Golpe de 1964

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GOLPE DE 1964 O Golpe Militar de 1964 no Brasil, designa o conjunto dos eventos de 31 de março de 1964, ocorridos no Brasil, e que culminaram em um golpe de estado (Atualmente, 2005, alguns historiadores afirmam ter sido um golpe civil-militar) que interrompeu o governo do presidente João Belchior Marques Goulart, também conhecido como Jango, que havia sido democraticamente eleito vice-presidente pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) nas mesmas eleições que conduziram Jânio da Silva Quadros à presidência pela UDN (União Democrática Nacional) — e que submeteu o Brasil a uma ditadura militar que durou até o meio da écada de 1980. Alguns, entretanto, consideram-no um movimento politico de duplo escopo, surgido do temor do expansionismo soviético e do desejo de desenvolvimento nacional, que administrou o país através de um regime de exceção e que, por um lado, teria impedido a implantação de um regime totalitário e, por outro, seria responsável pelo Brasil ter-se tornado uma das maiores economias do mundo. Golpe ou Revolução?

Os patrocinadores do movimento que resultou na implantação da ditadura militar a partir de 1964 no Brasil afirmavam que o processo seria uma revolução. Tal visão é, ainda hoje, defendida por alguns segmentos da extrema direita, e, principalmente por algumas parcelas do meio militar que ainda hoje chamam de revolução, ou contra-golpe, a conspiração que resultou no golpe de 1964. -lal Studia movimento político desenvolvimentista patrocinado pela classe média e pelo alto oficialato das forças armadas brasileiras. O ideal revolucionário, segundo alguns, precederia o Golpe Militar de 1954 e através deste teria se tornado uma ação concreta. Seria essencialmente um projeto econômico-social derivado da campanha brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Afirmam ainda que a chamada “Revolução” seria a responsável por elevar o Brasil à condição de grande economia, promovendo o chamado Milagre Brasileiro. O golpe e o regime que se seguiu O golpe de Estado precedeu o Regime Militar de 1964, a cujas inegáveis realizações contrapõe-se a violenta repressão politica dos anos 60 e 70, quando, sob a égide da Lei de Segurança Nacional, tornaram-se comuns as prisões e a tortura de opositores políticos do regime. Para além das prisões, cerca de 300 dissidentes perderam a vida, a maior parte em combate contra as Forças Armadas. A noção de que se trataria de uma revolução perde muito terreno na sociedade brasileira desde meados dos anos 70, com a abertura democrática então iniciada.

Atualmente tal posição se sustenta em parcelas restritas tanto da sociedade brasileira quando dos meios históricos, sendo quase imposs[vel encontrar algum defensor de tal idéia que não tenha alguma ligação importante com o meio militar ou com a extrema direita. O meio militar No meio militar somente parcelas restritas ainda defendem a idéia de revolução, pois, com a rofissionalização das Forças Armadas, é sabido que est nfluir politicamente 2 OF Ig politicamente na vontade da Nação, seja qual for o rumo ideológico escolhido democraticamente pela maioria dos eleitores. Também foi reveladora a afirmação do general general Ernesto Geisel, (Quarto ditador do regime militar), em 1981 para o jornalista Elio Gaspari: “O que houve em 1964 não foi uma revolução. As revoluções fazem-se por uma idéia, em favor de uma doutrina.

Nós simplesmente fizemos um movimento para derrubar João Goulart. Foi um movimento contra, e nao por alguma coisa. Era contra a subversão, contra a corrupção. Em primeiro lugar, nem a ubversão nem a corrupção acabam. Você pode reprimi-las, mas não as destruirá. Era algo destinado a corrigir, não a construir algo novo, e isso não é revolução”. A idéia do golpe militar surgiu na cidade de Juiz de Fora,onde sairam caminhões e tanques em direçao ao Rio de Janeiro. Situação internacional A Guerra Fria estava espalhando o temor pelo rápido avanço do chamado, pela extrema direita, perigo vermelho. As esquerdas espelhavam-se nos regimes socialistas implantados em Cuba e na China.

O temor ao comunismo influenciou a eclosão de uma série de golpes militares na América Latina, com aval ou o beneplácito de sucessivos governos dos Estados Unidos da América. Situação nacional No Brasil, o golpe de 1964, e a consequente tomada do poder pelos militares, contou com o apoio de grande parte da classe média brasileira, que temerosa das medidas reformistas de Jango, acreditava que haveria um ista. 3 OF Ig amadurecendo aos poucos. O motivo alegado era o comunismo. O contexto porém era bem mais complexo; a estatização promovida por Jango, as visões conflitantes entre a política e a economia, de ambas correntes de pensamento, direita e esquerda vinham se contrapondo desde o início do século XX. O golpe militar de 1964 começou a ocorrer 10 anos antes, em 1954.

