A escola vai à bolsa: ies privadas profissionalizam a gestão, aderem aos níveis diferenciados de governança corporativa e promovem abertura de capital na bovespa

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A escola vai à bolsa: ies privadas profissionalizam a gestão, aderem aos níveis diferenciados de governança corporativa e promovem abertura de capital na bovespa Premium ay alexpequeno vaq 08, 2012 17 pages A ESCOLA VAI À BO SA: IES PRIVADAS PROFISSIONALIZAM A GESTÃO, ADEREM AOS NÍVEIS DIFERENCIADOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA E PROMOVEM ABERTURA DE CAPITAL NA BOVESPA ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE Vol. 13, N. 7, Ano 2010 Alex Oliveira Pequen o ar 17 to view nut*ge RESUMO A educação brasileira inexplorado até o m ão mercadológico a índices inferiores de acesso ao ensino superior em relação aos seus izinhos latinoamericanos. No cenário com oportunidade para o desenvolvimento, a iniciativa privada busca vantagem competitiva na gestão profissional, adoção de estruturas organizacionais flexíveis e financiamento de seus projetos por fontes diversificadas.

Dessa forma, as Instituições de Ensino Superior particulares Anhanguera Educacional, Estácio de Sá, Kroton Educacional e Sistema Educacional Brasileiro aderiram a patamares elevados de Governança Corporativa e promoveram abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo. Este estudo tem a finalidade de investigar a adesão a níveis diferenciados de

Governança Corporativa como alternativa financeiro-econômica, identificar as variáveis que viabilizaram o ingresso das Instituições de Ensino Superior no mercado de valores mobiliários, além de apresentar os riscos e oportunidades oriundos da abertura econômico-financeiro e práticas de Governança Corporativa. Palavras-chave: gestão profissional; governança corporativa; abertura de capital; bolsa de valores. curso: Administraçao FACULDADE ANHANGUERA DE JACAREÍ Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, SP – CEP 13278-181 rc. pade@unianhanguera. edu. r pic. ipade@unianhanguera. edu. br Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional – IPADE Publicação: 30 de junho de 2011 Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional 231 232 A escola vai à bolsa: IES privadas profissionalizam a gestão, aderem aos níveis diferenciados de governança corporativa e promovem abertura de capital na Bovespa INTRODUÇÃO O corpo diretivo do ensino superior está atento à velocidade das mudanças.

Para atingir os objetivos de crescimento orgânico, novos desafios exigem alternativas sustentáveis ? gestão tradicional. Racionalizar o quadro gerencial em busca de inovação organizacional ou persistir com a entropia arraigada em princípios obsoletos, eis o dilema imposto pela pressão competitiva. Às IES (Instituições de Ensino Superior) particulares que aspiram ao desenvolvimento, coube dominar a resistência interna às transformações institucionais e a concorrência com a profissionalização do núcleo dirigente.

Para especialistas, uma administração de boa qualidade recisa atentar para a estratégia, visão de risco capaz de id s vulneráveis, exploração intelectual. Destarte, Anhanguera Educacional, Estácio de Sá, Kroton Educacional e SEB (Sistema Educacional Brasileiro) aderiram a patamares diferenciados de Governança Corporativa (Nível 2 e Novo Mercado) na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Tais segmentos trouxeram mais segurança para os investidores. Deve-se atender às exigências sofisticadas do cenário corporativo internacional e da legislação brasileira (KITAGAWA; RIBEIRO, 2007, p. 4854).

As organizações listadas em n[veis elevados são submetidas aos rigores da Governança Corporativa, como direito dos acionistas, tratamento equitativo, relacionamento com os stakeholders, videnciação, transparência, responsabilidade e supervisão dos administradores. Segundo as recomendações da OECD (Organisation for Economic Co-operation and Development), a gestão eficaz agrega valor à companhia e estabelece em longo prazo relação de credibilidade com o público (2008, p. 4-16). A Governança Corporativa ganha notoriedade justamente porque empreendimentos estão buscando vantagem competitiva na racionalização gerencial.

Quem adota tal modelo costuma granjear a credlbilldade junto a investidores potencials. por isso, a importância do tema aumenta ao longo do tempo. Assim, este rabalho justifica-se pelo caráter informativo, porque os leitores conhecerão (mais) as práticas administrativas bem avaliadas do ensino superior. Em 2007, além de inaugurar o segmento de serviços educacionais, as quatro IES privadas captaram R$ 1,7 bilhão na govespa com a distribuição primária e secundária das units, como apresenta a Tabela 1.

