Relaзхes da sociedade com a matemбtica entre o final do sйculo xviii e comeзo do sйculo xix e suas consequencias para a docкncia na educaзгo matemбtica no brasil

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Relaзхes da sociedade com a matemбtica entre o final do sйculo xviii e comeзo do sйculo xix e suas consequencias para a docкncia na educaзгo matemбtica no brasil Premium By wanmoszn MapTa 21, 2012 | 21 pages UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIБS NSTITUTO DE MATEMБTICA E ESTATНSTICA DISCIPLINA TУPICOS EM HISTУRIA DA MATEMБTICA PROFESSOR: HUMBERTO ALUNA: WANESSA M EI OF21 p RELAЗХES DA SOCIE O FINAL DO SЙCULO CA ENTRE ULO XIX E SUAS CONSEQUENCIAS PARA A DOCENCIA NA EDUCAЗAO MATEMБTICA NO BRASIL INTRODUЗГO Ao final do sйculo XVIII os paradigmas estabelecidos, a partir da bra de Renй Descartes, Issac Newton e tantos outros, comeзam a ser questionados. David Hilbert (1862-1943), alemгo, foi considerado por muitos o maior matemбtico da transiзгo do sйculo XIX para o sйculo XX. A histуria nos ensina a continuidade do desenvolvimento da ciкncia. Sabemos que cada era tem seus prуprios problemas, os quais a era seguinte ou resolve ou coloca de lado como sem interesse e os substitui por novos problemas. ” David Hilbert, 1900. do conhecimento racional a respeito de toda a natureza que nos cerca. para a aplicaзгo dessas leis necessбrio desenvolver a Geometria Analнtica e a Anбlise Infinitesimal como instrumentos de anбlise dos fenфmenos naturais. Denis Diderot e Jean D • Alembert produziram a “Enciclopйdia”, com o objetivo de contemplar todo o conhecimento cientнfico, artнstico e tйcnico produzido pela engenhosidade humana atй o final do sйculo XVIII.

Agora a missзбo da ciкncia seria a interaзгo de fatos cientнficos por meio de sнmbolos, e a simbologia mais apropriada seria a Matemбtica, quem descreveria logicamente fatos da natureza. A Geometria oferecia vantagens visнveis para a engenharia e arquitetura, por exemplo. Foi a йpoca dos matemбticos Lagrange, Condorcet, Monge, Laplace, Legendre, que, alйm de ajudarem a estabelecer a matemбtica como a conhecemos hoje, tambйm tomaram parte ativa na prуpria Revoluзгo social e polнtica que ocorria. Lagrange, por exemplo, foi um dos propositares da reforma dos pesos e medidas de 1790, da qual surgiu o sistema mйtrico decimal usado atй hoje inclusive no Brasil. Condorcet e Monge pertenceram tanto ao Comitк de Instruзгo como ao Comitк de Obras Pъblicas durante o perнodo revolucionбrio.

Monge foi encarregado de estabelecer instituiзхes de ensino superior na Franзa, entre as quais a famosa Escola Politйcnica. Esta foi uma escola onde a Matemбtica teve fundamental importвncia na divulgaзгo e desenvolvimento de novas tйcnicas estruturais. Monge, Lagrange e Laplace fundaram tambйm, em 1 790, a Escola Normal, que durou pouco tempo, mas na qual um curso de Monge Inaugurou uma das disciplinas bбsicas da engenharia da йpoca: a Geometria Descritiva. 21 Escola Um trabalho realizado a respeito da escola no Brasil deve considerar que a concepзгo de escola dos sйculos XVIII e XIX difere da concepзгo de escola tal como ela й entendida atualmente.

Podemos destacar que, nos sйculos XVIII e XIX, com exceзгo do Colйgio Pedro II, fundado em 1837, os colйgios religiosos e os liceus instituнdos a partir da segunda metade do sйculo XIX, nгo havia m edifнcios escolares, ou seja, as aulas nгo tinham uma cede fixa, podendo existir nos espaзos onde houvesse “aluno” e “professor’. O Brasil vivia numa sociedade escravocrata em que nem os escravos nem as mulheres (que representavam cerca de 50% da populaзгo) tinham acesso а instruзгo, nгo havendo, naturalmente , grande quantidade de alunos nas instituiзхes de ensino existentes. A nstruзгo elementar era, muitas vezes, ministrada em casa, para quem tinha recursos, caracterizando uma rede de ensino da qual nao podemos ter dimensгo numйrica exata.

Assim, a escola pъblica era freqьentбda por quem nгo podia ter outro tipo de educaзгo, os “pobres”. O Ensino Pъblico Nos sйculos XVIII e XIX o ensino no Brasil era ministrado por professores de diferentes categorias organizados em trкs grandes modalidades de educaзгo, segundo Vasconcelos (2004): A educaзгo domйstica, foco de estudo de Vasconcelos (2004), era uma prбtica comum das elites (incluindo os prнncipes princesas do Brasil) nгo sу para a instruзгo elementar, mas para a continuidade dos estudos, principalmente das meninas que raramente tinham acesso a conhecimentos mais avanзados, detendo-se somente nos trabalhos “feminlnos” (agulha e linha, por exemplo). Apesar de se realizar no tico, afastado dos olhares xx.

