Cross docking e transit point

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3 Centro de Distribuição Uma questão básica do gerenciamento logístico é como estruturar sistemas de distribuição capazes de atender de forma econômica os mercados geograficamente distantes das fontes de produção, oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos em termos de disponibilidade de estoque e tempo de atendimento. Neste contexto, a atenção se volta para as instalações de armazenagem e como elas podem contribuir para atender de forma eficiente as metas estabelecidas de nível de serviço. A funcionalidade destas instalações dependerá da estrutura de distribuição adotada pela empresa (Lacerda, 2000).

Os sistemas de distribuição física, classificados em: seq ncl orig PCJC-Rio – Certificaçã to view Os sistemas seqüenc , podem ser sentam como característica principal a grande quantidade de atividades não agregadoras de valor nos processos de produção e distribuição. Em sua maioria são projetados para tirar partido de consolidação, evitar faltas e oferecer pronta entrega aos clientes (Garnier, 2002). Lacerda (2000) acrescenta que uma rede de distribuição escalonada típica possui um ou mais armazéns centrais e um conjunto de armazéns ou centros de distribuição avançados róximos das áreas de mercado.

Os sistemas diretos são sistemas de distribuição onde os produtos são expedidos de um ou mais armazéns centrais diretamente para os clientes (Garnier, 2002). Os sistemas mistos são sistemas de distribuição onde a empresa utiliza tanto o sistema escalonado como direto. Exemplo clássico são as empresas de bebida que, nos gra grandes centros onde possuem fábrica, entregam diretamente aos clientes finais (no caso donos de bares) e, para atender os locais distantes, fazem uso de CDs. Atualmente, quase todas as grandes redes logísticas utilizam Centrais de Distribuição.

Os centros de distribuição avançados são típicos de sistemas de distribuição escalonados, onde o estoque é posicionado em vários elos de uma 37 cadeia de suprimentos. Para prover utilidade no tempo, avançam-se os estoques para um ponto próximo aos clientes e os pedidos são então atendidos por este centro avançado, a partir do seu próprio estoque (Lacerda, 2000). Segundo Pizzolato & Pinho (2003), cada empresa deve analisar a conveniência de se ter poucos ou muitos depósitos, ou seja, centralizar versus descentralizar a distribuição, em contraposição aos custos resultantes e à qualidade do serviço oferecido ao cliente.

A descentralização dos estoques, típica dos sistemas escalonados, aumenta a quantidade de estoque necessária para atender os níveis de disponibilidade desejados, tornando também mais complexo o seu gerenciamento. Em função da maior incerteza provocada pela divisão da demanda em áreas regionais, a manutenção de toda a linha de produtos em cada centro de distribuição avançado é sujeita às faltas de estoque.

Desta forma, o objetivo inicial de prover rápido PUC-Ri0 – certificaç¿o Digital NO 0311065/CA atendimento e alta disponibilidade pode ser prejudicado pela ocorrência de pedidos incompletos. Além do risco da falta de estoque, são maiores tambem os riscos de obsolescência em função da estratégia adotada de antecipação de demanda (Lacerda, 2000). Atualmente, com o aumento da competitividade, diversas empresas em segmentos bastante dif 2000). Atualmente, com o aumento da competitividade, diversas empresas em segmentos bastante diferentes vêm fazendo uso dos CDs.

Conforme mencionado na seção 2. 1, os CDS passaram a ser considerados estratégicos para as empresas. primeiro, porque através da utilização de CDs, é possível atender mais rápido o cliente, aumentando-se, com isso o nível de serviço garantindo ssim a fidelidade do mesmo. Segundo, porque empresas que desejam ter cobertura nacional num país como o Brasil, precisam de pontos de apoio em locais estrategicamente posicionados para assegurar a entrega dos produtos.

Outro fato importante com relação aos CDS é que nos últimos anos, com a consolidação dos operadores logísticos no cenário nacional, os CDS saíram do papel secundário que tinham até então e passaram a fazer parte da estratégia logística das empresas nacionais (Almeida, 2004), visto os inúmeros benefícios de se ter CDS compartilhados, conforme será mencionado mais adiante na seção 3. . 3. 38 Este capítulo tem como objetivo abordar o conceito de um Centro de Distribuição e as suas principais atribuições básicas. 3. Definição de Centro de Distribuição De acordo com a Associação Brasileira de Logística (Aslog), o Centro de Distribuição (CD) é um armazém que tem por objetivo realizar a gestão dos estoques de mercadorias na distribuição física. Em geral este armazém recebe cargas consolidadas de diversos fornecedores. Estas cargas são então fracionadas com intuito de consolidar os produtos em quantidade e variedade corretas, para depois serem ncaminhadas aos pontos de vendas, ou em alguns casos aos clientes finais, conforme ilustrado na Figura 5.

