Objetos perfurocortantes
OBJETOS PERFUROCORTANTES INTRODUÇÃO As exposições ocupacionais a materiais biológicos (MB) potencialmente contaminados continuam representando um sério risco aos profissionais da área da saúde (PÁS), no seu local de trabalho. Apesar de muitos estudos desenvolvidos nesta área, os acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos correspondem às exposições mais freqüentemente relatadas.
Os ferimentos com agulhas e materiais perfurocortantes, em geral, são considerados extremamente perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir mais de vinte tipos de patógenos diferentes, sendo s vírus da Imudodeficiência Humana (HIV), da Hepatite B e da Hepatite C os agentes infecciosos mais comumente envolvidos. Evitar a exposição ocupacional é o principal caminho pra prevenir a transmissão dos vírus das Hepatites B e Ce o do HIV.
Entretanto a imunização contra a Hepatite B e o atendimento adequado pós-exposição são componentes integrais para um programa completo de prevenção destas infecções e elementos importantes para a segurança do trabalho. Mas, o que são infectantes perfurocortantes? Segundo a Resolução no 5/93 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), são seringas, gulhas, escalpes, ampolas, vidros de um modo em geral ou, qualquer material pontiagudo ou que contenham fios de corte capazes de causar perfurações ou cortes. E os infectantes nao perfurocortantes?
Segundo a mesma Resolução, são os materiais que contenham sangue ou fluidos corpóreos. No caso das farmácias e drogarias são os algodões com sangue. O risco de trabalhadores da área da saúde adqu Swipe to next -lal Studia adquirirem patógenos veiculados pelo sangue já está bem documentado e demonstra que a Aids e a hepatite B e C, adquiridas de maneira ocupacional, são, hoje, um fato concreto. Este estudo retrospectivo, de natureza descritiva, realizado em um Hospital Universitário, objetivou analisar os acidentes perfurocortantes que acometeram os trabalhadores de enfermagem.
Os resultados evidenciaram que, dos 398 acidentes ocupacionais notificados oficialmente, 125 (30 a 40%) foram perfurocortantes e 89 (71 ocorreram entre trabalhadores de enfermagem. As situações mais freqüentes de ocorrência se deram quando da administração de medicamentos (25,78%). Concluiu-se que os trabalhadores de enfermagem foram os mais atingidos pelos acidentes ocupacionais envolvendo material perfurocortante. or ser uma atividade eminentemente social, o trabalho exerce um papel fundamental nas condições de vida do homem.
Produz efeito positivo, quando é capaz de satisfazer as necessidades básicas de subsistência, de criação e de colaboração dos trabalhadores. por outro lado, ao realizá- lo, o homem expõe-se constantemente aos riscos presentes no ambiente laboral, os quais podem interferir diretamente em sua condição de saúde. O ambiente hospitalar oferece múltiplos e variados riscos aos trabalhadores da área da saúde, tais como os causados por agentes químicos, físicos, biológicos, psicossociais e rgonômicos, sendo os riscos biológicos os principais geradores de periculosidade e insalubridade a esses trabalhadores.
Sangue, qualquer fluido orgânico contendo sangue, secreção vaginal, sêmen e tecidos, são materiais biológicos envolvidos na transmissão do vírus HIV. Líquidos de serosas (peritone 20F materiais biológicos envolvidos na transmissão do vírus HIV. Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor, líquido articular e saliva (em ambientes odontológicos), são materiais de risco indeterminado para a transmissão do vírus. Exposições a estes e outros materiais otencialmente infectantes que não o sangue ou material biológico contaminado com sangue, devem ser avaliadas de forma individual.
