Corpo, espaço e movimento – paralesia cerebral
Educação Física e Desporto — 30 Ano Unidade Curricular: Psicofisiologia Docente: Mestre José Guilherme “Corpo, Espaço e Movimento” Crianças com Paralisia Cerebral Discentes Miguel Oliveira Paulo Bernardo Roberto Alberto Portimão, 4 Janeiro d índice RESUMO… OF24 Swipetoviewn ‘t p REVISÃO BIBLIOGRÁFICA… 4 1 A ORGANIZAÇAO DO ESQUEMA CORPORAL 5 1. 1 – A noção do esquema corpora15 1. 2 – A ontogénese do esquema corporal 6 1. 3 – O controlo do esquema corpora16 2 – O ESQUEMA CORPORAL E A ORGANIZAÇAO ESPACIAL 7 3- O MOVIMENTO 8 3. 1 – O movimento e as crianças g 4 – O ESQUEMA CORPORAL E A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL FACE A
UMA CONDIÇAO DE DEFICIENCIA 10 5 – O ESQUEMA CORPORAL E A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DA DEFICIÊNCIA MOTORA 11 6 – PARALISIA CEREBRAL 11 6. 1 – Causas da Paralisia Cerebral 14 -lal Studia objectivo foram realizadas pesquisas na literatura sobre o tema e posteriormente aplicação prática das mesmas. Neste estudo foram constituídas as seguintes categorias de elementos: A organização do Esquema Corporal, o Esquema Corporal e a Organização Espacial, O Esquema Corporal e a Organização Espacial face a uma Condição de Deficiência, O Esquema Corporal e a Organização Espacial da Deficiência
Motora, O que é a Paralisia Cerebral? , Principais Formas de Paralisia Cerebral e a Relação entre Lesbes/Localizações Cerebrais. Concluímos neste estudo que existe relação entre a representação espacial do corpo, o controlo da manipulação e da locomoção em crianças com Paralisia Cerebral e que as crianças com Paralisia Cerebral seguem as mesmas fases e etapas da população normal ainda que de forma mais atrasada. Palavras-chave: Crianças, Paralisia cerebral, Estímulos, Desenvolvimento.
REVISAO BIBLIOGRAFICA O presente trabalho de investigação, apresenta a sua explicação a intersecção de três conceitos latos e diversificados: O Corpo, o Espaço e o Movimento. O Corpo, é hoje a via mais universal de procura de identidade num homem progressivamente mais consciente da sua totalidade. O Espaço, é a referência constante da nossa vivência e o elemento organizador das relações, entre a nossa totalidade como indivíduos e o nosso envolvimento.
O Movimento é a expressão, a prática, em suma, a concretização das relações que se processam, entre o “eu” e o envolvimento, desde o nível puramente físico ao relacional e cognitivo, como se o movimento fosse o espaço do cor o em movimento. O conceito de Paralisia Ce ultado de uma lesão no 24 ao 30 mês de idade. O cérebro, ainda imaturo, é lesado, interferindo deste modo no desenvolvimento normal da criança.
A lesão não é progressiva, porém instala-se paulatinamente um quadro sensório-motor anormal, onde tais distúrbios caracterizam-se pela falta de controlo sobre os movimentos, e pelas modificações adaptativas ósseas. As deficiências neurológicas da Paralisia Cerebral, afectam diversos sistemas funcionais, de modo a que a criança apresente multas vezes uma série de problemas que exigem tratamento orientação, em várias áreas relacionadas com a saúde e a educação, nomeadamente: a neurologia, psicologia, assistência social, fisioterapia, educação ffsica, etc.
