Enfermagem e exame físico

Categories: Trabalhos

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O PROCESSO DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE TERESINA: Percepção dos técnicos e auxiliares de enfermagem CARVALHO JÚNIOR, F. Ml; SOARES, M. VI; MESQUITA, M. do A. da S. 8. 2 1 . Alunos do Curso de Bacharelado em Enfermagem pela Faculdade Santo Agostinho – FSA. 2. Professora Especialista e orientadora da Pesquisa da Faculdade Santo Agostinho – FSA. RESUMO 0 Processo de Enfe o mesmo significado Enfermagem (SAE), é pelo enfermeiro e eq prestada ao cliente. de sse estudo com sistência de balho desenvolvlda ra a assistência tivos: Conhecer a percepção do técnico e do auxiliar de enfermagem sobre o

PÉ; compreender sua importância para o técnico e auxiliar de enfermagem; discutir o PE na percepção do técnico e auxiliar de enfermagem. Caracterizado como uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória descritiva. A coleta de dados consistiu em entrevistas estruturadas e observações livres não – participante realizada no setor de Neurologia e Urologia do Hospltal Getulio Vargas, onde foram entrevistados 13 técnicos e auxiliares de enfermagem nos meses de abril e maio de 2009_ Os resultados revelaram que os técnicos e os auxiliares de enfermagem possuem uma percepção frágil e superficial do PE.

Embora os sujeitos relatassem conhecer o PE, eles demonstraram dificuldade em compreendê-lo e aplicá-lo na prática profissional. Para alguns, a participação no processo significa realizar evolução de enfermagem, ação privativa do Enfermeiro de acordo com a depreender que discutir a percepção dos técnicos e auxiliares de enfermagem sobre o PE é fundamental, pois eles ocupam um importante espaço no desenvolvimento e aplicação prática do PE e possuem Instrumentos ilimitados necessános para ampliar o planejamento dos cuidados prestados ao paciente juntamente com o profissional enfermeiro.

Palavras Chave: Processos de Enfermagem. Conhecimento. Assistência ao Paciente. ABSTRACT The process of Nursing (PE), used in this study with the same meaning of Systematization of nursing care (SAE) is a methodology of work by nurses and the nursing staff for assistance to the client. The research aimed to know the perception of technical and auxiliary nurse on the nursing process, understand the importance of the technical and nursing assistant; discuss the EP in the perception of technical and auxiliary nurses.

Characterized as a type of qualitative research exploratory descriptive. Data collection consisted of structured intemews and observations not free – participating in the sector held of Neurology and Urology, Hospital Getulio Vargas, where they intemewed 13 nursing technicians and assistants in April and May of 2009. The results revealed that technical and auxiliary nurse have a perception fragile and superficial ofthe EP. Although the subjects reported knowing the EP, they have difficulty in understanding it and applying it in practice.

For some, participation in the process of evolution means to nursing, private nurse’s action according to law 7498/86. It can be seen to discuss he perception of technical and nursing assistants on the EP is fundamental, because they occupy an important space in the development and impleme PAGF 35 EP is fundamental, because they occupy an important space in the development and implementation of the EP and have unlimited instruments necessary to enlarge the plan of care to the patient together WIth the professional nurse.

Key Words: Cases of Nursing. Knowledge. Patient Care. 1 INTRODUÇÃO O processo de enfermagem (PÉ) também denominado de Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE consiste em um instrumento científico utilizado pelo enfermeiro e equipe de nfermagem para organizar a assistência prestada ao cliente a fim de promover, manter e recuperar a saúde e bem-estar do mesmo. Acerca do tema Garcia e Nóbrega (2000, p’) assim se posicionaram: O processo de enfermagem não é um conceito “novo”.

