Análise da competitividade da cadeia agroindustrial do açúcar e do álcool em minas gerais: o caso da região do triângulo mineiro e alto paranaíba

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Análise da competitividade da cadeia agroindustrial do açúcar e do álcool em minas gerais: o caso da região do triângulo mineiro e alto paranaíba Premium gy paulinhobass Map 07, 2012 40 pagcs Análise da competitividade da cadeia agroindustrial do açúcar e do álcool em Minas Gerais: o caso da região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba PAULO HENRIQUE DE LIMA SIQUEIRA BRÍCIO DOS SANTOS REIS Resumo A agroindústria brasileira vem passando por um intenso processo de restruturação provocado principalmente pelas fusões e aquisições de em resase ela transferência de alguns etores produtivos p orao produtoras de cana- to view nut*ge agroindústria sucroal olelra série de transformaç região do Triângulo serrado brasileiro , o quadro da sado por uma cada vez maior na . Esse trabalho visa analisar a competitividade da agroindústria de açucar e de álcool nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranalba, mediante o estudo de seus determinantes, traduzido pelos insumos, estrutura e relações de mercado, em face a restruturação dessa agroindústria. Esta pesquisa concluiu que o determinante insumo vem sendo bastante favorável para a competitividade as usinas e destilarias da região, provocadas principalmente pela disponibilidade da principal matéria-prima cana-de-açúcar.

Por outro lado, o determinante de competitividade estrutura e relação de mercado vem sendo praticamente neutro na competitividade dessas esmagadoras devido a dois aspectos: concorrência com as suínas e destilarias paulistas e dificuldades no relacionamento com alguns elementos a jusante e a montante da cadeia sucroalcooleira. Palavras chaves: Cadeia do açúcar Iniciais A produção da cana-de-açúcar, uma das primeiras atividades de importância econômica no Brasil e a mais antiga esenvolvida no país, é basicamente destinada à indústria do açúcar e do álcool (VIEIRA, 1999). O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar de cana, tem os menores custos de produção e apresenta os melhores índices de produtividade entre os principais produtores. O Brasil implantou, em larga escala e com tecnologia genuinamente nacional, o álcool como combustível alternativo.

O setor movimenta, anualmente, algo em torno de US$ 13 bilhões entre faturamentos diretos e indiretos, o que corresponde a 2,5% do PIB brasileiro (SINDAÇÚCAR-MGI , 2003). Uma das características mais importantes do setor ucroalcooleiro brasileiro é a flexibilidade em produzir açúcar ou álcool, sendo um instrumento que possibilita aos produtores redirecionarem suas atividades frente aos sinais de mercado, ou seja, a possíveis ganhos com a produção de álcool ou de açúcar. Além disso, a existência de duas regiões produtoras, um no Norte-Nordeste (safra de setembro a março) e Centro-sul (safra de maio a dezembro), possibilita que o Brasil seja abastecido com açúcar e álcool o ano todo (MARJOTTA-MAISTRO, 2001; ALVES, 2002). A produção de cana-de-açúcar da região Norte/

Nordeste caracteriza-se, de um modo geral, pela baixa produção e altos custos, enquanto a região Centro/Sul é caracterizada por alta produtividade e um excelente desenvolvimento ambiental, sendo considerada como uma das áreas com menores custos de crescimento da área de cana-de-açúcar no mundo, com considerável potencial de expans¿o (COSTA & BURNQUIST, 2003). Sindicato dos Produtores de Açúcar do Estado de Minas Gerais Seg PAGF BURNQUIST, 2003). Sindicato dos produtores de Açúcar do Estado de Minas Gerals Segundo o Ministério da Agricultura, existem no Brasil 391 nidades usinas e destilarias, sendo 283 (72,38%) localizados no Centro/Sul e 108 (27,62%) no Norte/Nordeste.

Aproximadamente 27% são destilarias autônomas e o restante, usinas com destilarias anexas. As fábricas do setor sucroalcooleiro podem produzir açúcar comercializado, nos mercados interno e externo, conforme as vantagens comparativas de preços. Já o álcool é absomdo quase que totalmente pelo mercado interno (ALVES, 2002). A restruturação da agroindústria canavieira na década de 1990 está inserida num processo mais amplo de intenso movimento de concentração e centralização de capitais na groindústria nacional, com o aumento das falências, fusões e aquisições, e com a instalação de novas usinas pertencentes a grupos econômicos tradicionais.

