Cirurgias canceladas

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TAXA DE CIRURGIAS CANCELADAS OF8 p São Paulo Abril/2012 Curso Tecnólogo Gestão Hospitalar – Noturno (10 Semestre) chave dentro da estrutura hospitalar, o enfermeiro tem condições de contribuir para que as cirurgias programadas sejam realizadas na data marcada e dentro de todas as condições de segurança requeridas. Sendo assim, a equipe de enfermagem é responsável pelo preparo do paciente, estabelecendo e desenvolvendo diversas ações de cuidados de enfermagem, de acordo com a especificidade da cirurgia.

Esses cuidados, por sua vez, são executados de acordo com conhecimentos especializados, para tender às necessidades advindas do tratamento cirúrgico. Estes cuidados incluem ainda, orientação, preparo físico e emocional, avaliação e encaminhamento ao centro cirúrgico com a finalidade de diminuir o risco cirúrgico, promover a recuperação e evitar complicações no pós-operatório, uma vez que, geralmente, estes cuidados estão associados a um preparo pré-operatório inadequado.

O Centro Cirúrgico (CC) deve manter constante ligação com as unidades de internação, necessitando, para isso, um sistema de comunicação definido, a fim de que a unidade de internação orneça dados vitais sobre o estado físico e emocional do paciente e a unidade transmita informações sobre o que ocorre com ele no período transoperatório.

Isso proporciona a continuidade da assistência prestada, assistência esta que deve ser individualizada e planejada, pois é um direito do paciente ao se preparar para a cirurgia, leva consigo expectativas, dúvidas e temores a respeito do que irá acontecer, pois para ele o hospital é um ambiente estranho, com pessoas desconhecidas, longe de sua família, no qual se sente nas mãos de profissionais, aos quais confia sua saúde e espera receber os cuidados adequados.

Geralmente o paciente já está sob estresse pelo enfrentamento de uma situação des cuidados adequados. de uma situação desconhecida, mas necessária, quando se depara com a informação de que sua cirurgia não será mais realizada na data e na hora prevista. As razões para esta suspensão podem ser: ausência ou atrasos da equipe cirúrgica: falhas de comunicação entre a equipe médica, CC e unidades de internação; falta de material ou insumos necessários à cirurgia; falhas no preparo pré-operatório, falta de exames de laboratório, entre outras.

O cancelamento muitas vezes traz dificuldades para lidar com os entimentos do paciente, situação esta que é agravada devido às particularidades de cada um, pois um mesmo fato é capaz de desencadear diferentes respostas em diferentes pessoas. Cada pessoa reage de modo particular frente a uma mesma situação. O paciente, diante desta situação, demonstra sentimento de revolta, desconfiança na equipe, insegurança e intenso estresse, sentimentos negativos e de conformismo, preocupação e falta de controle da situação.

A comunicação do cancelamento cirurgico não tem sido motivo de preocupação por parte da equipe de saúde e da administração do hospital. A ocorrência deste evento é percebida como rotineira e inerente à estrutura funcional da instituição. A explicação do cancelamento ao paciente, quando realizada, é incompleta e assistematizada. Os motivos relatados nem sempre coincidem com os registrados pela equipe cirúrgica e pela equipe de enfermagem da unidade de internação.

O impacto do cancelamento de cirurgias acaba elevando os custos operacionais e financeiros da Unidade de Centro Cirúrgico e reduzindo a eficiência do serviço oferecido, poucos estudos têm analisado a temática sob a vertente econômico-financeira 3 erviço oferecido, poucos estudos têm analisado a temática sob a vertente econômico-financeira, principalmente no que se refere aos custos diretos (recursos humanos, medicamentos e materiais) e custo de oportunidade.

Uma vez que o movimento cirúrgico tem sido apontado como fator interveniente nos indicadores de produtividade e qualidade hospitalar, a utilização máxima da capacidade cirúrgica constitui uma das principais medidas para a eficiência do uso de verbas. O cancelamento cirúrgico é falha decorrente do não atendimento aos requisitos do planejamento administrativo da unidade. Este ator corresponde a um dos quatro componentes do custo da qualidade, classificados em custos das falhas internas e externas, custos da prevenção e análise.

Para obter excelência, a Instituição hospitalar deve estar continuamente comprometida com a resolutividade, qualidade e custos baixos dos procedimentos médicos. Dessa forma, torna-se necessária a eliminação de desperdícios bem como habilidade para melhorar o processo hospitalar (diagnóstico, tratamento, internação, apoio gerencial), através de adequada automação, aumento da informação e diminuição da permanência do paciente no hospital.

Assim sendo, o presente estudo tem como objetivo investigar a ocorrência e as causas do cancelamento de cirurgias em hospitais através da construção de indicadores. OBJETIVO Levantar a incidência e os motivos que levaram ao cancelamento de cirurgias programadas em hospital de rede pública e privada do município de São Paulo.

Além disso, cabe lembrar que, de acordo com Cavalcante, Pagliuca e Almeida (2000), a suspensão de uma cirurgia implica em um custo operacional e financeiro gativa no atendimento a para a instituição e uma re 40F8 custo operacional e financeiro para a instituição e uma epercussão negativa no atendimento a população. Minimizar a suspensão de cirurgia, através de uma assistência profissional planejada com as demais áreas e da elaboração de um plano administrativo eficiente, deve ser um dos objetivos de todas as instituições.

METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, com análise quantitativa dos dados, realizado no CC e no Serviço de Arquivo Médico (SAME) do Hospital Geral de Pedreira (HGP) pertencente a rede pública e Hospital da Luz da rede privada, ambos localizados na zona sul de São Paulo. Os CC são constituídos por oito salas e operação (SO), com média de 500 procedimentos por mês, de várias especialidades, predominantemente: cirurgia geral, pediatria, ortopedia, ginecologia e obstetrícia, oftalmologia, otorrinolaringologia, vascular e neurocirurgia.

A amostra foi composta por registros de procedimentos cancelados anotados em livro próprio do CC e prontuários de pacientes cujas cirurgias foram suspensas e posteriormente sendo todas as informações passadas para o sistema de qualidade, no caso do Hospital da Luz. Os dados foram coletados ente janeiro de 2006 a julho de 2007 no HGP e de fevereiro de 2011 a fevereiro de 2012 no HLuz.

S pacientes não Internou; MCM = mudança de conduta médica; PSPA = paciente sem preparo adequado; FM = falta material; DPA = demora do procedimento anterior; FV-UTI = falta de vaga na UTI; EMI = equipe médica insuficiente; PNQO – paciente não quis ser operado, EPE = excesso de procedimentos emergenciais; FE = falta de exame; AEDC = atraso da equipe do cirurgião; FCA falta de consentimento anestésico; IE = intercorrência na enfermaria; Dl = demora na internação; IOC – inversão de ordem das cirurgias; RPRS = recusa do paciente em receber sangue.

Hosp tal Universitário: município de São José do RIO Preto Período: 2004 Tabela 1 . Causas de suspensão de cirurgias no estudo (N=249) – São José do Rio Preto — 2004 [picl Tabela 2. Taxa de suspensão de cirurgias por especialidade médica nos meses de setembro, outubro e novembro de 2004 (N=249) – São José do Rio preto – 2004 [pic] Real – cirurgias realizadas Susp – cirurgias suspensas Outras*: transplante de medula óssea, cirurgia dermatológica, cirurgia hematológica cirúrgicos nas instituições.

Este levantamento mostrou também que a hospitalização é uma experiência pouco agradável, sendo agravada no caso de necessidade de intervenção cirúrgica. Quando a cirurgia é suspensa, a pessoa está sujeita a um desconforto maior, que pode gerar mais angústia. um dos objetivos deste estudo foi identificar os fatores geradores de sentimentos expressos por pacientes após o cancelamento cirúrgico. Pesquisa descritiva de abordagem qualitativa realizada com pacientes que tiveram suas cirurgias canceladas. Esta coleta de dados foi feita por entrevistas que foram submetidas à análise temática.

Os resultados mostraram que os fatores geradores de sentimentos são relacionados às emoções do paciente e outra ao funcionamento da instituição. Sabemos que as suspensões cirúrgicas geram maior custo para os hospitais e maior risco de complicações clínicas para o paciente. Portanto, tais informações levantadas devem ser utilizadas para identificar os principais problemas e a partir deles ser possível planejar as melhores soluções, que devem ser, sobretudo, resolutivas em todos os âmbitos, sejam eles clínicos ou administrativos.

Outra informação de muita importância é a atuação do enfermeiro, assim como os demais profissionais que prestam atendimento e que estão dispostos a realizar um cuidado de qualidade ao paciente cirúrgico, pode ser a peça principal o que concerne a suspensão da cirurgia no momento em que o paciente já está no centro cirúrgico, aumentando consideravelmente seu estresse e insatisfação em relação aos cuidados recebidos.

Considerando as características específicas do paciente cirúrgico, diversos trabalhos apontam e ressaltam a importância dos esforços para a obtenção da melhoria da qualidade apontam e ressaltam a Importância dos esforços para a obtenção da melhoria da qualidade da assistência de enfermagem. Evitar a suspensão de cirurgias através de uma assistência multidisciplinar planejada e articulada objetivando a elaboração e um plano administrativo eficiente deve ser um dos objetivos da equipe administrativa da instituição hospitalar.

Muito ainda pode-se refletir sobre essa problemática, para que novas contribuições, através de informações e sugestões, tenham um objetivo comum: oferecer ao paciente o cuidado que ele merece. BIBLIOGRAFIA Antônio PS, Munari DB, Costa HK. Fatores geradores de sentimento do paciente internado frente ao cancelamento de cirurgias. Disponível em http://wmv. fen. ufg. br/revista/ Cavalcante JB, Pagliuca LMF, Almeida PC. Cancelamento de cirurgias programadas em um Hospital-escola: um estudo xploratório. Brunner LS, Suddarth DS.

Tratado de enfermagem médico- cirúrgica. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. Bianchi, E. R; Castellanos, B. E. P. Considerações sobre a visita pré- operatória do enfermeiro da unidade de centro cirúrgico: resenha da literatura estrangeira. Revista Paulista de Enfermagem. São Paulo, v. 3, n. 5, out. / nov. / dez. 1983. Paschoal MLH. Taxa de suspensão de cirurgia em um hospital universitário e os motivos de absenteísmo do paciente à cirurgia programada [dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo 8

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