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UNIPLI CENTRO UNIVERSITÁRIO PLÍNIO LEITE 10 PERIODO DE ADMINISTRAÇAO INOVAÇÃO CRIATIVISMO EMPREENDEDOR Crianças consumidoras: onde se quer chegar? Reinaldo Canto* É interessante notar como acontecimentos inusitados imprimem em nossa vida constantes transformações, moldando nossos pensamentos e nossas ideias. A chegada de um ser especial faz tudo mudar, ou melhor, trás novos sentidos para muitas das mesmas questões.
A preocupação com a preservação ambiental, com a exaustão dos recursos naturais e c encaradas, sem levar indignação com o no lidado com o nosso s fazer parte da batalh OF6 S. wp view next page dade sempre foram minha própria vida. A o ser humano tem tivo suficiente para em busca dessa dificil convivência entre o homem e a natureza. Aí chega a paternidade e a visão se amplifica e ganha novos horizontes e contornos. Novas velhas perguntas passam a receber um olhar ainda mais crítico e atento: Minha filha vai crescer num planeta mais triste, com mais fome, guerras e destruição?
O mundo que conhecemos hoje sera muito diferente e pior de se viver daqui há 20, 30, 40 anos? São perguntas que vêem seguidas de um arrepio na espinha ao imaginar para minha filha, que ainda não completou dois anos de dade, uma herança bastante amarga. Swige to víew next page amarga.. Fatos não faltam para fazer esse tipo de afirmação. Escassez de água e de produção de alimentos não são visões de catastrofistas de plantão, mas a pura realidade com sinais bastante claros para nenhum cartesiano colocar dúvida.
Das atuais para as próximas gerações A esperança reside na expectativa de que, se soubermos orientar e educar as nossas crianças e jovens para frear o consumo e o desperdício desenfreado, além de respeitar as outras criaturas que habitam o planeta, estaremos contribuindo para formar as ovas gerações com valores muito mais positivos em prol da sustentabilidade.. Agora, a tarefa não é nada fácil. Começando pela simples observação de que temos feito muito pouco para mudar essa realidade.
A nossa geração já tem elementos e informação suficientes sobre as graves conseqüências que a sociedade de consumo, ávida por energia e recursos naturais, vem causando notadamente nos últimos anos. Mesmo assim continua a consumir muito mais do que o planeta consegue repor. Nossos lixões e aterros sanitários, principalmente em grandes capitais brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro, entraram em colapso, como já alertou o jornalista Washington Novaes, em seus artigos no jornal O Estado de São Paulo.
E, muitos desses materiais, ou melhor, pelo menos 30% de tudo o que vai abarrotar esses lixões e aterros sanitários são perfeitamente reaproveitáveis ou recicláveis e poderiam ter um destino mais nobre e redu perfetamente reaproveitáveis ou recicláveis e poderiam ter um destino mais nobre e reduzir os impactos ambientais causados pelas cadeias produtivas e seus consequentes descartes. Recentemente, o escritor uruguaio Eduardo Galeano escreveu um artigo indignado contra a cultura do descartável. Galeano lembrou a sua infância e a utilização quase total de todo tipo de material.
No Uruguai de 50 anos atrás, tudo era reaproveitado e até mesmo transformado em brinquedos como tampas e latas. Desperdício de alimentos, então, nem pensar. Cascas e restos de alimentos viravam doces, compotas deliciosas, o que aliás não diferencia muito das antigas estórias de muitas famílias brasileiras. Não é que não existam mudanças ou novas atitudes em busca de um mundo mais sustentável. Aqui e ali surgem projetos dignos de nota: projetos de reciclagem, de redução de gastos de energia, de eaproveitamento de água e por aí afora.