Em geral, estes materiais são considerados como de baixo risco para transmissão ocupacional do HIV. De acordo com a Resolução, os resíduos serão classificados como: • Grupo A (potencialmente infectantes) – que tenham presença de agentes biológicos que apresentem risco de infecção, como bolsas de sangue contaminado; • Grupo B (químicos) – que contenham substâncias químicas capazes de causar risco à saúde ou ao meio ambiente, independente de suas características inflamáveis, de orrosividade, reatividade e toxicidade. or exemplo, medicamentos para tratamento de câncer, reagentes para laboratório e substâncias para revelação de filmes de RaioX; • Grupo C (rejeitos radioativos) – materiais que contenham radioatividade em carga acima do padrão e que não possam ser reutilizados, como exames de medicina nuclear; • Grupo D (resíduos comuns) – qualquer lixo que não tenha sido contaminado ou possa provocar acidentes, como gesso, luvas, gazes, materiais passlVeis de reciclagem e papéis; • Grupo E (perfurocortantes) – objetos e instrumentos que possam furar ou ortar, como lâminas, bisturis, agulhas e ampolas de vidro.
No Brasil, cerca de 120 mil toneladas de lixo urbano são geradas por dia, sendo que 1% a 3% dessa quantidade é produzida nos 30F mil toneladas de lixo urbano são geradas por dia, sendo que 1% a 3% dessa quantidade é produzida nos estabelecimentos de saúde. Desse total, entre a 25% representam risco ? saúde. Com a destinação correta do resíduo é possível também reduzir a possibilidade de contaminação do lixo comum. “O mau gerenciamento desses resíduos pode trazer danos à saúde pública e ao meio ambiente.
Cada órgão fiscalizador tem um apel essencial definido e que precisa ser reforçado”, afirma Regina Barcellos, a chefe da Unidade de Infraestrutura. As secretarias estaduais e municipais, em conjunto com os órgãos de limpeza urbana, meio ambiente e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) vão auxiliar na divulgação e na orientação dos procedimentos de controle, tornando-se necessário, num primeiro momento, o esclarecimento a todos os trabalhadores da instituição sobre o procedimento correto na ocorrência de acidentes perfurocortantes, uma vez que apenas 55,91% desses acidentes tiveram o procedimento correto.
O objetivo da edida é evitar danos ao meio ambiente e prevenir acidentes que atinjam profissionais que trabalham diretamente nos processos de coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação desses resíduos. Os resíduos perigosos são tema da Resolução RDC no 33/03, que, antes de aprovada, foi discutida com representantes de todos os setores envolvidos, como meio ambiente, limpeza urbana, indústria farmacêutica, associações e sociedades de especialidades médicas, dentre outros. – O que fazer após a exposição acidental a material biológico? – Cuidados locais com a área exposta devem ser iniciados imediatamente pós o acidente. Recomenda-se lavar exaustivamente o Io 40F exposta devem ser Iniciados imediatamente após o acidente. Recomenda-se lavar exaustivamente o local com água e sabão, em casos de exposição percutânea. Não há evidencias reais da vantagem em se usar soluções anti-sépticas (PVP – Iodo ou Clorexidina) em substituição ao sabão. Em casos de exposições de mucosas, a lavagem deve ser feita com água ou solução fisiológica.
Não utilizar éter, hipoclorito ou glutaraldeido, pois podem causar irritação local e aumentar ou mascarar a área exposta. Não efetuar cortes ou injeções locais; 2- Sendo um cidente no local de trabalho, recomenda-se procurar o Setor de Recursos Humanos ou Departamento de Pessoal para que seja feito o encaminhamento ao serviço de medicina do trabalho. Geralmente este encaminhamento é feito para serviços públicos credenciados para este tipo de atendimento através do preenchimento, pela empresa, do formulário chamado CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho).
A legislação atual determina que a comunicação pelas empresas privadas seja feita em no máximo 24 horas após o acidente. Nos serviços públicos, o prazo é de até 10 dias. Para os profissionais autônomos, ecomenda-se contato direto com um médico do trabalho, o qual poderá orientar diretamente quais as medidas necessárias. O tempo decorrido entre o acidente e o encaminhamento deve ser o menor possível, para que a avaliação médica e a profilaxia sejam iniciadas imediatamente; 3- É ideal que o laboratório proceda mediatamente a testes sorológicos do paciente e do acidentado.