Na tentativa de compreender, a diversidade de problemas relacionados a estas crianças não é tarefa fácil, particularmente se considerarmos a escassez de pesquisas sobre os mecanismos responsáveis pelo “descontrolo” 1 – A ORGANIZAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL 1. 1 -A noção do esquema corporal “o esquema corporal é normalmente conotado com uma estrutura neuromotora que permite ao indivíduo estar consciente do seu corpo anatómico, ajustando-se rapidamente ás olicitações de situações novas e desenvolvendo acções de forma adequada, num quadro de referência espaço-temporal dominado pela orientação direita-esquerda”. Ajuriaguerra et Stucky Corpo, Espaço e Movimento) ” o esquema corporal é uma acção neuromuscular (funcional) resultante de todas as partes profundas e tecidos que contribuem para manter a posição, em situação estática e dinâmica, enquanto que a imagem corporal se reporta aos sentimentos, informações ou experiências fornecidas pelo próprio corpo, portanto as sensações de natureza háptica, sensorial, emocional ou social”.
Ajuriaguerra et Stucky- Cor o Es a o e Movimento) representou um avanço extremamente importante no estudo do esquema corporal em todas as vertentes das ciências que estudam os processos psicofisiológicos do mundo. Partindo da análise de diferentes abordagens, propõe-se que a noção de esquema corporal seja encarada como uma organização neurológica em permanente construção ao longo do desenvolvimento do indivíduo, integrando toda a sua experiência corporal, nomeadamente: a perspectiva sensorial e motora tornando possível o planeamento e a execução de acções intencionais organizadas face a coordenadas espaciais.
O estudo das acções (respostas) do organismo a tais situações de adaptabilidade exterior permitem segundo os autores mencionados a evolução e desenvolvimento do estudo dos fenómenos relacionados com o esquema corporal. 1. 2 – A ontogénese do esquema corporal Considera-se a imagem corporal constituída por duas partes distintas: O padrão constitucional biológico e o padrão, em constante mutação, adquirindo através da experiência de cada individuo. Alguns autores consideram que o esquema corporal se desenvolve a partir do nascimento e como resultado exclusivo da experiência da criança no seu meio.
O desenvolvimento do esquema corporal na criança, desde o nascimento até ao iniciar da adolescência, tem sido objecto de alguns trabalhos no âmbito da Psicologia Genética e da Psicofisiologia. De acordo com a pesquisa realizada, propõe-se neste estudo que o desenvolvimento do esquema corporal seja organizado em cinco etapas distintas: – As primeiras acções; – O desenvolvimento da capacidade de preensão; – Formação das primeiras imita ões diferidas e das primeiras imagens mentais; 4 24 de um conjunto de estruturas nervosas de controlo, cujo desenvolvimento acompanha a evolução global de criança.
A criança é influenciada em maior grau por factores ambientais, sendo mais dependente do meio do que o adulto e, por isso, as características do meio em que a criança vive podem ser potenciadas e aproveitadas numa perspectiva de habilitação e reabilitação, de uma forma mais decisiva do que no adulto. Vários estudos têm sido desenvolvidos para situar ao n[vel anatomo-funcional a organização neurológica que está subjacente à existência do esquema corporal.
Verifica-se que os lobos parietais desempenham um papel essencial no funcionamento sensorial, no funcionamento cognitivo normal e no comportamento em geral. Apesar das perturbações da percepção corporal e do conhecimento espacial estarem frequentemente associadas a lesões no lobo parietal, podem também estar associadas a outras áreas cerebrais. – O ESQUEMA CORPORAL E A ORGAN ZAÇAO ESPACIAL para que se entenda melhor a perspectiva de Esquema Corporal Versus Organização Espacial o estudo baseia-se em três teorias básicas dentro da perspectiva do conhecimento do corpo e do espaço: A Teoria da construção do esquema corporal; Teoria da organização espacial e a Teoria da Reestruturação recíproca de ambas. a) Teoria da construção do esquema corporal O desenvolvimento da noção de espaço está ligado ao corpo e ao mundo exterior.
O seu modelo de esquema evolutivo para alcançar a noção de esquema corporal passa pelas seguintes etapas: – Domínio das coordenadas espaciais do indivíduo em relação com as suas coordenadas corporais – direita e esquerda, cabeça e pés, frente e trás; – Orientação de objectos apresentando características espaciais: alto, baixo, etc; – Espaço local dentro de limites sicologicamente determinados: perto, longe, etc; determinados: perto, longe, etc; – Espaço geográfico com coordenadas convencionais: norte, sul, ) Teoria da organização espacial A noção da organização espacial é construída a partir de objectos fixos, e ao longo do tempo a criança vai começando a ter noção de que os objectos são entidades distintas a si. Verificando-se que passado um tempo exposta ao estimulo a criança assimila algumas coordenadas (alto, baixo, etc. ), como orientação espacial. c) Teoria da reestruturação reciproca de ambas Esta teoria acaba por ser uma junção das anteriores, pois para alguns autores elas desenvolvem-se em paralelo. Não há conhecimento da noção do espaço sem ter presente a noção do corpo.
