Agronegocio brasileiro
Esclarecimento Metodológico: Este relatório considera os dados disponveis até o seu fechamento. Em edições futuras, ao serem agregadas informações mais atualizadas, pode, portanto, haver alteração dos resultados de meses e também de anos passados. Recomenda-se o uso do relatório mais recente. AGRONEGÓCIO BRASILEIRO FECHA 2010 COM ALTA DE 5,5% Geraldo sanrAna de Camargo Barros, Ph. D Adriana Ferreira Silva, Dra. Arlei Luiz Fachinello, Dr. Equipe Cepea O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio financeiro da
Confederação da Agr 0,26% em dezembro, O desempenho do s 2010, em especial, e dos preços agropecu OF16 p asil (CNA), cresceu ansào 5,47%. s os meses de raças à aceleração Tabela 5). Em dezembro, o desempenho do agronegócio da agricultura permaneceu sem mudanças em relação ao mês anterior: taxa de apenas +0,04%. O segmento Básico (dentro da porteira) cresceu 0,51%, compensando a retração no segmento Industrial (-0,25%), enquanto os segmentos de Insumos e Distribuição permaneceram estagnados (taxa de +0,01% e +0,08%).
No Swige to next page acumulado de 2010, o agronegócio agrícola cresceu 5,82%, om o segmento Industrial na dianteira (taxa de +8,02%), acompanhado da Distribuição (taxa de +6,44%) e do Básico (+4,10%). O segmento de Insumos seguiu na contramão, fechando o ano com queda de 0,78%. O agronegócio da pecuária cresceu 0,79% em dezembro, reflexo do desempenho positivo em todos os seus segmentos. No ano, o crescimento desse setor foi de 4,65%, com o segmento primário (Básico) mantendo- se na dianteira (taxa de +7,30%). Os segmentos de Insumos e Distribuição também registraram expansão: taxas de +4,99% e +3,27%, respectivamente.
Na Indústria, o cenário de queda que e estendeu até julho impediu melhores resultados e, no ano, o segmento cresceu apenas 0,20%. 1,10 0,90 0,70 0,50 0,30 Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio Agropecuária Agricultura Pecuária Figura 1 – Taxas de crescimento no mês de dezembro de 2010 (%) ponte: cepea-usp e CNA 8,80 6,80 Agropecuária Agricultura 4,80 2,80 Pecuária 0,80 Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio 20F Insumos agropecuários, o desempenho positivo dos últimos meses favoreceu a recuperação do segmento, e no ano houve crescimento 1,48%.
Isoladamente, o segmento de Insumos para agricultura permaneceu sem mudanças em dezembro e no ano acumulou recuo 0,78%; única queda entre os segmentos da agricultura. Já o segmento de Insumos da pecuária teve expansão de 0,95% no mês, fechando o ano com crescimento de 4,49%. A aceleração dos preços agropecuários, em especial no segundo semestre de 2010, melhorou o poder de compra dos produtores; assim, mesmo com os preços dos insumos também acelerando, eles optaram por manter o pacote tecnológico utilizado no plantio das lavouras.
No caso dos fertilizantes, o volume produzido em 201 0 foi 2,67% superior ao montante produzido em 2009 (Tabela ). Em preços, a aceleração a partir de agosto tornou menos acentuado o recuo em relação ao ano anterior: taxa de -14,79%. Com produção estável e preços em queda, o faturamento dos combustíveis decresceu 2,45% em 2010. Nas rações, a demanda interna firme por aves e suínos e a alta do boi gordo mantiveram aquecido o mercado desse insumo. Com isso, na comparação anual, o volume produzido registrou alta de 8,19%.
Em preços, o cenário foi de queda (taxa de -4,28% a. a. ) em comparação com os melhores preços alcançados em 2009. Vale ressaltar que a partir do segundo se 30F omparação com os melhores preços alcançados em 2009. Vale ressaltar que a partir do segundo semestre a alta no preço do milho refletiu nas rações, fazendo com que o recuo de preços deste insumo se tornasse gradativamente menos acentuado. Tabela 1 . Variação do volume e preços da Agroindústria (% a. ) – 201 0/2009* Valor preço Quantidade Combustíveis e Lubrificantes -2,45 -2,82 0,38 Fertilizantes -12,51 -14,79 2,67 Rações 3,55 -4,28 8,19 *média de Janeiro a dezembro/2010 em relação à média de janeiro a dezembro/2009 Fonte: Cepea/USP e CNA (elaborado a partir de dados do IBGE e FGV) RECOMPOSIÇAO DE PREÇOS ELEVA A RENDA DAS ATIVIDADES PRIMÁRIAS Em 2010, o segmento primário foi marcado pelo aumento da produção agropecuária, paralelamente ao cenário de queda de preços, tanto na agricultura quanto na pecuária.
