A blblia no brasil

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INTRODUÇÃO O ano de 1808 foi de grande importância para a história nacional. Muitos estudiosos o consideram como sendo o ano do verdadeiro descobrimento do país. O destaque deve-se à vinda da famllia real portuguesa e as consequências que gerou para o Brasil. A abertura dos portos às nações amigas, autorizada por Dom João VI, logo em sua primeira parada, na Bahia, contribuiu para o desenvolvimento da colônia. O que parecia ser um acordo comercial para beneficiar a Inglaterra, que havia livrado a família real das garras de Napoleão Bonaparte, acabou se mostrando um ato que transformaria a ida colonial.

A influê igreja protestante qu cp PACE 1 or7 por causa da abertur a Novo Testamento e O texto, feito exclusi Istória, inclusive da qui. Foi justamente ç: p eiras traduções do s terras brasileiras. 1808, é resultado do trabalho da Sociedade 3 lica Brit nica e Estrangeira, entidade que ajudou a difundir as Escrituras em todo o mundo. Os exemplares do Novo Testamento que entraram no país logo após a abertura dos portos foram produzidos a partir da versão de João Ferreira de Almeida, primeiro tradutor da Blblia para o português.

Apesar da relevância histórica, não existem nformações precisas sobre quando os primeiros volumes teriam desembarcado por aqui. Porém, acredita-se que partes dessas “novas bíblias” só começaram a chegar ao país a partir de 1809, junto com os pertences dos estrangeiros e por intermédio Swipe to vlew next page dos colportores (espécie de missionários que tinham como trabalho divulgar e explicar as Escrituras).

MUDANÇAS E CRESCIMENTO As bíblias em português e a presença evangélica estrangeira contribuíram para que em 1810 fossem assinados, entre Portugal e Inglaterra, os tratados de Comércio e Navegação e o de Aliança e Amizade. Embora péssimos do ponto de vista comercial, os tratados foram essenciais para garantir o futuro da igreja evangélica no país. Na verdade, a permissão dada pela Coroa Portuguesa para que os forasteiros praticassem suas religiões não foi uma inlciativa própria, mas uma imposição da Inglaterra.

Para evitar que os ingleses, na maioria protestantes, viessem comercializar produtos ou morar na colônia da América do Sul e fossem vítimas de perseguições, o décimo segundo artigo do Tratado de Comércio e Navegação assegurava a liberdade religiosa para os estrangeiros, enquanto que o artigo 50 do Tratado de Aliança e Amizade impedia a instalação da Inquisição.

Além disso, o governo português permitiu os cultos protestantes e a construção de templos sem “aparência exterior de igrejas” A vinda do movimento missonário protestante no século 19 coincidiu com as lutas pela independência na América Espanhola e com a abertura do continente ao capitalismo, que dava seus primeiros passos. O protestantismo não somente trouxe uma mensagem evangélica dirigida às profundas necessidades espirituais do continente, mas chegou juntamente com transformações sociais e politicas, o que representou uma opção e mudança. Sem a Biblia, não existiria a igreja evangélica no Brasil. Grande parte das convers PAGFarl(F7 opção de mudança. “Sem a Bíblia, não existiria a igreja evangélica no Brasil. Grande parte das conversões se deu pela leitura da Biblia, que era considerada um tesouro pelos primeiros crentes”, afirma o historiador e professor assistente do departamento de Teologia da Faculdade Evangélica de Brasília, Isaías Lobão Pereira Júnio Embora fosse ter um grande significado para futuras gerações de brasileiros, nos primeiros anos no país a Bíblia pouco efeito fez à vida da população.

Alguns fatores colaboraram para que isso acontecesse. A resistência do clero, que não via com bons olhos o acesso das pessoas ao Livro Sagrado, foi um deles. Porém, o maior obstáculo foi mesmo o analfabetismo. Não é de hoje que esta é uma das grandes vergonhas nacionals. No século 19 era ainda pior. Quando os primeiros Novos Testamentos chegaram, a maioria da população não sabia ler e escrever. por causa dessa deficiência, durante muito tempo o grande público só tomou conhecimento das histórias bíblicas apenas pela audição de textos lidos em missas, escolas e encontros domiciliares.

Essa realidade só começou a mudar quando o número de alfabetizados aumentou. Mesmo em pleno século 21 , este recurso de divulgação da Palavra de Deus ainda continua sendo usado em larga escala pelo Brasil. O sociólogo da religião Leonildo Silveira Campos garante que a Bíblia passou a ocupar um lugar de destaque no cotidiano nacional apenas na segunda metade do século 20. “Não se pode afirmar que a introdução da Bíblia foi um divisor de águas, tal como a chegada da família real. O impacto da Bblia aconteceu na medida em que pessoas foram se PAGF3rl(F7 a chegada da família real.

O impacto da Bíblia aconteceu na medida em que pessoas foram se tornando protestantes. Elas carregavam, liam diariamente, e os cultos protestantes eram centrados na leitura e no comentário do texto lido”, explica. Diferente do que aconteceu em muitas nações, quando representou o elo principal para a preservação da língua e da própria identidade nacional, no Brasil, por causa da diversidade de influências recebidas durante 507 anos de história, as Escrituras não foram o único ícone na formação da cultura brasileira.