PUC-Rio – certificação Digital NO 0311055/CA Fornecedores xv ilustrado na Figura 5. PUC-Ri0 – certificaç¿o Digital NO 0311055/CA Carga Consolidada Carga Fracionada Clientes Figura 5 – Centro de Distribuição Segundo Lima (2002), os armazéns de produtos acabados, antes gerenciados pelas próprias indústrias, deram lugar aos CDs, visto que os CDS têm como principal desafio atender corretamente a crescente demanda de pedidos.

Esta demanda vem aumentando por dois motivos: primeiro, devido a maior variedade de produtos aumento do número de produtos e redução do ciclo de vida), e segundo, pela necessidade de melhor atendimento ao cliente. É possível observar também um aumento na freqüência de atendimento, pois o número de entregas diretas ao consumidor vem crescendo com a utilização cada vez maior da Internet, venda por catálogo ou telemarketing. Como resposta, os responsáveis pelos CDS investiram em tecnologias que permitem reduzir o tempo de atendimento ao cliente e simultaneamente aumentar a sua produtividade. 9 Os CDS transformam-se em pólos geradores de carga, devendo, ssim, ficar em área de fácil acesso e com infra-estrutura adequada ao tipo de produto armazenado. Desta forma, sua localização é de extrema i nto para a velocidade PAGFd 1 g de determinada área geográfica, normalmente distante dos centros produtores, e com Isso melhorar o nivel de serviço prestado. Já para Calazans (2001), o objetivo principal do CD é manter estoque a fim de suprir a cadeia logística.

Estes objetivos se complementam, já PUC-Rio – Certificação Digital NO 0311065/CA que ambos focam o nível de serviço que a empresa quer proporcionar ao seu cliente final, sendo o mais importante tender ao cliente com o menor custo na hora e no local certo. A utilização do CD ao longo da cadeia logística faz-se necessária para servir como ponto de abastecimento intermediário entre as unidades produtoras e os consumidores finais. Isto proporciona um tempo de resposta mais rápido numa eventual necessidade de reposição.

Entretanto, para Lacerda (2000), além da melhora no atendimento, os CDS permitem uma redução no custo de transporte, já que operam muitas vezes como consolidadores de carga. Isto significa que um CD utilizado por diversos fornecedores permite que estes realizem suas transferências ntre suas fábricas e o CD com cargas consolidadas, da mesma forma que as cargas para os clientes finais também poderão consolidar pedidos de diversos fornecedores, com isso reduzindo o custo total de transporte.

Para os clientes, por outro lado, além do custo de transporte ser reduzido, ainda existe a economia de tempo de operação gerado em função do recebimento de um único carregamento com todos os produtos necessários, ao invés de receber carregamentos separados de cada fornecedor. Segundo Moura (2002), os CDS podem ofertar, além dos serviços de armazenagem, serviços que agreguem valor aos produtos, omo etiquetagem, embalagem ou reembalagem, dentre outros. Para Bower agreguem valor aos produtos, como etiquetagem, embalagem ou reembalagem, dentre outros.

Para Bowersox & Closs (2001), esta é uma das vantagens em se utilizar um CD no sistema logistlco. Desta forma, o CD tem um papel fundamental na cadeia logística. Quando operado de forma eficiente, permite o gerenciamento eficaz do fluxo de mercadorias e informações, e como consequência há uma melhoria no nível de atendimento do cliente e reduções de custo. O CD está relacionado portanto com diversas áreas da empresa: marketing, vendas, financeira, ntre outras. Cada área interage com o CD de acordo com seus objetivos.

Marketing e vendas estão interessados no pronto atendimento do cliente, para não ter nenhuma venda perdida, já a área financeira deseja que o estoque seja o menor possível, pois estoque é sinônimo de dinheiro parado que poderia estar gerando lucro para PUC-Ri0 – certificaçao Digital NO 0311065/CA empresa se estivesse aplicado no mercado financeiro. As diversas áreas da empresa possuem objetivos diferentes com relação ao CD e cabe à empresa definir a melhor estratégia de acordo com seus objetivos e missões. 3. . Outros Conceitos Cada vez mais engajados em atender melhor o cliente através da melhoria da relação custo e benefício, os empresários vêm buscando alternativas para armazenar seus produtos de forma mais eficiente e barata. Segundo Lacerda (2000), para não manter estoque e permitir um rápido fluxo de produtos a baixos custos de transporte, é possível utilizar instalações intermediárias entre as unidades produtoras e os clientes finais, também conhecidos como Transit point, Cross Docking, e Merge in Transit.

Bowersox & Closs (2001) acrescentam ainda a operação de Break Bulk. Segundo L PAGF Ig Merge in Transita Bowersox & Closs (2001) acrescentam ainda a operação de Break Bulk. Segundo Lacerda (2000), as instalações do tipo Transit Point, diferem-se dos CDS por não apresentarem estoque e os produtos que recebem já possuírem destinos certos, não havendo a necessidade de espera por um pedido. Estão localizados para atender uma determinada área geográfica distante dos armazéns centrais ou de difícil acesso, operando como local de passagem.