Dois fenômenos vêm sendo observados: a concentração e centralização de capitais; e a transferência de capitais do setor de uma região para outra, com instalação de novas unidades produtivas principalmente na Região Centro-oeste e no Estado de Minas Gerais (EID & PINTO, (199_1). Novas técnicas agrícolas superaram pontos críticos para o desenvolvimento dos canaviais no cerrado brasileiro, reduzindo ustos, aumentando a produção e possibilitando a ocupação de 90 milhões de hectares de cerrado disponíveis, com a ramificação da cultura no noroeste de São Paulo, norte do Paraná, Triângulo Mineiro, sul do Maranhão, oeste da Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins (CARVALHO citado por PINAZZA & ALIVIANDRO, 2003). O problema e sua importâncla A históna da implantação e do desenvolvimento da produ 2003).

O problema e sua importância A história da implantação e do desenvolvimento da produção de açúcar no Estado de Minas Gerais justifica os principais motivos que dificultaram proliferação desta atividade em território mineiro do século XVIII ao XX Segundo SHIKIDA (1992), a produção de cana-de- açúcar teve inicio, no Estado de Minas Gerais, com o advento da descoberta de ouro na região, graças ao amplo mercado formado pela migração maciça, ao conhecimento técnico de muitos migrantes no cultivo da cana e no fabrico do açúcar, à distância dos grandes centros produtores, à circulação de riqueza na região mineira e à relativa disponibilidade de mão- de-obra e terras.

Assim, a expansão geográfica da agroindústria canavieira em Mnas Gerais disseminou-se em áreas próxmas os incipientes centros urbanos vinculados à exploração aurífera. Essa agroindústria veio atender à demanda dos centros próximos da exploração do ouro, dispensando-se aptidões edafoclimáticas favoráveis ao cultivo da cana. No final do século XIX, tiveram inicio as transformações tecnológicas ocorridas nessa agroindústria. Em 1885 foi inaugurado o primeiro engenho central de açúcar em Minas Gerais, Companhia Engenho Central Rio Branco. Nesse período, essas unidades produtivas buscaram localização mais prlvileglada em termos de proximidade dos grandes centros consumidores de São Paulo.

No seu processo de implantação e desenvolvimento, nos séculos VIII até final do século XIX, a cultura de cana-de-açúcar no Estado mineiro se estabeleceu em regiões próximas às outras atividades econômicas, independentes das condições edafoclimáticas favoráveis ao cultivo deste produto agrícola. Destarte, pode-se afirmar que a produção d favoráveis ao cultivo deste produto agrícola. Destarte, pode- se afirmar que a produção de cana-de-açúcar no Estado se estabeleceu nos seus primórdios de maneira pouco competitiva. Existe uma série de fatores que explicam os motivos que flzeram om que a agroindústria de Minas Gerais se defasasse em relação à de São Paulo no período da economia cafeeira. Em São Paulo existiu maior concentração econômica e institucional, com condições naturais mais propícias, principalmente nas cidades de Sorocaba, Piracicaba, Mogi Guaçu e Jundiaí.

Além disso, houve um direcionamento de fração dos lucros do café para as usinas, bancos, fábricas e ferrovias, melhor adaptação com mudanças nas características do regime de trabalho, do trabalho escravo para o trabalho assalariado, bem como uma forte entrada de imigrantes estrangeiros, propiciando mercados de mão-de-obra, e consumo e de terras. Em Minas Gerais, a dotação de fatores naturais adequados para o cultivo de cana-deaçúcar apresentava limitações, com o relevo relativamente ondulado e restrições térmicas e hídricas. O café contribuiu para criar uma infra- estrutura e uma gama de capital muito maior em São Paulo do que em Minas Gerals, denotando este Estado como éreas marginais a regiões mais dinâmicas dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Pôde-se constatar, ainda, maior preocupação desenvolvimentista da agroindústria canavieira paulista ante a mineira, pois, enquanto o Governo paulista se preocupou em riar órgãos com a finalidade de superar doenças da planta através de pesquisas, o governo mineiro buscou saídas próprias via soluções efêmeras e menos custosas para superar os obstáculos ocasionais de sua cultura canavieira (SHIKIDA, 1992). No an PAGF s OF menos custosas para superar os obstáculos ocasionais de sua cultura canavieira (SHIKIDA, 1992). No ano de 1930, com o final da I Guerra Mundial e a crise da bolsa de Nova lorque nos Estados Unidos, entre outros fatores, ocorreu uma queda acentuada do preço do açúcar no mercado externo.