Anuário da produção de Iniciação Científica Discente • Vol. 13, N. 17, Ano 2010 • Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente 17, Ano 2010 • p. 231-242 Alex Oliveira Pequeno, Rogério Santos Morais 233 • Vol. 13, N. Tabela 1 . Oferta pública de ações (em milhões). Empresa Anhanguera Estácio Kroton SEB Total geral Código AEDUI 1 ESTCII KROTII SEBBII Oferta Preço da Primária Unit (Quantidade) R$ 18,00 20,00 R$ 22,50 7,95 R$ 39,00 9,15 R$ 33,00 8,75 45,84 Oferta primária (valores) R$ 360,00 R$ 178,78 R$ 356,66 R$ 288,75 R$ 1. 84,18 Oferta Secundária (Quantidade) 4,75 11,92 1,53 3,75 21,95 Oferta Total secundária (valores) (Valores) R$ 85,50 R$ 268,16 RS 59,67 R$ 123,75 R$ 537,08 R$ 445,50 R$ 446,94 R$ 416,33 R$ 412,50 R$ I . 721,27 Fonte: Prospecto definitivo de Anhanguera Educacional, Estácio de Sá, Kroton Educacional e SEB. Na primeira oferta, a organização emite, vende novas ações e canaliza para si todos os recursos auferidos. Na subscrição seguinte, os acionistas comercializam suas cotas e recebem os valores arrecadados.

A companhia amplia o seu quadro de sócios, com os compradores das ações. Os investidores passam então a ser seus parceiros e proprietários de um pedaço da empresa” (BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO, 2006, p. 5). cada unit é composta por mais de uma classe de papeis mobiliários. No caso das IES particulares objeto deste estudo, mescla-se ação nominativa ordinária com preferencial. A primeira confere o titular a participação nos resultados, além do direito a voto em assembléia.

A segunda oferece ao detentor prioridade na repartição dos dividendos, sem direito a voto em assembléia. Entidades de classe, órgão tes e até mesmo o Entidades de classe, órgãos independentes e até mesmo o governo federal analisam com suspeição o ingresso da educação superior privada no mercado financeiro. Teme-se a centralização do poder económico, a influência de provedores internacionais, a força de lobbies e a mercantilização em contraste com a qualidade de ensino. or outro lado, os grupos empresariais rgumentam que a abertura de capital visa justamente ? melhoria da educação, à modernização da infra-estrutura, ao aperfeiçoamento do corpo docente, à otimização de custos, entre outros. O presente artigo está subdividido em seções. A primeira é a introdução. A próxima é a relação dos objetivos. Depois, é apresentada a metodologia utilizada na pesquisa. As informações relaclonadas ao desenvolvmento da pesquisa como a revisão de literatura, o problema abordado, a solução proposta e implementada são mostradas na seção 4.

Os resultados estão na seção 5 e as considerações finais na seção 6. Por fim, são informadas as referências bibliográficas. 2. OBJETIVOS • Investlgar a adesão a níveis diferenciados de Governança Corporativa na Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. 13, N. 234 promovem abertura de capta’ na Bovespa Bovespa como alternativa financeiro-econômica para as IES privadas. • • • Verificar a relação entre práticas de Governança Corporativa e desempenho financeiro-econômico.

Identificar as variáveis que viabilizara das IES no mercado ingresso das IES no mercado acionário. Apresentar os riscos e oportunidades oriundos da abertura de capital. METODOLOGIA As IES particulares que aderiram a modelos de Governança Corporativa são o universo deste projeto. A partir de então, delimitou-se o objeto de estudo para as quatro organizações empresariais que promoveram abertura de capital e inauguraram o segmento “Serviços Educacionais” na Bovespa, ou seja, Anhanguera Educacional, Estácio de Sá, Kroton Educacional e SEB.

O problema deste trabalho acadêmico é o seguinte: quais variáveis educacionais, empresariais e mercadológicas viabilizaram a adesão das IES privadas aos níveis diferenciados de Governança Corporativa na Bovespa? A pesquisa preliminar brangeu a busca por informações a respeito da evolução histórica da gestão do ensino superior e sua relação com o desenvolvimento econômico. Para conhecimento dos dados oficiais, foram consultadas publicações em sitios elou portais vinculados ao MEC (Ministério da Educação e da Cultura).

O trabalho de pesquisadores, estudiosos e afins forneceu uma perspectiva adequada do cenário atual. Com base nos relatórios oficiais, na produção científica independente e nos prospectos, partiu-se para o conhecimento do referencial teórico – entenda- se conceituação de Governança Corporativa em geral e sua plicação espec[fica na gestão profissional do ensino superior privado. Os princípios norteadores foram obtidos mediante as entidades que se dedicam ao estudo e promoção das práticas administrativas mais transparentes, como o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e a OCDE.

O principal método utilizado foi o estudo exploratório. Tal proced Governança Corporativa) e a OCDE. O principal método utilizado foi o estudo exploratório. Tal procedimento cientifico fornece os parâmetros necessários para conhecer o objeto de pesquisa, orienta a formulação de hipóteses e visa à explicação do problema. Ele é fundamental para investigar as variáveis que possibilitaram o ingresso das IES particulares no mercado de capitais, bem como para correlacionar o desempenho delas com a adesão aos níveis diferenciados de Governança Corporativa.

O procedimento bibliográfico orientou a pesquisa tanto com o referencial teórico em livros, monografias, dissertações e teses quanto com a contextualização histórica em 235 revistas, jornais, sítios e portais (OLIVEIRA NETTO, 2008, p. 26). Além disso, também foi relevante para cotejar os enfoques relatlvos aos riscos e oportunidades de negóclos em companhias de capital aberto. 4. DESENVOLVIMENTO A primeira etapa consistiu no levantamento bibliográfico.

