Contabilidade bancaria de angola

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Joaquim Teles, que foi presidente do Sindicato dos Contabilistas do Rio de Janeiro e contador-geral do Banco Carlo Pareto S. A. : “Perde- se no turbilhão de muitos séculos, consumidos no cabriolar constante da Terra em torno do Sol, a origem dos bancos” Até onde a descrição histórica, nos seus primeiros ensaios, nos deixa perceber, vamos encontrar, muitos anos antes da era cristã, no comércio que faziam os hindus e os chi iros vestígios de operações bancárias.

Os hindus estendiam então o seu comércio para a China, para a Egipto, iam em suas caravanas ao era cristã, no comércio que faziam os hindus e os chineses os primeiros vestígios de operações bancárias. Os hindus estendiam então o seu comércio para a China, para a Pérsia e para o Egipto, iam em suas caravanas ao estendiam então o seu comércio para a China, para a Pérsia e para o Egipto, iam em suas caravanas ao mar Cáspio, em busca da Cólchida, nas margens do Ponto Euxino, que, como relata A.

Conrado, se tornou centro importante das riquezas da Índia. Seguindo ainda esse caminho, os produtos hindus vinham do importante empório da Cólchida até as idades gregas do Mar Negro, donde se supõe que eram levados à Europa. O extraordinário desenvolvimento do comércio Índico exigia avultados capitais, que não possuíam os caravanistas, obrigados por isso a recorrerem aos capitalistas, que lhes emprestavam a juros de 1 a 1 % ao mês, sob a caução de pedras preciosas e outros valores. Como descreve Boucher, citado por A.

Conrado em sua obra “O Comércio e a Navegação na História”, era usada a letra de câmbio, chamada undkgundi e por abreviatura undengui, que significa valor-papel, pequena bola, como querendo dizer apel que rola, que circula. Muitos anos depois da época a que nos reportamos, mais acentuadas se nos deparam as origens dos bancos e dos banqueiros nas operações que efectuavam os atenienses, romanos e lombardos, dos quais a notícia, zombando e resistindo à acção destruidora de muitos séculos, transmitindo-se de povo a povo, de nação a nação, conseguiu chegar até nossos dias.

Os trapezistas atenienses já se notabilizavam pela lisura com que procediam, recebendo dinheiro em conta corrente, de cuja operação não lhes era exigido recibo. Os argentários romanos também aziam operações de depósito de dinheiro, pelas quais pagavam reduzida taxa de juros, coberta pela diferença de taxa que pagavam os mercadores, aos quais faziam Página 5 de 116 CONTABILIDADE BANCÁRIA empréstimos, proporcio 50F 144 aos quais faziam CONTABILIDADE BANCÁRIA empréstimos, proporcionando assim a frutificação de capitais e lançando as primeiras bases para a constituição do banco.

Foram, entretanto, os judeus da Lombardia que concorreram para que a tais operações se desse o nome de operações de banco. Era costume entre judeus lombardos, trazer para a praça ou feira ma banca sobre a qual efectuavam as operações de compra e troca de moedas, de compra e venda de ouro e pedras preciosas e de depósitos ou restituição de dinheiro. Talvez venham dessa espécie de operações e dessa banca, sobre a qual eram elas realizadas, as palavras banco e banqueiro, constituindo tais palavras o baptismo tradicional chegado até nós.

Se por analogia nos foi dado achar a origem das palavras banco e banqueiro, vejamos pelo mesmo processo se nos é possível encontrar a origem da palavra bancarrota, cuja locução queria designar o fracasso de um banco. A esse racasso não escapavam os inexperientes banqueiros desses tempos, alguns dos quais pagaram muito caro pelo facto de se arrastarem à ruína. Quando tal fracasso sucedia, a população, em incontido e irreprimível enfurecimento, lançava- se contra o banqueiro, fazendo-lhe a banca em cacos e não raro deixando-o também em farrapos.

Dessa destruição da banca e do estado a que ficava reduzido o infeliz banqueiro originou-se, sem dúvida, a palavra bancarrota, que significa banco ou banqueiro quebrado, falido. Tanto para os romanos como para os gregos a profissão de comércio era onsiderado coisa desprezível, pois tais operações eram efectuadas por gente humilde, por escravos ou estrangeiros prisioneiros ou escravizados. Roma, que era rica e senhora do mundo, quand 60F 144 escravos ou estrangeiros prisioneiros ou escravizados.

Roma, que era rica e senhora do mundo, quando lhe faltou a fonte da qual hauria toda a sua riqueza, caíra em negra miséria. Esse estado de miséria a que chegara a rainha do mundo, onde entretanto havia grandes tesouros de arte, atraíra a cobiça de estrangeiros, que para ela afluíram com grandes capitais, empregando-os em diversas especulações. Entre as que mais seduziram esses estrangeiros estavam o comércio e a indústria, especialmente o comércio bancário.

Foi assim que, segundo os melhores historiadores, se criara em 1 1 57, conforme opinam alguns, ou em 1 1 71 , na opinião de outros, o primeiro banco – La Banca di Venezia – na cidade. Pouco mais de um século após e nos moldes do então célebre Banco de Veneza, criaram os barceloneses a Taula de Cambi, em 1349. Meio século depois que se criara o Banco de Barcelona, se fundava no limiar da Idade Média, em 1409, o Banco de São Jorge, de Gênova, o mais célebre banco desse tempo, segundo Girolamo Boccardo.