Um movimento político-militar conservador descontente com os direitos garantidos aos trabalhadores por Getúlio Vargas, aliados aos Estados Unidos da América, descontentes com o desenvolvimento de grandes indústrias nacionais como a Petrobrás tentou derrubar o então presidente Getúlio Vargas, que abafou o golpe terminando com sua própria vida num suicídio. A repercussão da carta-testamento de Getúlio Vargas conteve quaisquer movimentações e desestabilizou profundamente a estrutura política do Brasil. Passados o impacto e a comoção social que se seguiram ao suicídio, em 1955 opositores de Vargas tentaram impedir as eleições sabendo de sua provável derrota. Houve assim uma tentativa de golpe, impedida pela ação do marechal Henrique Batista Duffies Teixeira Lott, que garantiu a eleição e a posterior posse de Juscelino Kubitschek.

Jânio e a tentativa de um auto-golpe Em 1961, quando Jânio Quadros renunciou, assumiu a presidência o então vice-presidente João Goulart (Houve suposições de um auto-golpe fracassado). Goulart era visto como sucessor político de Getúlio Vargas e era, ambém, cunhado de Leonel Brizola, que defendia a realização de reformas de base no Brasil, incluindo a reforma agrária, e a reforma urbana entre outras. As reformas de base desa incluindo a reforma agrária, e a reforma urbana entre outras. As reformas de base desagradavam os setores conservadores e dirigentes de multinacionais, que vendo seus negócios em risco no Brasil financiaram em 1961 a criação do IPES.

Este mesmo grupo provavelmente já havia tentado um golpe em 1954, e através de seu poderio político financeiro e de lobbys no Congresso Nacional acabaram por se movimentar no sentido de mpedir a posse de Jango. Por influência de grupos mais moderados, houve um acordo político estabelecendo o regime parlamentarista, o que significaria que Goulart seria chefe de estado, mas não chefe de governo, desta forma não teria poderes para governar. O Governo Jango Jango chegou ao poder através de uma eleição que levou de Jânio Quadros à presidência pela UDN e o próprio João Goulart ? vice-presidência pelo PTB. Ou seja presidente e vice-presidente eram inimigos políticos. Esta situação foi possível devido a uma legislação eleitoral que permitia que se votasse no presidente de ma chapa e no vice-presidente de outra.

Devido às forças políticas atuantes no país, em 1 962 foi convocado um plebiscito para escolher qual a forma de governo o Brasil adotaria: ou retornava ao presidencialismo ou permanecia no parlamentarismo, houve assim um ganho de tempo para a preparação de dispositivos que levariam a um golpe de estado. O povo optou maciçamente pelo presidencialismo com 9,5 milhões de votos contra 2 milhões dados ao parlamentarismo. Goulart começou a governar tentando conciliar os interesses do seu governo com os interesses olíticos dos mais conservadores também dos políticos pr OF Ig governo com os interesses políticos dos mais conservadores e também dos políticos progressistas no Congresso Nacional. Devidos boicotes de ambas correntes, houve uma grande demora em implantar as reformas de base. Os setores mais ? esquerda, inclusive dentro do próprio PTB, se afastaram da base governista e iniciaram protestos reinvindicativos.

Houve um aumento injustificado de preços dos mais diversos produtos e serviços, sabidamente controlados pelos setores conservadores, desta maneira, a inflação acelerou e as medidas econômicas o governo foram duramente atacadas pelos grupos mais ? esquerda. Estes viam nas medidas apenas a continuação de uma politica antiquada que eles mesmos combatiam. Iniciaram greves comandadas pela CGT, o que repercutia mal nos setores patronais. Assim, os setores mais à esquerda e os mais à direita se movimentaram e desestabilizaram a política e a economia. Em outubro de 1963 os ministros militares solicitaram o estado de sitio ao Congresso Nacional e Carlos Lacerda foi preso. A manobra foi repelida inclusive pela esquerda, a iniciativa foi vista por alguns como uma tentativa de golpe por parte de Jango. Houve também uma Importante guinada em direção a reformas de base de inspiração socialista.

Junta-se à tensão política a pressão do declínio econômico. A ingerência norte-americana na politica interna do Brasil Aconteceram também as eleições estaduais. O presidente norte americano John Kennedy através do intervencionismo político no Brasil, ordenou o financiamento das campanhas. Segundo o ex-agente da CIA, Philip Agee, os fundos provenientes de fontes estrangeiras foram utilizados n 6 OF Ig estrangeiras foram utilizados na campanha de oito candidatos aos overnos dos 1 1 estados onde houve eleições . Houve também o apoio a 15 candidatos ao Senado, a 250 candidatos à Câmara e a mais de quinhentos candidatos às Assembléias Legislativas. Foram feitas doações através do IBAD.

Como a bancada de esquerda aumentou, as doações de campanha resultaram numa CPI, que apurou sua procedência. Veio através dos bancos Royal Bank of Canada, Bank of Boston e First National City Bank. As estatizações e as fraudes financeiras As recentes estatizações feitas por Leonel Brizola nas companhias telefônica e de energia do Rio Grande do Sul, ambas pertencentes grupos americanos, criaram um clima tenso entre Brasil e Estados Unidos. Brizola denunciou um acordo de indenização fraudulenta feito com as companhias norte-americanas, antigas proprietárias das estatais recém criadas do Rio Grande do Sul. O ministério caiu e o acordo foi suspenso desagradando aos Estados Unidos.