Em principio, buscou-se o conhecimento científico no ambiente virtual, cujo conteúdo serviu de base para análise das publicações impressas. A pesquisa considerou, sobretudo, os temas “gestão profissional”, “Governança Corporativa” e “abertura de capital” Os dirigentes do ensino superior estão atentos aos desafios do mercado interno e externo. Segundo relatório divulgado pelo MEC, ainda há o predomínio do adrão familiar, centralização de poder e caráter individual as IES privadas. Todavia, 17 das IES privadas.

Todavia, para quem aspira ao crescimento ustentável, a profissionalização do núcleo dirigente tende a ganhar força no cenário de pressão competitiva. Por isso, tais empresas procuram balizar seus procedimentos na impessoalidade, planejamento orçamentário, definição de direito e responsabilidade de acordo com regras previamente estabelecidas. (TRIGUEIRO, 2008, p. 17-18). A classe empresanal passou a dedicar especial atenção à qualidade da administração a partir do colapso em companhias estadunidenses que se envolveram em fraudes contábeis.

A crise da Enron Corporation, por exemplo, corroeu perto de US$ 60 bilhões em capitalização e mercado. O caso emblemático se transformou na ponta do iceberg, capaz Inclusive de abalar os pilares da economia global. Em efeito cascata, corporações de grande porte também caíram nas malhas da fiscalização, como Worldcom e Arthur Andersen. Os executivos passaram a ser alvo de investigação criminal. Apesar da intervenção federal, a erosão da credibilidade chegou a níveis sem precedentes na História dos EUA.

Em 30 de julho de 2002, devido ao panorama de descrédito, o congresso norteamericano promulgou a Lei Sarbanes-oxley a fim de recuperar o equilíbrio mercadológico, restabelecer a confiança os investidores, além de mltigar os nscos à corrupção. A legislação abordou questões nevrálgicas para a gestão tradicional, bem como formulou normas regulatórias mais rígidas (CICOGNA, 2007, p. 55-60). Anuário da Produção de niciaçao Científica Discente • Vol. 13, N. 36 aderem aos níveis diferenciados de governança vai à bolsa: IES privadas profissionalizam a gestão, aderem aos níveis diferenciados de governança corporativa e promovem abertura de capital na govespa 4. 1. Governança Corporativa A nova ordem trouxe à baila a Governança Corporativa, cuja elevância se expandiu no mundo dos negócios desde então. Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietário, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle.

As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, allnhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para sua longevidade (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, 2009, p. 19). A gama de estudos sobre o assunto aumentou consideravelmente, assim como sua participação na estrutura organizacional.

Em pesquisa realizada com 85 empresas, o IBGC e a consultoria Booz & Company constataram a ampliação do conhecimento sobre o tema de 66% em 2003 para 87% em 2009 (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa; Booz & Company, 2009, p. 6). Intensificou-se o quadro de busca por alternativas sustentáveis. Por isso, sua importância se renova com frequência. As companhias passaram a perseguir vantagem competitiva na racionalização dos procedimentos administrativos, qualificação do orpo diretivo e procura pela confiabilidade junto a seus clientes potenciais.

No âmbito internacional, a proximidade geográfica, as relações políticoeconômicas e a adaptação às necessidades institucionais constituíram distintas referências de Gov PAGF40F17 politicoeconômicas e a adaptação às necessidades institucionais constituíram distintas referências de Governança Corporativa (KITAGAWA• RIBEIRO, 2007, p. 11). O Brasil está entre as seis nações que seguem o modelo latlno-americano, cujas qualidades fundamentais destacam o atual estágio de desenvolvimento, omo sugere o conteúdo da Tabela 2. 237 Tabela 2.

Modelo Latino-Americano. Fator Financiamento Predominante Propriedade e Controle Propriedade e Gestão Conflitos de Agência Proteção Legal a Minoritários Conselhos de Administração Liquidez da Participação Acionária Forças de Controle Mais Atuante Governança Corporativa Abrangência dos Modelos de Governança Característica Exig(veis Familiar Concentrado Sobrepostas Majoritários X Minoritários Fraca Vínculos com a Gestão Especulativa e Oscilante Internas Embrionária Em transição Fonte: (ANDRADE; ROSSETI apud SILVA JUNIOR, 2006, p. 89).

Embora inexista consenso quanto à categoria ideal, a tendência preponderante é a convergência para os sistemas mais bem conceituados. Para a OECD, os princípios basilares são direito dos acionistas, tratamento eqüitativo, relacionamento com stakeholders, divulgação, transparência, responsabilidade do conselho de administração, melhoria na exequibilidade das leis e cooperação regional. A entidade internacional ressaltou ainda o progresso da Governança Corporativa no Brasil com a reforma da Lei das Sociedades por Ações, o marco regulatório da CVM (Comissão de Valores Mobiliários e a iniciativa da Bovespa em cri

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