Logistica

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XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 LOGÍSTICA E TRANSPORTES: UMA DISCUSSÃO SOBRE OS MODAIS DE TRANSPORTE E O PANORAMA BRASILEIRO. Priscilla Cristina Cabral Ribeiro Universidade Federal de Ouro Preto / Escola de Minas / Depto de Engenharia de produçao -reis: ( 31) 3559-1497/ 1540. Fax: (31) 3559- 1555, priscri @em. ufop. br. Karine Araújo Ferreira de Engenharia de Produção Campus Universitário – Morro do Cruzeiro — CEP 35. 400-000- Ouro Preto, MG, karine@em. ufop. br.

Abstract The transport is responsible for the biggest parcel of the logistic costs in a company. Therefore, it has a very great concern with the reduction of its costs, leading the initiatives as the intermodality (integration of some modal ones of transport and the sprouting of logistic operators, or either, of rendering of integrated logistic jobs, in order to generate economy of scale when sharing its capacity and its features of movement with some customers. The transport systems consist in one of the main logistic functions and have basic paper in the performance of diverse dimensions of the Job to the Customer.

Ofthe point of view of the casts, it represents, in average, about the logistic xpenditures, what it can mean two or three times the profit of a company. This work has for objective to define, to characterize, to classify modal of load transport, establishing a matching between them, in arder to enrich the quarrel concerning -lal Studia the subject. Terms as logistic, multimodality and intermodality Will be used and quickly treated, since they are part of the quarrel of the subject transportation.

Keywords: logistic, transport, multimodality and intermodality. 1 . lntrodução O transporte representa o elemento mais importante do custo logístico na maioria das empresas e tem apel fundamental na prestação do Serviço ao Cliente. Do ponto de vista de custos, Nazário (In: Fleury et al. , 2000:126) afirma que o transporte representa, em média, cerca de 60 % das despesas logísticas. Ele pode variar entre 4% e 25% do faturamento bruto, e em muitos casos supera o lucro operacional.

Dessa forma, iniciativas como a intermodalidade (integração de vários modais de transporte) e o surgimento de operadores logísticos, ou seja, de prestadores de serviços logísticos integrados, apresentam relevante importância para redução dos custos de transporte, pois geram economia de escala ao compartilhar sua capacidade seus recursos de movimentação com vários clientes. Este trabalho visa definir, caracterizar, classificar os modais de transporte de carga, estabelecendo uma comparação entre eles, a fim de enriquecer a discussão acerca do tema.

Termos como logística, multimodalidade, intermodalidade e operadores logísticos serão utilizados e rapidamente tratados, já que fazem parte da discussão do tema transportes. Será exposta também, uma breve abordagem sobre o panorama atual dos transportes ENEGEP 2002 ABEPRO XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – Brasil, seguido pelas conclusões finais. Para a realização do trabalho 20F Ig a 25 de outubro de 2002 trabalho foi utilizada a pesquisa bibliográfica e de dados. 2. Transporte 2. 1 .

Fatores de Planejamento De acordo com Alvarenga e Novaes (2000: 93), para se organizar um sistema de transporte é preciso ter uma visão sistêmica, que envolve planejamento, mas para isso é preciso que se conheça: os fluxos nas diversas ligações da rede; o nivel de serviço atual; o nlVel de serviço desejado; as características ou parâmetros sobre a carga; os tipos de equipamentos disponíveis e suas características (capacidade, fabricante etc); e os sete princípios u conhecimentos, referentes à aplicação do enfoque sistêmico.

Quanto aos parâmetros de carga, os principais elementos são: peso e volume, densidade média; dimensão da carga; dimensão do veículo; grau de fragilidade da carga; grau de perecibilidade; estado físico; assimetria; e compatibilidade entre cargas diversas. Sendo assim, pode-se observar que no transporte de produtos, vários parâmetros precisam ser observados para que se tenha um nível de serviço desejável pelo cliente. Dependendo das características do serviço, será feita a seleção de um modal de transporte ou do ser„’iço oferecido dentro de um modal.

Segundo Ballou (2001:156), a seleção de um modal de transporte pode ser usada para criar uma vantagem competitiva do serviço. Para tanto, destaca-se a seguir algumas características dos modais de transporte. 2. 2. Classificação dos Modais de Transporte Ferroviário No Brasil, o transporte ferroviário é utilizado principalmente no deslocamento de grandes tonelagens de produtos homogêneos, ao longo d 30F Ig é utilizado principalmente no deslocamento de grandes tonelagens de produtos homogêneos, ao longo de distâncias relativamente longas.

Como exemplo destes produtos estão os minérios (de ferro, de manganês), cawóes minerais, derivados e petróleo e cereais em grão, que são transportados a granel. No entanto, em países como a Europa, por exemplo, a ferrovia cobre um aspecto muito mais amplo de fluxos. Como exemplos de meios de transporte ferroviário, pode-se citar o transporte com vagões, containers ferroviários (1 a 5 toneladas) e transporte ferroviário de semi-reboques rodoviário (piggyback).

