Domotica

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CEFET. CAMPOS DOS GOYTACAZES. R] DOMOTICA Aplicabilidade e Sistemas de Automação Residencial César Luiz de Azevedo Dias Nélio Domingues Este artigo discorre sobre os benefícios e a aplicabilidade da automação residencial, também denominada Domótica.

Segundo a Domotics Integration Project (DIP), Domótica ou tecnologia da casa inteligente é a integração dos serviços e tecnologias, aplicados a residências, flats, apartamentos, casas e pequenas construções, com o propósito de automatizá-los e obter aumento em r comunicaçao e gere orz é apresentada uma • to compor uma “residência int eção, conforto, ém neste trabalho mt que podem mas vantagens obtidas com sua integração e, por fim, são ilustrados alguns sistemas aplicados na automação residencial, com diferentes tipos de tecnologias, que têm apresentado destaque comercial no cenário nacional e internacional.

PALAVRAS-CHAVE: Domótica. Automação residencial. Residências inteligentes. professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos. Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal Fluminense. ** Professor da Universidade Federal Fluminense. Professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Pós-doutor pela Université de Montréal, Canadá. VÉRTICES, v. 6, n. 3, set. /dez. 00410 1 INTRODUÇAO Bastante difundida nos diversos ramos industriais, a automação proporcionar ou ampliar beneficios em fatores como: gerenciamento técnico, conforto, economia, prevenção de acidentes e falhas de equipamentos, e também segurança aos usuários. O gerenciamento do consumo de energia e água, os controles de iluminação, acesso, climatização, comunicação, informática integrados e comandados por um sistema de automação, tem demonstrado a possibilidade de tornar o ambiente de trabalho do edifício mais rodutivo, saudável e eficiente.

Esses benefícios, que, conforme Dias (2004, p. 28), contribuem para o aumento da produção, para assim reduzir os custos operacionais, refletem-se em resultados financeiros, razão pela qual a tecnologia da automação foi incorporada, com mais facilidade, às edificações industriais e comerciais que às habitacionais.

Em geral, os projetos das residências convencionais não satisfazem por completo aos anseios dos moradores, o que se constitui num contra-senso, pois a habitação, por atender às necessidades básicas do ser humano como as de proteção, segurança e bem estar, é considerada omo um dos bens de consumo de maior importância para a maioria das famílias. A moradia, o abrigo, o lar, deve ser prazeroso, eflciente, dignificante por ser um bem de grande vida útil, flexível às transformações sociais e tecnológicas.

Segundo Dias 2004 137), a Domótica, por meio de seu PAGF décadas, destacando-se o aumento da expectativa de vida, a redução do número de filhos, o crescimento do número de famílias não convencionais, o aumento da mão-de-obra feminina no mercado de trabalho, assim como o crescimento da violência nas cidades, principalmente nos grandes centros, fato este gravado pelo fenômeno mundial da urbanização, concorrem significativamente para a promoção do isolamento das pessoas em suas residências.

Esses fatores refletem-se diretamente nas novas necessidades das moradias das famílias, devendo ser considerados na concepção dos novos projetos habitacionais. Novos requisitos têm surgido nas habitações, também devido ao aumento da faixa etária da população, uma vez que as pessoas idosas são acometidas por enfermidades, típicas da idade avançada, que limitam suas atividades.

A automação residencial apresenta valiosos recursos ecnológicos que podem ser incorporados às instalações domésticas e com isso promoverem, além de conforto e segurança, a redução de barreiras que dificultam as atividades das pessoas dessa faixa cada vez mais numerosa da população. A inclusão desses elementos promove maior independência e contribui para que o idoso possa continuar residindo em seu domicílio.

Para o idoso, a condição d sua residência pode ser PAGF 3 OF destacando que: VÉRTICES, v. 6, n. 3, set. /dez. 200412 pesquisas recentes têm mostrado que a universalização da Seguridade Social, as melhorias as condições de saúde e outros avanços tecnológicos, tais como nos meios de comunicação, elevadores, automóveis, entre outros, podem estar sugerindo que viver só, para os idosos, representa mais formas inovadoras e bem-sucedidas de envelhecimento do que de abandono, descaso elou solidão.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de famílias unipessoals cresceu 32,5% entre os dois últimos Censos, passando de 2,4 milhões (6,5%) do total de famílias, em 1991, para 4,1 milhões (8,6%), em 2000. No continente europeu, onde se registra uma alta expectativa de vida da população, vários rojetos, visando ao atendimento de pessoas idosas ou portadoras de necessidades especiais, foram desenvolvidos, o que propulsionou o desenvolvimento da Domótica.

