Projeto o ethos dos alunos do proformação

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – LIERN CAMPUS AVANÇADO “Prof. a MARIA ELISA DE A. MAIA” CAMEAM DEPARTAMENTO DE LETRAS – DL Programa de Pós-Graduação em Letras – Mestrado Acadêmico em Letras 4 Área de concentr o: sc p PPGL o e do texto O ETHOS NOS MEMORIAIS DOS CURSOS DE PROFORMAÇÃO constrói dentro do seu discurso. Com essa intenção, a pesquisa terá como corpus, o gênero Memorial que é o trabalho exigido para conclusão do Curso.

O objeto de pesquisa, ethos, coloca-se como um desafio de investigação, uma vez que esses alunos eram no momento da produção de seus discursos (gênero memorial) alunos professores da Educação Básica em busca da formação adequada. Nessa perspectiva, há uma possibilidade ou várias possibilidades de que esse aluno ora assuma a postura de aluno e tenha seu discurso e imagem moldados para esse propósito, ora se coloque enquanto profissional que está buscando aprimorar-se.

O que sabemos é que estes alunos/professores se deixarão conhecer pelo que diz, provocando uma imagem de si (ethos), argumentando em causa própria diante dos seus possíveis interlocutores, construindo a si próprio como sujeito social, mostrando-se ou não ora aluno, ora professor buscando e revelar como um sujeito exemplar diante dos seus possíveis auditórios. ? luz da Teoria da Argumentação, de Perelman (1993), Perelman e Tyteca (1996) e do acompanhamento desses estudos feitos por Reboul (2000), Souza (1993, 2008) e outros, trabalharemos na buscas dessas imagens (ethos) tomando como base a relação orador ‘auditório e ainda os conceitos de teses e de técnicas argumentativas, assim como a própria noção de ethos, segundo Rebou’ (2000), Amoussy (1995) Meyer (2005), Souza, (2008) dentre outros.

Ao analisar o Memorial dos alunos do Proformação, estaremos embasados nas discussões de Bakhtin (1 997), que ponta os gêneros dos discursos numa perspectiva sócio- interacionista de linguagem, que se definem por seu conteúdo temático, estilo e composição. Assim sendo, buscaremos nos memoriais apresentados como requisito avaliativo de final de c 20F 14 composição.

Assim sendo, buscaremos nos memoriais apresentados como requisito avaliativo de final de curso, a imagem ou imagens apresentadas de si pelos Alunos/professores do Curso de Proformaçao e da educação básica respectivamente enquanto produtores do discurso intencionados a justificar a SI mesmo diante de seus possíveis interlocutores. 3 – JUSTIFICATIVA

Este trabalho, que se destina a investigar as imagens construídas nos discursos dos alunos de Proformação no gênero memorial, surgiu, inicialmente, pelo contato diário, na condição de Formadora de Professores do Munic[pio de Pau dos Ferros com Professores que tinham a formação superior oriunda do Curso de Proformação oferecido pelo CAMEAM em pau dos Ferros.

Em nossos contatos, podemos muitas vezes observar que existia uma variedade de sujeitos ora um aluno deslumbrado pela satisfação de estar em um Curso superior, ora a angústia de não acompanhar o processo de formação, por outro ângulo, em ituações que favorecia o surgimento de um profissional qualificado para assumir seu papel pedagógico, este educador se colocava como outro sujeito.

Dessa forma, a partir do contato com estes professores cursistas, nos motivamos a estudar as possíveis imagens que eles construíram dentro do seu discurso nos memórias. Os professores, alunos de cursos de Proformaçào, alguns com muitos anos de experiência em sala de aula, foram levados pelas circunstâncias, às salas de uma universidade, na condição de aluno. Daí a necessidade de conhecer o discurso de um aluno que surgiu de uma exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei 9. 94/96) que atribuiu a cada Município e, supletivamente, ao Estado e à União a incumbência de “realizar programas de formação p rofessores em 30F à União, a incumbência de “realizar programas de formação para todos os professores em exercício, utilizando para isso também os recursos da Educação a Distância”, (Art. 87, parágrafo 30, inciso III), de tal modo que, até o fim da Década da Educação (ano 2006), somente podiam ser admitidos “professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço” (Art 87 parágrafo 40).

Vale salientar que o Proformação ainda está ncluso nos programas do Governo Federal e no próprio PAR Nacional – Plano de Ações Articuladas da Educação, que, com a intenção de habilitar os professores das redes públicas de educação, de acordo com a legislação vigente e elevar o nível de conhecimento e competência profissional dos docentes em exercício, oferece as formações à distância, digital e em parceria com universidades.

