Antraz ou carbunculo
ANTHRAX OU CARBÚNCULO HEMÁTICO DESCRIÇAO: O Carbúnculo Hemátlco ou Anthrax, é uma zoonose, isto é, uma doença de animais. É uma enfermidade infecto-contagiosa, cosmopolita e altamente fatal que atinge mamferos domésticos e selvagens, o homem, e em circunstâncias especiais, também as aves. Toxiinfecçáo aguda que, em geral, acomete a pele sob as formas de lesão-bolhosa e pústula maligna, produzida pelo contato com animais (bovino, cap or13 As Infecções de carb herbívoros doméstic camelos e antílopes. m a mesma doença. o excepcionais, em cas, cabras, ovelhas, O carbúnculo está espalhado por todo o mundo. mais comum em países em desenvolvimento ou em países sem uma política pública de saúde que ataque o problema, já que as vacinações são a regra nos países desenvolvidos. A doença é mais comum em algumas regiões como a Aménca Central, América do Sul, Sul e Leste da Europa, Ásia, África (presente na fauna selvagem), Caraíbas e Médio Oriente. HISTORICO DA DOENÇA O Carbúnculo Hemático ou Anthrax é uma doença infecciosa, conhecida desde a antiguidade.
Foi uma das 7 pragas do Egito. Foi a quinta praga do Egito no século XV A. C. omo uma epidemia que se alastrava nas margens do rio Nilo atingindo cavalos, anthracis para vacinar animais. Foi a primeira vacina desenvolvida em laboratório. Desde o início do século 20 que o B. anthracis passou a ser estudado como arma biológica, aproveitando a sua virulência e capacidade de formar esporos com grande resistência ao meio. Foi usada apenas uma vez como arma durante a II Guerra Mundial pelo exército japonês na ocupação da Manchúria.
AGENTE ETIOLÓGICO O carbúnculo ou antrax é uma doença bacteriana aguda, causada pela Bactéria BACILLCJS ANTHRACIS, bacllo Gram positivo, eróbio, não hemolítico, formador de esporos. Tem o formato de bastonete, medindo em torno de 1 a 5 micros. Seu nome deriva do grego anthrakis, carvão, pois a forma cutânea causa lesões pretas, semelhantes ao carvão. Os animais se infectam por ingestão de esporos e apresentam grande debilldade fisica acompanhada de hemorragias, podendo infectar seres humanos.
O risco de se contrair a doença no Brasil atualmente é mínimo. BACILLUS ANTHRACIS FONTE DE INFECÇÃO Fl – mamíferos silvestres e domésticos (bovinos, ovinos, caprinos, camelos, antílopes e outros herbívoros) Os esporos resistem wáveis em solos contaminados e em couros secos, pois quando se expõem ao ar as formas vegetativas esporulam e os esporos de B. Anthracis, que resistem a situações ambientais adversas e à desinfecção, podem permanecer viáveis durante muitos anos. Este bacilo é comensal do solo, em várias partes do mundo.
A prori iana e o número de 13 terra também pode ser contaminada por aves de rapina, que disseminam o germe de uma zona para outra, após alimentar-se de cadáver de animal infectado pelo B. Anthracis e em estado de putrefação. A pele, couro seco ou processado, provenientes de animais nfectados, podem albergar esporos durante anos e são fomites que transmitem a infecção pelo mundo. Transmissão pessoa a pessoa da forma inalatória de antraz não foi confirmada até hoje, portanto o homem não é considerado fonte de infecção.
VIA DE TRANSMISSÃO E ELIMINAÇÃO Via de transmissão: Contato direto da pele lesada com produtos animais contaminados pode causar antraz cutâneo. Insetos podem ser vetores mecânicos dos esporos (pouca importância epidemiológica). Ingestão de carne infectada crua ou mal-passada pode causar formas orofaringeana ou gastrointestinal na doença. Inalação de esporos aerosolizados, associados com processamento industrial de la, pêlos ou couro pode resultar em antraz por inalação.
A transmissão direta de um indiv[duo infectado para uma pessoa sadia é pouco provável de ocorrer Via de Eliminação: não é eliminado do organismo do animal, embora esteja presente no sangue. Os esporos estão presente no solos, em lã e pêlo de animais e na carcaça de animais infectados. com a bactéria ou com os seus esporos ficam infectados. Os carnívoros podem infectar-se comendo a carne dos herbívoros infectados No Homem: O Homem ocasionalmente pode infectar-se ao lidar com nimais infectados, nos estábulos, nos matadouros ou mais freqüentemente ao tratar peles ou lãs de animais infectados.
As peles e os pêlos dos animais podem conter esporos do bacilo do carbúnculo, se a doença existe nos animais de uma dada região. Os solos dessa região estão muitas vezes também infectados Essas regiões foram, no passado, chamados de “campos maldltos” por darem doença mortal ao gado. Existem ainda regiões assim, em África e na Ásia especialmente. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE Transmissibilidade: Quando a contaminação se dá por objetos e solos contaminados or esporos, estes permanecem infectantes por décadas.