Sua operação 41 consiste em receber carregamentos consolidados, separá-los e carregá-los em veículos menores para entrega locais a clientes ndividuais (Pires, 2004). As instalações tipo Cross Docking possuem o mesmo formato que os Transit point; a diferença consiste na quantidade de fornecedores. Sao vários fornecedores atendendo a vários clientes. A operação consiste em receber mercadorias consolidadas, separá-las e recarregar os veículos de maneira que cada um siga para um unico destino.

Segundo Bowersox & Closs (2001), a modalidade é extremamente utilizado por cadeias varejistas, com o intuito de repor os estoques de alta rotação. O sucesso da operação no Cross Docking é associado muitas vezes à capacidade de planejamento e seu cumprimento. Isso permite que a passagem do estoque seja a mais rápida possível. Quando isto não ocorre, é necessário ter espaço para movimentação e estocagem de produtos, fugindo assim do conceito básico do Cross Docking.

A operação do Merge in Transit pode ser considerada uma extensão do Cross Docking, associado a técnicas de qualidade como o Just-in-Time. Seu objetivo é montar produtos ao longo da cadeia de distribuição. Isto se torna necessário com o advento da globaliz montar produtos ao longo da cadeia de distribuição. Isto se torna necessário com o advento da globalização, onde cada vez ais produtos possuem suas peças fundamentais produzidas em diversos países. Exemplo clássico são os computadores, que podem ser montados já no momento de entregar ao cliente.

Vale ressaltar que, assim como o Transit point e o Cross Docking, a operação Merge in Transit não consiste em ter estoques intermediários (Lacerda, 2000). Por fim, na operação Break Bulk, as quantidades são recebidas de vários fabricantes que enviam suas cargas consolidadas, para atender a diversos clientes. O terminal de Break Bulk separa os pedidos individuais e providencia as entregas (Bowersox & Closs, 2001 Para Wanke (2000), este tipo de instalação geralmente situa-se mais próximo do mercado consumidor que do fornecedor, de modo a maximizar a economia de escala no transporte consolidado.

A Figura 6 ilustra estes conceitos. 42 Transit Point Fornecedor A Cross Docking Fornecedor A Fornecedor B Atividade de Separação Atividade de Sortimento Separação e Consolidação Cliente A Cliente B Cliente C armazenagem, seleção de pedidos, expedição e, em alguns casos, agregação de valor intrinseco (físico), como a colocação de embalagens e rótulos e a preparação de kits comerciais (compre dois e leve três, por exemplo). A Figura 7 demonstra a relação entre as atividades desempenhadas pelo CD.

Os produtos que chegam ao CD podem ser recebidos, movimentados ate o local a serem armazenados e consequentemente aguardar que um pedido seja colocado, para então serem selecionados e posteriormente expedidos. Para os casos de crossdocking os produtos vão do recebimento para a expedição. A Figura 7 apresenta estas principais funções. 43 Endereçamento Movimentação Recebimento Armazenagem Crossdocking Expedição Embalagem Etiquetagem Seleção de Pedidos Figura 7 – Funções Básicas do CD 3. 2. 1 Recebimento O recebimento dos produtos significa o início das atividades do CD.

O recebimento inclui todas as atividades envolvidas no fato de aceitar os materiais. Durante o recebimento devem ser conferidas as quantidades e a ualidade dos produtos entregues pelos fornecedores e a no e outros itens. Qualquer física do material. Em alguns CDS poderá haver equipamentos para nivelar o caminhão com a plataforma, com isso evita-se eventuais acidentes durante a movimentação de mercadorias (Moura, 1997). 44 Atualmente, com o avanço da tecnologia, durante o recebimento é possível utilizar código de barras e coletores de dados (Figura 8).

Essas ferramentas agilizam o processo de conferência e evitam erros humanos no processo. Figura 8 – Modelo de Coletor de Dados Fonte: Lima (2002) Em ambiente onde a utilização do código de barras não é eficiente, existe a possibilidade substituí-lo pelo uso da etiqueta inteligente associado ao uso da tecnologia de REID (Radio Frequency Identification ou Identificação via Rádio Freqüência), cujos principais benefícios foram citados na Seção 2. 5. 3. 2. 2 Movimentação A movimentação é realizada após o recebimento dos produtos, sendo sua primeira atividade a descarga dos veículos (Bowersox & Closs 2001).

Existem dois tipos de movimentação dentro do CD: a transferência e a separação. A transferência consiste em transferir o material da área de recebimento para o local onde ficará estocado, e a separação em retirar o material da área onde foi estocado e levá-lo para a érea de consolidação dos pedidos. O processo de movimentação pode ser feito através da força física humana (trabalho braçal), ou através de equipamentos como empilhadeiras elou transpaleteiras, quando são usados pallets ou slip sheet (folhas separadoras _ A utilização de empilhadeiras tem como principal benef’ produtividade, iá que

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