Pscologia educacional

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A psicologia e suas repercussões na educação A psicologia histórico-cultural é descrita pelo levantamento de teses, questões, elementos e categorias que pretendem explica- la como teoria psicológica, sendo tomadas as raízes teóricas das quais a psicologia cientifica se originou e evoluiu. São ressaltadas as repercussões da psicologia na educação e as várias direções tomadas pelo processo educativo.

O mais importante para a compreensão das repercussões da psicologia na educação são as diferentes orientações filosófico- epistemológicas que dinamizam a trajetória de desenvolvimento a ciência psicológica 1 OBJETIVISMO Apresenta-se como a 5 p e somente admite a existência de determinado principio espiritual, o qual é identificado como uma espécie de razão superior que se diferencia da consciência humana por seu teor universal e divino.

Assim, o mundo físico e a natureza têm sua existência sem vinculações com a consciência do homem, logo, a essência do mundo é determinada por um espírito divino, não humano. São manifestações de um espírito único tanto as coisas materiais como as idéias, os conceitos e os valores gerados fora da experiência humana, por serem absolutos, explícitos. Platão foi o grande inspirador do objetivismo, principalmente no que se refere à educação do homem vista daquilo que ele “deve ser”, pautada no idealismo filosófico antigo e cristão.

Ele afirmou a necessidade do empenho por uma educação do espirito, buscando o realce do mundo da idéia perfeita, do espírito. psíquica e de descobrimento das causas do comportamento humano, já fazendo especulações em torno de alguns termos psicológicos, porém o predomínio da filosofia idealista da época contrapunha-se à possibilidade de descrição do conteúdo da consciência humana.

No final do século XIX, alguns fisiologistas alemães com estudos mais elaborados, mas ainda com liames marcadamente especulativos, contribuíram para a formação da ciência psicológica, onde tornaram possível o controle experimental do comportamento humano, fundamentalmente no que se refere ao estudo das sensações desenvolvido por Ernest Heinrich Weber e o da percepção, por Gustav Theodor Fechner (Ferreira, et. al. , 1980). Estes estudos tiveram como objetivo detectar com elevada precisão as diferenças perceptíveis na sensação e que demonstravam a importância do uso do laboratório para estudar o comportamento humano.

Todavia, o abandono da especulação da psicologia só ocorreu com a fundação do primeiro laboratório do mundo criado por Wilhelm Wundt, na Universidade de Leipzig, na Alemanha, com isso foi considerado o primeiro psicólogo da história da Psicologia. Wundt, considerado o primeiro psicólogo da história da psicologia, descreveu o conteúdo da consciência humana a partir da relação desta com a estimulação externa. Seu método consistia em analisar os diversos estados de consciência em seus elementos constituintes, definidos por ele como sensações simples.

Ele buscou entender que o fundamento do conteúdo a consciência estava localizado nos processos físicos e que o controle era possível porque era assegurado em fatos. A psicologia que acabava de se iniciar permaneceu pautada por muito temo no objetivismo, mas sur iram diversas contribuições diferentes matiz 20F pautada por multo temo no objetivismo, mas surgiram diversas contribuições diferentes matizes para o processo de consolidação da psicologia científica.

A partir de Wundt, principalmente nos estudos de Edward Bradford Titchener a psicologia experimental passou a tomar como estrutura da consciência as imagens, os pensamentos e s sentimentos, como elementos passíveis de comprovação por meio da experimentação e da observação. Titchener buscava afirmar a necessidade de objetivismo na psicologia, seguindo o pressuposto de Wundt, segundo o qual “nada existia na consciência que nao tivesse seu fundamento em determinados processos fisicos” (Freitas, 1995, p. 3) A ciência biológica, nessa linha evolutiva, com contribuições profundas do evolucionismo de Darwin e das experiências de Edward Lee Thorndike com animais, exerceu grande influência através do estabelecimento de relações entre o psiquismo e o desenvolvimento dos organismos. Ivan Petrovich Pavlov e Ivan Mikháylovich Stechenov, contribuíram muito para a psicologia através da procura de métodos cada vez mais objetivos para a determinação e descrição dos comportamentos.

