Empreendedorismo
Estas alterações obrigaram a estrutura organizacional a encontrar modelos de rabalho, que por um lado dêem resposta às exigências da economia competitiva e, por outro, assegurem o inalienável direito ao trabalho, a motivação e satisfação profissional. Aparecem na era pós industrial novas formas de organização do trabalho adequadas à maior rentabilidade das inovações tecnológicas.
Surgem vários mecanismos de resposta sendo o EMPREENDEDORISMO, um dos que melhor vai assumindo, numa das suas formas mais flexíveis, livres, motivadoras da realização profissional. É este o desaf Swipe to view next page esafio proposto, perspectivando-se o Empreendedorismo não só como consequência intrínseca à sociedade de informação e comunicação actual, mas como uma nova forma de trabalhar e viver, onde predomina a força das ideias audaciosas. As ideias são a nova moeda do mundo empresarial” (Leite, 2002:7) Mas se ser empreendedor significa ter capacidade de iniciativa, imaginação para conceber ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade e motivação para transformá-las numa oportunidade de negócio, bem sabemos que em Portugal não é só com espírito empreendedor, ntuição e muita vontade de trabalhar que se faz o sucesso de uma empresa e, por inerência, do empreendedor.
Docente da Licenciatura de Recursos Humanos da Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão, do Instituto Politécnico do Porto, Portugal (doramartins@eseig. ipp. pt). 2. O desenvolvimento acelerado dos últimos 20 anos A transição entre os séculos XX e XXI ao nível sócio-económico, faz-nos reflectir sobre dois grandes fenómenos – a internacionalização da actividade económica e a aceleração do ritmo de evolução tecnológica.
Estes dois fenómenos equerem, obrigatoriamente, mudanças profundas ao nível dos modos de organização do trabalho e das condições de desenvolvimento, sobretudo, dos recursos humanos. O aumento da concorrência levou, igualmente, as empresas a tenderem para a produção de novos produtos e serviços e a mudar os seus modos de produção, implicando o correspondente enfraquecimento da posição dos trabalhadores menos qualificados e com menor capacidade de aprendizagem.
Tal, levou à necessidade de alguns paí ação, repensarem o seu processo de adaptação 3 estrutural às novas condições económic prendizagem. Tal, levou à necessidade de alguns países nesta situação, repensarem o seu processo de adaptação nesta situação, repensarem o seu processo de adaptação estrutural às novas condições económicas que, em Portugal comparativamente à União Europeia, têm sido bloqueadas por insuficiências de qualificação a curto prazo e, pela deterioração da coesão social a longo prazo. ?s empresas que operam actualmente num mercado aberto e concorrencial, é-lhes exigida maior inovação de produtos e serviços. Assim, aparece como igualmente importante, o onceito de Inovação Organizacional muito associado à dimensão tecnológica (actividades de I&D, aquisição de novos equipamentos… ), com vista ao lançamento de novos produtos ou à introdução de novos processos produtivos e organizacionais, sejam eles de actuação, estruturas, novo relacionamento entre pessoas, modelos de conduta ou mudança organizacional.
Logo, a aposta tende a ser, nas últimas décadas, cada vez mais na questão da produtividade, qualidade, flexibilidade que, sendo geradoras de novas competências, exigem igualmente, a introdução e aplicação de ovos métodos e técnicas de organização, tais como, Just-in-time, Outsoursing, Downsizing, Bisiness Process Reengineering, Total Quality, Empowerment,….
Qualquer um dos modelos de Inovação Organizacional adoptados tem como objectivo o aumento da Produtividade associada à maior e melhor qualidade, exigindo confiança, motivação, comunicação, flexibilidade, fazendo dos trabalhadores das últimas 3 décadas trabalhadores/gestores inovadores, possibilitando a globalização da economia e da tecnologia a par da abertura dos mercados. Claro está que a abertura ?
Inovação não foi passiva pois, muitas das organizações encontraram como grande resistência a ausência de uma mentalidade pró-mudança, a inércia de algumas e encontraram como grande resistência a ausência de uma mentalidade pró-mudança, a inércia de algumas estruturas e os receios 2 associados à eventual eliminação de funções, até então garantidas e controladas pelos próprios trabalhadores.
Muitos deles, vencidos pela inovação e evolução tecnológica, assistiram à sua inevitável exclusão por inadequação sobretudo psicológica” (fraca abertura à mudança, fragilidade das competências de cooperação, fraca apetência para a resolução conjunta de problemas, etc. ) E em Portugal, como se reflectiram os efeitos da Inovação Organizacional?
Em matéria de Inovação Organizacional, Portugal permanece ainda muito preso à atitude tecnocêntrica da inovação, onde o importante foi a introdução de Novas Tecnologias, como forma de substituição de mão-de-obra e não no investimento da performance desta. Estamos ainda perante culturas organizacionais muito fechadas à inovação, participação e nvolvimento dos trabalhadores na implementação da mudança, afectando negativamente os níveis de produtividade, qualidade, rapidez de resposta e capacidade de inovação das empresas.
