O ensino da gramбtica. opressгo? liberdade?

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARБ FACULDADE DE ESTUDOS DA LINGUAGEM – FAEL O ENSINO DA GRAMБTICA. OPRESSГO? LIBERDADE? Evanildo Bechara A obra O ensino da gramбtica. Opressгo? Liberdade? й geralmente designada por ser uma anбlise que evoca a crise da escola e o coloqui comunicaзгo contem uma idйia geral da o relativas ao ensino d analisar como tem si OF6 rв Swip nent page , proc as formas de a definiзгo permitir ar as questхes ara (2002), ao aterna ao longo dos anos, demonstra como o docente poderia nortear esse estudo de modo mais eficaz.

As primeiras consideraзхes realizadas pelo autor acima, eferem-se ao fato de que desde os gregos, o ensino de lнngua materna esteve ligado ao aprendizado da gramбtica escolбstica. Assim, podemos estabelecer, a partir de tais consideraзхes, um paralelo com o ensino de gramбtica da atualidade que ainda privilegia a gramбtica normativa, as regras, a norma culta. Ao se refletir sobre o ensino de gramбtica, o linguista italiano, Antonino Pagliaro apud Bechara (2002) afirma que a gramбtica deveria ser chamada de epistйme, ou seja, um conjunto de saberes nos quais estariam inseridos tanto conhecimentos teуricos como prбticos.

Entretanto, a escola, eralmente, prioriza um ensino de lнngua materna e e estrangeira voltado para o aspecto formal, sem valorizar a expressгo e a fala. Se fizermos um paralelo entre o que foi enfatizado nas escolas no que se refere а aprendizagem dos alunos, nota-se que se valorizaram critйrios que se assemelham aos defendidos pela teoria estruturalista e gerativista. Jб as teorias funcionalistas e as da enunciaзгo foram, muitas vezes, “esquecidas”.

Conforme Bechara (2002), com o progresso da ciкncia, da linguagem, a gramбtica se enriqueceu com dados novos que contribuнram para que a sala de aula se tornasse “um palco e erudiзгo” (BECHARA, 2002 p. 34). Desse modo, enfatizou- se o falar e o escrever bem, seguindo as normas cultas. Assim, diante dessa preocupaзгo formal, podemos dizer que “foram os mestres em busca do mйtodo e da ordem e trouxeram-nos indisciplina” (Said Ali apud Bechara, 2002 p. 36).

Percebemos, entгo, que nгo й o fato de se ensinar todas as regras aos alunos que garantirб que esses usem a lнngua de forma eficaz. Como citou Said Ali, o excesso de mйtodos pode causar um efeito contrбrio do desejado, a indisciplina. Й possнvel que remetamos essa indisciplina a dois fatores, os quais sгo: mesmo endo contato com uma grande quantidade de regras, muitos alunos nгo conseguem escrever de acordo com a norma culta, nem interpretar os textos que lкem.

O segundo fator seria a indisciplina do falar, pois nem sempre reproduzimos “o falar regido pela gramбtica. Alйm disso, Sald Ali alude a outros pontos import sempre reproduzimos “o falar’ regido pela gramбtica. Alйm disso, Said Ali alude a outros pontos importantes, afirmando que o ensino precisa ser adequado аquilo que o aluno й capaz de apreender. Entendemos, portanto, que nгo й poss[vel desejar que um aluno compreenda o que й uma oraзгo subordinada ubstantiva subjetiva, por exemplo, se ele nгo sabe o que й sujeito.

Said Ali argumenta que a pedagogia pode contribuir para que o professor saiba se nortear ao escolher os conteъdos que devem ser ministrados em uma dada classe. Bechara (2002) tambйm cita Joгo Ribeiro o qual afirma que o ensino de portuguкs baseado em anбlises lуgicas, ou seja, fonolуgicas, sintбticas e morfolуgicas, nгo й suficiente para aulas de lingua materna. Ass m, para este ъltimo, o grande problema dessas anбlises й que o discente, geralmente, consegue analisar sentenзas, mas nгo й capaz de ler nem de escrever.

