A queda da casa de usher

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A Queda da Casa de Usher Edgard Allan poe é famoso por suas narrativas perturbadoras e o conto “A queda da casa de Usher” não foge à regra. O conto é narrado em primeira pessoa por um personagem cujo nome não é revelado. Narra seus dias na casa do amigo Roderick Usher, que padece de uma doença; este, sabendo do próprio fim, chama-o para seu conv[vio. Ao chegar à casa, o narrador sente-se melancólico, pois lembra- se dos dias de infância passados lá; com o transcorrer do tempo, a casa lhe traz mais tr parente Viva) morre OF3 dependência que um , view next page O narrador, para dist

Usher (sua única va, indicando a conto de Ethelred; a leitura de episódios do conto coincide com uma série de acontecimentos estranhos que resultam no reaparecimento da irmã morta – que na verdade sofria de catalepsia e fora enterrada viva – e na queda da casa de Usher. “A queda da casa de Ushe< pode ser interpretado como um conto repleto de metades que se contrapõem, se completam e formam novos significados. Ao chegar à casa, o narrador defronta-se com duas janelas que parecem olhos vazios, entre as quais destaca-se uma rachadura.

Além disso, a casa fica junto a um pântano, que reflete a rquitetura ameaçadora do edifício Ele também relata que na história da família IJsher rara raramente houve ramificações; na maior parte das vezes, os habitantes da casa descendiam de linhagem direta, sendo que os dois últimos representantes da família eram os gêmeos Roderick e Madeline, que passaram a maior parte de suas vidas isolados no interior da residência.

A partir disso, é possível supor que a casa, a “metade real”, por estar refletida no pântano, que forma a “metade simbólica”, está fadada a desaparecer, pois o pântano é justamente um ago morto, em que nada mais cresce – o reflexo na água é uma espécie de premonição. O pântano constitui a “metade morta” que se opõe à “metade viva” da casa, que seria a vegetação dos canteiros, sinônimo de vitalidade, que, assim como os gêmeos, resiste em terreno hostil.

Pode se dizer também que a rachadura que divide a casa ao meio forma duas metades complementares, assim como os gêmeos de sexos diferentes constituem uma unidade. As duas janelas separadas pela rachadura podem simbolizar os olhos de duas faces similares, como as dos gêmeos, que são muito próximos um do outro. A casa mostra a relação de dependência de dois irmãos – cujo vínculo indissolúvel é necessário à sobrevivência de ambos. O interior da casa pode simbolizar a mente de Roderick.

Dividida em duas partes, possui tanto um porão escuro – que simboliza os desejos secretos e o subconsciente de Roderick – quanto uma parte iluminada – representativa da consciência e da razão do personagem. Essa oposição fica c personagem. Essa oposição fica clara quando Roderick decide enterrar Madeline no porão. Quando ela estava na parte iluminada da casa, o irmão sentia-se culpado por ter fantasias ncestuosas; ao colocá-la no porão, procura reprimir um desejo que sabe ser proibido.

Porém, como o reprimido busca meios de vir à tona, Madeline volta para o mundo da consciência — ou seja, para Roderick. Há no fim do texto um importante jogo de oposições entre o conto lido pelo narrador, a “metade fictícia”, e o que está acontecendo de fato, a “metade da realidade”, que se misturam e encerram a história de Edgar Allan Poe. Ao terminar a leitura, o narrador e seu amigo vivem a situação fictícia no plano da realidade. A ficção tomando conta da realidade é a representação os desejos secretos de Roderick que vêm a tona; é sua metade vindo se juntar a ele.

Madeline cai morta sobre o irmão e este acaba por morrer também. A casa desaba, engolida pelo pântano, porque, com a Irmã gêmea morta, é como se fosse necessário que uma das metades da residência desapasse também. Por fim, pode-se dizer que o narrador representa o mundo exterior à casa, em oposição a Madeline, que representa seu mundo interior. Com a interdição de seu desejo por Madeline, ele recorre a esta válvula de escape que é o mundo exterior. 3

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