Segundo o Plano Nacional de Emprego (2001 :90), Portugal tem-se caracterizado “por uma estrutura empresarial assente predominantemente em pequenas e muito pequenas empresas, um grande número das quais marcadas por um fraco potencial de adaptabilidade, inovação e sustentação, por um recrutamento muito centrado em pessoal pouco qualificado e oferecendo reduzidas possibilidades de formação”. Esta realidade relaciona-se com o tipo de inovação que se vem implementando no nosso país, que prioriza a maquinaria, em detrimento da inovação ao nível dos recursos humanos.
Assiste-se, também, a uma 4 OF23 detrimento da inovação ao nível dos recursos humanos. Assiste-se, também, a uma grande centralização do poder, nas mãos de dirigentes pouco escolarizados que, vêm sistematicamente ignorando que um dos pilares essenciais da inovação organizacional é a aprendizagem que, não exigindo de si próprios, também não o exigem dos quadros uperiores, médios e encarregados, todos interlocutores directos da inovação organizacional.
Se para o empresário português a inovação é igual à introdução de novas tecnologias com vista a reduzir custos com pessoal logo, não admira que os assalariados resistam à mudança e inovação, com medo de verem reduzidas as suas funções, pondo em perigo os seus respectivos postos de trabalho. Em Portugal, o caminho trilhado, do predomínio de tecnocentismo, tem conduzido a maioria da inovação a modelos que “apostam sobretudo na redução do número de trabalhadores, como actor principal de competitividade, pela via da redução de custos” (Kóvacs, 1998:53).
Nesta perspectiva, Portugal ainda com uma realidade bem diferente da realidade Norte Americana 3 necessita de antever o futuro próximo, o qual vai exigir dos nossos recursos humanos não só o desenvolvimento de saberes mas igualmente, a mudança de atitudes e comportamentos, direccionados para a criatividade, inovação, vontade e capacidade de aprender, rumo à excelência organizacional.
Nesta perspectiva de análise das novas formas e organização do trabalho na sociedade pós-industrial, o conhecimento e a informação alcançam um maior domínio na cadeia de valor organizacional, “fazendo com que o investimento empresarial se dirija não só para os equipamentos e máquinas, mas também para os talentos, capacidades, competências e 5 OF 23 os equipamentos e máquinas, mas também para os talentos, capacidades, competências e ideias dos seus trabalhadores” (Sousa, 1999:51 Mais preocupante será, sem dúvida, a situação do emprego cada vez mais débil e mpotente face ao escoamento de mão-de-obra disponível.
Segundo a Comissão das Comunidades Europeias (2003:2) “terão de ser criados três milhões de empregos para que a taxa média de emprego nos novos Estados-Membros se situe ao nível do resto da U. E. , devido à diminuição da taxa de emprego e a uma taxa mais elevada do desemprego a longo prazo dos jovens. Na U. E. alargada, continuarão a registarem-se diferenças apreciáveis em matéria de emprego em função da idade, do sexo e do nível de qualificações e competências”.
De acordo com este cenário de efectivo traso de Portugal relativo a outras regiões integrantes da mesma U. E. , parece que o principal papel dos actores institucionais como sejam o próprio Estado e as próprias Associações Empresariais deverão passar, segundo a Comissão das Comunidades Europeias (2003:22) por “um investimento consistente na formação do capital humano ainda em idade activa, como método para melhorar a intensidade de crescimento do emprego e contribuir para a redução do desemprego”. ? frente de todas estas causas que explicam o baixo nível de produtividade está o problema a Educação e Formação Profissional e as suas implicações no emprego, que já anteriormente fora abordado pelas implicações directas que assume com o baixo nível do produto por trabalhador. Pois, recordando alguns dados estatísticos verificamos haver diferentes investimentos e importância dada à educação e formação com base nos benefícios e incentivos da U. E.. Senão vejamos, do grupo de jovens 6 OF23 educação e formação com base nos benefícios e incentivos da U. E..
Senão vejamos, do grupo de jovens em idade ínima obrigatória para o abandono escolar, apenas 35% dos portugueses terminaram o ensino secundário, que comparando com a Grécia, fizeram-no 74% dos gregos e 69% os 4 irlandeses e 58% os espanhóis, comparações com países em igualdade de circunstâncias em termos de recebimentos de fundos estruturais da U. E. , em termos líquidos2. Face ao contexto aqui traçado do nosso país ao nível de produtividade e crescimento da economia, não podemos ignorar o importante papel que os estabelecimentos de ensino superior terão a desempenhar.
