Transtorno bipolar
1. Introdução Como categorizado pelo DSM-IV e pelo CID-IO, o transtorno bipolar ou distúrbio bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose maníaco-depressiva. Esse nome foi abandonado principalmente porque este transtorno não apresenta necessariamente sintomas psicóticos, na verdade, na maioria das vezes transtornos afetivos ar 17 provavelmente nos p – transtornos afetivos, enquanto basta nos recem. Os ificação terminada. ovos subtipos de dos diagnósticos. Por a ser o transtorno bipolar.
Com a mudança de nome esse transtorno deixou de ser considerada uma perturbação psicótica para ser considerada uma erturbação afetiva. A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. Muitas vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos. Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, receber o diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um episódio maníaco tem na verdade o transtorno bipolar, mas até que a mania surgisse nao era possível conhecer diagnóstico verdadeiro.
O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes á mesma coisa. Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor que será descrito, mais detalhadamente adiante. . Características (Aline Gonçalves) O início desse transtorno geralmente se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 70 anos. O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos o que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas.
Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividade. . 1. Causas da doença A causa propriamente dita é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que precipitem seu surgmento como parentes que apresentem esse problema, traumas, incidentes ou acontecimentos fortes como mudanças, trocam de emprego, fim de casamento, morte de pessoa querida. Em aproximadamente 80 a dos casos os pacientes apresentam algum parente na fam[lia com transtorno bipolar. 3. Tipos/Sintomas A divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II. O tipo é a forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, ne as por maníacas. Na PAGF enquanto as depressivas foram numerosas. O tipo II caracteriza- se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com depressão. 3. Fase Maníaca (William Botelho) Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses.
O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram se alguns outros sintomas como elevação da auto-estima, entimentos de grandiosidade podendo chegar á manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades unicas como telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono.
O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as idéias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma idéia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga de idéias. O paciente apresenta uma elevação da percepção e estímulos externos levando-o a distraírem-se constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos alheios ? conversa em andamento. Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição patológlca, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável.
Envolvimento em atividades potencialmente perigosas sem manifestar preocupação com isso. Podem surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia o que nao significa uma mudança de diagnóstico mas mostra um quadro mais grave quando isso acontece. grave quando isso acontece. . 1. Fase depressiva de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade fisica esta comprometida, pois a sensação de cansaço é constante.
As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas colsas em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Quando não tratada a fase maníaca poderão durar meses também. Exemplo de como um paciente se sente: “Ele se sente bem, realmente bem, na verdade quase invencível.
Ele se sente como não tendo limites para suas capacidades e energia. Poderia até passar dias sem dormir. Ele está cheio de idéias, planos, conquistas e se sentiria muito frustrado se a incapacidade dos outros não o deixasse ir além. Ele mal consegue acabar de expressar uma idéia e já está falando de outra numa lista interminável de novos assuntos. Em alguns momentos ele se aborrece para valer, não se intimida com ualquer forma de cerceamento ou ameaça, não reconhece qualquer forma de autondade ou posição superior a sua.
Com a mesma rapidez com que se zanga, esquece o ocorrido negativo como se nunca tivesse acontecido nada. As coisas que antes não o interessava mais lhe causam agora prazer; mesmo as pessoas com quem não tinha bom relacionamento são para ele amistosas e bondosas”. PAGFd0F17 Sintomas (maníacos): Sentimento de estar no topo do mundo com uma alegria e bem estar inabaláveis, nem mesmo más noticlas, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria desgraça.
Sentimento de grandeza, o individuo imagina que é especial ou possui habilidades especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente-se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do quadro esta idéia torna-se uma convicção delirante. Sente- se invencível, acham que nada poderá detê-las. Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados or mais do que alguns minutos e relaxar.
O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto risco para integridade física como patrimonial. O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promiscuo tendo numerosos, parceiros, num curto, espaço de tempo. Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem olha de fora a grande confusão de idéias na verdade constitui-se na interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não é terminado e assim sucessivamente numa fuga de idéias.
A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto frequentes nesses pacientes. A necessidade de sono nessa fase e menor, com poucas horas o paciente se restabelece e fica durante quase todo dia e toda noite em hiperatividade. Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem todo dia e toda noite em hiperatividade. Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente por algum motivo externo, como aparece se desfaz. 3. 3. A fase depressiva Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e auto- stima baixa.
Não se interessa pelo que costumava gostar ou ter prazer, cansando-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente. Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos, lentificados, faltam idéias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma forma a memória também fica prejudicada.
Os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso. Generalidades: “Entre uma fase e outra a pessoa pode ser normal, tendo uma vida como outra pessoa qualquer; outras pessoas podem apresentar leves sintomas entre as fases, não alcançando uma recuperação plena. Há também os pacientes, uma minoria, que não se recuperam, tornando-se incapazes de levar uma vida normal e independente. A denominação Transtorno Afetivo Bipolar é adequada?
Até certo ponto sim mas o nome supõe que os acientes tenham duas fa sempre isso é observado. do humor, e mesmo assim são diagnosticados como bipolares. O termo mania popularmente falando não se aplica a esse transtorno. Mania tecnicamente falando em psiquiatria significa apenas exaltação do humor, estado patológico de alegria e exaltação injustificada”. PAGF70F17 tratamento. Durante quanto tempo deve permanecer o tratamento com Lítio? Para um primeiro episódio é recomendado o uso durante 5 meses a 1 ano, depois do paciente ter saído da fase aguda.
