo de produção e disponibilização do material na web” (Mielniczuka 2003, p. 178). É importante observar que, com a implementação de bancos de dados, 5 hipertexto passa de um sistema de organização para uma interface de visualização das informações. Situação essa que tende a provocar alterações nos webjornais tais como os conhecemos atualmente. Fidalgo (2003) discorre sobre questões relacionadas à semântica e à sintaxe desses produtos na era dos bancos de dados, propondo que o formato final do roduto jornalístico na web seria o resultado de uma demanda momentânea, realizada através de mecanismos de busca pelo leitor/usuário.

Num primeiro momento, anteriormente ? utilização de recursos avançados de informática (especificamente os bancos de dados e as ferramentas de publicação), os produtos jornalísticos desenvolvidos para a web eram construídos em html, sendo o conteudo totalmente atualizado e gerenciado manualmente, através da programação. Depois, passaram a ser atualizados por ferramentas de publicação que alimentam as informaçãoes para um banco de dados, o qual se encarrega o gerenciamento das informações, incluindo mecanismos de buscas e cruzamento de informações.

Por isso, dizemos que inicialmente o hipertexto era um sistema que organizava as informações, mas agora tornou-se apenas a interface de visualização. Em linh 4 21 que organizava as informações, mas agora tornou-se apenas a interface de visualização. Em linhas gerais, podemos observar que a mudança ocorrida na esfera da produção não gerou grandes transformações no formato final dos produtos, provavelmente pelo fato das ferramentas de publicação não considerarem as narrativas jornalísticas como produtos hipertextuais.

Ocorre que, mesmo utilizando-se a tecnologia digital para produzir textos elou narrativas, ainda parece predominar a lógica do suporte impresso. A distinção entre o que seria um texto hardcopy e um texto softcopy, explica a situação: no primeiro caso, apesar de ser produzido com tecnologia digital, segue os padrões do impresso (o compuatdor é utilizado como uma simples máquina de escrever); já no segundo caso, o texto é concebido levando em consideração as possibilidades oferecidas pela tecnologia digital (Snyder apud Balestris, 1997). . Link, o elemento -chave Em outros estudos já justificamos a importância do link como principal elemento do hipertexto, àquele capaz de estruturar uma narrativa multilinear. (Palacios, 2001; Mielniczuk, 2003). Por esse motivo, é sugerido que os links sejam estudados enquanto paratextos. No sentido de avançar tais especulações, sugerimos também que sejam Conforme Levy, “funcionalmente, um hipertexto é um tipo de programa para a organização de conhecimentos ou dados, a aquisição de informações e a comunicação” (1995, p. 3). 4 consideradas as diferentes funções dos links em um webjornal (um tipo de abordagem já realizada em outras áreas. Vejamos, revemente, a título de ilustração, o esforço de Gunder (2002) que, a partir da descrição e an que, a partir da descrição e análise de links (tarefa que ela denomina de ‘linkologia’), propõe uma metodologia para analisar a ‘linkaria’6 de uma narrativa hipertextual literária.

A autora estabelece categorias e códigos para a identificação dos tipos de links e o fluxo dessas ligações dentro de uma pagina web. Ocorre que a autora está muito voltada para o ‘esqueleto’ do hipertexto e das ligações por ele estabelecidas, então ela está preocupada se o link é unidirecional ou bidirecional, se ele está visível ou culto, por exemplo.

A estrutura hipertextual de uma narrativa do gênero jornalístico tende a ser menos complexa do que a de uma narrativa de hiperficção. Julgamos que, ao menos neste momento em que tentamos sistematizar uma primeira tipologia para os links no webjornalismo, conforme o próximo tópico, estudos como este, embora sirvam como fonte inspiradora, não oferecem as respostas que necessitamos, nem nos permitem perceber o link enquanto um paratexto, conforme propomos.

Desperta nos muito mais interesse, por exemplo, um estudo desenvolvido por Trigg, no início da década de 1980, no qual ? proposta a elaboração de uma taxionomia para os tipos de links. A preocupação central da pesquisa citada é com os textos científicos disseminados nas redes digitais e trata-se, se não do primeiro, de um dos primeiros trabalhos sobre o assunt07. O autor divide os links em duas grandes categorias: os normais e os de comentários.

Por links normais entende-se conexões entre lexias pertencentes a trabalhos cientlflcos distintos, já os de comentários remetem a lexias que discorrem acerca de u a trabalhos científicos distintos, já os de comentários remetem a lexias que discorrem acerca de uma proposição ou dados. Vamos nos deter nos links normais, que servem para delinear as diferentes partes de um texto científico, pois oferecem uma tipologia mais ampla e de maior interesse para o presente trabalho.

Trigg (2002) os divide em: a) Citações: são as declarações, trechos de outros autores8; b) Revisão bibliográfica: a palavra utilizada por rigg é background e remete para a apresentação de trabalhos já desenvolvidos por outros autores ou pelo mesmo autor que está elaborando o hipertexto; c) Futuros: links a ser ativados quando surgirem novos trabalhos sobre o assunto; 67 Termo utilizado por Gunder (2002) para designar o conjunto e links que constituem um hipertexto.