O Governo brasileiro começou a implementar algumas políticas para egulamentar o mercado de açúcar, visando manter os preços em determinado patamar para atender o bem estar, principalmente dos produtores nordestinos. Em 1933, surgiu o IAA2, que visava o fomento e o controle da produção de açúcar e do álcool em todo o território nacional. Apesar do IAA ter sido criado para atender aos interesses nordestinos, o Centro-Sul foi retirando a hegemonia do Nordeste na produção de açúcar. Além disto, o IAA gerou certa divisão do trabalho no país, sendo o Nordeste mais especializado na produção de açúcar para exportação, enquanto Centro-sul dominava a produção de açúcar e de álcool para o mercado interno (LAGES, 1993).

Apesar do IXA ter favorecendo mais os produtores do centro sul em relação aos do nordeste, Minas Gerais não conseguiu desenvolver esta atividade como o Estado de São Paulo, já que o IAA contribuiu para o predomínio econômico e político da usina sobre as unidades produtivas mais arcalcas, no caso, os engenhos e engenhocas, que caracterizavam boa parte da agroindústria canavieira mineira. Assim, esses estabelecimentos não podiam contar com um adequado número de usinas que pudesse dar suporte às políticas do IAA o Estado (SHIKIDA, 1992). Com o advento do PROÁLCOOL, as usinas mineiras, ainda que pouco expressivas, passaram por um processo de modernização que melhoraram seu desempenho. Além disso, a PAGF 6 expressivas, passaram por um processo de modernização que melhoraram seu desempenho.

Além disso, a partir da década de 70, com a implementação da chamada Revolução Verde, teve inicio o processo de ocupação do cerrado brasileiro, inlciado a partir da região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Nesse período, intensificou-se a produção de cana-de-açúcar, bastante ncentivada no decorrer desta década (GAR IPP & ORTEGA, 1998). Nos últimos anos, Minas Gerais vem tendo uma participação cada vez mais importante na produção de cana-de-açúcar, açúcar e álcool no Brasil. De acordo com os números da UNICA na safra 2002 / 2003, Minas Gerais, com uma produç¿o de 15. 600. 000 toneladas, representando um aumento de 58,36% em relação ? safra de 1990/1991, tomou a quarta posição de Pernambuco, que produziu 14. 415. 000 toneladas.

Esse crescimento da produção de cana-de-açúcar no Estado de Minas Gerais vem sendo acompanhado por deslocamento entre as principais regiões rodutoras, concentrando-se cada vez mais nas regiões do noroeste de minas, central mineira, oeste de minas e triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. De acordo com os números do IBGE3, a região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, maior produtora de cana-de-açúcar de Minas Gerais, incrementou sua produção em 21 de 1990 a 2002, com uma produção de 8. 922. 843 toneladas, enquanto as regiões do Sul e Sudeste de Minas Gerais e da Zona da Mata, também grandes produtoras, diminuíram sua produção, em 27,76% e 33,88% respectivamente. 23 Instituto do Açúcar e do Álcool Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística No tocante à agroindústria sucroalcooleira, desde meados da década de 90, a região do Triângulo Mineiro e Alto Parnaíba v PAGF 7 sucroalcooleira, desde meados da década de 90, a região do Triângulo Mineiro e Alto Parnalba vem recebendo fortes investimentos no setor sucroalcooleiro. Em 1997, incentivada pela inauguração dos portos fluviais nos municípios de Santa Vitória, no rio Paranaíba, e Iturama, no rio Grande, que ligam o Triângulo à hidrovia Tietê-paraná, a usina Coruripe, do g upo alagoano Tércio Wanderley, investiu na construção, em Iturama, e uma fábrica de açúcar com capacidade para produzir 1 milhão de sacas/ano, além de um armazém nas proximidades do porto (PAIVA & RIBEIRO, 1997).