Para Antônio Carlos de Melo Magalhães, diretor da Faculdade de Filosofia e Ciência da Religião da Universidade Metodista de São Paulo, as maiores contribuições da Biblia ? cultura nacional foram: construção de acervo para as diferentes narrativas da literatura brasileira; narrativas e enredos bíblicos começaram a servir de tema para muitas expressões da arte; as religiosidades passaram a usá-la como devoção particular; narrativas e personagens fazem parte do imaginário nacional. Podemos dizer que a Bíblia pertence não somente às igrejas cristãs, mas à cultura e à sociedade em nosso país. Creio que ificilmente encontraremos um brasileiro que não conheça alguma história bíblica e que não tenha sido interpelado por alguma de suas narrativas”, reforça. A popularidade e o contato com pessoas dos mais diferentes níveis socioeconômicos permitiram que cada individuo criasse uma relação própria com a Palavra de Deus. “As pessoas usam- na em diferentes espaços, tanto naqueles considerados sagrados quanto nos chamados profanos. ? interessante notar que suas histórias naqueles considerados sagrados quanto nos chamados profanos. É interessante notar que suas histórias já estão entrelaçadas om muitas do cotidiano das pessoas e seus personagens são interlocutores permanentes das biografias. Indivíduos de diferentes classes e lugares sociais visitam as narrativas do texto sagrado. A Bíblia, assim como foi disseminada, talvez seja o principal livro na formação religiosa do Brasil”, enfatiza Melo. Nem sempre a relação entre os brasileiros e as Escrituras se deu de forma pac[fica.

O professor do departamento de Teologia da PUC-SP (Pontificia Universidade Católica) Rafael Rodrigues da Silva explica que nos primeiros anos o Brasil não se tornou cristão ela leitura da Bíblia, mas sim “pela imposição colonizadora”. Segundo ele, nesse momento da história, “a cruz e a espada determinam a cristianização”. Ou seja, “a prática religiosa ocorria pela doutrinação e não pela utilização do texto sagrado”. Esta forma de “evangelização” só terminou com a chegada dos missionários protestantes no século 19, que utilizavam a Bíblia como instrumento de conversão e base da fé crista. A dinâmica da leitura da Bíblia vai ser impulsionada pelos grupos e etnias que vivem na margem e, mais tarde, pela migração de missionários indos da Reforma”, ressalta. “Devemos comemorar a leitura polltica da Blblia realizada pelos grupos de resistência, Indo além de uma mera visão triunfalista. Hoje, devemos buscar nas raízes da resistência uma leitura inserida na realidade, que provoque um olhar crítico, e leve cristãos a lutarem por vida digna e humana, a partir da justiça, da solidariedade e d leve cristãos a lutarem por vida digna e humana, a partir da justiça, da solidariedade e da espiritualidade”, prega.

TRADUÇOES Em 1847 foi publicado O Novo Testamento, traduzido pelo frei Joaquim de Nazaré, baseado na Vulgata, sendo esta a primeira tradução parcial do texto bíblico feita no Brasil. Mais tarde, a Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro publicou a primeira edição do Novo Testamento de Almeida; a esta se seguiram a do padre Santana, com o Evangelho de Mateus, a de Basílio Teles, com a do Livro de Jó e a do padre Huberto Rohden, que foi o prmeiro católico a traduzir no Brasil o Novo Testamento diretamente do grego.

Dentre as traduções completas destacam-se as efetuadas pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) que, em 1948, fez duas revisões o texto de Almeida, uma delas mais aprofundada, que deu origem à Edição Revista e Atualizada no Brasil, e uma menos profunda, que conservou o antigo nome Corrigida. Recentemente, em 1988, a SBB traduziu e publicou a Bíblia na Linguagem de Hoje, com a finalidade de apresentar o texto bíblico numa linguagem comum e corrente.

Em 1990, a Editora Vida publicou a sua Edição Contemporânea da Bíblia de Almeida, eliminando arcaísmos e ambiguidades do texto de Almeida, mas preservando a excelência do texto que serviu de base. CONCLUSÃO Embora a influência da tradução da Bíblia em português ainda ão tenha sido profundamente estudada, considera-se que a versão feita por João Ferreira de Almeida é a obra mais publicada e lida na história da lingua portuguesa.

Como a leitura é elemento fundamental para a preservação da I PAGFsrl(F7 na história da língua portuguesa. Como a leitura é elemento fundamental para a preservação da língua e, em boa parte, determinante para o uso que as pessoas fazem do idioma, sem dúvida alguma, a Blblia teve papel importante. Apesar de ser um dos países onde o número de evangélicos e leitores do Livro Sagrado aumenta gradativamente, muita oisa ainda precisa ser feita para que a identidade nacional seja moldada pelos padrões bíblicos.

Por outro lado, sua influência na cultura brasileira foi tão significativa que é poss[vel ver sua presença em várias áreas, o que torna dificil imaginar o que seria o Brasil sem este importante elemento. Ao longo dos anos, outras iniciativas tiveram até maior importância para a popularização da Bíblia em terras braslleiras, mas o primeiro contato, em português, há 204 anos, é uma data que merece ser sempre lembrada. Mesmo que inicialmente não tenha surtido efeitos duradouros, pois os cultos eram ealizados nos lares e geralmente em inglês.

Mas a semente do Evangelho foi plantada e menos de um século depois, as raízes se espalharam por toda a nação para não mais sair. Ao mesmo tempo, torna-se fácil imaginar o que poderia ser o país se esta influência fosse maior. Se de fato lêssemos a Bíblia com atenção e buscássemos os princípios do projeto de Deus e do Evangelho, teríamos um Brasil com baixo índice de injustiça e desigualdade social. BIBLIOGRAFIA Geisler, Normam. Nix, William. Introdução Bíblica. Editora Vida. 2005 Internet, Site. httpWvictorhfm. multiply. com

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