Papel do tradutor

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Visto com freqüência como uma tarefa árdua, o trabalho do tradutor sempre parece prometer sem conseguir cumprir a entrega do original em sua quase absoluta totalidade. Cay Dollerup (1995) considera, por exemplo, que em relação á língua materna, o domínio do tradutor na tradução pode alcançar até 95-97% de proficiência, mas ainda assim, jamais será completo, o que implica, por exemplo, que o ensino da tradução deve envolver a conscientização dos aprendizes acerca da impossibilidade da tradução perfeita.

O tradutor dificilmente conseguirá tornar uma tradução equivalente ao texto original. Há de se entender que a sua essência não desvinculará da verdade que o transmite. Além da complexa tarefa de dominar as línguas envolvidas no processo, aprender a traduzir significa necessariamente aprender a ler, ou seja, aprender a produzir significados a partir de um determinado texto, que sejam aceitáveis para a comunidade cultural da qual participa o leitor.

O tradutor precisa ser um leitor proficiente e analista de textos para que ele possa adquirir a sensibilidade para com aspectos macro e microlingüísticos de um texto, isto é macrolínguistico: o tipo de texto e a função que ele tem e icrolínguístico: os componentes de cada sentença de um texto que se articula para inter- relacionar entre si, dar tessitura a um texto. Ele precisa fazer o uso e a exploração de sinônimos, palavras relacionadas ou de conotações análogas.

Todos os elementos são parte da tessitura do texto e para recriação Swipe to view next page em outra língua, para ser bem sucedida, requer a sensibilidade e percepção do tradutor, que deve detectar esses aspectos estilísticos que fazem do texto original um texto interessante e gostoso de lê. ( Pagano,2000, p. 1 3) De acordo com Pagano é necessário buscar subsídios externos para a tradução de um texto, elementos como: informações e conhecimentos prévios à recriação do texto, e a utilização de recursos tecnológicos, capacidades como dedução, indução e assimilação entram nos requisitos para ser um bom tradutor. . 1 . Competências do tradutor Para os estudantes de língua inglesa, por exemplo, parece fácil o exercício da tradução devido ao acesso da língua por meios de livros didáticos, pela internet que fornece sites de traduções e muitas vezes pelo contato com cursos de idiomas. Porém o exercício de traduzir requer competências que exige experiência, dedicação e qualificação na área.

O pesquisador Stuart Campbell (1998) pôr exemplo aponta que a competência tradutória envolve habilidades chamadas inferiores como conhecimento léxico da morfologia e da sintaxe das línguas envolvidas, bem como o domínio de habilidades superiores que dizem respeito a níveis maiores de complexidade, como conhecimento de aspectos textuais de coesão e coerência, reconhecimento de macro-estruturas textuais e coligações lexicais e evidentemente domínio de registros e gêneros discu erção no contexto no qual o texto traduzido será 20F 10 incorporado.

A formação requer o desenvolvimento s que transcendem o conhecimento meramente evidentemente domínio de registros e gêneros discursivos e sua inserção no contexto no qual o texto traduzido será incorporado. A formação requer o desenvolvimento de habilidades que transcendem o conhecimento meramente desenvolvimento de habilidades que transcendem o conhecimento meramente lingüístico. ( Pagano, 2000, p. 3) A exemplo disso temos os “idioms” (idiomas) que aparentam para o aprendiz de tradução um determinado ignificado quando na verdade apresentam uma construção significativa totalmente diferente. Expressões como Catch someone ” s eye, Pay through the nose não significam “capturar o olho de alguém” ou “pagar pelo nariz” como se dá a tradução ao pé da letra e sim “chamar atenção” e “pagar preço caro”. Expressões idiomáticas, phrasal verbs (verbos frasais) são alguns dos exemplos que requer de um bom tradutor competências que transcendem o conhecimento meramente lingüístico.

