Sistema approach

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Papaya Brasil – 2005 ORIGEM E APLICAÇÕES FUTURAS DO CONCEITO DE SYSTEMS A? p ROACH Aldo Malavasil, David dos Santos Martins2 Biofábrica Moscamed Brasil, Juazeiro – BA, malavasi@moscamed. org. br; 2 Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural – Incaper, Vitória – ÉS, davidmartins@incaper. es. gov. br INTRODUÇAO Quarentenas têm sid PACE 1 ar 18 proteção contra prag e to view e seres humanos. O atualmente emprega e anos para fornecer animais, plantas s quarentenários tas é eliminar todos os estágios que possam estar associados planta, parte dela, ou ainda a um produto vegetal.

Há hoje um número bastante extenso de leis, normas, estandares e regulamentos estaduais, nacionais, regionais e internacionais que regulam o movimento de plantas e seus derivados da região onde foi produzida para outra região. Os tratamentos são freqüentemente adotados para produtos regulados como uma forma de mltigação de risco, e sua certificação é feita por inspetores autorizados. Historicamente, a fumigação química, os tratamentos a frio e com calor aplicados por um certo período de tempo foram requeridos como uma condição para que os produtos pudessem deixar sua área de rodução e serem enviados para outras regiões.

Nas últimas décadas, têm sido empregados como tratamento quarentenário várias combinações de métodos de mitigação de risco para várias commodities onde um tratamento simples não está disponível ou proteção de plantas dos países importadores, que a eficácia do tratamento quarentenário para certas pragas, especialmente os tefritídeos, fosse baseada no conceito estatístico do Probito 9. Na prática, isso significa que o tratamento deveria matar 99,9968%, ou, em outras palavras, apenas três sobreviventes numa população hipotética de 100. 000 indivíduos.

Na falta de melhor solução estatística, o probito g acabou sendo a metodologia aprovada para quase todos os órgãos de quarentena, por absoluta falta de pesquisadores – estatísticos e matemáticos – que se debruçassem sobre o problema. Em meados da década de 80 do século passado, iniciou-se um movimento com o objetivo de desenvolver métodos alternativos que pudessem substituir o conceito do probito g. Quase simultaneamente, iniciou-se também os trabalhos de Análise de Risco de Pragas – ARP para ajudar na tomada de decisão das agências de segurança agropecuária.

As ARPs difundiram-se extraordinariamente em rande parte como resposta à globalização do comércio e como necessidade de estimar de forma holística os riscos inerentes ao trânsito de produtos agropecuários. 43 papaya Brasil – 2005 Novas abordagens estatísticas foram desenvolvidas nessas duas últimas décadas e, embora não totalmente abandonado, o Probito 9 caiu em desuso, substitu[do por análises mais sofisticadas. Na esteira dessa nova tendência, foi desenvolvido o conceito de systems approach para uso em segurança quarentenária.

A ORIGEM DO CONCEITO DE SYSTEMS APPROACH O systems approach (SA) integra o sistema analltico e o sintético, nglobando ao mesmo tempo uma visão holística e reducionista. O sistema foi inicialmente pro osto sob o nome de Teoria dos Sistemas Gerais pelo biolo 18 sistema foi inicialmente proposto sob o nome de Teoria dos Sistemas Gerais pelo biologista Ludwing van Bertalanfb’ em 1890. Ele notou que os físicos tratavam seus fenômenos de forma fechada, e seus modelos baslcamente não interagiam com o mundo externo.

Como estudioso dos sistemas vivos, van Bertalanffiy percebeu que essa característica é praticamente impossível de se aplicar para a maior parte dos fenômenos naturais. Os sistemas vivos interagem continuamente com o mbiente, retirando dele elementos físicos, químicos e biológicos para sua sobrevivência, e devolvendo, então, ao ambiente os mesmos elementos, apenas modificados. A entrada de um elemento no sistema tem múltiplos efeitos e nem todos eles são conhecidos com precisão. A Figura 1 ilustra esse fenômeno.