Certos indicativos como: o aumento das vendas pela internet, os serviços de tele-entregas, os circuitos internos de tv, os canais por assinatura, os serviços remotos de vigilância apresentam-se como fatores que, com a mudança nas características econômicas e sociais, demonstram que a população adquiriu, nos últimos anos, novos hábitos de consumo, de acordo com pesquisa Getúlio vargas (FGV) proporcionam o aumento do conforto e segurança.

O conforto e a praticidade e outras facilidades oferecidas pelos avanços tecnológicos nas rotinas diárias domésticas do cidadão comum, CEFET. CAMPOS DOS GOYTACAZES. R] 13 conseguem mudar definitivamente seus hábitos. Dificilmente alguém que se acostuma a operar sua W por controle remoto, numa nova aquisição, fará opção por uma que não possua esta funcionalidade, assim como quem aprende a redigir um texto num microcomputador não deseja voltar a utilizar uma máquina de escrever.

A Associação Brasileira de Automação Residencial (AURESIDE) (2005, p. 56), referindo-se à Domótica nas onstruções, assegura que construir . com algum diferencial é atualmente uma ferramenta de marketing para o setor. Os mais jovens buscam novidade; e os mais velhos segurança, ambos encontrados nos sistemas de automação predial”. A Organização das Nações Unidas (ONU), através do Information Economy Report 2005, classificou o Brasil como 0 130 país do mundo em número de assinantes de banda larga, apresentando um de 88,2% entre 2003 e 2004.

Essa modalidade de acesso proporciona o aumento da capacidade e velocidade das transmissões, tanto por melos ffsicos cabeados como pel ireless), facilita a PAGF s OF nova oportunidade na arte de conceber as novas moradias, aumentando a qualidade de vida de seus ocupantes, respondendo a suas necessidades de comunicação, segurança, controle e gerenciamento das instalações e, ainda, racionaliza o consumo de energia e água, oferecendo, conseqüentemente, uma parcela de ajuda na preservação do meio ambiente.

VÉRTICES, v. 6, n. 3, set. /dez. 200414 Para Lipovestsky (2005, p. 62), o mercado entrou em outra fase da modernidade, ganhando um novo aspecto, deixando para trás a ostentação, para preocupar-se mais com a qualidade de vida, o que o autor denomina e “luxo emocional”, em que cada pessoa procura investir naquilo que lhe oferece prazer. ‘Vivemos numa sociedade de consumo alimentada pela autonomia do indivíduo. Ela valoriza o bem estar, as individuais. Inicialmente os projetos para concepção das residências inteligentes têm demonstrado atender à vaidade dos proprietários de maior poder aquisitivo, ou ainda, têm permitido agregar valor aos empreendimentos, mas, com o transcurso do tempo, deve-se considerar as semelhanças evolutivas dos elementos que passaram a fazer parte da rotina doméstica da classe média, como os computadores pessoais, a Internet, os fornos microondas, f nes celular, por conhecer uma residência automatizada, não haverá como retroceder, toda a cadeia de concepção da moradia, (a arquitetura construção etc. , evoluirá, e, principalmente, o ocupante do imóvel. Assim, deverão ser necessários vários profissionais que, interagindo, permitirão o real desenvolvimento das técnicas da domótica. Fatores como os constantes aumentos nas tarifas de energia elétrica, água, telefone; as facilidades oferecidas pela tecnologia; o interesse das concessionárias de serviços de comunicação em facllitar a CEFET. CAMPOS DOS GOYTACAZES.

