História da loucura no século xx

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HISTÓRIA DA LOUCURA NO SÉCULO XX Para chegarmos à história da loucura no é necessário antes relembrarmos que foi no séc XIX a época de maior expansão da teoria e terapêutica da “loucura”, e seus maiores colaboradores foram Pinel e Esquirol, que apresentaram uma nova concepção sobre a natureza e a causa da loucura, e foi a partir deste ponto que a psiquiatria passou a ser um método de modificação do comportamento.

Esta psicoterapia reeducadora desapropriava um território secular da medicina, que não estava preparada para trabalhar a loucura como doença, o que fez com que o “tratamento moral” roposto por eles du para que o velho org PACE 1 org s, dando espaço as forças na psiquiatria. Emil Kraepenn (1855- 2″ coroador da psiquiat to view nut*ge organicista foi o dor do séc XX, e ainda há quem o diga que se Pinel toi o cl ssico, Kraepelin foi o moderno.

Kraepelin era psiquiatra e durante a sua carreira defendeu a tese de que as doenças de foro psiquiátrico têm origem em disfunções de ordem genética e biológicas, postulando que existe uma patologia específica do cérebro sobrejacente a cada uma das principais doenças psiquiátricas e ainda empenhou-se em categorizar e classificar doenças mentais, ez uma divisão de doenças mentais em exógenas (causadas por condições externas e consideradas curáveis) e endógenas (que tinham causas biológicas, tais como danos cerebrais, disfunções metabólicas ou fatores hereditários vistas como incuráveis).

Para Kraepelin, a psicose maníaco-depressiva e a melancoli Swlpe to vlew next page melancolia eram consideradas doenças exógenas e portanto tratáveis, enquanto a esquizofrenia conhecida na época como demência precoce, seria endógena e portanto intratável. Distlnguu pelo menos três variedades clínicas da esquizofrenla: atatonia, em que as atividades motoras estavam perturbadas (excessivas ou inibidas), hebefrenia, caracterizada por reações e comportamentos emocionais inapropriados e a paranóia, caracterizada por alucinações e ilusões de grandeza e de perseguição.

Kraepelin deu início a uma nova reforma sobre os hospícios e sanatórios, que perderam a característica de hospitais e passaram a ter aparências de casas familiares, proporcionando conforto e cuidados necessários aos doentes. As teorias de Kraeplin sobre a etiologia e diagnóstico de perturbações psiquiátricas são bases dos maiores sistemas iagnósticos utilizados hoje, especificamente o DSM IV da Associação Americana de Psiquiatria e o CID 10 da Organização Mundial de Saúde.

Adolph Meyer (1866-1950) impulsionou a psiquiatria americana nas primeiras décadas do século XX. Para ele, era possível entender melhor o indivíduo considerando não apenas os aspectos constitucionais, mas também os fatores ambientais. Acreditava que o paciente possa ser mais bem compreendido através da consideração da sua situação de vida, o que o tornou um pioneiro na área da psicobiologia, encorajando investigações obre doentes mentais onde baseava-se em fundamentos biológicos, psicológicos e fatores sociais.

Meyer treinou duas gerações de psiquiatras, melhorou métodos de diagnóstico e de tratamento e conduziu diversas investigações em neuroanatomia, neuropatologia e psiquiatria. O seu maior contrib PAGFarl(Fq investigações em neuroanatomia, neuropatologia e psiquiatria. O seu maior contributo para a medicina consistiu na co-fundação do movimento de higiene mental, nas reformas dos cuidados médlcos, em hospícios estatais, e na uniformização de estudos de caso.

Com todas essas novas mudanças que surgiam no rumo do nteresse por doenças mentais, que configuravam outros caminhos, pois agora a subjetividade, antes rejeitada, adquire importância decisiva, o homem passa a ser visto como “um ser no mundo”, sujeito ou agente de processos afetivos; e não como um lócus em que ocorrem doenças, ou como mero portador de distúrbios, e é neste contexto que surge Sigmund Freud (1856-1939), considerado por mutos como o mais genial de todos, sendo capaz de criar um sistema científico de cura das enfermidades nervosas, a Psicanálise que consistia em um método para investigar os processos inconscientes e de outro odo inacessíveis do psiquismo. O método psicanalítico de Sigmund Freud consistia em estabelecer relações entre tudo aquilo que o paciente lhe mostrava, desde conversas, comentários feitos por ele, até os mais diversos sinais dados do inconsciente.

O psicanalista deveria “quebrar” os vínculos, os tratos que fazemos ao nos comunicarmos uns com os outros. Ele não poderia ficar sentado ouvindo e compreendendo apenas aquilo que o seu paciente queria dizer conscientemente, mas perceber as entrelinhas daquilo que ele o diz. É o que se chama de quebra do acordo consensual Há uma ruptura de campo, pois o analista não se estringe somente aos assuntos especificos, e sim ao todo, ao sentido geral. A psicanálise se tornava um recurso inteiramente novo na psicologla, com seu método ob PAGF3rl(Fq psicologia, com seu método objetivo de investigação aos estados subjetivos, conscientes e inconscientes, fato que revolucionava a terapêutica psiquiátrica da época.