Embora a expressão ainda não fosse utilizada, é possível que o ponto de partida para seu desenvolvimento e introdução na nossa linguagem especial remonte a segunda metade do século XIX, quando Florence Nightingale enfatizou a necessidade de ensinar as enfermeiras a observar e a fazer julgamentos sobre as observações feitas. De acordo com Burns e Grove (1993 citado por Garcia e Nóbrega, 2000) o estudo de caso representou a primeira expressão da pesquisa relacionada à prática de enfermagem. Conforme a narrativa de Mc Guire (1991 citado por Garcia e Nóbrega 2000, p. ) a iniciativa de ensinar as enfermeiras sobre ? necessidade de realizar julgamentos clínicos sobre as observações feitas ao paciente surgiu da necessidade de se buscar uma assistência sistemática e que enfatizasse todas as necessidades de saúde do paciente. Numa aplicação teórica – prática, a construção dessa metodolo ia de assistência originou- se inicialmente com a cria s de caso onstrução dessa metodologia de assistência originou-se inicialmente com a criação de estudos de casos.

Além disso, conforme esses autores os estudos de caso eram utilizados com a finalidade de coletar informações sobre os pacientes, sendo realizada a análise, a formulação de julgamentos clínicos sobre as informações coletadas e a diferenciação do que seria intervenção médica e de enfermagem. A enfermagem sempre se baseou em princípios, crenças, valores e normas tradicionalmente aceitos, porém a evolução da ciência mostrou a necessidade de se pesquisar para se construir o saber.

Assim, na década de 50 os enfermeiros perceberam a necessidade de desenvolverem conhecimentos específicos e concluíram que isso só seria possível através da elaboração de teorias próprias. O avanço do conhecimento teórico beneficiou a descentralização do modelo biomédico do cuidado e favoreceu o foco do cuidado da enfermagem ao ser humano, e não em sua enfermidade. Todas as teorias publicadas destacam a pessoa como o foco principal, apresentada como um ser bio-psico- sócio-espiritual.

Sendo assim, a unicidade e totalidade devem ser preservadas para que o cuidado seja adequado e alcance seus bjetivos (SOUZA, 2001). Os modelos teóncos têm contribuído muito na prática assistencial da enfermagem quando utilizados como referencial para a sistematização da assistência de enfermagem. Isso proporciona meios para organizar as informações e os dados dos pacientes, para analisar e interpretar esses dados, para cuidar e avaliar os resultados desse cuidado.

Acredita-se na ciência da enfermagem que vem se desenvolvendo através da criação de teorias próprias, por meio de pesquisas específicas e da sistematização 5 através da criação de teorias próprias, por meio de pesquisas specificas e da sistematização de seu conhecimento e assistência prestada. Assim, com o avanço das teorias de enfermagem, foi preciso a cnação de um método científico, específico e sistemático, para o fazer do enfermeiro, desenvolvendo-se o processo de enfermagem.

Quando os enfermeiros colocam em prática modelos do processo de enfermagem, os pacientes recebem cuidados qualificados em um mínimo de tempo e um máximo de eficiência (AMANTE, ROSSETTO E SCHNEIDER, 2009). Conforme Horta (2007) a expressão “processo de enfermagem” foi empregada pela primeira vez por Ida Orlando, em 1961, para xplicar o cuidado de enfermagem. Seus componentes eram: comportamento do paciente, reação da (o) enfermeira (o) e ação.

Esses componentes mudaram ao longo dos anos. No Brasil, atualmente esses componentes são definidos e normatizados pela resolução 272/2002 do Conselho Federal de Enfermagem – COFEN (2002), que considera o PE como uma atividade privativa e obrigatória dos enfermeiros em todos os hospitais públicos e privados, sendo o mesmo realizado em quatro etapas que são: Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Presc içáo de Enfermagem e Evolução de Enfermagem.

Tendo em vista esse contexto tomou-se como base o conceito do PE da Resolução citada anteriormente por ser regulamentada no Brasil. Na primeira etapa, Histórico de Enfermagem, há a necessidade de conhecer os hábitos individuais e biopsicossociais do paciente visando sua adaptação à unidade de tratamento, assim como a identificação de problemas.