A formação do tradutor e sua qualificação contínua são procedimentos essenciais para o exercício ético e adequado essa profissão. Também leva-o a aprofundar seus conhecimentos lingüísticos sobre tudo em relação aos aspectos discursivos que dizem respeito ao texto como todo. O tradutor necessita de diversos conhecimentos e habilidades para iniciar a tradução de um texto que envolve leitura, reflexão, pesquisa e ainda, redação, uma habilidade indispensável para o tradutor.

Quando o tradutor decide usar o dicionário como único instrumento de tradução, a tradução passa a ser superficialmente ou meramente significação de palavras. O tradutor deve usar estratégias para atingir suas metas e roduzir um texto bem sucedido. Sabemos que o tradutor enfrenta itens lexicais desconhecidos, estruturas sintáticas incompreensíveis, ambigüidades semânticas de difícil solução. Certamente um bom di o aprendiz de tradução a solu 30FIO semânticas de difícil solução.

Certamente um bom dicionário ajuda o aprendiz de tradução a solu semânticas de difícil solução. Certamente um bom dicionário ajuda o aprendiz de tradução a solucionar alguns termos desconhecidos, mas é necessário um amplo conhecimento lingüístico. De acordo com Arrojo (1986) se traduzir ependesse simplesmente de decorar algumas regras e de conhecer uma língua estrangeira, há muito tempo as máquinas de traduzir já teriam conseguido substituir o homem.

Silveira destaca qualidades essenciais e indispensáveis no tradutor, características como “humildade intelectual” expressa em completa submissão ao texto original, a “paciência” o que significa a disposição tenaz em vencer grandes e pequenas tentações, e enfim, a “honestidade” ou o firme propósito de alcançar a máxima fidelidade a fim de que o pensamento e a emoção do escrito original sejam transladados de um a outro idioma com perfeita inteireza. Estudiosos procuram sempre definir o tradutor em formação como uma figura em processo, alguém que está prestes a errar, a falhar em traduções.

Porém não reconhecem a disposição do tradutor e sua busca em aperfeiçoar os textos para que se ajustem num contexto ideal da língua falada. Mesmo um tradutor considerado bastante experiente muitas vezes se defronta com certas dificuldades ao traduzir textos considerados arcaicos. O bom tradutor de obras literárias de certa época nem sempre facilmente se adapta aos documentos de outra, o que verta com exemplar correção textos de ordem técni ialidade diversa; aquele que bem translade a 40FIO literatura erudita, que freqüentemente não poderá fa hos de folclore ou de linguajar regional. Silveira, desconhecidos, mas ê necessario um amplo conhecimento lingüistico. De acordo com Arrojo (1986) se traduzir verta com exemplar correção textos de ordem técnica, numa especialidade diversa; aquele que bem translade a literatura erudita, que freqüentemente não poderá fazê-lo em trechos de folclore ou de linguajar regional. (Silveira, 2004, p. 1 6) poderá fazê-lo em trechos de folclore ou de linguajar regional. Silveira, 2004, p. 6) É necessário entender que muitas vezes um tradutor pode exercer com perfeição a tradução de um texto da qual ele se identifique e tenha ao mesmo tempo grandes dificuldades ao traduzir um texto de uma determinada época que distancie da sua. Ele ver a atividade de traduzir como a feição de uma arte. Assim diz: “Como todas as artes, delicada, porque tendo de estar apoiada em elementos de execução técnica, terá de exercer-se com adequado senso criador. Na arte literária, quem escreve obedece à sua própria inspiração (… . No caso do radutor, a concepção foi fixada por outrem, em outra língua. Mas, se quem traduz é um escritor “sub-rogado”, não deixa de ser, ainda assim, e também um escritor, com personalidade própria”. (Silveira, 2004, p. 1 6) De fato, é necessário arte para escrever um bom texto. E para traduzir, necessita de capacitação e de qualificação. Nada mais justo do que titular aqueles que buscam as melhores formas de expressar, sem que fuja do texto a ser traduzido, a idéia e a real intenção, como verdadeiros artistas.

