Sinalizaçaõ e bloqueio
RESUMO A sistemática de Bloqueio e Sinalização é uma ferramenta auxiliar, bastante eficaz na gestão de risco. O seu método de aplicação, visa a identificação de possíveis liberações abruptas e ou inesperadas de ações relativas à manifestação de energia, objetivando a prevenção de incidentes e acidentes, por consequência. Tratar o “Bloqueio e Sinalização” de forma incorreta ou parcial, não implica em eficácia desta ferramenta, podendo inclusive potencializar os riscos.
Através da visão de um processo de gestão de risco, colocamos a importância da aplicação correta e integral desta ferra solamento de energi Apresentação A discussão e reflexa abalhos com OFII p rridos durante a realização de serviços de manutenção de máquinas e equipamentos taís como: • CHOQUES ELÉTRICOS • CONTATO COM PARTES MOVEIS • VAZAMENTOS DE PRODUTOS PERIGOSOS • INESPERADA ENERGIZAÇÃO OU IGAÇÃO • FUGA DAS “ENERGIAS REMANESCENTES” Orientou o trabalho para possibilitar uma maior compreensão da sistemática de bloqueio e sinalização, inserindo-o num contexto de Gerenciamento de Risco, com real aplicabilidade e efetividade; não permitindo que este seja introduzido erroneamente, como m programa acessório, mas sim como condição de trabalho. -lal Studia perspectiva.
Neste trabalho, serão abordados aspectos diversos ao Gerenciamento do Risco e em especial ao programa de “Bloqueio e Etiquetagem” O “Bloqueio e Etiquetagem” é aplicado com o objetivo de eliminar todas as formas de energia presentes, durante os trabalhos que ocorrem fora do regime dito normal de operação; visa também a eliminação de qualquer desvio ocasionado por falha no processo (este pode ser de curta ou longa duração), como limpeza total ou parcial do equipamento e área de entorno, nova onfiguração e mudança do processo, mudança de ferramental, ajustes no processo, manutenção de máquinas e equipamentos periféricos, serviços em instalações no entorno, ou qualquer outra atividade que possa expôr as pessoas à ação danosa do controle inadequado, ou ausência deste, das energias utilizadas para execução do processo produtivo. A norma em que se baseia esse trabalho (OSHA 1910. 147) as chamam de “energias perigosas” (harzardous energy). O controle dos riscos da liberação abrupta de ações advindas de energias resultantes de máquinas, equipamentos e instalações ndustriais, será abordado aqui com a terminologia já consagrada no melo industrial como “Bloqueio e Etiquetagem”, também reconhecida como “Controle de energia perigosa”, “Programa de Travamento de Energia”, “Isolamento de Energia”, ” Lockout/ Tagout” ou simplesmente “LOTO”.
Esse programa foi instituído pela OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA), em sua área de abrangência nos Estados Unidos da América, em 2 de janeiro de 1990, com o nome de “The Control of Hazardous Energy Sources (Lockout/ Tagout)”, referenciado pelo número 29 CFR 1910. 147. A execução do “Isolamento de Energia” é realizada dentro de uma hierarquia, resultante da necessidade de execução de trabal de Energia” é realizada dentro de uma hierarquia, resultante da necessidade de execução de trabalhos em locais de liberação de energia. No ambiente de trabalho, a quase totalidade dos trabalhadores são envolvidos de forma direta ou indireta neste processo. A pessoa que executa o Bloqueio e Etiquetagem é habilitada a executar uma tarefa num determinado local, podendo não estar habilitada num outro local.
Sendo assim, o caso onde o rabalhador é aquele que, de alguma forma coloca seu corpo, parte dele ou de um terceiro em contato com uma área, onde pode ser liberada de forma abrupta ou inesperada, qualquer tipo de energia, será designado como “trabalhador autorizado”; lembrando que essa denominação está atrelada à permissão dada a ele, pois muitas vezes ele só é habilitado, por exemplo, em equipamentos específicos, enquanto em outros equipamentos não está designado como “trabalhador autorizado”. 3 Essa designação também não oferece uma liberação total de ação, onde esse funcionário estaria habilitado; ela é somente arcial, pois este funcionário é habilitado como responsável por exemplo, pela troca de matéria prima, porém pode não estar habilitado a executar alguma mudança de ferramenta em determinada máquina hipotética.