Alguns autores destacam a evolução da noção da orientação espacial por etapas: primeiro do nascimento até cerca dos 2 anos; segundo dos 2 anos até aos 3 anos e meio; terceiro dos 3 anos e meio até aos 6 anos; e dos 6 em diante. Desde a mais tenra idade, começa-se a verificar alguma noção de objecto, que mais tarde deixa entender a relação deste com o próprio corpo. Mais tarde, por volta dos 2 aos 3 anos de idade esse desenvolvimento é caracterizado pela geometria topológica, isto é, a criança aprende através de desenhos e assim reconhece- se asi própria. O esquema corporal é organizado a partir de relações opológicas.
Por volta dos 6 anos a criança usa sistematicamente as geometrias projectivas, topológica e métrica para se organizar espacial e corporalmente, no mundo que a rodeia. Perante tais realidades, verifica-se um conceito chave que se relaciona directamente não só com o corpo como também com o espaço: O Movimento. 3 – O MOVIMENTO “nada se poderia fazer se 6 aF24 o do corpo, movido inerte”. (Sabatina – Guia de Formação Escolar, pp. 353) O movimento assume-se como uma necessidade biológica indispensável dos seres humanos, pois este para além de ajudar na sobrevivência, ajuda também na comunicação, no trabalho e m todas as actividades da vida.
Neste estudo identificam-se os tipos de movimentos existentes na perspectiva de O autor classifica e determina os movimentos da seguinte forma: “Movimento Voluntário: Realização consciente do movimento sob alçada do Cérbero, ou seja, depende da nossa vontade” – “Movimento Involuntário ou Reflexo: É o movimento proveniente de um estímulo directo no musculo sem que haja comunicação com o Cérbero, ou seja, movimenta-se independentemente da nossa vontade”. “Movimento Autónomo: Movimentos automáticos, por exemplo o movimento do coração. Este não necessita de ordens do Sistema Nervoso Central para actuar, pois possui um sistema próprio de estímulos”. 3. 1 – O movimento e as crianças Quando se refere a palavra movimento está-se inconscientemente a formular a associação entre qualquer actividade à movimentação, ao deslocamento e por vezes ? velocidade.
Ao falar-se das crianças e dos seus próprios costumes, salienta-se o facto, de que a sua movimentação/inquietação são os seus hábitos diários, as suas rotinas e os seus próprios comportamentos. É através destes que a criança realiza as suas experiências e se relaciona socialmente com o exterior. O movimento assume um papel extremamente importante quer no processo de aprendizagem quer no processo de desenvolvimento cognitivo e motor de cada indivíduo. elemento de sobrevivência, como melo de comunicação, como instrumento de transformação do meio ambiente e de domínio dos elementos da natureza”. Tal como acontece na evolução da espécie também o movimento tem um processo de desenvolvimento desde o nascimento até à idade adulta.