Já para aqueles que se limitam ao uso de um único ecurso como o dicionário, se limitam em capacitação e não deixam de transcrever simples palavras que muitas vezes se encontram fora de contextualização. O bom tradutor deve saber respeitar seu idioma e tudo fazer para acrescê-lo em recursos e vigor, sem que concorra, no entanto, para deturpá-lo por estrangeirismos equivocados, ou dispensáveis, ou por formas bárbaras de construção.

Silveira define o trabalho do tradutor como um dos tr 50F 10 Silveira define o trabalho do tradutor como um dos trabalhos in formas bárbaras de construção. Silveira define o trabalho do tradutor como um dos trabalhos intelectuais de maior mportância. O trabalho do tradutor, em nossa época, é um dos trabalhos intelectuais de maior importância e responsabilidade. A imensa maioria da opinião pública se baseia no que o tradutor escreve, na pressuposição de que ele “traduz” fielmente o que foi dito ou escrito em língua estrangeira.

Basta refletir um instante sobre isso, para que nos apercebamos incontinenti da tremenda responsabilidade moral e intelectual que recai sobre o tradutor. (Silveira, 2004, p. 23) Podemos concluir que o trabalho do tradutor é uma tarefa pesada, estafante, que requer, além dos requisitos já numerados, infinita paciência. Paciência para penetrar no sentido de certas frases ou de certos trechos intricados, paciência para procurar em dicionários, enciclopédias ou obras especializadas, o significado exato de uma simples palavra.

E que ao passar do tempo o manuseio de dicionários será cada vez menor, pois o tradutor estará se capacitando e ampliando o seu vocabulário no intuito de tornar fiel cada vez mais textos de diferentes estilos. E acrescentando formas peculiares que transmitam idéias que ás vezes não são claras nos textos originais, transladando rte e criação para o texto traduzido. 4. 2. A dificuldade do tradutor com “falsos amigos” ou expressões idiomáticas 60FIO Os tradutores em formação lidam com grandes di sua trajetória de traduções quando se deparam com tormas barbaras de construção.

Silveira detine o trabalho do tradutor como um dos trabalhos intelectuais de maior Os tradutores em formação lidam com grandes dificuldades em sua trajetória de traduções quando se deparam com os “falsos amigos”, palavras que se assemelham com a língua materna do tradutor. Este problema acaba deturpando o ssemelham com a língua materna do tradutor. Este problema acaba deturpando o sentido do texto original e acaba levando uma idéia contraditória para a o leitor. Palavras como intend, pretend, support e novel se assemelham com as palavras em português: entende, pretende, suportar e novela.

Mas sua real tradução é: Pretende, finge, apoiar e romance. Observamos que para o mal tradutor, o trabalho de analisar, pesquisar e certificar estas palavras muitas vezes é omitido pela esperteza e ligeireza de traduzir um determinado texto, não se importando com o leitor que necessita do texto para aprender determinados onhecimentos. Os maus tradutores – ou aqueles que, com imperdoável desonestidade intelectual, se improvisam em tradutores – cometem, quando deparam esses “falsos amigos”, os mais lamentáveis e ridículos enganos.

Desconhecendo a língua da qual traduzem, vão passando para o português, levianamente, palavras que, na língua estrangeira, significam outra coisa. Os “falsos amigos” os conduzem aos maiores disparates. (Silveira, 2004, p. 39) Outra análise que podemos fazer sobre os erros mais freqüentes do tradutor são os idioms, frases que ao traduzir alavra por palavra significam algo mais em que semanticamente tem significados diferentes. Alguns exemplos serão apresentados com o seu real significado: * To save one “s bacon – evitar-se perda ou dano. * To have the blues – estar triste, deprimido.

