Alfabetização e letramento

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Alfabetização e Letramento O processo de construção da escrita infantil Profas. Luana Serra Elias, Débora Gil Souza e Tatiana Ramires Franqueira Ementa: O presente texto procura abordar alguns aspectos a respeito da pesquisa realizada por Emília Ferreiro e Ana Teberosky acerca de como se processa a construção da escrita segundo o pensamento infantil, desmitificando o processo de alfabetização e tornando esse aprendizado muito mais significativo e democrático. Palavras-chave: Psicogênese da língua escrita e alfabetização. No contexto educaci Emilia Ferreiro e suas anteriormente era co id. – S. wp view next page e nao um processo a se conhece a respeit esquisas de abetização, que mento pontual to, pouco ainda profundidade e comumente podemos constatar interpretações errôneas acerca da mesma. Em linhas gerais, o objetivo do trabalho desses pesquisadores baseia-se em mostrar que existe uma nova maneira de considerar os “fracassos” enfrentados pela criança, demonstrando que a aprendizagem da leitura e da escrita inicia- se muito antes do início de sua escolarização, pois a escrita, por ser um objeto de função fundamentalmente social, já faz parte do cotidiano dos educandos.

Constatou-se que nenhuma criança entra na escola sem nada saber sobre a escrita e, que o processo de alfabetização é longo e trabalhoso, independente da class Sv. ‘ipe to View next page -lal Studia classe social ou melo que a criança vive. Assim, tendo em vista que ensinar a ler e a escrever continua sendo uma das tarefas especificamente escolares, mas devido à escola, na maioria das vezes, desconsiderar a forma própria de pensar da criança, ou seja, suas construções individuais, um número significativo de crianças fracassa em seu processo de alfabetização.

Por essa razão, a pesquisa foi e continua sendo e grande importância e mudanças significativas no contexto educacional, uma vez que os estudos científicos possibilitam compreender os fatores que influenciam direta ou indiretamente o processo de construção do conhecimento, sejam eles biológicos, psicológicos ou sociais, assim como, a importância da formação dos educadores que atuam no processo de alfabetização das crianças, pois essa pesquisa não demonstra mais um método a ser utilizado, mas reivindica, uma mudança na forma de pensar, praticar, e conceber a alfabetização.

O objetivo maior do trabalho foi apresentar a interpretação do rocesso de aquisição da escrita do ponto de vista de quem aprende, embasada nas pesquisas realizadas por um período de dois anos, com crianças de diferentes nacionalidades, com idade entre quatro e anos (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999). Ferreiro e Teberosky (1999) ressaltam que entre as propostas metodológicas e as concepções infantis, existe uma distância que pode medir-se em termos do que a escola ensina e do que a criança aprende.

O que a escola pretende ensinar nem sempre coincide com o que a criança consegue apren aprende. O que a escola pretende ensinar nem sempre coincide com o que a criança consegue aprender. Nas tentativas de desvendar os mistérios do código alfabético, o docente procede passo a passo, do que ele considera simples ao complexo, fragmentando todo o processo de aquisição da língua escrita.

Essa forma que a escola vem “ensinando” a escrever, desconsidera todo o processo de construção da criança, que na verdade, para adquirir o código alfabético, reinventam a escrita, a sua maneira. Isso porque a escrita é um processo de construção pessoal, e não uma mera cópia de um modelo externo. Ainda para as autoras, no decorrer da pesquisa, foi possível perceber que todas as crianças, independente de sua acionalidade, passa em seu processo de construção da escrita pelas mesmas etapas que o homem passou quando “descobriu” a escrita.

De uma forma geral, refazem a mesma trajetória que a humanidade percorreu no surgimento da escrita, ou seja, passam pela fase correspondente à escrita pictográfica (forma mais antiga de escrita, usada pelo homem para representar só os objetos que podiam ser desenhados), à escrita Ideográfica (consistia no uso de um sinal ou marca para representar uma palavra ou conceito) e à escrita logográfica (constituída de desenhos, referente ao nome dos objetos -som – e não ao objeto em si).