RJ 15 instalação de centrais distribuidoras nos condomínios; a necessidade de ampliar a segurança e o conforto nas áreas coletivas estão, segundo a Aureside, promovendo o avanço dos projetos unifamiliares de automação residencial para os de condomínios automatizados. Algumas construtoras, percebendo essa tendência, já elaboram projetos de instalações prediais com previsão de pontos, painéis de distribuição e tubulações, preparando assim a infra-estrutura necessária para receber a instalação de futuros sistemas de automação. SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL O sistema domótlco é composto de uma rede de comunicação que permite a interconexão de uma série de dispositivos, equipamentos e outros sistemas, com o ob’etivo de obter informações sobre o ambiente PAGF 7 gestão de energia, comunicação, automação de tarefas domésticas, educação e entretenimento; escritório em casa, conforto ambiental, gerenciamento e supervisão das instalações.

Dispositivos como detectores, sensores, captadores e atuadores trocam informações entre eles ou com unidades centrais inteligentes, sendo capazes de processar os dados recebidos e enviar inais, para efetuar acionamentos ou ajustes, a determinados equipamentos elou gerar sinalizações elou avisos, podendo ainda, em alguns casos, receber respostas de confirmação da operação. VÉRTICES, v. 6, n. 3, set. /dez. 00416 A automação residencial e predial, que inicialmente se restringia aos sistemas autônomos destinados a comandar um dispositivo ou um outro sistema como, por exemplo, o sistema de ventilação, refrigeração, exaustão e aquecimento ambiental com ajustes predefinidos e sem qualquer integração com demais elementos das instalações prediais, evoluíram para s sistemas integrados que podem ser definidos como aqueles que, por meio de um dispositivo, integram e controlam alguns equipamentos ou sistemas de uma instalação.

Eles apresentam uma atuação limitada pelo controlador, previamente determinada pelo fabricante, a exemplo das centrais de comando de home theater, onde sua atuação atinge, em geral, automatizadas, podendo ser personalizados de acordo com as exigências do cliente. A evolução dos sistemas caminha na direção de tecnologias baseadas em modelos de redes neurais. Essas redes são compostas de dispositivos artificiais que se baseiam nos mecanismos da prendizagem, inspirados no cérebro humano, com técnicas de predição do reforço.

Por exemplo, um sistema de automação poderá, após repetidos comandos ajustados, “aprender” a regular a temperatura de refrigeração do ambiente e ligar uma cafeteira, antecipando o retorno de um morador a sua residência permitindo, assim, que ele encontre a temperatura de sua residência confortável e o seu café pronto no momento de ser bebido. Várias empresas e grupos, em diversas partes do mundo, têm-se empenhado no desenvolvimento de diferentes tecnologlas, produtos, protocolos de comunicação e sistemas de automação esidencial.

Em CEFET. CAMPOS DOS GOYTACAZES. R] 17 alguns países desenvolvidos, pode-se afirmar que a Domótica é um mercado comercial bem estabelecido, com soluções comercialmente disponíveis, apropriadas a diversas necessidades. Os preços dos produtos e soluções, entretanto, apresentam-se como barreiras para sua maor difusao (SAHÚN, 2003). Os sistemas de automação usuais odem ser de tecnologias executem as operações.

Já os sistemas com tecnologias distribuídas ou descentralizadas são constituídos de diversos dispositivos com processamento inteligente próprio, cada um com função especifica dentro as inúmeras necessidades do sistema de automação, sendo distribuídos por toda a extensão da instalação, interligados por uma rede, comunicando-se e enviando sinais entre sensores e atuadores que podem se encontrar próximos ou integrados ao ponto de controle e monitoração.

Alguns produtos de automação residencial apresentam dificuldades para integração, o que, em geral, é resultado da grande diversidade de tecnologias e protocolos de comunicação. No entanto, analistas têm observado que os fabricantes buscam soluções de convergências, não só para os meios físicos e das formas de transmissão dos lnais como também entre os produtos da instalação domótica.

Pesquisas recentes apontam para um caminho sem volta que levará para a convergência total entre as tecnologias, padrões, dispositivos e aplicações para redes de comunicação nas próximas décadas: VÉRTICES, v. 6, n. 3, set. /dez. 200418 Sobre as redes locais sem fio, não só os telefones celulares, PDAs e notebooks funcionarão nas novas redes de comunicação. Geladeiras, TVs de alta resolução, fornos de microondas, câmeras digitais etc. , possuirão conexões em rede, permitindo seu controle e monitoração à distância (PINHEIRO, 2004).

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