70FIO * A book worm – “rato” de biblioteca. levando uma idêia contraditoria para a o leitor. * To kick the bucket – esticar a canela, morrer. * To call in question – contestar. To call in question – contestar. * To carry a thing to far – exceder-se em algo. * Above board – dizer ou fazer alguma coisa abertamente. * Half baked – coisa ou pessoa improvisada. To come into – herdar. * To cool one “s heel – esperar longamente. * To cut a figure – fazer bela figura, sobressair-se. * A gay dog – pessoa jovial. * Dressed to kill – trajado com extremo apuro e elegância. * To be in the family way – diz-se da mulher gravida. Small fry – gente sem importância. * To end in smoke – acabar em nada. * To lay it on – exagerar. * To walk on the ice – arriscar-se. * To make up for anything – substituir, reparar. * Next to nothing- quase nada. *To make up one “s mind – resolver, decidir. * A pick me up – uma bebida alcoólica que levante o ânimo Fair play – conduta limpa e honesta. * By the way – a propósito. 80F 10 * To tell tails – contar mentiras. * Next to nothing – quase nada. * To take heart – tomar coragem. * To see a thing – ocupar-se de algo. * To wipe offthe slate – esquecer o passado. On the whole – de modo geral. * To do a good turn – fazer uma boa ação. * To wait upon a person – servir, cuidar de alguém. * To be caught red-handed – ser apanhado em flagrante. * To mean well – ter boas intenções. * To rain dogs and cats – chover sem parar. * To buy a pig in a poke – comprar de olhos fechados. * Once upon a time – era uma vez. Ao analisarmos as expressões acima pudemos ver que dificilmente uma tradução terá seu sentido perfeito e original perfeito e original se o tradutor não tiver a competência para saber estas expressões por domínio lingüístico.

Ele sempre fará uma má interpretação e tradução, se insistir em continuar usando métodos pobres para traduzir um texto. O verdadeiro tradutor precisa ser eficiente e capaz, ter todas as competências abordadas neste capítulo. Ele deve se questionar antes de ousar a traduzir algum texto, se ele está apto a fazer este trabalho, pois não estamos lidando com m recado ou com uma situação informal, estamos falando de escrita, de desempenhar um bom texto e que este texto vai ser discutido e levado para as salas de aula em qualquer nível educacional. ? necessário se qualificar, obter conhecimentos da língua que extrapole limites sintáticos. O autor do livro: A arte de Traduzir, Breno Silveira, explora tais questões e ele sugere para os tradutores em formação ou aqueles que buscam serem tradutores qualificados, materiais indispensáveis para atividade da tradução.

Para traduções de livros em Inglês, o tradutor precisa ter à mão as seguintes obras: Enciclopédia Britânica * Enciclopédia Americana * Webster internacional (2a edição) * The Roget”s Theasaurus of the English Language i gOFIO * Fowler”s Dictionary of Modern English Usage questionar antes de ousar a traduzir algum texto, se ele estã apto a tazer este trabalho, pois não estamos lidando com * The Roget” s Theasaurus of the English Language in Dictionary form * Um bom dicionário de mesa, de fácil manuseio, como o Webster Collegiate,o New College Standard Dictionary, ou o Thorndike – century; Senior Dictionary * The American Theasaurus of Slang, de Lester V. Berrey e Melvin Van den Bark * Dictionary of Slang and Unconventional English, de Partridge Slang and Unconventional English, de Partridge * Dicionário Inglês-Português, de Michaelis * Dicionário Inglês-Português, do Pe. Júlio Albino Ferreira. Holy Bible (King” s James Version), bem como a edição com o Imprimatur da Igreja Católica Romana. CONCLUSÃO A Tradução foi abordada por vários ângulos, desde a sua definição até a importância que se tem de recorrer uma boa tradução pelo um bom tradutor, procurei passar os métodos e as estratégias mais defendidas por alguns tradutores. Diante de tudo que foi mencionado no decorrer deste trabalho pode-se dizer que o tradutor ao transcrever um texto tem que manter a fidelidade em relação à obra original, sabe-se que não é possível a realização de uma tradução perfeita, 100% palavra por palavra, mas preservar a idéia e a real mensagem que é de estrema responsabilidade do tradutor pode e deve ser mantida.

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