Para Ferreiro (2001 a), a psicogênese realiza um processo de recontar a es-crita, pois propõe que seja desconsiderada a concepção prévia que o adulto tem sobre a escrita, uma vez que as hipóteses parecem ser ób 3 concepção prévia que o adulto tem sobre a escrita, uma vez que as hipóteses parecem ser óbvias e naturais para um adulto alfabetizado por um método apresentado das partes para o todo, assim nao são para as crianças.

Portanto, essa é a única forma para que o adulto e mais especificamente, o professor, possam compreender como ocorre o processo de construção da escrita ela criança e, conseqüentemente, mude as posturas tradicionais de ensino, gerando práticas de alfabetização democráticas. É de suma importância a mudança nessa concepção sobre a escrita para que se entenda que a alfabetização acontece em um trabalho conceitual.

A escrita foi transformada pela escola de objeto social em objeto escolar, pois se considera proprietária desse objeto de grande importância social. Com isso, a escrita foi reduzida a um instrumento para evoluir na escola, para passar de ano. Essa posição precisa ser repensada, pois a escrita só é importante na escola por ser fora dela. Ferreiro e Teberosky (1999) destacaram-se dentre todas as hipóteses de construção externadas pelas crianças, quatro hipóteses fundamentais para compreensão de como as crianças adquirem a linguagem escrita.

São elas: • Pré-silábica – caracterizada pela fase icônica, onde a crianças acredita que escrever é desenhar o objeto. Aparecem tentativas da criança de correspondência entre a escrita e o objeto referido (realismo nominal), associando, por exemplo, o nome de uma pessoa a idade que ela tem, portanto os números de letras deverão está de acordo com esses 4 deverão está de acordo com esses critérios.

Outras características principais dessa fase são: os diferentes estilos de escrita das crianças na fase inicial da escrita; as problemáticas quanto ? orientação espacial da escrita; ora a escrita é representada por letras, ora por desenhos, ou com ambos, há grande dificuldade em estabelecer diferença entre as atividades de escrever e desenhar; a quantidade mínima de caracteres exigidos e a variedade desses caracteres. ?? Silábica É o início da fonetização da escrita, ou seja, a criança escreve relacionando as unidades da escrita às unidades da fala. Ela descobre que a escrita representa os sons da fala e passa a screver uma letra para cada sílaba, controlando a quantidade necessária de sílabas para cada palavras. Algumas crianças podem apresentar uma escrita silábica sem valor sonoro, pois observam a quantidade, mas não a qualidade das letras.

Por exemplo, pode escrever RAFI, para borboleta, que apresenta quatro sílabas ou PTA para camelo, que tem três sílabas. Quando aprendem o valor convencional das letras do alfabeto, as crianças utilizam para cada sílaba, uma letra (vogal ou consoante) com valor convencional, ou seja, descobre que o Importante não é apenas a quantidade, mas também a qualidade das letras. ??? Silábico-alfabética – essa fase é de transição entre a hipótese silábica e a hipótese alfabética, a criança abandona a primeira hipótese e descobre que necessita analisar outras possibilidades de escrit S abandona a primeira hipótese e descobre que necessita analisar outras possibilidades de escrita, uma vez que ela vai além da sílaba pelo conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima de letras, além do conflito entre as formas gráficas que o meio lhe impõe e a leitura dessas formas com base na hipótese silábica. ?? Alfabética -é a etapa final da evolução, pois a criança ao chegar essa hipótese compreendeu que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a silaba e realiza sistematicamente, uma análise sonora dos fonemas das palavras que necessita escrever. As dificuldades a partir dessa hipótese não serão mais conceituais e sim ortográficas, pois a criança ficará exposta às dificuldades próprias do sistema ortográfico da língua materna.

A psicogênese da língua escrita possibilita não só um novo pensar sobre o ato de alfabetizar, como também sobre todo o processo de construção do conhecimento do indivíduo, enquanto ser ensante e criativo, dotado de capacidades inatas e adquiridas. Referências bibliográficas FERREIRO, Emilia; PALACIO, Margarita Gomes. os processos de leitura e escrita: novas perspectivas. Traduzido por: Luiza Maria Silveira. 3 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. FERREIRO, Emilia (Org).

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