Setchenov comparou o sistema nervoso central co os processos de tecidos de rã, através de obseruação, aplicando as mesmas leis para a análise de fenômenos da natureza como para os fenômenos de ordem psíquica. Pavlov desenvolveu a técnica do reflexo condicionado, influenciando decisivamente as concepções comportamentalistas, segundo as quais “uma resposta é condicionada quando se torna associada a um estímulo anteriormente não rovocado” (Heidbreder, 1969, p. 216).

Tratava-se da estratégia estimulo-resposta, técnica que passou a ser aplicada nos processos de aprendizagem uria e yud0Vich (1987) po passou a ser aplicada nos processos de aprendizagem. Curia e Yudovich (1987) por compreenderem que respostas reflexas ao meio são formadas por sistemas e não devem ser consideradas propriedades inatas da vida, mas sim, como resultados de certas formas de atividades reflexas, sujeita, a todo momento, à análise concreta, contrapunham-se à reflexologia.

Já o inglês Francis Galton, projetou métodos estatisticos para medição das diferenças individuais, introduzindo a aplicação dos testes psicológicos na intenção de criar instrumentos para mensuração de determinados aspectos da aprendizagem com base em estudos sobre a transmissão dos traços físicos e do talento. Em 1890, William James publicou a obra Princípios da psicologia, abordando a teoria das emoções, do instinto e da transferência da aprendizagem, além de descobrir como o pensamento, e as emoções, satisfazem as necessidades do organismo e como este último se ajusta ao meio.

John Dewey preocupando-se com o comportamento humano no ue se refere à defesa de uma pedagogia voltada para a ação, para a atividade pessoal do aluno, desenvolveu uma psicologia voltada para a educação. Porém, neste contexto a psicologia tomou outro rumo, através da formação da corrente americana behaviorista. Nos trabalhos de John Watson, que acreditava que as psicologias não-behavioristas, pelo fato de serem mentalistas, não poderiam ser científicas, há uma contrariedade à Psicologia Clássica, introspectiva ou experimental, pois o mesmo se empenhou em direcionar o estudo da psicologia para o comportamento.

Seu pensamento foi fundamentado pela concepção da ciência omportamentalista, pois para ele a consciência é tida como originária de uma razão su atural, logo, nao natural. 40F IS ele a consciência é tida como originária de uma razão superior sobrenatural, logo, não natural. Daí somente o comportamento ser acessível ao conhecimento. Penna (1978) relata que o behaviorismo se confunde com uma teoria de aprendizagem, por conta da realização de experiências sobre a aprendizagem, motivação e desenvolvimento individual.

Skinner Burrhus Frederic vê a pessoa humana como algo observável e compreendida em razão de seus comportamentos. Assim, passa-se a dar relevada importância a diversos aspectos, como a formulação de objetivos de ensino e estratégias, a instrução programada, o controle de situações de aprendizagem, entre outros. A psicologia surge como ciência autônoma a partir da segunda metade do século XIX, tanto como uma ciência instrumental, como uma ciência capaz de, ao adaptar os indivíduos a novas regras e princípios de determinada ordem econômica, promover a equalização social.

A psicologia pôde viabilizar a prática da igualdade entre os homens com a instalação da sociedade democrática, ligando-se ? educação por causa das necessidades postas pelo nascimento das sociedades industriais no fim do século XIX. Assim, a estruturação de uma psicologia cientlflca, que tratasse de criar instrumentos de adaptação dos indivíduos a uma nova ordem social se fez necessária. Estes instrumentos (métodos e testes), deveriam ser capazes de classificar os indivíduos, sem que o mito da igualdade de oportunidades fosse destruído.