Trata-se de uma tese de doutorado desenvolvida, nos Estados Unidos, com o financiamento da National Science Foudation, do Air Force Office of Scientific Research e da NASA. 8 0 autor elenca vários tipos de citações, mas que não é o caso de discriminá-las neste texto. d) Refutação: revogação de idéias de demais autores; e) Concordância: aceitação de idéias de outros autores; f) Metodologia & Dados: equipamentos utilizados, rotinas de trabalho, apresentação de dados; g) Generalização & Especificação: o autor não oferece explicações para esse ópico, porém a interpretação do que venham a significar esses links parece não oferecer dificuldades; h) Abstração & Exemplo: idem ao item anterior; i) Formalização & Aplicação: refere-se à sistematização de noções que levam a uma teoria e suas aplicações para a obtenção de resultados práticos; j) Argumentação: o autor divi uma teoria e suas aplicações para a obtenção de resultados práticos; j) Argumentação: o autor divide a argumentação em quatro sub-categorias: dedução, indução, analogia e intuição; k) Solução: não, necessariamente, se trata apenas da solução do roblema de pesquisa, mas também dos avanços realizados pelo pesquisador. Os próximos links pertencem ao mesmo grupo, mas Trigg (2002) chama a atenção para a relação multo próxima existente entre os blocos de textos interconectados por eles. Geralmente, faz-se necessário ler ambas as lexias, adverte o autor.

São eles: a) Sumarização & Detalhes: as Idéias contidas em uma lexia são detalhadas em outra; b) Visão alternativa: um novo ponto de vista para interpretar as idéias apresentadas; c) Reescrita: as idéias são as idênticas, porém a redação é modificada; d) Simplificação & Complexificação: apresenta uma simplificação das colocações ou complexifica as idéias apresentadas; e) Explicação: desenvolve explicações sobre partes determinadas no trabalho; f) Atualização: apresenta novas informações; g) Correção: faz uma correção de alguma informação contida em outra lexia; h) Continuação: uma lexia apresenta a seqüência de uma outra. O próprio autor adverte que essas divisões não funcionam de maneira estanque e que as funções dos links podem acontecer de forma concomitante, ou seja, um mesmo link pode atender a mais de uma função ao mesmo tempo (Trigg, 2002).

O referido trabalho é 6 bastante extenso e específico quanto ao uso do hipertexto na disseminação de trabalhos científicos, porém serve como ponto de partida para outras investidasg. A depender da disciplina que o estuda, o link assume import ponto de partida para outras investidasg. A depender da disciplina que o estuda, o link assume importâncias e significados diferenciados. Ricardo (1998) cita o caso da literatura e das ciências da computação. No primeiro, o link tem uma importância fundamental relacionada com a possibilidade da intertextualidade, enquanto que, na outra disciplina, trata-se de m instrumento que vai permitir a flexibilização e o acesso às informações. Proposta de tipologia para a utilização de links no jornalismo É preciso perguntar, no jornalismo, qual a importância e o significado que se deve atribuir ao link? O aspecto principal já foi levantado e diz respeito à relevância desse elemento na constituição do formato da narrativa hipertextual, exercendo uma função paratextual. Além disso, o link precisa ser encarado como um elemento integrante de uma narrativa verossímil e que pretende dar conhecimento ao público de fatos acontecidos. McAdams (2002) chama a atenção para o fato de que a narrativa online já tem recebido atenção nas discussóes sobre ficção e estudos literários, no entanto, o mesmo não acontece com o jornalismo.

O mesmo pode-se afirmar sobre o uso do link, embora, como veremos, há autores, como a própria McAdams, que elaboram regras e dicas sobre o uso do link na narrativa hipertextual ou propõem classificações de cunho técnico. Não temos nem estudos específicos sobre como os links estão sendo utilizados nos webjornais, nem elaborações bem fundamentadas sobre como se deve usar esse recurso na notícia a web. McAdams sugere dez regras que devem ser seguidas para garantir o uso adequado dos links na notícia hipertextual. Vejamos: “1 – Giv ser seguidas para garantir o uso adequado dos links na noticia hipertextual. Vejamos: “1 – Give the user choices: Offer more than one link on each page. 2 – Do not use similar phrases to link to different pages (i. e. , “Who We Are” linked to a staff photo page and “About Us” linked to a company profile).

Do not create False Twin Links 3 – If you must link to the sarne thing more than once on a single page, use very similar text or the same graphic for each of the links. Do not create Non-ldentical Twin Links 4- Unless you are creating a comprehensive directory, do not Offer users a lot of similar options; be selective. Do an editor’s job: Choose the best and eliminate the resta 9 É o caso de um estudo realizado por Walke, em 1998, em que propõe a análise de três narrativas hipertextuais sobre literatura e cinema. Ver WALKER, Jill. Hypertextual Criticism: comparative readings of three web hypertexts about literature and film, in: http://cmc. uib. no/jill/MA/hovedoppgane. pgf. Acesso em 10. 10. 002. 7 5 – Do not give users too many options, even dissimilar ones. Again do an editor’s job by eliminating the less important links. 6 – Do not hide or “bury” links to pages to which many users Will want access (such as “How to Order” or “References”). Anticipate the users’ goals and desires, and prioritize. 7 – Avold irrelevant, extraneous, or unnecessary links. They burden users and make your site seem less useful. 8 – Do not send users away from your site without a good reason. The page you send them to should be relevant, excellent, and not like anythingyou could (or do) offer on your own site. 9- Write the link text to give a r 0 DF 21

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