Alguns serviços sugerem que, se o primeiro episódio e mania for muito grave, com sintomas psicóticos, o tratamento de manutenção deveria ser de até 4 anos. Caso o paciente tenha apresentado dois ou mais episódios de mania, considerando o binômio custo-benefício que sempre norteia as condutas medicas, vamos ter que os benefícios de um tratamento de manutenção por um tempo bastante longo (às vezes para a vida toda) se sobrepõem aos riscos dos efeitos colaterais que, por ventura, o Lítio possa causar.
Na fase de manutenção, que deve ter início depois de 8 semanas de passado o episódio agudo, quando ormalmente o paciente que está em uso de sedativos pode se queixar de excesso de sono e sedação, recomenda-se a redução gradual desses medicamentos, mantendo-se estável a dose do Estabilizador do Humor, como Lítio, por exemplo. Idosos: “O Lítio pode ser utilizado em pacientes idosos, entretanto, nestes pacientes as doses devem ser as menores possíveis e as dosagens do produto no sangue devem ser mais freqüentes, assim como a investigação da função renal, hepática e tireoideana.
De um modo geral, com monitoração cuidadosa e uso apropriado, o Lítio é uma droga bastante segura e efetiva m idosos. Nos casos onde o idoso bipolar é agitado, é boa a associação do Lltio ao Ácido Valpróico, devido ao efeito sedativo deste”. Divalproato de Sódio e Valproato de Sódio (Ácido Valpróico). O Diva sedativo deste”. Divalproato de Sódio e Valproato de Sódio (Ácido Valpróico). O Divalproato de Sódio é um dos produtos derivados do Ácido Valprólco e tem sido reconhecido como um bom Estabilizador do Humor. Esse produto é apresentado em comprimidos que devem ser ingeridos inteiros, sem ser mastigados.
A dosagem inicial recomendada é de 750 mg diariamente, em doses divididas. A dose deve ser aumentada tão rápida quanto poss[vel, para se atingir a dose terapêutica mais baixa capaz de produzir o efeito clínico desejado ou a faixa de concentração plasmática desejada. Normalmente essa dose ideal gira em torno de 1 gr. Antes do Divalproato era o Ácido Valpróico ou Valproato de Sódio seu correspondente no tratamento da mania aguda. A dose usual do Ácido Valpróico para adultos é de 5 a 1 5mg/kg/dia por via oral; a dose é aumentada semanalmente em 5 a 10mg/kg/dia conforme a tolerância, até um máximo de 60mg/ kg/dia.
A dose usual pediátrica (para crianças de 1 a 12 anos) é de 5 a 45mg/kg/dia. O nível sérico adequado deste medicamento para um episódio de mania aguda ainda não está bem estabelecido; entretanto, parece ser entre 50 e 100 mg/ml, o mesmo nível necessário para o Divalproato. Carbamazepina. A Carbamazepina é também uma opção como Estabilizador do Humor, embora alguns estudos revelem que a taxa de resposta é menor (50% menos) que o Lítio e que o Divalproato.
O nível sangü[neo eficaz da Carbamazepina não está ainda estabelecido de forma consensual, mas parece ser entre 8 e 12 mg/ml. O tempo de resposta da Mania à carbamazepina 1 e 2 semanas) também parece ser maior que a resposta ao Divalproato e pouco maior que a PAGF40F17 semanas) também parece ser maior que a resposta ao Divalproato e pouco maior que a resposta ao Lítio. Apesar disso, a resposta à Carbamazepina tem se mostrado maior nos casos considerados rápido cicladores. A dose recomendada para a Carbamazepina é de 600 mg à 1 gr/dia.
Topiramato. O topiramato é um novo agente antiepiléptico, classificado como monossacarídeo sulfamato substituído. Potenciais de ação provocados repetidamente pela despolarização contínua dos neurônios foram bloqueados pelo opiramato de maneira dependente do tempo, sugerindo uma ação bloqueadora do canal de sódio, efeito este conhecido como “bloqueio de canal dependente do estado” (na verdade, os canais não são bloqueados, mas sim, a frequência com que eles são reativados é que apresentam-se diminuída).
O topiramato tem sido usado como Estabilizador do Humor, tal como outros antiepilépticos. A dose mais eficaz é entre 100 e 300 mg/dia, entretanto na prática clínica não parece haver vantagens em seu uso, comparando-se com outros antiepilépticos. 4. 2. Tratamento Farmacológco da Agltação e Sintomas psicóticos ara os episódios de mania que não apresentam sintomas psicóticos (delírios, principalmente), mas com alto grau de inquietude, insônia e agitação intensas, podem associar-se aos estabilizadores do humor, tranquilizantes benzodiazepínicos potentes.
Um desses benzodiazepínicos pode ser o clonazepam (2 a 6 mg/dia), bastante eficaz na sedação desse tipo de agitação. Outros benzodiazepínicos é o lorazepam (4 a 8 mg/ dia). Superada a fase aguda do episódio o benzodiazepínico deve ser retirado gradualmente. Os antipsicóticos (incisivos e sedativos) s 17