Hoje a formação de professores faz parte do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica, ação conjunta do Ministério da Educação (MEC), de Instituições Públicas de Educação Superior (IPES) e das Secretarias e Educação dos Estados e Municípios, no âmbito do PDE – Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação — que estabeleceu no país um novo regime de colaboração da União com os estados e municpios. Assim sendo, nossa questão central a ser investigada é: Quais as imagens (ethos) construídas nos discursos de alunos de Proformaçao no gênero memorial?

A opção pelo gênero memorial justifica-se por ser o gênero exigido como requisito final de avaliação do curso, em substituição às monografias dos cursos de graduação regulares, e ainda porque interessa-nos conhecer os ethos destes alunos/professores, ou seja, os ethos presentados nos discursos destes sujeitos sociais na época em que eles estavam concluindo o curso e não seu discurso hoj AGE 4 4 discursos destes sujeitos sociais na época em que eles estavam concluindo o curso e não seu discurso hoje, quando já estão “legalizados” profissionalmente. ? interessante também que a análise se dê nos Memoriais de conclusão, pois por ser um gênero de caráter narrativo e que permite a este aluno “desenhar sua história de vida, fazendo uma relação com o universo da educação. O memorial, enquanto atividade de produção que registra as reflexões do professor cursista sobre processo que ele está vivenciando no curso é o espaço de enunciação da construção de identidade profissional do professor cursista, durante o processo de ensino-aprendizagem. ?, ainda, o relato das adaptações e modificações que o professor cursista vai fazendo no percurso de sua prática, refletindo sobre os vários momentos do curso e sobre sua própria ação. É também um vasto campo para que, além de reconstruir a trajetória pessoal, numa dimensão reflexiva, o sujeito que se auto-interroga e deseja compreender-se como o sujeito de sua própria história tenha espaço para se projetar como sujeito ideal.

Assim, é um esforço de organização e análise do que se é realmente e do que se projeta como ideal. A vivência e a experiência são refletidas, pensadas, e podem ser expostas de forma consciente como elementos importantes na construção da identidade, ou da imagem que se quer projetar de si mesmo. Justifica-se, dessa forma, nosso interesse em conhecer como essa formação tão peculiar, permite, no/pelo discurso, a construção de imagens dos sujeitos sociais que fazem parte dela.

Interessa-nos saber quais são essas imagens, como elas são constru[das diante de seus auditórios, dos possíveis interlocutores. Assim sendo, partilhamos da Idéia de que estes alunos/professores se deixarão conhecer pelo 4 sendo, partilhamos da idéla de que estes alunos/professores se deixarão conhecer pelo que dizem, provocando uma imagem social. 4. OBJETIVOS 4. 1 – Objetivo geral Investigar no Gênero Memorial, as possíveis imagens (ethos) construídas por alunos do curso de Proformaçao em Educação oferecido pelo CAMEAM. 4. – Objetivos especiTicos • Compreender a construção do ethos a partir da relação orador/auditório, observando a natureza dos argumentos utilizados para convencer sobre a credibilidade destes e do ethos construídos. ?? Observar e refletir sobre as diferenças elou aproximações de imagens, considerando o período em que esses sujeitos cursaram o Curso de Proformação, considerando que no contexto social são ao mesmo tempo professores e alunos. 2. 4 – Questões de pesquisa: • Quais as imagens construídas nos discursos de alunos de Proformação no gênero memorial? ?? Como são construídas as imagens (ethos) nos discursos em analise, considerando o contexto ideológico (aluno/professor) desses oradores e ainda o próprio gênero do discurso em análise. 6 4 “formas de dizer sócio-historicamente cristalizadas oriundas de ecessidades produzidas em diferentes escalas da comunicação humana” (BAKHTIN, 1 929), no caso, oriundo de uma necessidade especifica, bem delimitada: a formação profissional, e tem circulado socialmente como práticas de ensino-aprendizagem e da progressão curricular.

Nesse sentido, o memorial, enquanto comanda de atividade de produção que registra as reflexões do aluno (que também é professor) sobre o processo que ele está vivenciando no curso, é o espaço de enunciação, da construção de identidade profissional do cursista, durante o processo de ensino-aprendizagem. É, ainda, relato das adaptações e modificações que o professor cursista vai fazendo no percurso de sua prática, refletindo sobre os vários momentos do curso e sobre sua própria ação, portanto espaço ideal para inserção de imagens.

Imagens essas que pretendemos encontrá-las. 5. 2 – A argumentação A argumentação no discurso, segundo Abreu (1996), envolve os conceitos de convencer persuadir. Convencer da validade de determinada ideia/tese, apelando para o lado racional; persuadir conduzindo o auditório a praticar a ação que o orador gostaria que praticasse. Embora bastante didáticos esses dois conceitos intetizam o processo da argumentação.