Com um investimento de R$ 111 milhões, esse mesmo grupo inaugurou, em março de 2002, em Campo Florido, uma outra usina, esperando produzir 800 mil sacas/ano ainda em 2002, gerando 320 empregos diretos e 4. 500 indiretos. Outro complexo industrial proveniente do Nordeste, o grupo Carlos Lyra, que possui unidades nos municípios de Volta Grande e Delta, deverá investir R$ 40 milhões nas usinas dos dois municípios em 2003 e 2004, visando duplicar a produção de cana- e-açúcar e álcool. A meta é atingir a moagem de 4,5 milhões de toneladas nas duas usinas. A capacidade de produção no ano de 2002 nas duas usinas é de 10 mil sacas de 50 quilos de açúcar/ dia e de 500 mil litros de álcool diários (CASTRO & MOURA FILHO, 2002).

De acordo com o cadastro Ministério da Agncultura e do SINDAÇUCAR-MG, atualmente a produção mineira de açúcar e álcool é sustentada por 25 unidades industriais, sendo 14 usinas com destilarias anexas, 9 destilarias autônomas e 2 usinas produtoras somente de açúcar. A atividade industrial da cana-de- çúcar, que durante muitos anos esteve concentrada nas regiões da Zona da Mata e Sul, passou, a partir do f anos esteve concentrada nas regiões da Zona da Mata e Sul, passou, a partir do final dos anos 90, a ser transferida para a região do Triângulo Mineiro. Cada empresa instalada corresponde a um investimento superior a R$ 100 milhões (SINDAÇÚCAR-MG, 2003).

Em suma, apesar das dificuldades do desenvolvimento da agroindústria sucroalcooleira no Estado de Minas Gerais durante quase toda sua história, as novas transformações ocorridas no setor nos últimos anos, sua relevância econômica para o Brasil e a dinamização que vem sendo provocada no Estado pelos investimentos realizados na região do Triângulo Mineiro e Alto Parnaba, justificam a relevância de se desenvolverem mais estudos nesse setor para o Estado de Minas Gerais. Deve- se destacar, ainda, que a maioria dos estudos sobre o setor sucroalcooleiro está voltada, normalmente, para os Estados do Nordeste e São Paulo, sendo ainda poucos os desenvolvidos especificamente para o Estado de Minas Gerais.

Nesse estudo especifico procura-se responder aos questionamentos de quais seriam os principais fatores que estariam associados ao rescimento dos investimentos da agroindústria do açúcar e do álcool na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranalba, além de quais as características dessa região que poderiam influenciar positivamente a competitividade desse setor. Assim, observa-se a relevância de se desenvolver um estudo que analise os principais determinantes da competitividade das empresas processadoras de açúcar e álcool presentes na região do riângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Este artigo visa analisar a competitividade da agroindústria de açúcar e de álcool nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, mediante o estudo de seus determin de álcool nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, mediante o estudo de seus determinantes, traduzido pelos insumos, estrutura e relações de mercado, em face a restruturação dessa agroindústria.

Assim, neste trabalho se busca identificar os fatores favoráveis e desfavoráveis ao desenvolvimento da agroindústria; avaliar, qualitativamente, a importância de cada fator; e propor medidas para que a agroindústria se torne mais competitiva. METODOLOGIA Embora o foco do estudo seja apenas um segmento da cadeia produtiva e açúcar e álcool, este trabalho reconhece o caráter sistêmico da cadeia, de forma que a competitividade das agroindústrias depende do que ocorre antes e após este segmento. Esse caráter sistêmico é, em parte, resgatado ao se focar a disponibilidade de insumos e a relações com fornecedores e compradores. Por isso, o referencial teórico explora a questão da competitividade sistêmica de cadeias produtivas.

A preocupação da análise da competitividade de um sistema começou em meado da década de 50, com os trabalhos de Davis e Goldberg, e no inicio dos anos sessenta, quando a escola de conomia industrial francesa desenvolveu a noção de analyse de filiêre (análise de cadeias produtivas). Entre os aportes teóncos em empíricos mais recentes, pode-se destacar a ECR – Efficient Consumer Response (Resposta Eficiente do Consumidor), iniciado em 1 992 quando um grupo de líderes da indústria de alimentos e do setor de distribuição americano se reuniram para analisar a cadeia de suprimentos de alimento, determinando as melhorias em custos e serviços a partir de mudanças tecnológicas e práticas de gestão. No Brasil, a partir de 1997, existe a Associação ECR Brasil, que congrega

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