Consideramos tambйm questхes que dizem respeito аs diferentes aceitaзхes do conceito de escola pъblica, como expхe Saviani (2005), uma delas й a que associa a escola pъblica а escola popular, destinada а educaзгo do povo, em oposiзгo а que se restringe aos interesses das elites. Outra variaзгo й a vertente que vinculaa escola pъblica ao Estado, ao governo, abrangendo os diversos os graus e ramos do ensino. Por outro lado temos ainda a escola particular, privada, de ensino individual. Esses trкs sentidos de escola (domйstico, particular e pъblico) se fizeram presentes na educaзгo brasileira dos sйculos XVIII e XIX e, em muitos momentos, configurando um modelo mesclado com um pouco de cada um deles.

O Colйgio Pedro II, por exemplo, criado em 1837 com a finalidade de formar a elite intelectual, econфmica e religiosa brasileira, e considerado modelo a ser seguido sobre os ongкneres em todo o paнs, apesar de ser pъblico, nгo era gratuito nem destinado а educaзгo do “povo” Dessa forma, ao longo do sйculo XIX, o poder pъblico foi elaborando regras que normatizavam a criaзгo, organizaзгo, funcionamento e provisгo de professores para as escolas. Essas escolas mantinham um ensino coletivo, mesmo quando particulares, e funcionavam nas casas dos prуprios professores. Educaзгo Matemбtica e sociedade As escolas existentes tinham algo em comum: figura do professor como fundamental para a aprendizagem.

O conhecimento da atuaзгo do professor, em diversos momentos a histуria da educaзгo brasileira, й fundamental para o entendimento das diversas etapas pelas quais passou o ensino do paнs ao longo do tempo. Podemos destacar du em aspectos da traietуria 4 21 ensino e a anбlise dos decretos do governo, dentro dessas vertentes os manuais escolares e o professor de matemбtica sгo assuntos que ajudam a situar o tempo e espaзo. Segundo esse autor, o professor “nгo constitui um sujeito passivo que recebe os programas e os faz aplicar, mas ele representa a pessoa decisiva no processo de aprendizagem”, configurando-se assim no “melhor meio para ter acesso ? ealidade histуrica do ensino” (pбgina 9).

O autor ainda enumera algumas dimensхes que vгo dar acesso a essa realidade: os sistemas de formaзгo dos professores; as concepзхes das competкncias que os futuros professores devem adquirir; as instituiзхes de formaзгo e a profissionalizaзгo dos formadores nessas instituiзхes. Dessa forma poderнamos questionar: Quais os instrumentos podem ser utilizados para reconstruir a trajetуria profissional do professor e de suas prбticas? A partir de quais elementos й possнvel examinar de maneira mais rigorosa s questхes relativas ao acesso а profissгo de professor de matemбtica ao longo do sйculo XIX? Antes de tentar responder a essas perguntas devemos analisar legislaзгo da йpoca que regulamentava as condiзхes para exercнcio do magistйrio.

Daн podemos esperar que os textos dessas normas nos remetam de volta аs prбticas, de maneira que se possa captar funcionamento das escolas e das atividades cotidianas do professor (Julia, 2001 ), entendendo assim o que se esperava do professor e como estava estruturada a sociedade em relaзгo a essas questхes no momento histуrico delimitado. Uma fase importante da profissionalizaзгo docente, tambйm na obra de Julia (2001), ocorre no momento em que os estados substituem os religiosos na tarefa de ministrar o ensino. Nas colфnias portuguesas, e em especial no Brasil, esse momento se dб quando Portugal promove reformas lideradas pelo Marquкs de Pombal. Algumas das medidas tomadas por Pombal sгo a expulsгo dos jesuнtas do Brasil Marquкs de Pombal. Algumas das medidas tomadas por Pombal sгo a expulsгo dos jesuнtas do Brasil e a instalaзгo do sistema das aulas rйgias. A partir dessas reformas, a seleзгo para os cargos do agistйrio muda suas regras.

Processo seletivo dos docentes Dominique Julia tambйm expхe, na mesma obra, sobre escolha dos professores, que passa de um tipo de seleзгo arbitrбria, que efetuava as nomeaзхes baseadas em indicaзгo das autoridades da Companhia de Jesus, para a do exame ou concurso, que introduz mais transparкncia ao processo, por meio das provas escritas e orais, buscando definir a base mнnima de uma cultura profissional desejavel do candidato ao magistйrio. Portanto, as provas de concursos para o magistйrio, ao lado da legislaзгo, formam um conjunto de documentos importantes ara a histуria da profissгo docente e se constituem em fonte rica de informaзхes para a compreensгo do ambiente escolar, para o resgate de informaзхes sobre o ensino de matemбtica na virada do sйculo XIX, colocando novas questхes acerca das prбticas e dos saberes requeridos de um futuro professor.