FIGURA 1 – Modelo de um sistema aberto, “caixa branca”, que recebe inputs e que interagem com os subsistemas, e a “caixa preta”, onde os componentes não são observáveis (modificado de HEYLIGHEN, 1988). No modelo acima, é importante ressaltar que a caixa preta não é apenas restrita a situações que não se conhece. Em muitos casos, pode-se estimar facilmente o que ocorre dentro, mas é uma decisão metodológica ignorar os detalhes internos. Esses dois sistemas complementares, as caixas “branca e preta”, ilustram um princípio geral de que os sistemas são estruturados hierarquicamente.

No nível hierárquico superior, tem-se a visão do todo, sem atenção aos detalhes dos componentes individuais. No nível hierárquico mais baixo, há uma multiplicidade de elementos interagindo, mas sem o entendimento de como são organizados como um todo. De acordo com uma visão analítica, a compreensão desse nível mais baixo é tudo de que se necessita, nquanto a visão holística enquanto a visão holística procura enxergar o sistema como um todo.

Apenas para exemplificar fora da área de agricultura, a medlclna, que no passado era baslcamente analítica, atacando o problema específico e orientando a cura, olhando apenas para o diagnóstico mais imediato, tem mudado para a visão holística, trazendo para o diagnóstico a maior quantidade possivel de informação para um tratamento muito mais amplo de todo o organismo e não apenas de uma de suas partes.

O conceito de systems approach, que integra elementos básicos dentro de um sistema mais amplo, tem sido empregado m anos recentes para gerenciamento de aprendizado e decisão em diferentes campos do conhecimento, como engenharia, software, arte e agricultura.

SYSTEMS APPROACH NA AGRICULTURA Em segurança quarentenária, o conceito foi muito bem sintetizado por Jang e Moffitt (1995), que tem-se mostrado bastante operacional após uma década: “‘Systems approach pode ser definido como a integração de práticas na pré e pós-colheita usadas na produção, colheita, empacotamento e transporte de uma commodity que cumulativamente atinge as exigências da segurança quarentenária. Systems approach integra fatores iológicos, f[sicos e operacionais que podem afetar a incidência, a viabilidade e o potencial reprodutivo de uma peste dentro de um sistema de práticas e procedimentos que conjuntamente promovem a segurança quarentenária. ” Na realidade Jang e Moffitt sintetizaram, de forma muito precisa, procedimentos que já existiam na prática desde os anos 1960, mas que não haviam sido sistematizados (JANG; MOFFITT 1994; IPPC, 2000). Outro fator histórico que está na haviam sido sistematizados (JANG; MOFFlTr, 1994; IPPC, 2000).

Outro fator histórico que está na origem do conceito de systems pproach em agricultura é o desenvolvimento do conceito de área livre de pragas e dos campos de produção livre de praga no final dos anos 80. A aplicabilidade do conceito de área livre desenvolvida por alguns pesquisadores e por agência de proteçao de plantas (MALAVASI et al. , 1994; NAPPO, 1994) esbarrou numa realidade não muito favorável na maior parte dos agroecossistemas: áreas livres – principalmente de tefritídeos – são difíceis de existirem naturalmente, e ainda mais difícil de serem estabelecidas artificialmente e mantidas continuamente.

Há uma forte correlação entre a presença de tefritídeos e a isponibilidade quantitativa e qualitativa de seus hospedeiros primários ou secundários. As condições climáticas, após a disponibilidade de hospedeiros, são os fatores mais importantes como determinante das populações de tefrit[deos. A condição mais comum em relação aos tefritídeos, que é usualmente encontrada nas áreas de agroecossistemas onde se pretende obter o status de Área Livre de Mosca-das-Frutas – ALME é uma população baixa ou residual de alguma espécie quarentenária de tefritídeo.

Mesmo ocorrendo em baixa prevalência, esta condição torna inviável tecnica e economicamente o estabelecimento de ma ALMF. Desta forma, a solução mais plausível neste caso é exatamente o emprego do conceito de systems approach. Este é um enfoque holístico do controle que minimiza o movimento das pragas do campo para as packing houses e de lá para o consumidor final, podendo reduzir significativamente a ocorrência de pragas, sendo transportadas com a commodity.