Então, assim a união da educação e psicologia se formou. A educação, disseminando os valores individualistas do sistema capitalista da produção, e a psicologia, buscando legitimar a xistência de desigualdades naturais entre os homens. 2 SUBJETIVISMO O subjetivismo reconhece a existência do eu humano, sua consciência e existência espiritual. Nele, os sentidos e sensações são destaques, pois todas as coisas são criadas pela consciência e baseadas na experiência. Os objetos se transferem para a consciência através das sensações.

Emanuel Kart, filósofo alemão, é um importante referencial para o subjetivismo, pois situa o mundo das idéias na consciência individual. (Manacorda, 1992). Para ele, o conhecimento é anterior à experiência, pois ao negar que a mente aceite passivamente s elementos advindos dos sentidos, entende que é ela que determina o objeto em virtude da existência de certos princ[pios unicrusciais e aprioristicos. Franz gretano, através do desenvolvimento do conceito de intencionalidade, buscou romper com a psicologia da conduta, enfatizando a importância do estudo do ato mental.

Edmund Husserl, fundador da corrente fenomenológica existencial, procurou reaproximar a psicologia da filosofia, proporcionando o crescimento, na Alemanha, da psicologia da gestalt. A gestalt surgiu em contraposição à prática de redução de experiências complexas em elementos simples. Ela é contrária aos estruturalistas e behavioristas, pois o comportamento e a experiência, para a psicologia da forma, não são analisáveis, ainda que possam ser percebidas certas relações entre o todo e as partes. (Ferreira et. l. 1980) Três foram os grandes líderes do movimento da Gestalt: Max Wertheiner, Wollfeang Ko fka (Penna, 1978). 6 OF IS ambiente social, a psicologia subjetivista atribui ao processo educativo a tarefa de exaltar as predisposições naturais do educando e de suas necessidades, adaptando-as às condições sociais. As psicologias objetivista e subjetivista de natureza idealista creditam que o mundo existe apenas na idéia, no pensamento do homem, uma vez que o elemento primário é um princípio espiritual que tudo cria.

Assim, repercutiram profundamente quanto a um modo determinado de pensar a relação homem- sociedade. Marx e Engel vêem a formação da consciência humana como produto do intercâmbio material inerente à produção da vida também material. A educação sofreu influencias marcantes geradas pela orientação idealista (tanto da corrente behaviorista quanto da linha humanista). Essas influências levaram a criação de duas escolas da educação: a Escola Nova, e a Escola Tecnicista.

A Escola Nova, de sustentação subjetivista, buscou promover e consolidar as mudanças exigidas pela grande revolução industrial, de modo que se cumprisse a tarefa de desenvolver as capacidades produtivas e sociais do educando através do trabalho pedagógico escolar, apoiando-se fundamentalmente na psicologia da criança (Patto, 1984) A Escola Tecnicista de sustentação behaviorista, aceitou a necessidade de adaptação e integração dos indivíduos à máquina do sistema social, pois concebe a sociedade como um todo orgânico e funcional, subordinando a educação à sociedade, endo como função a preparação de “recursos humanos”.

Logo, a abordagem da Escola Tecnicista determina que a educação através do traba o escolar e dos IS das diferenças de classe existentes na sociedade. 3 INTERACIONISMO O interacionismo surge como perspectiva epistemológica capaz de romper a dicotomia sujeito e objeto, que manteve durante séculos a psicologia aprisionada, numa tentativa de aproximar-se cada vez mais da realidade humana e de suas possibilidades de conhecimento. Jean Piaget, biólogo, filósofo e psicólogo suíço, inaugurou uma forma verdadeiramente nova de conceber o homem na sua elação com o conhecimento.

A partir dele e de sua consagrada Epistemologia genérica, editada em paris em 1970, é que o mundo cientifico passou a olhar de um ângulo completamente diferente, a validade dos conhecimentos constituídos e, seus processos de aquisição e suas condições de acesso ( Japiassu, 1993). Piaget, em sua epistemologia, propôs ser eminentemente cientifica, diferenciada e distante de qualquer teoria filosófica e influência ideológica, traçando-se um paralelo entre os planos da história do pensamento científico e o estudo experimental do desenvolvimento da inteligência.