O Banco de São Jorge, que chegou a tornar-se perigoso para o Estado pela sua grande importância, durou quase quatro séculos, vindo a falir em 1797. Em seguida, fundou-se, em Florença a Banca Salimberni, cuja importância foi também notável, pois chegou a possuir cerca de cem agências espalhadas por diversas partes do mundo. A Idade média, com as suas cruzadas religiosas, trouxe ao comércio um grande desenvolvimento económico.

Foi durante essas cruzadas que os europeus, entretanto em contacto com os orientais por terra e escobrindo o caminho marítimo das Índias, deram extraordinária expansão ao seu comércio, criando para ele a necessidade 7 OF144 marítimo das Índias, deram extraordinária expansão ao seu comércio, criando para ele a necessidade de grande movimentação de capitais. Essa expansão comercial concorreu, sem dúvida, para uma extraordinária difusão de bancos na Itália, Alemanha, França, Inglaterra e em outros países da Europa.

Dos bancos então criados, dois conseguiram resistir aos embates das lutas oriundas de tal expansão e chegar até aos nossos dias, ostentando na sua grandeza actual ma tradição gloriosa. O primeiro, fundado com o nome de Banca della Pietà, em 1 539, tem hoje o nome de Banca di Napoli e é um dos maiores bancos do mundo e de mais perfeita organização. O segundo, fundado em 1 622, é o Monte di Paschi di Siena, que existe ainda e é considerado a melhor instituição de crédito da Toscana.

Além desses, outros bancos surgiram, os quais, pela sua organização e funcionamento, mereceram destaque como instituições que marcaram presença em suas épocas: O Banco de Amsterdam, em Amsterdam, Holanda, fundado em 1609. O Banco de Hamburgo, em Hamburgo, Alemanha, fundado em 1 619. O Banco da Inglaterra, em Londres, Inglaterra, fundado em 1 694 e cuja estrutura serviu de modelo aos demais bancos organizados naquela e em épocas posteriores O Banco de França, em Paris, França, fundado em 1 716. 1781.

O Bank of North America, em Filadéfia, Estados Unidos, fundado em E é assim que, em lugar do obscuro judeu, do trapezista e do argentário romano, em lugar da modesta “banca”, cujo despedaçar constituía desastrada perda, temos os grandes bancos hodiernos, o moderno banqueiro, homem versado em Economia Política e Finanças, hábil no manejo dessa coisa complexa que se chama câmbio e nas grandes operações e crédito, seguro manejo dessa coisa complexa que se chama câmbio e nas grandes operações de crédito, seguro dos resultados desse manejo, encarando sem receio o jogo constante de grandes e avultadas somas.

Sobre o actual banqueiro pesa, em grande parte, a responsabilidade de árbitro da expansão económica da nação, pelo muito que pode e deve cooperar no desenvolvimento do seu comércio, da sua indústria e da sua agricultura. Página 7 de 116 1. 1 . 2- Em Angola Antes de descrever a evolução histórica na banca em Angola, importa fazer uma breve incursão na história deste país, que tornou-se nação em 1 1 de Novembro de 1975.

Quando o navegador português Diogo Cão atracou, em 1482, na foz do rio Zaire (ou Congo) encontrou no território que hoje faz parte da República de Angola sociedades estruturadas em reinos, com uma organização económica e social baseada na propriedade colectiva sobre os meios de produção. De relações de cordialidade e amizade estabelecidas inicialmente entre Portugal e o então Reino do Congo, entretanto, e partindo de rumores de que existia prata em Cambambe, aumentou a apetência pela posse desta parcela de território para o enriquecimento da monarquia portuguesa.

A presença colonial se fez sentir de forma permanente a partir de 1 575 quando Paulo Dias de Novais desembarcou na Ilha das Cabras (hoje Ilha de Luanda), que funcionava como Casa Forte do Reino do Congo, pois os búzios que abundavam naquele istmo desempenhavam o papel de moeda em toda a extensão do reino.

No ano seguinte e por instruções do Rei de Portugal, Paulo Dias de Novais com cerca de 20 famílias portu -se na Ilha de Luanda, dando início ao processo de 144 ocupação do território Paulo Dias de Novais com cerca de 20 famílias portuguesas instalou-se na Ilha de Luanda, dando início ao processo de ortuguesas instalou-se na Ilha de Luanda, dando início ao processo de ocupação do território que só veio a concluir, de facto, em 1917 com a derrota de Mandume Ya Ndemufayo, Rei dos Kwanhamas, no dia 6 de Fevereiro de 1917.

O período colonial pode ser subdividido em 4 etapas, que, todavia, não devem ser consideradas herméticas e perfeitamente delimitadas pois subsistiram entre elas vestígios comuns: 1 . 2. 3. 4. Comércio desigual (1482-1500) Tráfico de escravos (1500-1885) Ocupação e exploração do território (1885-1961 ) Guerra de libertação nacional(1961-1975)

Na base dos primeiros contactos e face a grande ânsia de enriquecimento da monarquia, os portugueses trocavam quinquilharias, bebidas e tecidos por enormes quantidades de ouro e marfim, pautando-se numa desigualdade aberta e que facilitou, após a descoberta do Brasil em 1 500, a introdução de outra forma de comércio mais dramática e angustiante: o tráfico de escravos! Foi longa a agonia que os nativos tiveram de suportar ao serem transformados em objectos de trabalho para as plantações de cacau, café e cana-de-açúcar nas américas.

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