Analise de mercado
O MERCADO CALÇADISTA E A QUALIDADE NOS CALÇADOS Esse capítulo traz uma panorâmica do mercado mundial e do mercado brasileiro de calçados, para em seguida discutir o processo de produção das indústrias calçadistas brasileiras. Trechos de entrevistas realizadas junto a médicos ortopedistas e designers de calçados serão aqui apresentados com o intuito de iniciar disc dos produtos disponíveis no merca elaborações posteriores.
PACE 1 orig to view nut*ge tão da qualidade ervirá de base para Em seguida serão aqui discutidas as normas relativas ? ergonomia e PUC-Ri0 – certificaç¿o Digital NO 0410908/CA sabilidade de produtos, e o projeto Caminho do Conforto, desenvolvido pelo SEBRAE e pelo SENA, em parceria com o CTCCA. Por fim, este capítulo apresenta determinados artigos e incisos do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor, que em última instância, existe para salvaguardar os direitos dos consumidores que não estejam incluídos nos grupos calçados nos últimos 10 anos.
Por exemplo, em 1996 0 salário por hora trabalhada no Oeste Europeu girava em torno de R$7,OO, enquanto na China girava em torno de R$O,30. Tal remuneração é tão baixa devido aos 95 incentivos que o governo da China oferece às companhias que, indas de outros parses, desejem realocar-se. Embora nos países asiáticos os custos sejam baixos, a economia não é muito estável. Em 1997, graves problemas econômicos atingiram muitos palses asiáticos, o que causou uma enorme transferência de moeda corrente, e fez com que muitos bancos pequenos tivessem problemas por causa destas grandes operações bancárias.
Isto criou um retardo nos mercados internos, especialmente da Coréia sul, Tailândla e Indonésia. Anda é multo cedo para saber que efeitos a longo termo essas ações vão causar. A curto prazo porém, apesar do retardo no ercado interno gerar o ‘não desenvolvimento’ da moeda local, e o consequente fortalecimento das companhias exportadoras; motiva a manutenção dos investimentos por lá, o que promove a melhoria da qualidade de vida de tais países do extremo Leste.
PUC-Rio – Certificação Digital NO 0410908/CA Tais relações econômicas, entretanto não são travadas simplesmente entre improvável que o deslocamento da produção de calçados para parses de mão-de-obra barata mude, enquanto a indústria calçadista não alcançar novos níveis de automação, e isso não será possível enquanto o couro for o material have na fabricação de calçados (sapatos em couro representam mais de 50% da produção de calçados no mundo), e máquinas não forem capazes de ler os defeitos e as diferenças de cada peça deste material.
Sapatos manufaturados não parecem apresentar nenhuma possibilidade de revolução em sua produção em um futuro próximo. Então, como maximizar o sistema presente apesar do controle? Explorar a força de trabalho, ignorar as diferenças culturais, diminuir as inspeções, competir por lucros marginais, explorar o meio ambiente, e diminuir a qualidade do produto produzido. Na Aménca do Norte, o ponto fundamental diz respeito ? xpansão do NAFTA (North American Free Trade Agreement).
Os efeitos deste acordo sobre as indústrias de calçados do Canadá, Estados Unidos e México são variados. A 96 produção de calçados Mexicana não é muito expresslva se comparada à produção chinesa, que na verdade também acaba por limitá-la, entretanto a indústria mexicana vem se expandido ra as a empresas que transferiram suas fábricas para mercados, tem desenvolvido novos vinculos, especialmente com a Europa. Já com relação ao mercado Europeu,.
Há muitos anos a Itálla, casa dos mais reconhecidos designers de calçados, é mais importante país produtor e exportador de calçados da Europa. Contudo, a recessão mundial atingiu a Itália como atingiu a cada país do mundo. O resultado foi a redução das exportações, a redução do número de empregados e o aumento dos custos de produção. Tais dificuldades, todavia, incentivaram a Itália a fazer o que sabem fazer melhor. desenvolver e produzir sapatos de alta qualidade. Tal estratégia pontual foi fundamental para a recuperação do mercado.
No entanto ainda é impossível produzir alguns tipos de sapatos na Itália atualmente – calçados esportes desapareceram das tradicionais casas Italianas pois não há como competir com os baixos custos de produção da economia asiática. O texto acima apresentado foi inspirado em um artigo escrito por Galahad Clark, da Universidade da Carolina do Norte, em 1998. O artigo, intitulado “Economics Of World Shoe Production Trends” apresenta de forma bastante elaborada a conjuntura global do mercado calçadista mundial.
E, muito embora tenha sido escrito há oito anos, o artigo ainda se apresenta atual, pois em termos mercadológicos oito anos de tempo muito curto mundial, depois dos EUA. Klein comentou ainda que o Brasil, em 2003, detinha 5% das exportações ara os EUA, mas no mesmo ano não chegou a exportar nem mesmo 1% dos 350 milhões de pares que a Alemanha importou (veja ANEXO 1) (DEUTSCHE WELLE:2004). Tais informações ratificam o que foi dito por CLARK 97 confirmam que Brasil, EUA e Alemanha não sofreram significativas alterações em suas posições no mercado mundial desde 1998.
