Pedofilia
http://vwm. radarciencia. org/doc/pedofilia-consideracoes-atuais Spizzirri, Giancarlo FONTE Diagn. tratamento;1 5(1 )jan. -mar. 2010.. RESUMO A pedofilia é um transtorno Mental caracterizado por fantasias e/ ou pensamentos sexuaisintensos e sexualmente excitantes, por periodo igual ou superior a seis meses e que envolvam pessoas de até 12 anos de idade. A etiologia desse distúrbio permanece pouco esclarecida. Pesquisas atuais, entretanto, apontam alterações neurológic nessa gênese.
Diminu cinzenta da amídala septais, da substânci foi observada em pe OF5 p nâmicas envolvidas ume e da massa lateral, das regiões o da estria terminal gnética funcional de pedófilos revela que diversas regiões cerebrais são ativadas ou inibidas, durante a estimulação erótica visual. Observa-se aumento dos níveis de testosterona, especialmente naqueles pedófilos que apresentam conduta agressiva. História de abuso sexual elou emocional na infância é recorrente e contribui para a compreensão das causas da pedofilia. AU) Pedofilia – considerações atuais Giancarlo Spizzirri INTRODUÇAO A pedofilia é um distúrbio psiquiátrico, classificado como um ranstorno de preferência sexual pela Classificação Internacional -lal Studia recorrentes, intensos e sexualmente excitantes, por período igual ou superior a seis meses e que envolvam pessoas de até 12 anos de idade. Alguns pedófilos são atraídos por meninas apenas, outros apenas por meninos e outros se interessam por ambos os gêneros. (1 É uma condição crônica que geralmente se inicia na adolescência e persiste ao longo da vida, sendo mais frequente em homens do que em mulheres. 3,4) A pedofilia é um tema controvertido. Pedófilo seria aquele ndividuo que tem atração sexual exclusivamente por crianças. Alguns autores classificam esse tipo como “permanente”. Também há aqueles que apresentam esses sintomas quando estão diante de situações estressantes, sendo considerados do tipo ‘regressivo’. Há, também, aqueles que molestam crianças sem fins estritamente sexuais. (5) Em nossos dias a pedofilia, mais do que nunca, constitui fonte de grande preocupação em diversos segmentos da sociedade. para vencer esse grande desafio, maior conhecimento sobre etiologia, quadro clínico e tratamento se faz necessário.
ETIOLOGIA CONSIDERAÇÕES FINAIS A etiologia desse distúrbio permanece pouco esclarecida. Pesquisas atuais, entretanto, apontam alterações neurológicas, hormonais e psicodinâmicas envolvidas nessa gênese, como salientamos a seguir: a) Fatores neurológicos Diminuição considerável do volume e da massa cinzenta da amídala direita, do hipotálamo bilateral, das regiões septais, da substância innominata e do núcleo da estria terminal foi observada em pedófilos e pode refletir alterações ou agressões do ambiente, em períodos críticos do desenvolvimento psicossexual. 6) Observou-se também que ambiente, em períodos críticos do desenvolvimento psicossexual. Observou-se também que pedófilos apresentam diminuição do volume da massa cinzenta do núcleo estriado ventral (estendendo-se ao núcleo accumbens), do córtex orbitofrontal e do cerebelo. Essas observações indicam associação entre anormalidades da morfometria fronto-estriatal e pedofilia. 7) Quando se comparam indivíduos com interesses sexuais heterossexuais com parafílicos, verificam-se alterações eletroencefalográficas em diferentes áreas corticais, como reação à estimulação erótica visual. 8) Aumento anormal do ritmo alfa e diminuição da atividade em áreas frontais também foi observado em pedófilos quando estão na presença de crianças. (9) A ressonância magnética funcional de pedófilos revela que diversas regiões cerebrais são ativadas ou inibidas, durante a estimulação erótica visual. 10,11) Há evidências de que o lobo frontal occipital superior e o fasciculo arqueado conectem as regiões corticais da resposta à estimulação sexual, indicando que aquelas regiões corticais operam como uma rede no reconhecimento dos estímulos sexuais relevantes e que a edofilia resulta de uma desconexão parcial desta rede. (11) b) Fatores hormonais Observa-se aumento dos n[veis de testosterona, especialmente naqueles pedófilos que apresentam conduta agressiva. 12) Também se tem evidenciado maior índice de hormônio luteinizante em pedófilos, quando comparados com parafilicos não pedófilos e não paraf[licos, o que indica uma disfunção no eixo hipotalâmico-hpofisário-gonadal. (13) Maiores níveis de prolactina foram identificados numa amostra de 528 homens criminosos sexu 3 de 528 homens criminosos sexuais, entre eles, os pedófilos. 14) ) Aspectos psicodinâmicos História de abuso sexual elou emocional na infância é recorrente e contribui para a compreensão das causas da pedofilia: as primeiras experiências ou fantasias sexuais, sejam gratificantes ou não, podem influenciar comportamentos futuros. 5 Pesquisas atuais indicam que parafílicos (entre eles os pedófilos) e criminosos sexuais advêm de famílias mais numerosas e seus pais tendem a serem mais velhos na ocasião de seus nascimentos. (15) DIAGNÓSTICO O diagnóstico da pedofilia está fundamentado na história e no exame psíquico do paciente, destacando-se os diversos aspectos a anamnese sexual. 5) Investigação recente concluiu que a utilização de pornografia infantil é um forte indicativo de que o usuário poderá molestar crianças sexualmente. (16) Cogita-se associação entre pedofilia e transtornos da personalidade, entretanto, não há alteração que seja diagnóstica e que caracterize todos os casos. (5) TRATAMENTO A administração de antidepressivos tricíclicos ou inibidores seletivos da recaptação da serotonina (fluoxetina, principalmente) em altas doses é amplamente citada na literatura como recurso terapêutico relevante.
Acompanhamento psicoterapêutico individual elou grupal é essencial no acompanhamento dessas condições. (5,17-19) Novas possibilidades de tratamento estão sendo pesquisadas e aplicadas, como a utilizaca iOS antiandrogênicos e o 4DFS preferencialmente em pacientes pedófilos abusadores sexuais. (20) Giancarlo Spizzirri. Mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e professor do curso de Especialização em Sexualidade Humana pela FMUSP. Membro da equipe do Programa de Estudos em Sexualidade (Prosex). INFORMAÇÕES Endereço para correspondência:
Giancarlo Zpizzirri Projeto Sexualidade (ProSex) Rua Ovídio Pires de Campos, 785 – 40 andar sao paulo (SP) – CEP 01060-970 Tel. (11) 3069-6982 E-mail: giancki@uol. com. br Fontes de fomento: nenhuma Conflito de interesse: nenhum REFERÊNCIAS 1. Organização Mundial da Saúde. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-IO. 10a ed. Porto Alegre: Artmed; 1993. 2. American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders (DSM-IV). 4th ed. Washington: American Psychiatric Association; 2002. J Bras 119-121 2009.. S