No caso do “trabalhador afetado”, que como o próprio nome já diz, designa o funcionário que, embora não vá executar o tipo de trabalho descrito há pouco, pode ser afetado por ação deste, passa a ter também um papel ativo neste programa de Bloqueio e Etiquetagem. Este programa oferece um nível adicional de segurança, assim como os dispositivos de segurança estanques, sendo que um não nula o outro. Pode-se enumerar um sem fim de ações, que não obstante ? sofisticação crescente dos sistemas de proteção de máquinas e o aumento ações, que não obstante à sofisticação crescente dos sistemas de proteção de máquinas e o aumento no rigor da legislação, haverá sempre um desvio.
Daí a necessidade de um programa adicional, que contemple todos os processos dentro do ambiente de trabalho, que envolva todos os que atuam direta ou indiretamente neste ambiente; e que seja sobre tudo, uma condição para a execução de qualquer tipo de trabalho e objeto de auditorias periódicas. O programa de Bloqueio e Etiquetagem não deve ser encarado como mais uma ferramenta de segurança, mas sim uma filosofia de trabalho, vindo a se tornar um conhecimento tácito, criando raízes culturais nos métodos de trabalho. Método Todo o procedimento é originário da OSHA ‘The Control of Hazardous Energy Sources (Lockout/Tagout)”, 29 CFR 1910. 147. Sendo essa regulamentação seguida nos vários estados dos Estados Unidos e também seguida no Canadá, com um procedimento alinhado, com modificações parciais. Na Europa não está alinhado ainda com a mesma filosofia de importância, igual ao país de criação.
No sitio de rede da OSHA, temos páginas dedicadas somente a essa ferramenta, inclusive com um vastíssimo repertório de perguntas, respostas e casos de aplicação. Muitas dessas páginas estão em espanhol, mostrando-se acessível ao número crescente de intérpretes deste idioma. À seguir, será descrito de forma sucinta o funcionamento deste programa. Conforme comentado anteriormente, o propósito do “Programa de Isolamento de Energia”, é estabelecer critérios de identificação, travamento e etiquetagem de formas de energias que apresentem riscos aos trabalhadores e terceiros. A premissa deste programa é a de que deve haver envolvimento da alta direção.
O responsável pelo programa deve ser o gestor do local (quem 40F haver envolvimento da alta direção. O responsável pelo programa deve ser o gestor do local (quem realmente tem o poder de decisão), em que será introduzida esta sistemática afim de que as responsabilidades e importância não sofram depreciação. Cabe a esse gestor, além de Indicar um coordenador específico, também promover a execução com toda a documentação, procedimentos internos, registros, treinamentos e medição da efetividade do rograma. Outra premissa, refere-se à distribuição de responsabilidades. Não cabendo ao SESMT o papel de único “dono” do programa.
Essa atribuição é dividida capilarmente por toda a liderança, pois a efetividade e os resultados, dependem da responsabilidade do programa ser corretamente atribuída. Este programa pode ser iniciado com a correta aplicação e o uso de travas. Para o uso de travas, é imprescindível nao só a identificação correta dos pontos por especialistas, como proporcionar o local em que esta possa ser colocada, pois em muitos equipamentos não existe essa possibilidade. Essa trava uma vez instalada, deve evitar qualquer possibilidade de restauração de energia. Esses dispositivos devem ser padronizados, disponibilizados aos “trabalhadores autorizados”. Seqüência genérica dos passos iniciais do isolamento de energia, através do uso das travas:. a.