Também constará nessa etapa o exame físico do paciente, onde o enfermeiro deverá realizar as seguintes técnicas: in PAGF s 5 nessa etapa o exame físico do paciente, onde o enfermeiro deverá realizar as seguintes técnicas: inspeção, ausculta, palpação percussão, de forma criteriosa, efetuando o levantamento de dados sobre o estado de saúde do paciente e a anotação das anormalidades encontradas para validar as informações obtidas no histórico (COFEN, 2002).

A segunda etapa, Diagnóstico de Enfermagem, constitui- se na fase onde o enfermeiro após ter analisado os dados colhidos no histórico e exame ffsico, identificará os problemas de enfermagem, as necessidades básicas afetadas e grau de dependência, fazendo julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família e comunidade, aos problemas, processos de vida vigentes ou potenciais (COFEN, 2002).

A terceira etapa, definida como Prescrição de Enfermagem e considerada como um conjunto de medidas decididas pelo enfermeiro, que direciona e coordena a assistência de Enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua, objetivando a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde (COFEN, 2002). Na quarta e ultima etapa denominada Evolução de Enfermagem, corresponde ao registro feito pelo enfermeiro após a avaliação do estado geral do paciente.

Desse registro constam os problemas novos identificados, um resumo sucinto dos resultados dos uidados prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas subsequentes (COFEN, 2002). É consenso na literatura, pertinente ao tema, que as etapas (fases ou componentes) do PE variam de autor para autor no que diz respeito ao número e a terminologia utilizada.

A maioria concorda que são necessárias quatro etapas ao PE: Investigação ou Histórico, Diagnóstico, Intervenção ou Implementação PAGF 6 35 quatro etapas ao PE: Investigação ou Histórico, Diagnóstico, Intervenção ou Implementação e Evolução ou Avaliação de Enfermagem (TANNURE E GONÇALVES, 2008). Alguns autores como Alfaro – Lefvre (2005) consideram o

Processo de Enfermagem em cinco etapas distintas, porém inter- relacionadas, que são: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. Essa inter-relação deve ocorrer, pois uma coleta inadequada de dados leva a uma determinação errônea dos problemas apresentados (diagnósticos de enfermagem) e conseqüentemente um planejamento de ação inapropriado.

Embora haja divergências entre os autores sobre c número de etapas, no que diz respeito às vantagens e beneficios que o PE traz para a assistência, todos são unânimes em afirmar que sua utilização: diminui a incidência e tempo das internações ospitalares à medida que agiliza o diagnóstico e o tratamento de problemas de saúde; melhora a comunicação entre a equipe, previne erros e repetições desnecessárias; elabora cuidados ao indivíduo e não apenas para a doença (TANNURE E GONÇALVES, 2008).

A Sistematização da Assistência de Enfermagem surgiu da necessidade de definir as responsabilldades e atribuições do profissional enfermeiro e da equipe de enfermagem, bem como construir corpo de conhecimento próprio que refletisse uma ação baseada em fatos científicos (CIANCIARULLO, 2008).

Para Peduzzi e Anselmi (2002), a divisão do trabalho de nfermagem que originou as competências das diferentes categorias profissionais na área de enfermagem não permitiu definir um único processo de trabalho para todos os agentes, tendo sido necessário a dicotomia de dois tipos de cuidado, direto e o indireto; o prmeiro a cargo do p PAGF 7 5 sido necessário a dicotomia de dois tipos de cuidado, direto e o indireto; o primeiro a cargo do pessoal de enfermagem de nível médio e básico profissionalizante, o segundo, que abarca atividades de planejamento, organização, superwsão e avaliação do cuidado, sobre a responsabilidade do enfermeiro. No que se refere às funções específicas dos elementos da equipe de enfermagem o Decreto no 94. 406, de 8 de junho de 1977 que regulamenta a Lei do Exercício Profissional n 0 7. 498/86 que dispõe sobre o exerc[cio de enfermagem quanto ao PE e da outras providências, estabelece as atividades privativas ao profissional enfermeiro, são elas: planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de enfermagem; cudados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam o conhecimento de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas.