Vale ressaltar que, embora na média do ano os preços tenham fechado em baixa, a recuperação registrada a partir do segundo semestre impediu piores resultados. Em dezembro, as atividades primárias da agropecuária cresceram 0,72%, elevando para +5,51% a taxa acumulada no ano (Figura 1 e Tabela 5). Na agricultura, a expansão foi de 0,51% em dezembro e de o ano. Na pecuária, o crescimento de 0,99% no mês elevou para 7,30% a taxa acumulada no ano (ver Tabela 5). A produção agricola fechou 2010 com aumento de 7,33% a. a; os preços ano (ver Tabela 5). A produção agricola fechou 2010 com aumento de 7,33% a. ; os preços reais, por sua vez, recuaram 2,55% em relação a 2009. Com isso, o faturamento cresceu 4,10%. Veja na Tabela 2 as perspectivas de expansão das atividades agrícolas para 2010 calculadas com base nas estimativas anuais de safra e nos preços médios do ano, em relação a 2009. O desempenho positivo tanto dos preços quanto o volume produzido foi observado nos casos da batata, do café, da cana, da cebola, da laranja e da mamona. No caso do café, pesquisas do Cepea apontam que as cotações brasileiras foram impulsionadas pelas elevações nos preços internacionais.
Essa forte alta, por sua vez, foi justificada pelos baixos estoques mundiais, pelo consumo crescente e por problemas climáticos em outros países produtores do grão – como a Colômbia, que novamente deve produzir bem abaixo do seu potencial produtivo. Na cana-de-açúcar, os preços favoráveis do açúcar e do álcool elevaram o faturamento com a cultura. Entretanto, fatores limáticos afetaram a produtividade, e a safra ficou abaixo da expectativa inicial do setor, acentuando os aumentos de preços internacionais.
Os faturamentos do algodão e da banana também cresceram, entretanto nestas atividades houve aumento de preços e queda de produção. Segundo pesquisadores do Cepea, o mercado do algodão em 2010 foi ma o mercado do algodão em 2010 foi marcado pela demanda firme e baixa oferta, ocasionando redução dos estoques de passagem que chegaram à menor relação estoque/consumo dos últimos 15 anos. O crescimento da demanda foi reflexo do avanço da economia mundial, enquanto a redução da oferta esteve elacionada à menor área cultivada e à redução da produtividade em alguns importantes parses produtores.
Este cenário refletiu sobre os preços da pluma, que, em 2010, atingiram máximas históricas nos mercados interno (em termos nominais) e externo. Todas as demais atividades registraram queda de faturamento. No caso do amendoim, arroz, feijão, fumo, sisal e uva, o resultado esteve ligado ao recuo tanto dos preços quanto do volume produzido. No milho e na soja, a aceleração de preço nos últimos meses do ano não foi suficiente para reverter as perdas acumuladas. Com isso, mesmo com volumes em alta, houve recuo no faturamento as atividades. Tabela 2.
Variação do volume e dos preços das Lavouras (%aa) – 2010/2009* Valor Preço Algodão em caroço 46,29 49,52 Amendoim em casca -28,92 -5,46 Arroz em casca -19,13 -12,60 Banana 6,80 8,63 Batata inglesa 5,40 1,21 Cacau -2,81 -6,43 Café beneficiado 35,13 1 0,90 Cana-de-açúcar 14,60 8,37 cebola 55,43 41,86 Feijao -9,09 -3,61 Fumo em folha -18,94 -9,97 La 6 OF 10,90 cana-de-açúcar 14,60 8,37 cebola 55,43 41 Feijão -9,09 -3,61 Fumo em folha -18,94-9,97 Laranja 29,06 23,96 Mamona 17,92 8,42 Mandioca (raíz) -1 2,81 Milho Sisal -25,51 -12,04 soja -l Tomate -7,50 4,87 Trigo em grao ,15 -8,44 uva Média Quantidade -2,16-24,82 -7,47-1,68 4,14 3,87 21 5,75 9,57 -5,69 -9,97 4,11 8,76 -4,61 7,33 *média de janeiro a dezembro/2010 em relação à média de partir de dados do IBGE, conab, IEA,’SP, FGV e seagri/BA) As atividades primárias da pecuária cresceram 7,30% em 2010. Em preços, as consecutivas altas para todas as carnes foram gradualmente reduzindo o recuo no ano e, assim, na média anual, a retração foi de apenas 0,47%. Em volume, o cenário foi positivo e na comparação anual houve aumento de 7,80% em relação a 2009. (Tabela 3).