A argumentação pertence à família das ações humanas, necessitando para ser efetivada, de uma interação entre o orador e um auditório em situações reais de uso da linguagem. Desse modo, ela acontece em qualquer situação de comunicação em que envolva pelo menos dois participantes. Com efeito, não apenas narramos fatos, descrevemos lugares, objetos, informamos a respeito de al uma coisa, mas argumentos em favor de ideias, ressalt as coisas, fatos, argumentos em favor de ideias, ressaltando o valor das coisas, fatos, acontecimentos, e ou atribuindo qualidades a seres, bjetos, etc.

Nestes termos, o ato de argumentar é um processo que envolve uma tese a ser defendida pelo orador, o lado racional do discurso, que em grego significa logos porque é a parte racional do discurso, uma vez que selecionamos os argumentos mais adequados a situação; o auditório a que nos destinamos, visando á aceitação da nossa tese, por meio da conquista de sua confiança, despertando-lhe as paixões, pathos em grego e, ainda, a própria imagem do orador, o ethos.

Nesse contexto, Souza diz que: A argumentação no discurso, hoje representada especialmente pela Nova Retórica, pode ser entendida como ma ação humana que comporta certa intencionalidade capaz de influir no comportamento do outro; é uma prática de linguagem em que “o orador deve preocupar-se com o auditório, uma vez que objetiva convencer este da validade de suas teses (logos).

Mas, para isso, também é preciso construir a sua imagem (ethos) e, ao mesmo tempo a do auditório, para persuadi-lo (pathosY’. SOUZA, 2008, p. 62 Argumentar, portanto, é algo natural ao ser humano, devendo ser compreendida como uma a ao ue se dá mediante o caráter verossímil dos fatos apres deias discutidas (REBOUL, 80F 14 desejos conjugados ou não (heterogêneo) ou anda por um único exclusivo interlocutor, para quem se dirige a palavra escrita ou falada.

A importância de considerar o auditório é fundamental ao orador, pois se faz necessário, logo de mediato, iniciar um acordo com o(s) interlocutor (es), e isso se dá a partir do trabalho em cima dos valores os quais ele, o orador, julga que o seu auditório possui ou em cima dos conhecimentos que acredita que seu auditório tem ou precisa ter, para só então conseguir a adesão necessária à tese (logos) que pretende defender. Notamos que neste acordo entre os participantes do discurso, o orador planeja sua fala, selecionando uma série de elementos ue o auxiliem na defesa de sua tese.

O papel da seleção, neste sentido, é de tal maneira que, quando alguém menciona fatos, deve sempre perguntar-se se estes podem servir para confirmar ou para invalidar o que está sendo dito. Considerando que todo discurso é motivado pelo auditório, entra em discussão a questão do orador. Assim sendo, o orador não é o centro deste discurso, ele é diretamente influenciado por seu auditório, caso contrário corre o risco de nao conseguir convencer.

Ao orador está destinado aparecer bem diante de seu auditório, ele precisa construir a sua imagem (ethos) perante eus interlocutores. Com efeito, é para seduzir seu auditório, seu interlocutor, que, por exemplo, um palestrante adota um tom de voz, uma postura corporal e uma vestimenta que julga coerentes ao seu interlocutor naquele momento, pois isso contribui para o seu ethos, para a credibilidade de suas idéias, para a presença no discurso.

No discurso escrito nao é diferente, o autor é um orador, para tanto precisa convencer pela adequação ao seu publico leitor, considerando os valores 4 para tanto precisa convencer pela adequação ao seu publico leitor, considerando os valores desse auditório, suas crenças, deologias, com vistas a ganhar à adesão a tese apresentada. Eis então, a problemática do ethos: mostrar-se com bons olhos diante do auditório. O auditório acredita que quem fala é sempre “autorizado’ a falar.

O ethos constitui-se, portanto, como o maior argumento do discurso, ele é a fonte das respostas de um auditório que sempre questiona que espera ser atendido em suas expectativas. O éthos é a capacidade de pôr termo a uma interrogação potencialmente infinita. Para chegar a isso, o orador deve dar prova de um saber particular: ele deve saber que algumas das respostas que ele conhece a propósito daquilo grifo do autor) de que ele trata são igualmente conhecidas do interlocutor, que na falta delas, repetirá a interrogação. MEYER, 2007, p. 43). 5. 4 As teses e as técnicas argumentativas Segundo Reboul, uma tese é uma proposição central, que pode ser formulada por uma única frase, porque é, em síntese, a idéia que queremos defender. Para a sua defesa, o orador deve selecionar os argumentos mais plausíveis com vistas à adesão de seu auditório. Os argumentos, na Nova Retórica (Perelman e Tyteca, 2006), são apresentados como um conjunto de técnicas em quatro grandes grupo 0 DF 14

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