Geralmente os humanos demoram muito mais tempo a adquirir e realizar competências motoras básicas do que outros animais. Verifica-se que para por em prática as acções motrizes essenciais omo caminhar, correr, agarrar ou ate saltar o humano demora largos meses para efectuar estas actividades, enquanto por exemplo diversos animais começam a andar no próprio dia, casos como o poldro. Verifica-se também que são estas actividades básicas que posteriormente ajudam na sobrevivência, favorecem a integração social e contribuem para a formulação da personalidade de cada indivíduo. Ao longo do tempo verifica-se que, a evolução de cada criança apresenta-se como um processo normal e natural, na medida em que estas adquirem rapidamente novas competências. ? um processo que se torna visível a “olho nú”. Segundo Gallahue, D. (1993) “Os movimentos locomotores fundamentais de correr, saltar, pular, ou os movimentos manipulatórios de lançar, agarrar e bater são exemplos de movimentos fundamentais que devem ser aprendidos antes de serem combinados com outras competências para se tornarem competências motoras especializadas. ” Resumidamente, de acordo com o seus níveis de competências, quanto mais e diversificadas experiencias motoras se fornecer às crianças, maior serão as suas riquezas motoras e cognitivas, mais solidificadas serão também as suas personalidades. UMA CONDIÇÃO DE DEFICIÊNCIA
O desenvolvimento do es al e a organização espacial indivíduos declarados “deficientes” ou com capacidades diminuídas, apresenta algumas diferenças quanto a características deste desenvolvimento. Estudos realizados no campo do esquema corporal com crianças declaradas “deficientes” verificaram que há uma relação significativa entre o desenvolvimento mental, global e a organização e imagem do corpo. Destes estudos, concluiu- se que o esquema corporal das crianças deficientes apresenta um desenvolvimento inferior ao das crianças normais, e por consequência, que o atraso intelectual, implica ainda que m graus distintos, deficiências na organização do esquema corporal. Quanto às deficiências sensoriais também ocorre alterações no desenvolvimento do esquema corporal. or exemplo, um indivíduo cego congénito apresenta dificuldades no desenvolvimento do esquema corporal durante as primeiras idades, pode, porém ultrapassar através das sensações tactilo- quinestésicas_ Embora muitas limitações sejam a maior causa do atraso no desenvolvimento do esquema corporal das crianças é conveniente utilizar novas vias sensoriais alternativas para ultrapassar estes obstáculos. 5 – O ESQUEMA CORPORAL E A ORGAN ZAÇAO ESPACIAL DA DEFICIÊNCIA MOTORA O movimento é já por SI um acto que começa nas primeiras semanas de vida intra-uterina, e mais tarde vai ser fulcral para que o indivíduo se desenvolva não só fisicamente como cognitivamente. ? através do movimento, de expressões motoras, novas aquisições, novas vivências e experiências que o desenvolvimento do esquema e todo o reportório motor se evidencia. Nos indivíduos portadores de um certo grau de deficiência toda esta falta de vivências motoras, sensoriais e cognitivas vão alterar profundamente os seus skills futuros, e, dada esta influência egativa arrastam situações lamentáveis como dificuldade nas acções motoras básicas. Mas é importante que se destaque que este desenvolvimento depende efectivamente da interligação de sensações, aspectos cognitivos, perceptivos e outros. O movimento é basicamente uma componente de ordem espacial e que quando comprometida interfere na capacidade de organização espacial. – PARALISIA CEREBRAL A paralisia cerebral foi definida como uma desordem do movimento e da postura devido a um defeito ou lesão do “cérebro imaturo”, através do congresso sobre terminologia em Edimburgo 1964. Mais tarde, segundo o mesmo congresso, esta deficiência foi definida como “uma desordem permanente mas não imutavel, da postura e do movimento, devida a uma disfunção do cérebro antes que o seu crescimento e o seu desenvolvimento estejam completos”. A literatura internacional classifica a Paralisia Cerebral como: “Uma desordem do movimento e da postura devido a um defeito ou lesão do cérebro maturo” A lesão cerebral não é progressiva e provoca debilitação variável na coordenação da acção muscular, com resultante incapacidade da criança em manter posturas e realizar movimentos normais.
Esta deficiência otora central está frequentemente associada a problemas de fala, visão e audição, com vários tipos de distúrbios da percepção, um certo grau de retardo mental elou epilepsia”. (B0bath, 1984) De acordo com Fischinger (1970) citado por Hoffmann, “a Paralisia Cerebral é um disturbio sensorial e sensório-motor causado por uma lesão cerebral, a qual perturba o desenvolvimento normal do cérebro. A perturbação é estacionária e não progressiva. O distúrbio do cérebro é estacionário, mas o comprometimento dos movimentos é progressivo uando não se faz tratamento. Por isto é muito importan amento; objetivando a 0 DF 24