A anбlise dessas provas expхe aspectos que nгo estгo presentes nos livros, oferecendo muitas perspectivas para a compreensгo da histуria da educaзгo e do ensino e, portanto, da cultura escolar que, para Dominique Julia, pode ser entendida como um conjunto de normas que definem conhecimentos e ondutas, e um conjunto de prбticas que permitem a transmissгo e a incorporaзгo desses conhecimentos e comportamentos. Entente-se, entгo, que essas normas e prбticas nгo podem ser analisadas sem levar em consideraзгo o “corpo profissional” encarregado de tal tarefa, em especial os professores primбrios e secundбrios. Assim, baseado na importвncia de se analisar a questгo do recrutamento dos professores e a fim de “esboзar o que й a cultura do professor ideal no sйculo XIX”. Levando em consideraзгo os estudos de Schubring cultura do professor ideal no sйculo XIX”.

Levando em consideraзгo os estudos de Schubring (2005) e Julia (2001) podemos reforзar a importвncia do estudo das provas dos concursos como um dos instrumentos capazes de revelar as reais exigкncias para o exercнcio do magistйrio e, de forma complementar, abordar outros aspectos do ensino e do papel do professor, como, por exemplo, os conteъdos que deveria ensinar, a incorporaзгo ou nгo de novos conteъdos elou metodologias; a evoluзгo dos algoritmos e da nomenclatura utilizada, entre outros aspectos. Professores para o magistйrio primбrio ntes que fossem undadas no Brasil instituiзхes destinadas а formaзгo de professores para as escolas primбrias ou de primeiras letras, como era tambйm chamado o ensino elementar de “ler, escrever e contar’, jб havia, por parte do Estado, preocupaзхes e medidas para selecionб-los, embora muitos dos professores existentes ensinassem sem qualquer formalidade.

Mesmo depois de criada, em 1835, a Escola Normal de Niterуi, a primeira do paнs, e outras a partir desta, a insuficiкncia de pessoas formadas, a duraзгo efкmera das mesmas e falta de incentivo do governo possibilitaram que uma egislaзгo especнfica incentivando a formaзгo de professores em outras instвncias continuasse a existir durante toda a йpoca do lm йrio. O comeзo da col rasil nos remete ? aritmйtica. Inicialmente a meta era a catequese dos нndios, mas “а medida que uma sociedade de brancos e mestiзos aqui ia se formando, [… ] surgia a necessidade de formaзгo das elites” (Nunes, 1962, p. 30). Durante dois sйculos de colonizaзгo “a nгo serem [… ] os estudos elementares de arte militar, dois ou trкs seminбrios, algumas aulas de clйrigos seculares e outras, e filosofia, em conventos de carmelitas e franciscanos” (Azevedo, 1976, p. 47-8), o ensino no Brasil se concen- trava quase todo nas mгos dos padres jesuнtas.

As normas dos colйgios jesuitas, bem como as diretrizes do ensino, eram dadas pelo Ratio Studiorum, documento de 1599. Historicamente, foi por esse cуdigo de ensino que se pautaram a organizaзгo e a atividade Companhia de Jesus Companhia de Jesus do dos numerosos colйgios que a fundou e dirigiu no Brasil. Com a expulsгo da , em 1759, o ensino, que organizar uma instruзгo elementar em Portugal e em todas as colфnias o Reino. Entretanto, pela instruзгo elementar pouco ou nada foi feito. O marquкs de Pombal nгo pфde vencer um obstбculo que lhe trouxera a ausкncia de um elemento indispensбvel ? realizaзгo de seus grandes s desнgnios” (Almeida, 2000, p. 29).

Nгo havia, no Brasil problema que os jesuнtas haviam resolvido parcialmente promovendo alguns centros de formaзгo desses mestres em territуrio brasileiro. Para Pombal, os cursos oferecidos pelas escolas da Companhia de Jesus estavam adequados аs condiзхes dos sйculos WI e XVII, mas nгo satisfaziam аs ecessidades peculiares da vida social e polнtica do sйculo XVIII. Assim, no lugar dos numerosos colйgios jesuнtas, as reformas procuraram reorganizar o ensino com o objetivo de melhor atender aos fins da polнtica que as condiзхes portuguesas reclamavam. O ensino dos jesuнtas foi portuguesas reclamavam. O ensino dos jesuнtas foi substituнdo por aulas de disciplinas isoladas, as aulas rйgias. As reformas propostas por Pombal foram realizadas em duas etapas.

A primeira comeзou em 1759, com a expulsгo dos jesuнtas dos dominios portugueses. Na primeira fase das reformas oram reestruturados os estudos menores, ou seja, o estudo das primeiras letras, e a cadeira de humanidades, que formavam o anбlogo ao atual ensino mйdio. Na segunda fase, em 1772, foram reformulados os estudos maiores. As reformas desse nнvel corresponderam a uma sйrie de mudanзas nos cursos da Universidade de Coimbra. No alvarб de 28 de junho de 1759, pode-se encontrar as primeiras regras para a instruзгo no Brasil a fim de tirar “os estudos da Ifngua latina, grega e hebraica e a arte da retуrica da ruнna”, fornecendo diretrizes aos professores dessas disciplina 0 DF 21

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