Política e imprensa na década de 1950

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Os anos do governo de Juscelino Kubitschek foram marcados por mudanças significativas na imprensa brasileira, com a introdução de novas técnicas de apresentação gráfica, inovações na cobertura jornalística e renovação da linguagem. A década de 1950, ficou conhecida pelas reformas do Diário Carioca em 1950 e do Jornal do Brasil em 1956, assim como o surgimento de jornais inovadores, como a Tribuna da Imprensa em 1949 e a Ultima Hora em 1951, são considerados marcos da imprensa brasileira. A mítica da objetividade – imposta pelos padrões redacionais e ditoriais- é fundamental para dar ao campo lugar autônomo e reconhecido , construindo o jornalismo como a única atividade capaz de decifrar o mundo para o leitor. ” 0 padrão redacional americano, fixou a id constrói uma padron Mostrando para o jor informar e divulgar PACE 1 ors modelo norte- ntida no lead que de não apenas lar acontecimentos. As mudanças introduzidas a partir da reforma do Diário Carioca, em 1 950, tiveram a função de produzir a neutralidade e a objetividade nos textos jornalísticos. A reforma do Jornal do Brasil, iniciada em 1956 e consolidada os primeiros anos da década de 60, faz parte do conjunto de iniciativas que resultaram na implantação do jornalismo moderno no Brasil d to page do pós-guerra. ” Em 1956, em meio a uma crise institucional, o Jornal do Brasil inicia uma reforma gráfica que dura quase 10 anos. Com ela cria-se uma hierarquia de notícias, uma identidade visual para o jornal, com a fixação do nome do jornal na capa, a primeira página torna-se a “vitrine” do conteúdo do jornal, tira tudo que não se lê, entre outras.

Até a década de 1950, jornal bom era aquele que tomava partido a partir do espelho no jornalismo americano, jornal bom passou a ser jornal apartidário, neutro de influências políticas. Carlos Lacerda e Samuel Wainer com posições politica opostas, criam seus próprios jornais. Lacerda após a queda do Estado Novo, em 1946, passa a assinar a coluna «Tribuna da Imprensa” no jornal Correio da Manhã, na qual comentava sobre a democracia vivida no Brasil. Em 1 949, lança seu próprio jornal, com o mesmo nome de sua coluna. Seu posicionamento era totalmente contra a reeleição do ex-ditador Getúlio Vargas.

A quatro meses das eleições o jornalista escreve em seu jornal: “O Sr. Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar. ” Junto com o Estado de São Paulo, queria impedir a posse de presidente. “Apesar de tiragem inexpressiva, a Tribuna é um jornal influente, já que tem papel decisivo na cena política, catalizando e amplificando as contradições e tensões sociais do pe papel decisivo na cena política, catalizando e amplificando as contradições e tensões sociais do periodo. Samuel Wainer, repórter dos Diários Associados tinha uma rande allança com Vargas, quem o Incentivou a criar um jornal que se opusesse a Tribuna da Imprensa, em 1951, Wainer funda a Última Hora. O jornalista percebeu que a popularidade do ex- ditador lhe dava acesso a comunicação em todas as camadas sociais. O jornalista enviava a Vargas matérias que interessassem ao governo, junto bilhetes ao amigo. Wainer faz uma série de inovações em seu jornal, dentre elas a diagramação prévia que evitava o corte das matérias, valorizava imagens, charges e o bom humor nas edições, renovando a imprensa brasileira.

O Última Hora foi o jornal mais popular de seu tempo. Nos anos 40, quando os dois jornalistas moraram juntos no Rio de Janeiro enquanto trabalhavam para os Diários Associados Wainer fez uma confissão para Lacerda que no futuro foi usada contra ele. Samuel não tinha certidão brasileira e segundo a Constituição da época estrangeiros não podiam ser donos de um meio de comunicação. Em 1955, Wainer foi preso por falsidade ideológica e posse de uma meio de comunicação. “Lacerda publicou em 1953 esse segredo nas páginas da Tribuna.

Declarava que provana que Wainer não era brasilelro” “Esse processo e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CP’), nstalada em 1953 para levantar o favorecimento de IJH junto ao Banco do Brasil, fariam parte das desavenças PAGF3rl(FS 1953 para levantar o favorecimento de UH junto ao Banco do Brasil, fanam parte das desavenças entre a UDN e PTB, da guerra entre os concorrentes das bancas, em busca de uma oportunidade para se livrarem do sucesso editorial da I_JH, e de um movimento para fragilizar as bases do Presidente da República. Após o atentado na rua Toneleros em Copacabana, em 1954, a Tribuna da Imprensa pede a renuncia do presidente e em primeira página a Última Hora responde com uma frase de Vargas: “Só morto saio do Catete”. Foi nesses anos que o Diário Carioca, jornal do Rio de Janeiro, introduziu o lead e criou em sua redação uma equipe de copidesque que passou a desempenhar papel formador de novos quadros para o jornalismo.

Foi nesses anos, também, que se fez a reforma do Jornal do Brasil, tão importante para se entender as transformações subseqüentes nos jornais de todo o país. Na segunda metade da década de 1950, a imprensa brasileira começou a abandonar uma de suas tradições: o jornalismo de combate, de crítica, de doutrina e de opinião. Essa forma e jornalismo político convivia com o jornalismo popular, que tinha como característica o grande espaço para a crônica e para o folhetim. A objetividade da linguagem não era uma preocupação.

Gradualmente, passou-se a praticar um jornalismo que privilegiava a informação, que separava o comentário pessoal da transmissão objetiva da notícia. O crescimento dos jornais e revistas passou também a depender mais da publ PAGF transmissão objetiva da notícia. O crescimento dos jornais e revistas passou também a depender mais da publicidade do que dos anúncios classificados. Ainda nesse período predominavam os jornais vespertinos, mas, com a chegada da televisão, sobretudo a partir dos anos 60, eles foram cedendo o lugar aos jornais matutinos.

Quando se observa a imprensa escrita de maior circulação no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, verifica-se que a contestação da eleição e da posse de Juscelino Kubitschek partiu dos jornais O Globo e Diário de Noticias, do Rio, e O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Todos eles estavam identificados com a I_JDN, encamparam a tese da maioria absoluta e se posicionaram contra a posse de JK. O Diário Carioca e a Última Hora, do Rio de janeiro, e o Estado de Minas defenderam a política de Juscelino durante todo o seu período de governo.

Outros jornais, como o Correio da Manhã, O Jornal, Diário da Noite, Jornal do Brasil, apresentaram críticas à pol(tica econômica então adotada, mas não fizeram oposição sistemática a JK http://cpdoc. fgv. br/producao/dossies/JK/artigos/Sociedade Ilmprensa [ 1 ]. MARTINS, Ana Luiza e Tânia de Luca História da Imprensa no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008, p. 190 [2 J. BARBOSA, op. Cit. , p. 167. MARTINS, op. cit. , p. 193. Id. Ibid. , p. 193 e 194.

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