Este deve configurar-se pela ajuda aos nossos empresários a voltarem-se mais para o mercado exterior e não para o mercado doméstico, como tem sido uma constante. Há que aproveitar a alavanca da globalização, que facilita a internacionalização da economia, ao permitir a liberdade de movimento de capitais e as facilidades de acesso, processamento e transmissão da informação, resultado da evolução tecnológica dos últimos 1 0 anos.
Cabe às Universidades e Institutos Politécnicos abrirem caminho às empresas para que estas apostem em stratégias centradas na eficiência, na inovação e na retirada de benefícios criados pela globalização, só assim será possível a forte aceleração na produtividade que o nosso país bem precisa. 3. O Fenómeno Empreendedor A problemática da criação de empresas, numa perspectiva de empreendedorismo desenvolveu-se a partir do final da década de 70 nos países anglo-saxónicos e, tornou-se a década de 80, num dos problemas principais das 23 ciências empresariais.
Muitos foram os estudiosos da centrarem-se à volta écada de 70 nos países anglo-saxónicos e, tornou-se durante toda a década de 80, num dos problemas principais das ciências empresariais. Muitos foram os estudiosos da actualidade a centrarem-se à volta principais das ciências empresariais. Muitos foram os estudiosos da actualidade a centrarem-se à volta do reconhecimento do empreendedor como fonte incontornável de riqueza. Mas emergem, mais recentemente, novas sensibilidades neste novo campo disciplinar. Duffy e Stevenson (1 984), tal como Schumpeter privilegiam a inovação na criação de empresas.
Gartner (1990) interessa-se pelo empreendedor como sendo aquele que assume os riscos e a responsabilidade de criar uma nova empresa. Segundo Bruyat (1993) a criação de empresas é um fenómeno complexo e são muito diversificados os pontos de vista que podem ser considerados, nomeadamente: Empresa nova Meio Envolvente O criador Esta visão de Bruyat sobre a complexidade do fenómeno empreendedor e as quatro dimensões acima apontadas não deve confundir-se com a mítica imagem do empresário Processo de criação Os dados estatísticos aqui apresentados são referenciados por Pinho, (2002:29). ue inicia a sua actividade empresarial na sua garagem e que, poucos anos depois, se encontra à frente de um grande número de efectivos, após um rápido e espectacular desenvolvimento. Hoje, a lógica do empreendedor é bem diferente daquela que caracterizou as duas últimas décadas. Em países anglo-saxónicos, nomeadamente nos E. U. A. , há já uma longa tradição no domínio da pesquisa relativa presarial, com larga oferta de literatura especializada em organização de empresas.
Nos país , a criação de empresas é ainda muito centrada no rincipais das ciências empresariais. Muitos toram os estudiosos da actualidade a centrarem-se ã volta do já uma longa tradição no domínio da pesquisa relativa à iniciativa empresarial, com larga oferta de literatura especializada em organização de empresas. Nos países europeus, a criação de empresas é ainda muito centrada no crescente sucesso dos ateliers de Research on Entrepreneurship.
Quer numa linha de análise quer noutra, a tendência é cada vez mais para um investimento em conhecimentos à base de gestão (estratégia, finanças, marketing… . Pois se por um lado associamos ao empreendedorismo à diversidade, a complexidade e ao dinamismo do empreendedor, porém podemos afirmar que um empreendedor é o indivíduo que é criativo, arrojado e que procura sempre fazer coisas diferentes. “Empreendedores são um dos activos mais importantes de qualquer economia” (Leite, 2002:51 ).
As recentes vagas de desemprego estrutural que afectaram Portugal nas duas últimas décadas3 têm trazido, aos nossos jovens em idade activa, uma atitude empreendedora como alternativa ao aumento dos desempregados à procura do rimeiro emprego, à procura de novo emprego e desemprego de longa duração, traduzindo-se como alternativa a esta recessão, o aumento do ritmo de crescimento de criação de emprego.
Tal, exige uma resposta numa perspectiva partilhada, envolvendo não só o próprio sistema de educação, o sistema de formação inicial e contínua, mas sobretudo a criação de novas organizações baseadas no conhecimento e no investimento nas pessoas. Falar em Empreendedorismo em Portugal é ainda reconhecer que estamos nas últimas fileiras da iniciativa individual mpreendedora que, comparando com o Brasil, apesar da enorme mancha de pobreza, estão em 5 lugar de um universo de 29 países analisados pelo The Global Entrepreneurship Monitor.
Azevedo (2002:55) refere que Segundo Figueiredo (2002:72), as décadas de 80 e 90 foram, em alguns países, décadas de agravamento das taxas regionais de desemprego. Portugal (2,29%) apresenta a este respeito o oitavo mais elevado desvio padrão das taxas regionais de desemprego. Na década de 90, segundo os Quadros de Pessoal do Mini g OF23 desvio padrão das taxas regionais de desemprego.