SYSTEMS APPROACH COMO TRATAMENTO QUARE SYSTEMS APPROACH COMO TRATAMENTO QUARENTENÁRIO A segurança quarentenária é necessária para que se assegure que uma praga existente numa área não seja levada para outra área onde atualmente ela não ocorre. Medidas de segurança uarentenária são feitas para proteger regiões e países e existem dentro de fronteiras nacionais e principalmente entre países exportadores e importadores. A partir dos anos 80 do século passado, aconteceram significativos progressos sintetizados na 45 Figura 2.

A definição oficial foi dada pela Organização de Agricultura e Alimentação das Nações IJnidas – FAO (United Nations Food and Agriculture Organization – FAO) dentro da Convenção Internacional de Proteção Fitossanitária – CIPF (International Plant Protection Convention – IPPC), que desenvolveu a norma “Aplicação de Medidas Integradas em um Enfoque de Sistemas para o Manejo Integrado de Pragas” (IPPC, 2002): “Integração de diferentes medidas de manejo de risco de pragas, das quais, pelo menos duas, atuam independentemente, e logrando com efeito acumulativo alcançar o nível desejado de proteção fitossanitária. O systems approach pode ser dividido em cinco fases (MOFATT, 1994; JANG; MOFFITT, 1994): 1. Práticas do Manejo Integrado de Pragas – MIP (Integrated Pest Management – IPM) no campo de produção. 2. Medidas preventivas na fase de pré-colheita, com o objetivo de reduzir a ocorrência da praga no produto quando ele chega à packing house. . Remoção na pós-colheita de frutos com danos ou com sinais de infestação por insetos. 4. Inspeção e certificação dos frutos empacotados. 5. Transporte e distribuição da commodity.

FIGURA 2 – A evoluç¿o e i PAGF 18 empacotados. 5. Transporte e distribuição da commodty. FIGURA 2 – A evolução e interação dos conceitos em proteção de plantas no fim do século 20. 46 Fase 1. Empregar a metodologia do MIP é o primeiro passo dentro do systems approach. O monitoramento da praga- alvo e o emprego de amostragem, além de modelos preditivos populacionais, permitem estimar a população no campo e assim dotar a tempo as medidas corretivas mais eficientes de controle da praga. Fase 2.

O foco desta fase do systems approach é prevenir a ocorrência de praga dentro da commodity, antes de ser colhida. Esta fase é baseada nos conhecimentos da interação entre a praga e o hospedeiro commodity. O conhecimento acurado da biologia da praga e seu hospedeiro, com a determinação dos períodos de ataque em relação à maturação, por exemplo, permite estabelecer, próximo ao ponto de colheita, quais as chances de ocorrência da infestação. Este conhecimento pode permitir um gerenciamento tanto da época de colheita, omo da época de semeadura nas culturas de ciclo curto.

Fase 3. Envolve as operações, dentro da packing house, que permitem inspecionar, selecionar e eliminar aqueles frutos que apresentem qualquer tipo de dano externo ou que estejam fora dos padrões estabelecidos. Tratamentos químicos e físicos objetivando outras pragas, como fungos e bactérias, podem ajudar na eliminação de possíveis estágios imaturos de tefritídeos. Fase 4. A inspeção final e a certificação do produto terminado permitem assegurar que as normas, até aquela fase, foram apropriadamente seguidas.

Essa tividade é executada por fiscais ou do país exportador ou do pais importador e mais raramente de ambos. Fase 5. As práticas de transporte e distribuição p exportador ou do país importador e mais raramente de ambos. Fase 5. As práticas de transporte e distribuição permitem que, ao entregar o produto que foi transportado em grandes quantidades em pequenas unidades, ainda seja feita uma seleção adlcional e eliminação de frutos danificados. A vantagem adicional é que essa seleção é feita após um certo período de tempo após o embalamento, quando é possível visualizar melhor qualquer dano causado por inseto.