Informações providas pela Associação Brasileira de Empresas de componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal). Em palestra ministrada em workshop realizado em Franca (pólo calçadista brasileiro), São Paulo, dia 31 de outubro de 2005, o pró-reitor de administração o Centro Universitário de Franca (Machado Neto) fez uma análise financeira do mercado; falou do comércio internacional brasileiro, e elaborou sobre a globalização da economia e sobre o aumento do mercado para calçados voltados para o conforto.
O pró-reitor também discutiu o mercado calçadista no ano de 2005 e suas PUC-Ri0 – certificaçao Digital NO 0410908/CA expectativas para 2006 com seus riscos e prevenções: “Acredito que o próximo a r do que este, porém PAGF Ig dos EUA, e continua limitado pela economia Chinesa. O único jeito de o Brasil poder avançar mais nesse mercado m 2006 será às custas de um desaquecimento da economia da China. Em 2003, a indústria calçadista brasileira produziu cerca de 650 milhões de pares de calçados (veja ANEXO 1).
Deste total, 188 milhões de pares foram exportados, movimentando um volume de 1,5 bilhão de dólares. Deste total, apenas 13 milhões de pares, somando 142 milhões (aproximadamente 10%), foram exportados para a Europa (Reino Unido, Espanha, Países Baixos e Alemanha) (DEUTSCHE WELLE:2004). Já em 2004 0 Brasil exportou 212 milhões de pares de calçados, o que movimentou 1,8 bilhão de dólares, enquanto em 2005 as exportações caíram para 90 milhões, mas surpreendentemente movimentou 1 ,88 bilhão de dólares. Enfim, a produção caiu, mas o volume de dinheiro movimentado pelas exportações deste setor aumentou.
Esse fato atípico nao interfere de forma significativa na conjuntura mundial, mas revela reflexos de uma crise interna que é causada por 98 juros altos, problemas cambiais, denúncias de corrupção etc. A crise politica derrubou as vendas, causou demissões, mas ainda assim o mercado manteve-se alterações. O Brasil continua lutando para aumentar a sua participação no mercado europeu; a China continua ocupando uma posição privilegiada graças a seus reços imbatíveis e a Alemanha e os EUA continuam sendo os mercados mais promissores. . 2 O mercado brasileiro de calçados Sapatos feitos à mão oferecem um diferencial que os distingue dos calçados fabricados em sériel , todavia tais calçados são muito mais caros, assim, nao representam alternativa plaus[vel para a maioria dos brasileiros2, que acabam então relegados às opções padronizadas e 128) A produção de massa tende a reduzir o custo unitário de um produto, por outro lado, pesquisas projetuais que atentem para a questão do conforto e da saúde de tais produtos tendem a encarecer esse mesmo custo.
As indústrias calçadistas brasileiras voltadas para as classes baixa e média precisam, então, lidar com estes dois fatores, de forma ponderada, para que ao final seja gerado um produto aceitável, tanto parao rodutor, quanto para o consumidor. inapta a comprar calçados de qualidade, desenvolvidos a partir de pesquisas projetuais. Em segundo lugar, tem-se que o consumidor brasileiro é pouco exigente – falta a estes parâmetros para comparações.
E, por fim, o aspecto transitório, descartável, da moda – tal aspecto favorece a fabricação de produtos que tenham meia-vida curta por conseguinte, baixa ualidade (ABICALÇADos:2005; e 125). Assim, uma vez que no Brasil não existe uma preocupação, nem por parte do consumidor, nem por parte do produtor com a qualidade dos calçados, também não existe empecilho à produção de massa confeccionada com matéria prima inferior.
As implicações de tal prática, entretanto, são lesivas: “A constatação de doenças articulares, circulatórias, dermatológicas, posturais, acidentárias, decorrente do uso contínuo de calçados inadequados podem ser verificadas em contato dir rias e ortopedistas”. produtos e processos no Brasil. Dentre as diversas informações e ocumentos dispon(veis no web site desta Associação, está a relação das empresas certlficadas em conforto de calçados até agosto de 2005.
Dezessete empresas brasileiras já foram certificadas pela ABNT em conforto, desde dezembro de 2004, quando a norma ABNT NBR 14834:2004, relativa a conforto de calçados, foi instituída. O crescente número de empresas interessadas em obter essa certificação reflete suas vantagens. O sucesso de tal norma, pela conseqüente prosperidade de tais fábricas, talvez possa ser explicado pelo fato de que os consumidores brasileiros estão se tornando mais exigentes e as ntidades de defesa do consumidor atuantes (IDA: 2001:11; ABNT:2005a; ABN :2005b). ntendem, com a intenção de aumentar a demanda de seus produtos, em detrimento da saúde e da segurança dos pés de pessoas diabéticas. A 101 importância de tais normas será discutida no item 5. 3 deste capítulo (Direitos do Consumidor: Código de Defesa do Consumidor) e no item 6. 3 do próximo capítulo (A Qualidade nos Calçados: O Caminho do Conforto e As Normas ABNT (ABNT:2005b; IBTEc:2005a, AGENCIA NOTÍCIAS:2004). 5. 3 A “qualidade” nos calçados: normas x leis 5. 3. 1 As normas ABNT- NBR e o ‘Caminho do Conforto’