Cabe ao técnico de enfermagem: executar atividades de nível médio, orientação e acompanhamento do serviço de enfermagem em grau auxiliar, e participar do planejamento da assistência de enfermagem. Os auxiliares de enfermagem exercem atividades de nÁ,’el médio, de natureza repetitiva, sobre supervisão, cabendo-lhes especialmente: observar, reconhecer e descrever sinais e slntomas ao nivel de sua qualificação profissional entre outras atribLliçaes (BRASIL, 2001 Apesar das diversidades de funções previstas em lei, no que se refere à complexidade da assistência, na prática constata-se que penas o enfermeiro possui atribuições diferenciadas.

De maneira geral, as atribuições específicas do enfermeiro, e que o diferenciam, são funções administrativas e de supervisão da assistência. Mesmo os cuidados mais complexos, assistência. Mesmo os cuidados mais complexos, prescritos por lei, não são prestados por ele. O envolvimento com questões burocráticas o ocupa grandemente e a utilização de um método para sistematizar a assistência que busca resgatar o contato enfermeiro-paciente certamente provocaria transtornos operacionais vinculados à prática desse profissional (MEYER•GASTALD, 1989). Mendes e Bastos (2003) apontam que a assistência direta de enfermagem fica na responsabilidade dos auxiliares e técnicos e o enfermeiro atua somente como supervisor de tarefas desenvolvidas por estes profissionais. ara Cianciarullo (2008), o enfermeiro expressa um conflito entre compartilhar o trabalho com o auxiliar de enfermagem, tanto o cuidado quanto o seu planejamento, ou executar o trabalho que lhe é privativo. Além disso, Ferreira (2005) descreve duas lógicas no cotidiano das práticas de saúde. Para ela existem os aspectos relacional, afetivo e os aspectos técnicos. O primeiro implica no cuidado, espeito, atenção. O Segundo restringe-se aos aspectos formais e técnicos do tratamento dos indivíduos. Considerando as atribuições técnicas dos constltuintes da equipe de enfermagem e sua aplicabilidade na prática assistencial é necessário admitir que o conhecimento acerca do PE. omo também sua ação na prática não é incorporada de forma efetiva no âmbito da enfermagem. Existem vários fatores que influencia essa situação e conforme Cianciarullo (2008) há duas barreiras iniciais a serem transpostas: uma está relacionada à escolha, interpretação e aplicação do modelo conceitual do PE, e a outra eria a sua operacionalização no contexto da pr modelo conceitual do PÉ, e a outra seria a sua operacionalização no contexto da prática. Uma das dificuldades encontradas no que diz respeito ? operacionalização, está relacionada com a Inserção do técnico e auxiliar de enfermagem (executores das ações do cuidado) no desenvolvimento do PE.

Longaray, Almeida e Cezaro (2008) em um estudo sobre as reflexões dos técnicos e auxiliares de enfermagem sobre o PÉ afirmam que estes profissionais membros da equipe de enfermagem, são os principais executores das prescrições realizadas pelos enfermeiros. Logo eles ocupam um espaço importante no desenvolvimento do PE, pois tornam efetiva a prescrição de enfermagem, convertendo-as em ações práticas com repercussões favoráveis a saúde do paciente. Essa pesquisa demonstrou também que os principais problemas na aplicação e desenvolvimento do PE foram: falhas na comunicação entre a equipe de enfermagem e necessidades de reavaliação da prescrição dos cuidados de enfermagem.

Cruz (2008) em um estudo realizado com técnicos de enfermagem sobre a formação de suas competências acerca do PE demonstrou que na perspectivas desses sujeitos a sua articipação é limitada por que estes profissionais não compreendem e não valorizam essa metodologia no seu processo de trabalho. Vale ressaltar que a participação dos técnicos e auxiliares de enfermagem na construção desse processo vai muito além da execução dos cuidados vinculados às prescrições de enfermagem. Ela também pode ser identificada nas etapas de diagnóstico e evolução de enfermagem, como ressalva Peduzzi e Anselmi (2002). Segundo os autores, os técnicos e auxiliares de enfermagem não participam diretamente no planejamento da assistência, porém el

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