A epistemologia genética colocou em questão “o como” crescem e evoluem os conhecimentos. Então, Piaget dedicou-se a realização de trabalhos sobre o desenvolvimento da criança e, dentro deles, o desenvolvimento a inteligência, a aquisição da linguagem, a formação da idéia de número, entre outros. No interacionismo, a ação exerce papel fundamental. Compreendida como instrumento de troca, a ação caracteriza- se por sua propriedade de simultaneidade e reciprocidade.

Na concepção interacionista, o sujeito e o objeto como entidades epistemológicas, não são definidos a riori, mas, ao contrário, anham gradual especifici ao quando mediados pela 80F IS especificidade e definição quando mediados pela ação humana. Logo. o sujeito e o objeto de conhecimento constroem-se gradual e permanente-mente através da ação. Piaget propõe a análise genética, justificando-se pela preocupação em descobrir as origem das diversas formas de conhecimento, partindo das mais elementares às mais complexas.

Ele considera que o desenvolvimento cognitivo é resultado de estruturas biológicas, sensoriais e neurológicas, que, uma vez herdadas, predispõem o surgimento de estruturas mentais. As estruturas da inteligência, modificam-se através da adaptação a novas situações. Então, Piaget denomina auto-regulação do sistema cognitivo aos seus processos complementares, sendo estes: assimilação e acomodação. Para Isaia, a auto- regulação significa a capacidade do sujeito de, a partir de ações internalizadas e transformadas em operações mentais, decompor, reverter, antecipar e retroagir diante dos elementos da realidade.

Já o processo de assimilação consiste na tentativa feita pelo sujeito de solucionar determinados problemas ou situações, com base nas estruturas mentais já formadas, ou seja, ncorporar a nova situação e assimila-la pelo sistema já pronto a esquemas de ação. A tentativa de busca de novas maneiras de agir e pensar diante de um elemento novo, modificando os esquemas de assimilação, é denominado acomodação. A adaptação do sujeito ocorre quando há equilíbrio dos mecanismos de assimilação e acomodação.

A formação da inteligência está baseada na adaptação da realidade, da mesma forma que ocorre com os demais seres vivos, pois é oriunda inicialmente de processos orgânicos, utilizando funções cognitivas elementares, que construirão os enominados esquemas de ação, que, como instrumentos de trocas, cognitivas elementares, que construirão os denominados esquemas de ação, que, como instrumentos de trocas, possibilitam a adaptação.

Das observações realizadas por Piaget quanto à existência de sucessivos e crescentes processos de adaptação, é que surgiu a constatação de que existem diferentes formas de interação da criança com o ambiente. Os estágios propostos por Piaget são: de representações rígidas e egocêntricas (período pré-operatório, dos 2 aos 7 anos); de flexibilidade e coordenação (operações oncretas: 7 aos 11 anos); e, finalmente, surge a capacidade de representar flexivelmente o processo de representação (período das operações formais).

O princípio fundamental do interacionismo piagetiano para a elaboração do conhecimento é a interação sujeito-objeto, sofreu críticas de números estudiosos, mesmo superando as psicologias objetivista e subjetivista,pois foram verificadas lacunas na compreensão da epistemologia genética, principalmente no que se refere à influencia dos fatores socioculturais na formação da consciência, do pensamento humano.

Piaget enfatizou a importância do meio nos processos de esenvolvimento cognitivo, detendo-se na contribuição do sujeito nas trocas com o meio, e deixou de lado a relação inversa, possível e necessária, que é a contribuição do meio na estruturação da consciência.

Ao propor a fundação de uma epistemologia livre da filosofia e das influencias ideológicas, buscou atingir o maior nivel de complexidade, que é a formação do conhecimento científico. Vygotsky a partir de Piaget, que postulou que o pensamento infantil tem seu desenvolvimento situado em uma trajetória que parte do pensamento egocêntrico para atingir o pensa-mento cientifico. sugere que a rela ão evolutiva 0 DF

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