E sob as influências de Kraepelin e Freud, surge na História da loucura Eugen Bleuler (1857-1939), psiquiatra considerado notável por suas contribuições ao entendimento da esquizofrenia, doença anteriormente chamada demência precoce. Bleuler afirmou contrariando o senso comum) que a esquizofrenia era mais do que uma doença, nem sempre era incurável, e nem sempre evolui para demência completa. Ele descreveu os sintomas básicos como sendo desordenadas associações mentais e divisão ou fragmentação da personalidade, mas acreditava que muitos casos não eram aparentes. Ele insistiu que a psicose não precisava resultar de danos cerebrais orgânicos e poderia ter causas psicológicas.

A crescente valorização dos fatores afetivos ou instintivos na explicação da loucura, embora motivasse inovações psicoterápicas, implicava na questão da possibilidade de um onhecimento válido de processos que são subjetivos e, portanto, inobserváveis. Questão que era discutida a fundo por Karl Jaspers (1883-1979), em sua obra “Psicopatologia Geral”, considerada uma autêntica critica a razão psiquiátrica. Jaspers foi o responsável por tornar a psicopatologia em uma ciência autônoma e independente da psiquiatria, afirmava que o objetivo desta é “sentir, apreender e refletir sobre o que realmente acontece na alma do homem”. No entanto, a psicopatologia é a própria razão de existir da psiquiatria, sua disciplina fundamental, básica, nuclear.

A psicopa azão de existir da psiquiatria, sua disciplina fundamental, básica, nuclear. A psicopatologia tem por objetivo estudar descritivamente os fenômenos psíquicos anormais, exatamente como se apresentam à experiência imediata, buscando aquilo que constitui a experiência vivida pelo enfermo. De acordo com sua teoria, em psicopatologia os objetos possíveis de conhecimento são dois: os fenômenos psíquicos (singulares) e as relações deles com outros eventos. O objetivo da psicopatologia não deve ser confundido com o da psiquiatria. O seu campo é mais restrito e se limita ao estudo dos fenômenos anormais da vida mental e em como método a fenomenologia.

Também influenciado pela fenomenologia, Eugene Minkowski (1875-1972), propôs que a psicopatologia deve sempre ser interpretada tendo em conta a experiência pessoal de tempo, suas idéias trouxeram uma nova visão da loucura, para Minkowski esta pode ser vista enquanto modo de estar no mundo, a loucura não é um modo errado, doentio, mas apenas um modo diverso de relação entre o homem e o mundo. Minkowski procurou com seus estudos entender como um esquizofrênico “vê o mundo”, deste trabalho chegou a conclusão que quando se falta essa projeção do mundo, o “Eu” do aciente se desliga do mundo e na falta da realidade surge-se o imaginário. Para Minkowski esse seria o modo da “ausência de contato vital com a realidade”.

Uma grande passagem na história da loucura foram os métodos utilizados com a finalidade de combater as doenças mentais, Até o fim da II Guerra Mundial, foram várias as tentativas, algumas de certa forma foram eficazes outras nem tanto, mas todas eram agonizantes e causavam dores e sofrimento aos pacientes, uti eficazes outras nem tanto, mas todas eram agonizantes e causavam dores e sofrimento aos pacientes, utilizou-se a insulina, metrazol, a lobotomia chegando até ao eletro choque que foi usado largamente no período de 1937 a 1945, quando teve inicio a era farmacoterápica . A síntese da clorpromazina (neuroléptico) por Charpentier, em 1 950, e sua aplicação nas psicoses por Jean Delay e Pierre Deniker, em 1952, que mudaram toda a terapêutica até então utilizada. Em 1957, surgiram os antidepressivos, dentre eles o inibidor da monoaminoxidase, sintetizado por Klein, e a imipramina, por Kuhn. J. F. Cade que descobriu a utilidade do carbonato de lítio no tratamento da mania, o qual passou a er testado e utilizado por Mogens Schou na Europa a partir de 1956 como estabilizador de humor. Os benzodiazepínicos foram sintetizados em 1958 por Sternbach, que descobriu suas propriedades tranquilizantes.