Susceptibilidade: Homem e mamíferos silvestres e domésticos. Todos os mamíferos parecem ser susceptíveis ao anthrax em algum grau, mas ruminantes como bovinos, caprinos e ovinos são mais susceptíveis e comumente afetados, seguidos por cavalos e suínos. Pode raramente acometer aves. Existem dados de infecção não manifestadas em pessoas que mantém contato frequente com o agente infeccioso. PERÍODO DE INCUBAÇÃO Os sintomas e período de incubação do antraz em humanos variam em dependência da via de transmissão da doença. mais. SINTOMAS EM ANIMAIS
Bovinos e Ovinos: Sinais clínicos, como febre, tremores musculares, dificuldade respiratória e convulsões, normalmente passam desapercebidos. Após a morte, pode ocorrer sangramento dos orifícios naturais do corpo, rápido inchaço, falta de rigor mortis e presença de sangue não coagulado. Esta falha na coagulação é devido a uma toxina liberada pelo bacilo. Cavalos : A doença é aguda e pode durar até 96 horas. Manifestações clínicas dependem de como a infecção ocorreu. Se foi devido à ingestão de esporos, septicemia, febre, cólica e enterite proeminente.
Se devido à transmissão mecânica pela picada e insetos é caracterizado por inchaço subcutâneo no local da picada, que fica dolorido, edematoso e quente, e que se espalha para a garganta, nuca, tórax, abdômen, prepúcio e glândulas mamárias. Estes animais podem ter febre alta e dispnéia devido ao edema de garganta ou cólica devido ao envolvimento do intestino. Suínos, cães e gatos: Normalmente apresentam um inchaço característico do pescoço e acometimento dos linfonodos regionais, que causam disfagia e dispnéia. A forma intestinal causa enterite severa.
Muitos carnivoros aparentemente tem uma resistência natural e não é incomum se recuperarem. MORTE SUPER AGUDA EM BOVINOS Nos animais o carbúnculo hemático apresenta-se sob três formas distintas: FORMA SUPER AGUDA OU PAGF 13 putrefação é rápida. FIGURA 1: EDEMAS GENERALIZADOS EM EQUINOS FIGURA2 CONGESTAO E EDEMA PULMONAR EQUINO FORMA AGUDA: Ocorre principalmente em equinos e bovinos os quais apresentam hipertermia, congestão e edema pulmonar intenso, cianose das mucosas, dispnéia, edemas generalizados, transtornos digestivos, sobrevindo o coma e a morte em 24-48 horas.
FORMA SUB AGUDA: acomete normalmente suínos, mais raramente eqüinos e bovinos, o que leva a uma dificuldade no diagnóstico. Os animais apresentam febre, dispnéia, edema de glote, estertores e transtornos digestivos com diarréia sanguinolenta, ocorrendo a morte em 48-72h. SINTOMAS NO HOMEM E FORMAS Homem: Forma Cutânea : Maioria (>95%) da ocorrência natural de infecções por B. anthracis é por via cutânea e ocorre quando a bactéria entra pela pele lesionada (corte ou abrasão), durante o manuseio de carne, lã, couro ou pêlos de animais infectados.
A infecção cutânea inicia se com uma pequena pápula, que progride para uma vesícula em 1-2 dias, e erupciona, deixando uma úlcera necrótica com centro negrecido. Vesículas secundárias podem ser observadas. A lesão é normalmente indolor. Outros sintomas podem incluir aumento dos linfonodos adjacentes, febre, mal-estar e dor de cabeça. Se for tratada, quase nunca causa a morte. Forma gastrointestinal : garganta, disfagia, febre e linfoadepatia regional. O envolvimento do intestino é caracterizado pela inflamação aguda do intestino.
Sinais iniciais de náusea, perda de apetite, vômito e febre são seguidos por dor abdominal, hematemese e melena. Se não for tratada leva à morte em cerca de 25 a 60% dos casos. Forma inalatória (pulmonar): Antraz inalatório é resultado da inspiração de esporos de B. anthracis. O perfodo de incubação está inversamente relacionado com a dose de exposição. Além disso, a administração de quimioprofilaxia pós-exposição pode prolongar o período de incubação. Estudos com animais de laboratório sugerem o B. anthracis continua na forma de esporos por várias semanas após a infecção do hospedeiro.