Todos os trabalhadores afetados devem ser avisados que o equipamento será travado e somente será possível a operação aos “trabalhadores autorizados” neste equipamento. O nome dos envolvidos na operação ou manutenção deve estar no procedimento junto da máquina e esse documento deverá mostrar o treinamento em dia. . Antes de realizar essa quipamento deverá operação, o equipamento deverá estar numa posição neutra, afim de que quando ligado, não faça nenhum movimento ou libere energia de forma inesperada. c. Toda ou qualquer energia remanescente, deve ser dissipada afim de evitar que mesmo travado, o equipamento possa desprender energia. d. Agora sim serão colocados os dispositivos de travamento e sinalização. e.
Verifica-se então, se o travamento foi efetivo e está livre de qualquer tipo de energia residual e se realmente não há nenhum outro envolvido na area, sem que esteja habilitado e trabalhando e acordo com o procedimento. f. Execução do serviço acompanhado e realizado pelos trabalhadores autorizados. Seqüência genérica dos passos de restauração de Isolamento de Energia: a) Não deve haver outro trabalhador na área, sem que tenha feito também o travamento. b) Todos os dispositivos, ferramentas e material auxiliar, devem ser retirados. c) Todas as guardas, barreiras e proteções, devem ser recolocadas e deve-se conferir a sua integridade. d) Os acionamentos devem estar na posição de repouso ou desligados. e) Só agora serão retirados os dispositivos usados para o isolamento de energia.
Quando mais de um trabalhador precisar executar algum serviço no mesmo local, seja como auxiliar ou outro serviço independente, será neces smo execute o 6 1 caso do lider deste fazer alguma verificação ou inspeção e, este adentrar a área de risco, o mesmo deverá também executar o travamento e ser autorizado, com seu nome no procedimento e com dispositivos próprios. DISPOSITIVOS MAIS COMUNS USADOS EM BLOQUEIO E ETIQUETAGEM Travas devem ser padronizadas, disponibilizadas aos “trabalhadores autorizados” e terem registradas a entrega destas. Figura 2 – Travas usadas para “LOTO” Fonte: The safety lockout/tagout Website Os cadeados usados no programa, como podemos ver no exemplo abaixo, devem ser padronizados, identificados de maneira clara a demonstrar que são específicos para esse programa e devem receber uma numeração para serem controlados, pois ele é de uso pessoal e intransferível. Só o responsável pode fazer uso dele, consistindo em falta grave, o uso por outro funcionário. picl Figura 3 – cadeados usados para “LOTO” Fonte: The safety lockout/tagout Website] Outro cuidado em relação aos cadeados refere-se à chave. Esta deve ficar num local onde só o responsável tenha acesso a ela, mpedindo que outro funcionário seja tentado a abrir algum ponto travado. [pic] Figura 4 – chaves mestra usadas para “LOTO” Junto com o travamento, deve-se usar as etiquetas indicando quem travou, quando trav travamento. O uso de 1 operadas por manoplas. Neste caso o travamento pode ser executado da forma ilustrada á seguir: Figura 8 – Travas usadas sistemas de vapor e gás Resultados A sistemática de bloqueio e sinalização é uma ferramenta que é muito eficaz no gerenciamento de risco, objetivando a prevenção de incidentes e acidentes.
Seu método de aplicação visa sobretudo, a identificação de ualquer liberação abrupta elou inesperada dos diversos tipos de energia usualmente encontradas dentro do ambiente de trabalho, tais como: energia elétrica, superfícies superaquecidas, emissão de radiações, deslocamentos de corpos e objetos, desprendimento inesperado de corpos com energia acumulada, seja por efeito de gases, fluidos, molas etc. , além de outras manifestações que venham a atingir ou colocar em risco, a integridade das pessoas envolvidas direta e indiretamente no local em que o risco é passível de ocorrer. Discussão Com a definição clara e suscinta dos pontos passiveis de liberação e energia, procede-se inicialmente a uma sistemática de implantação em todo o ambiente em que o risco está inserido.
