Dificuldade de leitura no ciclo inicial da alfabetização
NOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS LEONICE APARECIDA PIO 3 p DIFICULDADE DE LEI A ALFABETIZAÇÃO toda a construção do símbolo vai permitir o pensamento simbólico, que vai ser a linguagem interna do sujeito. O signo é um significante social, arbitrário, convencional e irá constituir a linguagem racional. Os sistemas de significação são constituídos pela relação entre significado e significante, sendo que o significado é o que se quer representar e o significante é o representante.
Os sistemas lógicos são constituídos por implicações conceituais, que são lógicas, explicam algo, diferente os sistemas de significação que são constituídos por implicações significantes, que são subjetivas. 1- Graduada em Normal Superior pela UNIPAC de Diamantina, aluna do curso de pós-graduação Catu Senso em Psicopedagogia Institucional da FINOM, atua como professora da rede municipal de Diamantina Este trabalho se trata de uma pesquisa bibliográfica, onde serão abordados diversos autores e suas formas de pensar sobre o tema proposto.
Muitas crianças aprenderão a ler e nao encontrarão nenhum problema com o método utilizado, mas algumas crianças necessitarão de alguma ajuda especial para conseguir sucesso a mesma atividade. Suas dificuldades ficam óbvias quando tentam realizar uma tarefa: param e recomeçam frequentemente, pronunciam para si mesmas algumas pa avras, buscam encontrar sentido na palavra que tentam decodificar e soletram, talvez numa busca de significação. Por que crianças ou têm sucesso ou fracassam em alguma atividade? Como tem sido abordada a questão do fracasso escolar pelos pesquisadores?
O que a escola, enquanto instituição social, tem feito por essa questão? O fracasso escolar nas primeiras séries do ensino fundamental tem sido estudado pelos mais diversos profiss 3 escolar nas primeiras séries do ensino fundamental tem Sido estudado pelos mais diversos profissionais ligados à escola como psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, pedagogos, sociólogos e entidades ligadas à educação na busca de se levantar os fatores que interferem no sucesso escolar e na busca de melhorar o ensino público no Brasil.
Contudo, esbarra-se no problema da estigmatização. Grande parte dos alunos encaminhados para atendimento clínico com queixas de distúrbio neurológico, emocional ou de aprendizagem, quando passam pelos profissionais citados não presentam nenhum problema e, em geral, são crianças que não tiveram a sua história de vida levantada o que sugere que suas dificuldades podem estar relacionadas à prática pedagógica da escola. O que a escola tem feito para atender às necessidades das crianças tem sido suficiente?
O certo é que a história da educação pública no Brasil é marcada por constantes fracassos e esta não tem conseguido “socializar o conhecimento, mais ainda, sequer tem garantido o seu acesso. E qual seria o papel da escola? Seria ela responsável pelos fatores determinantes das diferenças sociais e por sua isseminação e ampliação? Os resultados de diversas pesquisas apontam para o fato de que os numerosos casos de fracasso escolar desde as séries iniciais se devem à postura da escola enquanto instituição educacional.
Em conseqüência, quando se afirma que todos têm direito ? instrução, que a escola é aberta a todos e não discrimina e sim elimina as diferenças sociais, sanciona-se uma falsa neutralidade da escola e de seus programas educacionais. E por desconsiderar esse fato a escola atua selecionando, classificando, rotuland educacionais. E por desconsiderar esse fato a escola atua elecionando, classificando, rotulando e excluindo; o sucesso fica muito distante de sua atual realidade.
Percebe-se, com este fato, a função social da escola: quantificar de forma diferenciada as forças produtivas, propagar sua ideologia e o mito do fracasso do aluno e não da instituição, transmitir normas absolutas e imutáveis que assegurarão a submissão e o respeito à ordem constituída. A escola, enquanto instituição, detém capacidade para modificar a estrutura social mas, ao contrário, confirma e sustenta esta estrutura assegurando que seus membros sejam educados e capacitados para assumir as funções que lhe caberão a vida social.
Assim, não é raro que um jovem de 14 anos se torne operário, faça pequenos serviços em supermercados ou lojas. O que se pode deduzir é que a escola mantém e agrava as diferenças sociais, selecionando quem deve alcançar os mais altos níveis profissionais e reproduzindo as estruturas de classe. Pode-se relacionar tal fato ao fracasso escolar pelo ensino que reprova e leva à evasão e que acarreta um fracasso social. Esses fatos talvez se devam à defasagem entre os currículos escolares oficiais e à quantidade de conhecimentos básicos repassados ? criança marginalizada.
Existem diversas tentativas de explicar o sucesso ou fracasso escolar: algumas concernem à capacidade cognitiva (Oliveira et al. , 1994), outras à metodologia de ensino e avaliação (Nunes, 1990; Oliveira, 1992), outras à análise do comportamento do indivíduo (Schiefelbien et al. , 1980). Onde estaria o problema? O aluno pobre sena, então, um incapacitado intelectual? O ambiente social da classe baixa seria inadequa 4 23 então, um incapac tado intelectual? O ambiente social da classe baixa seria inadequado?