Este fenômeno de retardo do início da doença não é observado nas formas de exposição gastrointestinais e cutâneas. Então os esporos germinam e iniciam a multiplicação nos macrófagos alveolares. Os sintomas niciais incluem dor de garganta, febre moderada e dores musculares. Depois de alguns dias, estes sintomas podem evoluir para dispnéia e choque. Frequentemente se desenvolve meningite. Se não for tratada, a infecção por inalação é a mais mortal. FIGURA 1 : PUSTULA MALIGNA NA PERNA APOS 72 HS DE EVOLUÇÃO FIGURA 2 : PÚSTULA MALIGNA NO BRAÇO COM 5 DIAS DE EVOLUÇAO.
FIGURA 3: PUSTULA MALIGNA COM 6 DIAS Após TRATAMENTO Na espécie humana a doença manifesta-se sob duas formas forma cutânea: Também denominada de pústula maligna ou ferida do esquilador, é caracterizada pela febre alta e o desenvolvimento de uma eação inflamatória intensa, geralmente circular, com área de necrose central e repercussão no linfo inflamatória intensa, geralmente circular, com área de necrose central e repercussão no linfonodo correspondente. A rápida evolução dessa lesão pode determinar uma septicemia ou toxemia grave que, caso não seja tratada rapidamente leva o indivíduo ao coma e morte em poucas horas. orma pneumônica: Tem origem a partir da inalação de esporos do g. anthracis. Essa forma é geralmente fatal e caracteriza-se por provocar uma pneumonia gangrenosa de dificil diagnóstico face aos sinais línicos pouco caracteristicos com formação rápida de edema agudo e necrose pulmonar. FORMAS DE INFECÇÃO: HOMEM TRATAMENTOS: Antibióticos : Pessoas expostas devem completar 60 dias de terapia, uma vez que os antibióticos são efetivos contra as formas germinadas de B. anthracis porém não agem sobre a forma esporulada. Os antibióticos a serem administrados podem ser penicilina, doxiciclina, ciprofloxacina (Cipro@).
A escolha do medicamento dependerá da susceptibilidade do agente, eficácia da droga, efeitos colaterais e custo. Não se recomenda tratar animals com carbúnculo hemático. Os casos devem ser comunicados imediatamente à Secretaria Municipal de Saúde. DIAGNOSTICO: M’Fadyean). A cápsula se cora da rosa enquanto a célula do bacilo se cora de azul escuro. Isolamento em cultura – a colônia de B. anthracis é bem característica . Swab Nasal – não deve ser usado para diagnosticar casos de antraz e sim avaliar a qualidade do ar a que a pessoa foi exposta. Pode ser útil para investigação de transmissão aerógena de B. nthracis. Devido à sensibilidade da cultura decair no passar do tempo, culturas devem ser obtidas até 7 dias após a exposição. PCR – pode ser utilizado para confirmação da wrulência da cepa de B. anthracis ELISA – raramente usado para fins diagnóstico e sim como ferramenta de pesquisa Material para análise – sangue, tecidos, descargas corporais. A demonstração de g. anthracis em esfregaço de sangue ou tecidos de carcaças recentemente infectadas é relativamente fácil. No caso de suínos e carnlVoros, é mals difícil, devido ao fato destes animais não terem uma bacteremia terminal acentuada. ? difícil o isolamento também em animais que receberam antibiótico antes de morrer. A recuperação do B. nthracis de carcaças em decomposição e materiais processados ou de amostras de solo é normalmente difícil, requerendo procedimentos laboratoriais mais sofisticados PREVENÇÃO: Em humanos : QUIMIOPROFILAXIA: É usada para prevenir cas or inalação. Autoridades Estas pessoas devem parar com a medicação. Pessoas expostas devem completar os 60 dias de terapia. VACINAÇAO: Vacina de antraz adsor,’ida, com hidróxido de alumínio (AVA), é a única permitida nos EUA e é preparada com um filtrado de cultura de B. nthracis que não contém bactérias vivas nem mortas (livre de células). Primovacinaçào consiste em 3 injeções SC nas semanas O, 2 e 4 e 3 reforços aos 6, 12 e 18 meses. Para manter imunidade, o fabricante recomenda reforço anual. A base de sustentação deste protocolo não está bem definida. Vacinação de rotina (pré-exposição) é somente indicada para pessoas que trabalham na produção de culturas de B. anthracis e em atividade industrial com alto potencial de formação de aerosóis. Vacinação de rotina de veterinários não é recomendada nos EUA devido à baixa incidência de casos em animais.
Entretanto, em áreas com alto índice de casos de antraz, a acinação de veterinários e outras pessoas que lidam com animais é indicada. Mesmo com a ameaça do bioterrorismo, a vacinação indiscriminada da população como medida profilática não é recomendada. Estas recomendações devem seguir análises de risco previamente calculadas, devido aos efeitos colaterais da vacinação. PREVENÇAO Contato com animais: Não há evidência que antraz é transmitido pelos animais antes do aparecimento de sinais clínicos e patológicos. A doença em humanos é controlada através da redução da doença no rebanho, dete surtos, quarentena das