DESENHANDO UM SYSTEMS APPROACH Um projeto de systems approach não é trivial e envolve muitos outros fatores que simplesmente um tratamento único, como água quente, tratamento a frio ou irradiação de alta energia. O grau de dificuldade para o estabelecimento de um programa de systems approach depende acentuadamente da informação biológica disponível, do conhecimento da mitigação de riscos envolvidos e de outras informações necessárias para o programa (NATIONAL PLANT BOARD, 2002). DADOS NECESSÁRIOS Em levantamento feito em 1997, Liquido et al. 1997) identificaram as seguintes condições para permitir o sucesso de um programa e systems approach: • conhecimento da praga associada ? commodity; • biologia básica da praga, incluindo a relação praga- hospedeiro, a dispersão, os hospedeiros alternativos, a seleção de hospedeiros e a dinâmica populacional; • conhecimento do patógeno (quando for o caso) e do seu ciclo de vida; • sistemas existentes para o levantamento no campo elou a detecção da praga no carregamento; • conhecimento das práticas existentes na colheita, no empacotamento e nas formas de comercialização; • no caso de pragas que são geralmente ausentes ou raras nas commodities comerciais, isto é explicado por: – manejo normal no ampo; – hospedeiro não-pr comerciais, isto é explicado por: – manejo normal no campo; – hospedeiro não-preferencial; – cultivar resistente; – assincronia fenológica entre praga e commodity; e 47 papaya Brasil • 2005 – limitação ecológica da praga na área de produção. ?? não há métodos alternativos disponíveis para se obter a segurança quarentenária, por isso systems approach é a melhor opção porque não causa dano na commodity elou é mais custo- efetivo; • volume suficiente da commodity é comercializado para justificar e compensar os custos do programa; • algum rau de redundância e independência entre os componentes do programa pode ser desenhado para permitir trabalhar com a variabilidade encontrada nas populações da praga e para compensar a falha parcial de outros componentes do programa; • segurança quarentenária alcançada tanto por estimativas qualitativas, como quantitativas. Norma Internacional da CIFP/ FAO A Norma Internacional para Medida Fitossanitaria – NIMF (International Standard for phytosanitary Measure – ISPM), no 14 da CIFP, é a norma na qual a Organização Nacional de Proteção Fitossanitária – ONPF, tanto o país exportador como o importador evem-se basear para propor um programa de SA.

Nessa norma, é especificado que as etapas para se propor um programa devem ser as seguintes: • determinar, a partir de uma Análise de Risco de Praga – ARP (Pest Risk Analysis – PRA), o risco da praga e a descrição das suas vias de introdução; • identificar onde e quando as medidas de manejo ocorrem ou podem ser aplicadas (pontos de controle); • distinguir entre as medidas as que são essencials para o sistema e outros fatores ou condições; • identificar as medidas independentes e dependentes e as opções para compensar as incertezas; • av ?? identificar as medidas independentes e dependentes e as opções para compensar as incertezas; • avaliar a eficácia individual e integrada das medidas que são essenciais para o sistema; • avaliar a viabllidade e as restrições ao comércio; e • consultar; • inplementar utilizando documentos e relatórios; • rever e modificar quando necessário. Opções disponíveis para o manejo do risco Independentemente de como as medidas mitigadoras são categorizadas, elas podem ser aplicadas em qualquer das 5 fases discutidas acima. Uma análise cuidadosa dos dados disponíveis para a relação pragacommodity orientará uais os elementos que poderão ser usados.

PRÉ-COLHEITA • certificação e gerenciamento da área produtora (medidas de supressão, biocontrole, Técnica do Inseto Estéril – TIE (Sterile Insect Technique – SIT); • cultivo protegido (telados, ensacamento dos frutos); • cultivares resistentes ou menos suscetíveis; • colheita em certos períodos do ano ou com certa idade; • disrupção de acasalamento (confusão sexual); • controles culturais; • sítios de produção livres da praga; e • baixa prevalência da espécie alvo – continuamente ou em épocas específicas; 48 ?? verificação e subseqüente eliminação dos produtos infestados. COLHEITA • limpeza, inspeção e seleção; • estágio de maturação; • época da colheita; • controle cultural (remoção de hospedeiros maduros, de hospedeiros nativos, limpeza do pomar); e • técnica específica de colheita e processamento. TRATAMENTO pós- COLHEITA E PROCESSAMENTO • tratamento para matar, esterilizar ou remover a praga ou outros patógenos ou aumentar o tempo de prateleira (fumigação, irradiação, calor, frio, atmosfera controlada, lavagem, escovação, aplicação de cera); • insp

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