Ou o problema seria o nível de instrução dos pais? Desenvolvimento Só se pode, ou conceituar, por signos; o conceito faz uso dos signos e nao dos símbolos. Na construção dos pré-conceitos há o predominio, entre os primeiros esquemas verbais e simbólicos, do símbolo. E o que é conceituar? É estabelecer uma relação hierárquica, ou uma relação simétrica ou assimétrica, classificar, seriar; conceituar é um desenrolar da atividade que atinge a representação; a conceituação exige a coordenação de diferentes pontos de vista.
O conceito possui uma definição fixa que corresponde a uma progressão estável e que atribui sua significação ao signo verbal, ? Inclusão de um objeto em uma classe e dessa em uma classe maior; no conceito o sujeito emprega a imagem apenas a título de ilustração. O conceito libera a imagem, pois essa vira um suporte para o desenvolvimento e deixa de fazer parte do processo, é como se sujeito reproduzisse em palavras aquela atividade que a representa.
Vale pontuar que os primeiros raciocínios no sujeito são simbólicos, imaginativos e surgem da constatação dos resultados da ação e da dedução. A reversibilidade é uma mobilidade que garante ao sujeito lembrar-se do anterior, antecipar, retroagir, proagir e é esse processo que leva à lógica. A linguagem não é uma simples atribuição de nome, mas é um enunciado de uma ação produzida; a linguagem, a princípio, está ligada ao ato presente e imediato, mas passará às representações verbais propriamente ditas.
Ou seja, primeiro a linguagem está ligada ao ato, depois acontecem as representações verbais, isto é, s OF23 primeiro a linguagem está ligada ao ato, depois acontecem as representações verbais, isto é, juízos de constatação e não mais juízos de ação, e nas representações, o signo começa a ter um poder de constatação; a linguagem deixa de reconstituir a ação assada e começa a fornecer o começo da representação, que traduz uma espécie de conceito. É na medida em que a natureza coletiva do pensamento transforma o conceitual é que o sujeito se torna capaz de constatar e de buscar a verdade.
A relação entre a linguagem e o conceito é recíproca. Leitura e escrita – aspectos teóricos A leitura e a escrita são as formas de linguagem mais avaliadas pela escola. Elas são o fundamento para a avaliação escolar. Ambas implicam em um duplo sistema simbólico pois permitem transcrever um equivalente visual em um equivalente auditivo, ou o contrário. A leitura envolve uma síntese; surge como um sistema simbólico secundário alicerçado em um primeiro sistema simbólico, a linguagem falada, que por sua vez depende da linguagem interior.
A relação entre a palavra escrita e o sistema simbólico de significação é uma operação cognitiva que envolve processos específicos como a codificação, decodificação, percepção, memória, transdução, atribuição de significado. Segundo Garcia (1998) pode-se analisar o processo da leitura de duas maneiras diferentes. Uma delas parte da palavra escrita a partir da qual se põe em funcionamento processos perceptivos e análise visual. Aqui começa o processo de decodificação, existe um código e é preciso atribuir significado a esse código, significado esse que é coletivo, fixo e lógico.
A partir dessa análise visual recorre-se diretamente ao léxico visual que implic 6 e lógico. A partir dessa análise visual recorre-se diretamente ao léxico visual que implica no reconhecimento da palavra e na atribuição de significado. Do léxico visual parte-se ao sistema semântico para recuperar o léxico fonológico, chega-se ao armazém da pronúncia e traduz-se a palavra escrita em fala. Ou seja, é atribuir significado ao código, ou significante. O sujeito precisa recorrer à sua estrutura representativa para atribuir significado ao signo, para tornar a mensagem escrita significativa.
Outra maneira de se explicar a leitura é recorrer ? transformação grafema-fonema, pela análise visual, ou seja, é atribuir significado ao signo. Feita a transformação recorre-se ao armazém da pronúncia que leva ao reconhecimento da pa avra. É extrair o significado do que se lê, é conceituar. Através do reconhecimento da palavra, ou processamento léxico, recorre- e ao léxico auditivo que se conectará com o sistema semântico, de onde extrairá o significado pertinente. Esse processo conduz ao léxico fonológico e, de novo, ao armazém da pronúncia para traduzir a palavra escrita em fala. elos dois caminhos (coll et al. , 1 995; Garcia, 1998, capovilla, 2000) fica claro que para que o sujeito possa decodificar a mensagem, e atribuir significado ao que está escrito, é preciso que ele ative sua estrutura representativa, que atribua sign’ficado ao código de modo a reconhecer a palavra impressa, atribuir-lhe significado e compreender a mensagem. É de fato um processo e síntese, pois parte-se do todo para chegar a uma informação específica que deverá ser conectada com as demais informações no todo. É preciso atribuir significado às letras, às palavras, às frases e ao texto. ? preciso c informações no todo. É preciso atribuir significado às letras, às palavras, às frases e ao texto. É preciso coordenar essas informações de modo a conseguir relacionar a mensagem dentro de um contexto, isso é coerência. Pelo modelo léxico (Coll et al. , 1995; Garcia, 1998, Capovilla, 2000) parte-se da recuperação do conceito associado à unidade lingüística. Isso pode ocorrer por dois caminhos. Um visual, ou ortográfico, que permite a conexão do significado com os sinais gráficos, ou atribuição de significado ao significante.