Segundo Ballou (1993:127) existem duas formas de serviço ferroviário, o transportador regular e o privado. Um transportador regular presta serviços para qualquer usuário, sendo regulamentado em termos econômicos e de segurança pelo governo. Já o ransportador privado pertence a um usuário particular, que o utiliza em exclusividade. Com relação aos custos, o modo ferroviário apresenta altos custos fixos em equipamentos, terminais e vias férreas entre outros. Porém, seu custo variável é baixo.

Embora o custo do transporte ferroviário seja inferior ao rodoviário, este ainda não é amplamente utilizado no Brasil, como o modo de transporte rodoviário. Isto se deve a problemas de infra-estrutura e a falta de investimentos nas ferrovias. Rodoviário Éo mais expressivo no transporte de cargas no Brasil, atingindo praticamente todos os pontos do território nacional, pois desde a écada de 50 com a implantação da indústria automobilística e a pavimentação das rodovias, esse modo se expandiu de tal forma que hoje é o mais procurado. Difere do ferr AGE 4 OF Ig que hoje é o mais procurado.

Difere do ferroviário, pois se destina principalmente ao transporte de curtas distâncias de produtos acabados e semi-acabados. Por via de regra, apresenta preços de frete mais elevados do que os modais ferroviário e hidroviário, portanto sendo recomendado para mercadorias de alto valor ou perecíveis. Não é recomendado para produtos agrícolas a granel, cujo custo é muito baixo para este modal. ENEGEP 2002 ABEPRO 2 Em relação aos serviços, além da distinção entre transportadoras regulares e frota privada, existem também transportadores contratados e isentos.

Quando os clientes desejam obter um serviço mais adequado as suas necessidades, isentando-se de despesas de capital ou problemas administrativos associados a frota própria, estes se utilizam de transportadores contratados. Os transportadores contratados são utilizados por um número limitado de usuários em contratos de longa duração. Já os transportadores isentos são aqueles livres de regulamentação econômica, como por exemplo, veículos operados e contratados or fazendeiros ou cooperativas agrícolas.

O transporte rodoviário apresenta custos fixos baixos (rodovias estabelecidas e construídas com fundos públicos), porém seu custo variável (combustível, manutenção, etc. ) é médio. As vantagens deste modal estão na possibilidade de transporte integrado porta a porta e de adequação aos tempos pedidos, assim como freqüência e disponibilidade dos servi os. Apresenta como desvan OF Ig pedidos, assim como frequência e disponibilidade dos serviços.

Apresenta como desvantagem a possibilidade de transportar somente pequenas cargas. Hidroviário O transporte hidroviário ? utilizado para o transporte de granéis l[quidos, produtos químicos, areia, carvão, cereais e bens de alto valor (operadores internacionais) em contêineres. Os serviços hidroviários existem em todas as formas legais citadas anteriormente. Como exemplos de meios de transporte hidroviário, pode-se citar os navios dedicados, navios contaners e navios bidirecionais para veículos (roll-on, roll-off, vessel).

Este tipo de transporte pode ser dividido em três formas de navegação, são elas: a cabotagem que é navegação realizada entre portos ou pontos do território brasileiro, utilizando a via maritima ou entre esta e as was avegáveis interiores (até, aproximadamente, 12 milhas da costa); a navegação interior que é realizada em hidrovias interiores, em percurso nacional ou internacional e por fim, a navegação de longo curso, realizada entre portos brasileiros e estrangeiros.

Em relação aos custos, o transporte hidroviário apresenta custo fixo médio (navios e equipamentos) e custo variável baixo (capacidade para transportar grande quantidade de tonelagem). É o modal que apresenta o mais baixo custo. Este modal apresenta como vantagens a capacidade de transportar mercadoria volumosa e pesada e o fato dos custos de perdas e danos erem considerados baixos comparados com outros modais.

Suas principais desvantagens são a existência de problemas de transporte no porto; a lentidão, uma vez que o transporte hidroviário é, em média, mais lento que a ferro 6 OF Ig porto; a lentidão, uma vez que o transporte hidroviário é, em média, mais lento que a ferrovia e a forte influência do tempo. Sua disponibilidade e confiabilidade são afetadas pelas condições meteorológicas. Aeroviário O transporte aeroviário tem tido uma demanda crescente de usuários, embora o seu frete seja significativamente mais elevado que o correspondente rodoviário.

Em compensação, seu deslocamento porta a porta pode ser bastante reduzido, abrindo um caminho para esta modalidade, principalmente no transporte de grandes distâncias. Este tipo de transporte é utilizado principalmente nos transportes de cargas de alto valor unitário (artigos eletrônicos, relógios, alta moda, etc) e perecíveis (flores, frutas nobres, medicamentos, etc). Como exemplos deste meio de transporte estão os aviões dedicados e aviões de linha. Segundo Ballou (1993: 129), no modo aéreo existem os serviços regulares, contratuais e próprios.

O serviço aéreo é oferecido em algum dos sete tipos: linhas- ronco domésticas regulares, cargueiras (somente cargas), locais (principais rotas e centros menos populosos, passageiros e cargas), suplementares (charters, não tem programação regular), ENEGEP 2002 ABERRO 3 XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR. regionais (preenchem rotas abandonadas pelas domésticas, aviões menores), táxi aéreo (cargas e passageiros entre centros da cidade e grandes aeroportos) e internacionais (cargas e passageiros).