Os testes rápidos (tipo “pack” ou “sabonete”) são os mais recomendados, dados a necessidade de se estabelecer o status da sorologia de ambos para o HIV e as Hepatites 3 e C, necessidade de se estabelecer o status da sorologia de ambos ara o HIV e as Hepatites B e C, o qual determinará as medidas profiláticas necessárias. Testes mais detalhados devem ser realizados concomitantemente para se determinar com maior fidelidade à situação sorológica, mesmo para outras patologias.
Infelizmente, nem sempre há tempo ou condições para que os exames sejam realizados no intervalo de uma a duas horas após o acidente. Nestes casos, quando existe o risco de se ultrapassar o tempo limite para inicio da profilaxia, o médico costuma adotar as condutas considerando-se o paciente-fonte como provável soro-positivo para as doenças de risco; – A quimioprofilaxia para o HIV costuma ser empregada baseando-se na avaliação médica criteriosa do risco de transmissão em função do tipo de acidente, da condição sorológica do paciente-fonte, do volume e tipo de material biológico envolvido.
Quando Indicado o uso profilático dos anti-retrovirais, a quimioprofilaxia deverá ser iniciada o mais rápido possível, dentro de uma a duas horas após o acidente. Estudos com animais demonstraram ineficácia se o tratamento for iniciado de 24 a 36 horas após a exposição. Geralmente é empregada uma combinação de AZT e Lamivudina (3TC), stando disporúeis outras combinações e esquemas alternativos quando necessário.
O tratamento costuma ser empregado por um periodo de quatro semanas, existindo efeitos colaterais geralmente leves e transitórios controlados com outros medicamentos; 5- A profilaxia para a Hepatite B geralmente emprega Gamaglobulina Hiperimune (HBIG), aplicada via intramuscular, sendo mais eficiente se empregada dentro de 24 a 48 horas após o acidente. O stat 6 OF intramuscular, sendo mais eficiente se empregada dentro de 24 a 48 horas após o acidente. O status sorológico do paciente-fonte e do próprio profissional vão determinar a necessidade de sua tilização.
Caso o profissional tenha sido vacinado anteriormente e tenha uma resposta imune vacinal conhecidamente adequada, geralmente não é aplicada a HBIG, mesmo que o paciente- fonte tenha HbsAg positivo. Caso o profissional acidentado não seja vacinado ou tenha resposta imune vacinal inadequada, o HBIG é empregado, principalmente se o paciente fonte tenha HbsAg positivo ou desconhecido; 6- Quanto à Hepatite C não existe nenhuma medida especifica que reduza o risco de transmissão viral após exposição ocupacional.
Portanto, é apenas por meio da prevenção que tem-se como combater esta patologia. Após um acidente, o acompanhamento futuro do profissional soro-negativo par Hepatite C, anteriormente ? sua exposição, é importante para caracterizar-se o acidente de trabalho e entrar com medicamentos o mais precocemente possível. – Acompanhamento do profissional acidentado: Após um acidente ocupacional com material infectado ou proveniente de paciente-fonte desconhecido, o profissional de saúde deverá ser acompanhado por um periodo de seis a doze meses, pelo menos.
Caso o pacientefonte seja comprovadamente soro-negativo, para as doenças de risco, é indicado um acompanhamento de três a eis meses, para cobrir-se a possibilidade de o paciente-fonte estar no periodo de janela imunológica. É ideal a avaliação clinica periódica nos dois primeiros meses, com o objetivo de detectar sinais e sintomas de infecção aguda pelo HIV, que usualmente ocorrem de três a quatro semanas após a de infecção aguda pelo HIV, que usualmente ocorrem de três a quatro semanas após a exposição em dos pacientes.
A avaliação clinica associada a exames laboratoriais, permitem também a observação de efeitos adversos à quimioprofilaxia para o HIV, se esta houver sido empregada. A sorologia para HIV eve ser realizada no momento do acidente e repetido após 6 a 12 semanas e após 6 meses. Caso tenham existido sintomas de possível infecção aguda pelo HIV nos primeiros 6 meses, história clinica prévia de deficiência imunológica ou exposição simultânea ao vírus da Hepatite C, o acompanhamento clinico e sorológico devem ser ainda mais rigorosos.