Esse caminho inclui o léxico visual e sua conexão com o sistema semântico para a extração do significado das palavras. O outro, fonológico, recupera a palavra através da aplicação das regras de transformação de grafema em fonema, o que leva a descoberta do significado, ou atribuição de significado ao significante. Esse caminho inclui os processos componentes da análise grafêmica para a seguir efetuar uma atribuição de onemas, levando ao léxico auditivo. Através do processamento léxico, ou de reconhecimento da palavra, há uma conexão com o sistema semântico para a extração do significado.
A seguir se recorre ao léxico fonológico e à memória de pronúncia. A compreensão da leitura implica no reconhecimento das estruturas gramaticais, na consideração da ordem das palavras, no papel funcional das palavras, no reconhecimento e uso dos sinais de pontuação. Os conhecimentos prévios necessários exigem a integração léxica, integrando as palavras em um todo coerente que permita a extração do significado da mensagem, lém do que cada parte componente represente.
A extração do significado implica em dotar uma letra de significação, dotar uma palav extração do significado implica em dotar uma letra de significação, dotar uma palavra de significação, dotar uma frase de significação, dotar um texto de significação, ou seja, o leitor deverá coordenar a estrutura gramatical, o contexto linguístico e extra-lingü(stlco, a inter-relação dos significados. A leitura, portanto, põe em funcionamento diversos processos cognitivos.
O sujeito deverá conceituar e classificar letras e números para poder conceituar as palavras. O reconhecimento dos códigos envolvem percepção, memória, atenção. À medida que atribui significado ao significante o processo de reconhecimento das palavras se acelera. O sujeito deverá estruturar os elementos léxicos na estrutura sintática, ou seja, deverá atribuir um sentido ao que decodifica, além de reconhecer o significado do código deverá reconhecer o sentido desse código e integrá-lo à mensagem como um todo (Coll et al. 1995; Garcia, 1998, capovilla, 2000). Ao contrário da leitura, a escrita implica em uma análise. A escrita é um processo complexo, que envolve habilidades iferentes da leitura, mas que implica na construção da mesma estrutura, a representação cognitiva. Segundo Garcia (1998) pode-se analisar a escrita no ditado, forma que foi utilizada nessa pesquisa, por dois caminhos diferentes. Um consiste em partir da análise acústica dos sons através da qual se pode identificar os fonemas componentes da palavra. ? a Identificação do código. Segue-se com um reconhecimento das palavras que estão representadas no léxico auditivo e a identificação dessas pela atribuição de significado; produz-se a extração do significado do sistema semântico. A seguir ativa-se a forma ortográfica das palavras significado do sistema semântico. A seguir ativa-se a forma ortográfica das palavras armazenadas no léxico ortográfico e os processos motores. É a atribuição de significado ao significante.
Esse caminho supõe a compreensão do significado do que está escrito e a aferição da ortografia correta. O outro caminho parte da análise acústica (Garcia, 1998), ou da identificação do signo. Depois fará a conversão acústico- fonológica, atribuindo significado ao significante. No caso do sujeito repetir para si a palavra ditada significa ue ele recorreu ao mecanismo de conversão de fonema a grafema para chegar ao armazém grafêmico e daí aos processos motores.
Em suma, para escrever uma palavra que lhe foi ditada o sujeito deverá ter construído a noção de letra, de numero, de vogal, de consoante, de palavra, de frase. Além dessas construções, que implicam na construção do sistema de representação e na construção do código, o sujeito deverá dominar o sistema de significação de modo a diferenciar significado e significante. Portanto, para escrever o sujeito deve saber articular as etras de modo a produzir uma mensagem dotada de significado, deve conhecer as regras de representação. ? fundamental que ele domine os processos léxicos, sintáticos e semânticos para escrever uma mensagem coesa e coerente, mesmo que essa mensagem se trate de apenas uma palavra. O sujeito precisa diferenciar significado e significante, precisa vencer o simbolismo para poder conceituar. Fica claro que se as representações não forem devidamente construídas a aquisição do código ficará lacunada. Dessa forma, o processo de aquisição da linguagem se tornará bastante complexo e sua representação poderá 0 DF 23