Os sargentos, os estudantes e os Grupos dos Onze Paralelamente havia o movimento dos sargentos ideologicamente ligados a Brizola. Estes pleiteavam o direito de ser eleitos, já que suas posses haviam sido impedidas pelo Supremo Tribunal Federal. O movimento estudantil, de orientação esquerdista, ealizava protestos nas ruas. O efeito da organização de sargentos, e cabos, em grupos políticos, não pode ser subestimado em relação ao descontentamento dos militares com o governo de Jango, principalmente pela ligação destes com Brizola, que era cunhado do Presidente, pois subve Ig do Presidente, pois subvertia a hierarquia militar, um dos preceitos mais importantes e talvez a própria alma das Forças Armadas.

Brizola criou o movimento chamado de Grupos dos Onze, que consistia na organização popular em grupos de onze pessoas, para fiscalizar parlamentares e militares (já prevendo tentativas e golpes) e pressionar o governo e o congresso pelas reformas de base. A direita reage Os políticos do PSD, mais conservadores, temendo uma radicalização à esquerda deixam de apoiar o governo. A situação política de Goulart se torna insustentável, pois nao tinha apoio total do PTB e nem dos comunistas. Não consegue governar de forma conciliatória. A UDN e o PSD temiam pelo crescimento do PTB, já que Leonel Brizola era o favorito para as eleições presidenciais que aconteceriam. Criou-se o medo de que Goulart levaria o pars a um golpe de estado com a implantação de um regime politico nos moldes de Cuba e China. Era o “perigo comunista”, que serviria depois como justificativa para os golpistas.

Apoio logístico norte-americano aos golpistas Os Estados Unidos através dos militares brasileiros, com respaldo político e econômico das forças da UDN, lideradas por Carlos Lacerda, já estavam pondo sua máquina política e econômica para derrubar o presidente do Brasil. Lacerda havia pedido uma interven ao norte-americana na política brasileira, conform o correspondente no 8 OF com os ministros militares solicitando o estado de sitio e a prisão de Lacerda. O estado de sítio foi recusado pelo congresso com a esquerda uspeitando que fosse uma armadilha dos militares para prender os líderes de esquerda como Brizola e Miguel Arraes. O movimento dos sargentos e a revolta dos marinheiros liderados por Cabo Anselmo em 1963 estavam levando o pais ao caos.

Relatos posteriores tentavam legitimar o golpe militar que estaria se formando devida a “quebra de hierarquia’. Suspeita- se que Anselmo era agente da CIA inflitrado no Brasil, conforme denúncias do Partido Comunista Brasileiro. O governador mineiro, o banqueiro Magalhães Pinto, segundo Waldir Pires, tramava o golpe com Lincoln Gordon, embaixador os Estados Unidos e o adido militar, coronel Vernon Walters. Sob a técnica de domínio “dividir para governar”, havia a possibilidade de Minas Gerais declarar independência. Segundo relatos, se isto ocorresse seria prontamente reconhecido pelos norte-americanos, o que poderia causar no Brasil uma Guerra civil com grandes vantagens para aquele país.

Havia também a possibilidade da esquerda dar o golpe, pois jango nao poderia concorrer a presidencia porque a constituição de 1946 não permitia, os militares do baixo escalão também não poderiam ocupar cargo eletivo e por final Brizola que extremente eacionário era favorito mas era parente de Goulart, não seria golpe contra golpe. Comício da Central do Brasil e a eclosão do golpe O comício de Goulart e Brizola na Central do Brasil, em 13 de março de 1964, foi a ch nicio ao golpe. Ficou 1954, foi a chave para dar inicio ao golpe. Ficou conhecido como Comício da Central. Brizola e Goulart anunciavam as reformas de base, incluindo um plebiscito pela convocação de nova constituinte, a reforma agrária . om a desapropriação de terras ociosas às margens das rodovias e açudes federais), e a nacionalização das refinarias particulares de petróleo. Os políticos da CJDN e do PSD sabiam que Brizola era favorito para as eleições presidenciais e que o povo apoiaria em massa ao seu projeto, logo, a aliança UDN-Militares golpistas-Estados Unidos iniciam sua mobilização definitiva em direção ao golpe. Desde 1961 0 IPES estava manipulando a classe média para a tomada do poder em definitivo pelas forças que desde 1 954 tentavam assumi-lo. Sendo o Brasil de maioria católica, a sociedade cristã foi mobilizada para a Marcha da Família com Deus Pela Liberdade.

O uso da religião Na marcha participaram quinhentas mil pessoas no dia 19 de Março de 1964. Os manifestantes foram da praça da República e seguiram em diração à praça da Sé, lá foi rezada uma missa para “salvação da Democracia”. O padre capelão norte-americano Patrick Peyton, enviado pelo governo dos Estados Unidos rezou a missa. A marcha teve seu amplo sucesso garantido por Adhemar de Barros e Carlos Lacerda. A finalidade desta era mobilizar a maior quantidade possível de participantes para dar respaldo popular e facilitar aos militares a organização da derrubada de Goulart com o apoio dos políticos e da sociedade organizada. A movimentação popular elo IPES que por sua vez, 0 DF 19

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