Puxadas pela alta tanto em preços quanto em olume, as atividades do leite, bovinocultura e suinocultura para corte fecharam 2010 em expansão: taxas de +12,32%, +8,62% e 7,95%, respectivamente. por outro lado, nas atividades avícola e de produção de ovos, a recuperação dos preços, a partir de agosto, não foi suficiente para reverter as perdas acumuladas no ano. O faturamento nessas atividades recuou no ano: taxa de -O reverter as perdas acumuladas no ano. O faturamento nessas atividades recuou no ano: taxa de -0,78% e -4,92%, respectivamente. Veja na Tabela 3 as taxas referentes às atividades da pecuária em 2010, em relação a 2009. Tabela 3.
Variação do volume e preços da Pecuária (%aa) 201 0/2009* Valor Preço Boi gordo para corte 8,62 0,17 Frango/ galinha para corte Leite 12,32 3,20 ovos suíno para corte 7,95 3,94 Média 7,30 -0,47 partir de dados da CNA e FGV) Quantidade 8,43 7,71 8,83 1,48 3,86 7,80 INDUSTRIA DE PROCESSAMENTO VEGETAL DIRECIONA DESEMPENHO DO SEGMENTO AO contrário do observado antes e dentro da porteira, o segmento Industrial do conjunto do agronegócio recuou em dezembro: taxa de -0,18%. Entretanto, no ano ele acumulou o maior crescimento entre os segmentos: +6,91% (Tabela 5). A indústria de base agricola decresceu 0,25% o mês, mas no ano acumulou expansão de Na indústria processadora animal, as baixas registradas até julho impediram melhores resultados; no ano, o crescimento da indústria nao passou de 0,20%. Dentre as indústrias de processamento vegetal, apenas a indústria de óleos vegetais finalizou 2010 em queda: taxa de -3,91% (Tabela 6). Pesou neste resultado o recuo nos p 80F vegetais finalizou 2010 em queda: taxa de -3,91% (Tabela 6). esou neste resultado o recuo nos preços da indústria: -8,11% em relação a 2009 (Tabela 4). Esta perda poderia ter sido maior não fosse a recuperação de preços da indústria nos últimos uatro meses do ano, paralelamente ao aumento dos volumes processados. Sem mudanças significativas, a industria de beneficiamento de produtos vegetais registrou o crescimento mais modesto em 201 0: +0,99%. Já as indústrias do açúcar e de elementos químicos (etanol) se destacaram, acumulando no ano expansão de 29,86% e 20,35%, respectivamente. No caso do açúcar, o cenário foi de forte alta de preços, tanto no mercado doméstico como no internacional.
Segundo pesquisadores do Cepea, uma das principais causas das reações expressivas foi a redução dos estoques mundiais, que têm baixado desde 2008, uando houve déficit expressivo. Em 2009, um novo déficit agravou a situação dos estoques e os preços internacionais começaram a reagir com altas acentuadas. Nas demais indústrias, o recuo de preços pesou sobre o faturamento, enquanto a expansão do volume processado contrabalançou os resultados, permitindo crescimento no ano. Na Tabela 4 são apresentadas as variações do volume, dos preços reais e do valor do faturamento das principais agroindustrias em 2010, em relação a 2009. abela 4. Variação do volu faturamento das principais agroindústrias em 2010, em relação a 2009. bela 4.
Variação do volume e preços da Agroindústria (%aa) – 201 0/2009* valor preço Madeira e Mobiliário 8,58 -3,41 celulose, papel e Gráfica 4,07 -0,53 Elementos Químicos 20,35 1 5,49 Têxtil 6,58 2,16 Vestuário 4,89 -2,12 Café 2,24-3,59 Beneficiamento de produtos vegetais Açúcar 29,86 18,36 óleos vegetais -3,91 -8,11 outros Alimentos 4,61 -3,37 calçados Abate Animais -0,53 -0,25 Laticínios 0,25-1 ,37 janeiro a dezembronoog ponte: cepeawsp e CNA (elaborado a partir de dados do IBGE, FGV e Cepea) Quantidade 12,40 4,71 4,21 4,33 7,17 6,05 1,87 9,72 4,26 8,22 6,44 -0,21 1,64 Nota: A partir de setembro/ 10 0 preço da Indústria de Elementos Químicos (etanol) passou a ser acompanhado pelos Indicadores dos Etanóis Anidro e Hidratado e não mais pelo índice de preços ao atacado da FGV. Na indústria de base pecuária, a alta nos preços das carnes e o bom desempenho dos volumes deram ritmo ao segmento, que fechou o ano em crescimento: taxa de +0,20%. Este resultado, embora modesto, esboçou a recuperação do segmento, que até julho seguiu com taxas mensais negativas. A industria de abate foi a única a acumular retração entre as indústrias de base pecuária: taxa de -0,53%. Este resu 0 DF 16