Mas convenhamos que diante do comportamento da maioria, é caminhar a passos de tartaruga, enquanto os efeitos do aquecimento global, da perda de florestas, da contaminação da água, correm a jato. Todos nós, uns mais outros menos consumimos mais do que das nossas reais necessidades e as possíveis exceções só confirmam a regra. É exatamente aí que quero chegar: que lições estamos passando para as futuras gerações? E quais as contribuições que podemos dar aos nossos filhos? Com certeza, o primeiro passo é ampliar nossas ações. que podemos dar aos nossos filhos? Com certeza, o primeiro passo é ampliar nossas ações. Pensar nos 3 RS – acrescidos de um R inicial proposto pelo Instituto Akatu pelo Consumo Consciente (Repensar; Reduzir; Reutilizar e Reciclar. Depois colocar em prática e viver uma vida mais simples e saudavel. No caso das crianças, trocar o material, ou seja, mais uma boneca, ou um novo carrinho por mais afeto e compartilhamento de momentos em família, como um passeio ao ar livre, por exemplo.
Os terapeutas são unânimes em afirmar que o afeto é mais importante que o material e o contato com a natureza é a melhor maneira de fazer com que as crianças a admirem e respeitem. Se elas vão receber um planeta mais caótico para se viver, nós temos no mínimo, o dever de orientá-las desde os seus primeiros passos. E isso, é claro, não é responsabilidade apenas dos pais, mas da escola, dos governos e também das empresas que precisam fazer a sua parte em prol de um mundo melhor.
Bombardeio publicitário Se a vida já não parece fácil, a nossa tarefa, como pais, fica ainda mais dificil e complicada quando assistimos pasmos, a publicidade insana voltada para as crianças. São anúncios na televisão, outdoors e vitrines de supermercados que se utilizam de todos os recursos para atrair os pequenos. São brinquedos e alimentos muito atraentes na sua apresentação e pouco saudáveis em muitos sentidos, seja para o planeta, como também para a saúde das crianças. É pouco saudáveis em muitos sentidos, seja para o planeta, como também para a saúde das crianças. ? o caso de brindes associados a alimentos industrializados e fast-foods pouco nutritivos e muito calóricos responsáveis pela incidência da obesidade infantil. Organizações de defesa do consumidor, como o IDEC e o Instituto Alana, há tempos lutam contra a publicidade infantil que, aliás, já é proibida em muitos países desenvolvidos. Em recente entrevista, a coordenadora de educação e pesquisa do Instituto Alana, Laís Pereira, afirmou que crianças até os 12 anos ainda não formaram um pensamento critico sendo presas fáceis da publicidade irresponsável.
Outra informação da pesquisadora, que é também bastante preocupante para pais e educadores, se refere às crianças de até quatro anos de idade. Segundo ela, nessa faixa etária, a criança não distingue a diferença entre publicidade e conteúdo de um programa. As agências de propaganda e as indústrias responsáveis por esses produtos costumam alegar que quaisquer proibições os anúncios constituem restrições a liberdade de expressão e de informação. Não creio que isso faça sentido.
Antes de mais nada essas bem vindas restrições viriam ao encontro do que estabelece o Código de Defesa do Consumidor e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Instrumentos do mais alto nível que vem contribuindo e muito para o aprimoramento da democracia e da cidadania em nosso pais e proteger os direitos mais eleme S multo para o aprimoramento da democracia e da cidadania em nosso país e proteger os direitos mais elementares da nossa sociedade e das nossas crianças. Esses são apenas alguns exemplos dos enormes desafios pelos quais nós pais temos que lutar.
E é evidente que tais lutas vão muito além de nossas atitudes pessoais. É preciso agir também coletivamente ao participar e enfrentar forças que, muitas vezes, tem como interesse apenas os ganhos imediatos e como resultado final, enormes prejuízos sociais. O futuro dos nossos filhos é uma boa razão para manter a espinha ereta e o olhar firme no horizonte. As crianças merecem essa chance. *Reinaldo Canto é Jornalista,ex-Diretor de Comunicação do Greenpeace e ex-coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. BLOG – cantodasustentabilidade. zip. et (Envolverde / O autor) http://mercadoetico. terra. com. br/arquivo/criancas-consumidoras -onde-se-quer-chegar/ Com esse comentário todo, só nós resta fazer nossa parte como pais, impondo limites as crianças : como o tempo que ficará em frente à uma tv , um computador . Mas para isso temos que ser uma família mais presente, sem essa invenção de dar algo para compensar nossa ausência, que é o que a criança mais precisa em seu crescimento . Pois o governo está fazendo sua parte, conforme o projeto de lei 5921_01, que proíbe propaganda infantil para crianças.