Para a Hepatite B, caso o profissional apresente imunidade vacinal anterior ao acidente, não há necesidade de acompanhamento sorológico. Caso contrario, determinar HbsAg e Anti-Hbc após seis meses se o paciente-fonte for HbsAg positivo ou desconhecido. Caso enha sido empregada a profilaxia com HBIG, determinar também o AntiHbs após 12 meses. Para a Hepatite C, caso o paciente- fonte tenha Anti-HCV positivo ou desconhecido, o profissional acidentado necessita realizar o anti-HCV no momento do acidente e após seis meses. ? ideal o acompanhamento com dosagens de TGP no momento, seis semanas e seis meses após o acidente, a fim de auxiliar o diagnostico precoce de soroconversão (algumas vezes a TGP se eleva e o Anti-HCV continua dando resultados falso-negativos por um certo período). Se disponível, realizar também técnicas de Biologia Molecular (PCR) para detecção recoce da soroconversão, caso o paciente-fonte seja soro- positivo para Hepatite C. Como existe o risco de transmissão destas patologias por via sexual, os profissionais a 80F Hepatite C.
Como existe o risco de transmissão destas patologias por via sexual, os profissionais acidentados devem ser orientados para utilizar-se de meios preventivos que evitem uma possível contaminação de seus parceiros. O uso de camisinhas é aplicável nas relações sexuais, principalmente durante o período onde não se possa descartar completamente a chance de aquisição da AIDS e das Hepatites após o acidente. Cuidados com materiais perfuro-cortantes: Recomendações especificas devem ser seguidas durante a realização de procedimentos que envolvam a manipulação de material perfurocortante. ) Máxima atenção durante a realização dos procedimentos; b)Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes; c) As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos; d) Não utilizar agulhas para fixar papéis; e) Todo material perfuro- cortante (agulhas, seringas, scalp, laminas de bisturi, vidrarias, ntre outros), mesmo que esterilizados, devem ser desprezados em recipientes resistentes à perfuração e com tampa; f) Os recipientes específicos para descarte de materiais não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento. As farmácias e drogarias que realizam aplicações de injeção devem adotar alguns procedimentos básicos para garantir a segurança de seus clientes e funcionários. O manuseio dos infectantes perfuro-cortantes e nãoperfurocortantes devem obedecer a um padrao. ACIDENTES COM PERFURO-CORTANTES De acordo com a situação de ocorrência dos acidentes perfur padr¿o.
ACIDENTES COM PERFURO-CORTANTES De acordo com a situação de ocorrência dos acidentes perfurocortantes, pudemos observar que a maioria dos acidentes ocorreu quando os trabalhadores de enfermagem estavam administrando medicamentos (23,82%), seguindo-se pela administração de soroterapia (23,62%), por materiais descartados em local impróprio (7,88%), pelo descarte de materiais perfurocortantes (7,88%), por ser atingido por outro trabalhador (6,30%) e ao se reencaparem agulhas (5,51 %). Grande parte das atividades dos rabalhadores de enfermagem está concentrada na administração de medicamentos e soroterapia, atividades que envolvem a manipulação constante de agulhas e escalpes, sendo situações que mais expõem os trabalhadores ao risco de acidentes perfurocortantes.
Em relação à distribuição desses acidentes entre as outras categorias funcionais, os dados obtidos por meio das fichas de notificação do SESMT revelam que a maioria deles são ocasionados por agulhas e outros objetos perfurocortantes, descartados em locais impróprios: no leito do paciente, na mesa de cabeceira, na bandeja de medicação, no chão e no ixo comum. Esses dados evidenciam, ainda, que, entre os trabalhadores da área de apoio hosp talar, os do setor de limpeza são os que mais sofrem com os acidentes perfurocortantes. Medidas preventivas, como adequação das caixas de descarte de materiais perfurocortantes, treinamento específico que oriente os trabalhadores da érea da saúde sobre os riscos biológicos e a importância da vacinação contra hepatite B, podem contribuir para a diminuição dessas ocorrências entre tais trabalhadores. Em relação ao descarte de material perfurocortante em local impr 0 DF 13