Mas sem dúvidas juntamente com a farmacologia, o grande ícone da história da loucura no séc XX, foi a reforma psiquiátrica, primeiramente na Itália, onde o seu precursor foi o médico e psiquiatra Franco Basaglia (1924-1980), que após a 2a Guerra Mundial, ingressou no Hospital Psiquiátrico de Gorizia, o qual veio assumir a sua dlreç¿o em 1961, quando inlciou mudanças com objetivo de transformá-lo em uma comunidade terapêutica. Sua primeira atitude foi melhorar as condições de hospedaria e o cuidado técnico aos internos em Gorizia. Porém, à medida que se defrontava com a miséria humana criada pelas condições do hospital, percebia que uma simples humanização deste não seria suficiente. Ele notou que eram necessárias transformações profundas tanto no modelo de assistência PAGFsrl(Fq suficiente.

Ele notou que eram necessárias transformações profundas tanto no modelo de assistência psiquiátrica quanto nas relações entre a sociedade e a loucura. Basaglla criticava a postura tradicional da cultura médica, que transformava o indivíduo e seu corpo em meros objetos de intervenção clinica. No campo das relações entre a sociedade e a loucura, ele assumia uma posição crítica para com a psiquiatria clássica e hospitalar, por esta se centrar no princípio do isolamento do louco (a internação como modelo de tratamento), sendo portanto excludente e repressora. Após a leitura da obra do filósofo francês Michel Foucault “História da Loucura na Idade Clássica”, Basaglia formulou a “negação da psiquiatria” como discurso e prática hegemônicos obre a loucura.

Ele não pretendia acabar com a psiquiatria, mas considerava que apenas a psiquiatria não era capaz de dar conta do fenômeno complexo que é a loucura. O sujeito acometido da loucura, para ele, possui outras necessidades que a prática psiquiátrica não consegue sozinha englobar e tratar. gasaglia denunciou também o que seria o “duplo da doença mental”, ou seja, tudo o que se sobrepunha à doença propriamente dita, como resultado do processo de institucionalização a que eram submetidos os loucos no hospital, ou manicômio. A partir de 1970, quando foi nomeado diretor do Hospital Provincial na cidade de Trieste, iniciou o processo de fechamento daquele hospital psiquiátrico.

Em Trieste ele promoveu a substituição do tratamento hospitalar e manicomial por uma rede territorial de atendimento, da qual faziam parte serviços de atenção comunitários, emergências psiquiátricas em hospital geral, cooperat de atenção comunitários, emergências psiquiátricas em hospital geral, cooperativas de trabalho protegido, centros de convivência e moradias assistidas (chamadas por ele de “grupos- apartamento”) para os loucos. No ano de 1 973, a Organização Mundial de Saúde (OMS) redenciou o Serviço Psiquiátrico de Trieste como principal referência mundial para uma reformulação da assistência em saúde mental. A partir de 1976, o hospital psiquiátrico de Trieste foi fechado oficialmente, e a assistência em saúde mental passou a ser exercida em sua totalidade na rede territorial montada por Basaglia.

Como consequência das ações e dos debates iniciados por Franco Basaglia, no ano de 1978 foi aprovada na Itália a chamada “Lei 180”, ou “Lei da Reforma Psiquiátrica Italiana”, também conhecida popularmente como “Lei Basaglia” Franco gasaglia esteve algumas vezes no Brasil realizando eminários e conferências. Suas idéias se constituíram em algumas das principais influências para o movimento pela Reforma Psiquiátrica em várias partes do mundo. Aqui no Brasil aconteceu em 1987, e alguns anos depois ocorreu a criação dos CAPS (Centro de Atenção psicossoclal), estruturados em serwços comunitários e abertos, que possuem em sua finalidade a inserção social de seus pacientes na comunidade.

Não pode-se deixar de citar outro fator importante: Nas décadas de 1960, 1970 e 1980, houve a grande expansão da terapêutica da “loucura”, com o aparecimento de ma série de linhas psicoterápicas: psicodrama, terapia comportamental, musicoterapia e outras, onde o individuo acometido de distúrbios mentais passou a ser visto como um ser humano, com total capacldade de levar uma vida normal, juntamente PAGF8rl(Fq passou a ser visto como um ser humano, com total capacidade de levar uma vida normal, juntamente com sua famllia e amigos , onde o internamento apenas é recomendado em casos graves, realidade esta totalmente diferente das atrocidades cometidas no passado. REFERÊNC AS CCMS. Memórias da loucura. Disponível em: <http://www. ccs Acesso em 14 nov. 011. CULTURA BRASILEIRA. Sigmund Freud. Disponivel em: <http://www. culturabrasil. org/freud. htm>. Acesso em 14 nov. 2011 ENCYC OPÉDIA BRITANNICA. Eugen Bleuler. Disponível em: <http://www. britannica. com/EBchecked/topic/69329/Eugen -Bleuler> Acesso em 14 nov. 2011) INFOPÉDIA. Emil Kraepelin. Disponível em: < http://www. infopedia. pt/$emil-kraepelin>. Acesso em 14 nov. 2011. PESSOTTI, Isaias. (2006). Sobre a teoria da loucura no século XX. Ribeirão Preto: Temas em Psicologia online.

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