A partir das reflexхes de Joгo Ribeiro, podemos inferir a questгo do letramento tгo em voga na atualidade, pois quantos sabem ler, ou melhor, apenas decodificam as letras, mas nгo conseguem interpretar o texto, compreender a mensagem. Bechara (2002) menciona ainda que no Brasil as variedades diatуpicas (regionais) nгo exercem tanta influкncia quanto em outras naзхes, porйm, ao se deparar com um ambiente escolar, o professor nгo lida apenas com essas variedades, mas tambйm com as diastrбticas (sociais), logo: Enquanto a lнngua 3 tambйm com as diastrбticas (sociais), logo:

Enquanto a lнngua de casa traduz cabalmente as noзхes de um mundo e de uma vivкncia reduzida, a lнngua da escola irб preparб- los acompanhando o seu desenvolvimento psicolуgico e cultural, para descobrir no pensamento discursivo, as formas que foram elevadas a uma funзгo cognoscitiva mais alta no pensamento racional (BECHARA, 2002 p. 40). Se a escola deve levar o aluno a desenvolver a lнngua, propiciando-lhe “descobrir o pensamento discursivo”, й preciso que o professor ensine ao aluno nao apenas a modalidade padrгo, mas tantas outras existentes para que o discente possa dequar o uso da lнngua a uma dada situaзгo comunicativa.

Bechara menciona o artigo de Vicenzo Lo Cascio (1978), Para uma renovaзгo da didбtica da lнngua materna, pois Lo Cascio cita dois tipos de competкncia linguнstica: a da descodificaзгo (ou receptiva) e da produзгo linguнstica, as quais comportam trкs componentes: competкncia gerativa (ou linguнstica); competкncia comunicativa; competкncia dos instrumentos lingьнsticos, isto й, competкncia dos canais linguнsticos e semiуticos em geral e da interaзгo desses (Lo Cascio apud Bechara 2002, PAI

Cada competкncia exposta por Lo Cascio seja ela da descodificaзгo ou da produзгo lingь[stica й composta pelos trкs componentes referidos acima. Desse modo, Bechara (2002) explana sobr linguнstica й composta pelos trкs componentes referidos acima. Desse modo, Bechara (2002) explana sobre cada um dos componentes inerentes a uma determinada competкncia. Assim, explica a competкncia gerativa relacionada а descodificaзгo e а produзгo linguнstica.

Apesar de Bechara (2002) analisar tais competкncias detalhadamente, notamos que a diferenзa essencial entre a competкncia receptiva e a ativa estб no fato e a primeira se relacionar a uma apreensгo dos aspectos linguнsticos, seja por meio da audiзгo ou da leitura, jб a segunda parte dessa apreensгo para a produзгo, para a transformaзгo. Й possнvel, por meio dessa ъltima competкncia, tomar como base algo que й captado pelos sentidos (por exemplo, a audiзгo) e atravйs d•sso produzir diferentes situaзхes comunicativas.

E, atй mesmo, partir de enunciados e transformб-los, ou seja, expandir as seqькncias linguнsticas em outras. Lo Cascio tambйm enfatiza a prioridade da competкncia verbal, oral. Й importante que citemos esse aspecto, pois a escola empre procurou deixar de lado a fala, priorizando a escrita. Assim, Lo Cascio destaca que enfatizar o ensino da atividade oral й bбsico para adquirir outras competкncias comunicativas.

Para Lo Casco, cada um compreende a mensagem mediante seu interesse permante ou ocasional. O locutor pode proferir um enunciado desejando enfatizar um determinado aspecto, mas o ouvinte pode compreender de modo diverso, colocando outro(s) ponto(s) como mais relevante( S ponto(s) como mais relevante(s). Ao destacar a importвncia do “ouvir”, Lo Cascio afirma que o professor tambйm deve onsiderar a leitura, a redaзгo e a gramбtica.

Sobre a gramбtica, й importante afirmar que nomes tйcnicos e sua classificaзгo correta sгo menos importantes do que a proposta de exercнcios que ministrem ao educando o desenvolvimento do pensamento e o apto desempenho de suas competкncias linguнsticas receptivas e produtivas” (BECHARA, 2002 p. 49). A obra de Bechara (2002) possibilita-nos pensar em uma situaзгo do cotidiano. Imaginemos, por exemplo, uma pessoa que tem como profissгo ser cozinheiro. Entretanto, todos os pratos que ela faz nгo ficam bons, mas se perguntarmos a ela a receita e um prato, ela saberб todos os ingredientes que compхem a receita.

Assim й o ensino de lнngua quando se enfatiza simplesmente as regras, o aluno pode atй saber classificar os termos, porйm nгo consegue utilizб-los em diferentes situaзхes comunicativas. Desse modo, consideramos que o grande mйrito da obra de Bechara (2002) reside no fato de ele nгo se referir ? Ifngua como algo estбtico, mas sim, dinвmico. REFERКNCIA: BECHARA, Evanildo. O ensino da gramбtica. Opressгo? Liberdade? 1 1. ed. sao Paulo: Бtica, 2002. http://www. letras. ufscar. br/linguasagem. Acessado em 14 de junho de 2011 аs 21:37.

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