Visa-se sobretudo, habilitar adequadamente pessoas capazes de realizar trabalhos, pelo método de identificar e isolar o perigo, por meio de travamento (bloqueio) com dispositivos padrões em qualquer equipamento, máquina ou instalação; afim de que se dificulte ao extremo, qualquer tipo de liberação abrupta e/ ou inesperada de energia e, na sequência identificar máquinas, equipamentos elou dispositivos por meio de etiquetas, também padronizadas. Verifica-se na prática, que ocedimento é muito 80F vezes se confunde com o simples ato de “bloquear e etiquetar isoladamente. Existe uma falta de clareza com relação à aplicação eficaz e sistêmica do programa de bloqueio e etiquetagem (lockout tagout). Após a revisão da NR-IO, tem-se usado o bloqueio e etiquetagem nos serviços de intervenção em sistemas e equipamentos elétricos. Esse tipo de abordagem é muitas vezes, somente a aplicação restrita e superficial.
Por conta disto, muitos profissionais da área de saúde e segurança ocupacional, atribuem ao “lockout tagout” a finalidade única de ser uma técnica voltada xclusivamente para serviços elétricos. Outra grande parcela dos profissionais especializados, a usa exclusivamente para serviços de manutenção, limitando sua aplicação apenas para uma parte de todo o público envolvido. A potencialidade que o programa oferece fica limitada, quando não descaracterizada. Deve-se ter uma implantação abrangente, envolvendo todas as áreas, Instalações e equipamentos. técnica específica, para se buscar um aprimoramento nas ferramentas de gestão.
Conclusões Com a implementação de uma sistemática em sua totalidade dentro da metodologia proposta irá reduzir a exposição do rabalhador a risco prevenindo Incidentes e acidentes. A exposição do colaborador, antes restrita a proteções exigidas pela legislação, programas de comportamento, programas de auditoria de pontos de riscos, trabalhos em altura, espaços confinados etc, agora está coberta justamente onde o risco no trabalho dinâmico encontrava fragilidades. Só o treinamento inicial e a disponibilidade de material não é suficiente. Deve haver uma postura crítica da liderança, além de auditorias periódicas. O constante troca de pessoas é um obstáculo para o programa. O mapeamento das fontes com ossíve O constante troca de pessoas é um obstáculo para o programa.
O mapeamento das fontes com possível liberação de energia deve ser exaustivo, pois pode-se encontrar situações onde haja uma falsa imagem de segurança, expondo de maneira mais crítica o colaborador. Deve haver a premissa de utilização da ferramenta antes da execução de qualquer trabalho, para garantir a efetividade na sua rotina. Deve ser uma ferramenta adotada como primordial pela diretoria, pois sem essa importância, existirá a tendência desta sistemática diluir-se, inclusive criando-se um comitê interno de segurança om participação da alta direção, lideranças, especialistas de cada setor e outros colaboradores. A participação do SESMT deve ser apenas como apoio. fundamental adotá-lo já na integração dos novos funcionários e também na revisão periódica de toda a planta.
Após a aplicação efetiva da sistemática, os acidentes poderão ocorrer por despreendimento de energia, quando houver desvios na aplicação do programa, para sobretudo, ganhar tempo de produção, comodismo na operação e no processo de travamento e etiquetagem, pressão ou descaso da liderança, falsa sensação de segurança. Fica assim evidenciado que deve haver um trabalho suplementar na liderança, nas auditorias internas, afim de evitar que o caminho mais fácil (e Inseguro) seja contornado, além da definição clara de valores para o colaborador. Deve ser aplicado preferencialmente junto com outras ferramentas, algumas de caráter comportamental. Como todo programa estratégico, é uma ferramenta de longo prazo, que envolve mudanças culturais e organizacionais. REFERÊNCIAS ALBERTON, Anete. Uma Metodologia para Auxiliar no Gerenciamento de Riscos e na Seleção de Alternativas de Investimentos em Seguran a. Dissert 0 DF 11