O transporte aeroviário é o que tem custo mais elevado em relação aos outros modais. Seu custo fixo é alto (aeronaves, manuseio e sistemas de carga), bem como s Ig relação aos outros modais. Seu custo fixo é alto (aeronaves, manuseio e sistemas de carga), bem como seu custo variável, apresenta alto custo de combustível, mão-de-obra, manutenção, etc. As vantagens deste modo de transporte são a velocidade elevada, distância alcançada, segurança (roubos, danos e extravios), redução de custo com estoque.

Suas principais desvantagens são o custo de frete, tempos de coleta e entrega, manuseio no solo e dimensões ffsicas dos pordes de transporte dos aviões. Dutos A utilização do transporte dutoviário é anda muito limitada. Destina-se principalmente ao transporte de íquidos e gases em grandes volumes e materiais que podem ficar suspensos (petróleo bruto e derivados, minérios). A movimentação via dutos é bastante lenta, sendo contrabalançada pelo fato de que o transporte opera 24 horas por dia e sete dias por semana.

Os direitos de acesso, construção, requisitos para controle das estações e capacidade de bombeamento fazem com que o transporte dutoviário apresente o custo fixo mais elevado. Em contrapartida, o seu custo variável é o mais baixo, nenhum custo com mão de obra de grande importância. É portanto, o segundo modal com mais baixo custo, ficando atrás penas do modo de transporte hidroviário. Como vantagens, o transporte dutoviário se apresenta como mais confiável de todos, pois existem poucas interrupções para causar variabilidade nos tempos e os fatores meteorológicos não são significativos.

Além disso, os danos e perdas de produtos são baixos. Como desvantagem está a lentidão na movimentação dos produtos, o que inviabiliza seu uso para o transporte de perecíveis. 2. 3. Comparação 80F Ig dos produtos, o que inviabiliza seu uso para o transporte de perecíveis. 2. 3. Comparação entre as características operacionais os diversos modais Para se escolher o modal certo para o transporte do produto que se deseja entregar, deve-se observar as características operacionais relativas por modal de transporte. De acordo com Nazário (In: Fleury et al. 000: 130), em relação aos modais, há cinco pontos importantes para se classificar o melhor transporte: velocidade, disponibilidade, confiabilidade, capacidade e frequência. No Quadro 1, pode-se observar estas características, sendo que a pontuação menor, significa que o modal possui excelência naquela característica. Características Ferroviária Rodoviária Aquário Dutoviário Aéreo Velocidade 3 2 4 1 Disponibilidade 2 1 45 3 Confiabilidade 3 24 1 5 Capacidade 23 1 54 Freqüência425 1 3 Resultado 14 10 18 17 16 Quadro 1: Características Operacionais. Nazário (In: Fleury et al, 2000, p. 30) A velocidade é o tempo decorrido em dada rota, sendo o modal aéreo o mais rápido de todos. Já a disponibilidade é a capacidade que cada modal tem de atender as entregas, sendo melhor representado pelo transporte rodoviário, que permite o serviço porta a porta. A confiabilidade reflete a habilidade de entregar consistentemente no tempo declarado em uma condição satisfatória. Nesta característica, os dutos ocupam lugar de estaque. A capacidade é a possibilidade do modal de transporte lidar com qualquer requisito de transporte, como tamanho e tipo de carga.

Neste requisito, o transporte ENEGEP 2002 ABEPRO 4 23 a 25 de ENEGEP 2002 ABERRO 4 XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR hidroviário é o mais indicado. Finalmente, a frequência é caracterizada pela quantidade de movimentações programadas, é liderada pelos dutos, devido ao seu contínuo serviço liderado entre dois pontos. Na pontuação total percebe-se que a preferência geral é dada ao transporte rodoviário. Este ocupa primeiro e segundo lugar em todas as categorias, exceto em capacidade.

No Brasil, ainda existe uma série de barreiras que impedem que todas as alternativas modais, multimodais e intermodais sejam utilizadas da forma mais racional. Isso ocorre devido ao baixo nível de investimentos nos ultimos anos em conservação, ampliação e integração dos sistemas de transporte, pois houve mudanças pouco significativas na matriz brasileira, mesmo com as privatizações. 2. 4. Multimodalidade e Intermodalidade A multimodalidade pode ser definida como a integração entre modais, com o uso vários equipamentos, como conteners.

Já a intermodalidade caracteriza-se pela integração da cadeia de transporte, com o uso de um mesmo conteiner, um único prestador de serviço e documento único. No Brasil utiliza-se a multimodalidade. Segundo Nazário (Irv Fleyry et al. , 2000:145), uma das principais barreiras ao conceito da intermodalidade no Brasil diz respeito a sua regulamentação da prática do Operador de Transporte Multimodal (OTM). Com a implantação de um documento único de transporte, alguns estados argumentam que seriam prejudicados na arrecadação do ICMS. A integração entre modais pode ocorrer entre vários modais: aéreo-rodoviário, fer 0 DF 19

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