Drogas

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O uso e abuso de substâncias transformou-se em um grave problema de saúde pública em praticamente todos os parses do mundo. Está altamente associado com comportamentos violentos e criminais, como acidentes de trânsito e violência familiar, principalmente entre indivíduos com histórico de agressividade e com complicações médlcas e psiquiátricas, elevando drasticamente os índices de morbidade e mortalidade (Chalub & Telles, 2006; Kolling, Silva, Carvalho, Cunha & «stensen, 2007; Nassif, 2004). Conforme o Relatório Mundial do Escritório da Organização das Nações Unidas de Combate às Drogas e Crimes (United Nations

Office for Drug Control and Crime Prevention UNODCCP, 2006), to page estima-se que 5% da uso regular de algum o PACE 1 org aproximadamente 2 to next*ge lícitas, o álcool é mun seguido pelo tabaco. e 15 e 64 anos faz , contabilizando entre as substâncias mais consumida, O II Levantamento Domiciliar sobre Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil (Carlini & cols. , 2007) constatou que o álcool é a substância lícita mais utilizada nas 108 maiores cidades do país, contabilizando 74,6% dos indivíduos entrevistados, sendo 12,3% dos entrevistados diagnosticados como dependentes.

O tabaco parece com prevalência de 44,0% para o uso na vida e 10,1 % para dependência. Nesse mesmo estudo, verificou-se uma prevalência de 22,8% em relação ao uso na vida de substâncias ilícitas na população pesquisada, sendo a maioria do sexo masculino. Assim como mostram os dados mundiais, no Brasil, verifica-se que que a droga ilícita de maior consumo e de maior acessibilidade é a maconha (8,8%), seguida pelos solventes (6,1%), benzodiazepínicos (5,6%), cocaína (2,9%) e crack (1 ,5%).

Segundo estudos publicados no Relatório Mundial sobre Drogas de 2007, da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil, o aumento o uso de cocaína passou de 0,4% no ano de 2001 para 0,7% em 2005, sendo considerado um dado importante, assim como o aumento do uso de maconha (1% no ano de 2001 para aproximadamente 3% em 2005). O início do consumo de substâncias pode ocorrer por diversos motivos como: hedonismo, curiosidade, alívio da dor e sofrimento que, provavelmente, persistirão após a dependência, como também, com o objetivo de vivenciar novas experiências (Brajevié-Gizdié, Mulié, Pletikosa & Kljajié, 2009).

As experiências devido ao consumo da substância podem causar autodestruição, lém de alterações comportamentais como: violência, indiferença, isolamento e desprezo. O uso crônico dessas substâncias pode causar dependência qu[mica, consequência da relação patológica entre um indivíduo e uma substância psicoativa (Brusamarello, Sureki, Borrile, Roehrs & Maftum, 2008). Outro problema refere- se à utilização de drogas psicotrópicas, assim como à existência de comorbidades psiquiátricas em dependentes de drogas (Filho, Turchi , Laranjeira & Castelo, 2003).

O estudo da dependência de álcool e outras substâncias, bem como a manifestação de transtornos mentais e de omportamento decorrentes do uso de drogas vêm sendo pesquisado há muito tempo (Ross, Glaser & Germanson, 1988). Verifica-se a existência de episódios depressivos, por exemplo, associados ao abuso de substâncias (Buk PAGFarl(Fq associados ao abuso de substâncias (Bukstein, Brent & Kamnet, 1989; Dilsaver, 1987). Babu e cols. 2009) obseNaram que o uso abusivo de álcool, mesmo em concentrações mínimas como cocaína e anfetaminas afeta o sistema serotoninérgico e que este está relacionado com a depressão, causando a sua diminuição no meio extra-celular. Little, Krolewski e Cassin (2003) constataram ue usuarios de cocaína também perdem a proteína VMAT2, que é responsável pelo transporte de monoaminas, causando prejuízos no sistema dopaminérgico, podendo resultar em transtornos do humor em individuos com dependência severa dessa substância.

Estudo realizado com 198 dependentes de múltiplas drogas como a cocaína, o crack. a maconha, o álcool e o tabaco corrobora os dados acima, indicando que a maioria dos dependentes apresentava graves transtornos psicopatológicos, entre eles a depressão (Sandí & Diaz, 1998). Na última década, a co-ocorrência de transtornos mentais e de transtornos devido ao so de substâncias psicoativas é vastamente conhecida na clínica psiquiátrica (Zaleski & cols. , 2006). As pesquisas do Epidemiologic Catchment Área Study (Regier & cols. 1990) revelaram que cerca de metade dos indivíduos diagnosticados como dependentes de álcool e outras subst¿nclas pelos critérios do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais DSM-IV-TR (American Psychiatric Association, 2000/2002) apresentam um diagnóstico psiquiátrico adicional: 26%, Transtornos do Humor; 28%, Transtorno de Ansiedade; 18%, Transtornos de Personalidade Antissocial; e 7%, Esquizofrenia. No estudo de Delbe PAGF3rl(Fq Transtornos de Personalidade Antissocial; e 7%, Esquizofrenia.

No estudo de Delbello e Strkowski (2003), a prevalência de Depressão Maior entre dependentes químicos variou de 30 a 50%. Da mesma forma, em outros estudos tem sido constatado que os transtornos mais comuns são os Transtornos de Humor como: a Depressão (Milling, Faulkner & Craig, 1994; Regier & cols. , 1990), tanto uni como bipolar (Hàtónen, Forsblom, Kieseppá, Lônnqvist & Partonen, 2008; Ribeiro, Laranjeira & Cividanesi, 2005) e Transtornos de Ansiedade (Messina, Wish, Hoffman & Nemes, 2001; Watkins, Lewellen & Barret, 2001).

Steadman e cols. 1998) acompanharam pacientes de hospitais psiquiátricos gerais dos Estados Unidos, nos quais a taxa de abuso de substância era de 21 No Brasil, em relação aos pacientes internados por problemas psiquiátricos, aproximadamente 35% apresentam problemas decorrentes do uso de substâncias psicoativas, sendo 90% relacionados ao consumo de álcool (Noto & Carlini, 1995). Segundo Alves, Kessler e Ratto (2004), o álcool pode causar sintomas de depressão, ansiedade e hipomania/mania durante a intoxicação e a abstinência. Gauer e cols. 2007) observaram que, dentre os internos delinquentes do Instituto psiquiátrico Forense Maurício Cardoso, ocalizado em Porto Alegre, 60,8% daqueles que cometeram algum delito contra outra pessoa possuíam um transtorno relacionado ao álcool e 30,4% possuíam um transtorno relacionado ao uso de cocaína. E, nos crimes contra o patrimônio, verificaram que 20,8% dos indivíduos possuíam um transtorno relacionado ao uso de álcool e 52,2% possuíam um transtorno relacionado ao uso de coca[na. No estudo feito por Hatzitaskos, possuíam um transtorno relacionado ao uso de cocaína.

No estudo feito por Hatzitaskos, Soldatos, Kokkevi e Stefanis (1999), o abuso de uma ou mais substâncias foi relatado por pacientes que apresentavam Transtorno de Personalidade Borderline e Transtorno da Personalidade Antissocial, com uma incidência de 76% e 95%, respectivamente, em adultos jovens internados em um serviço psiquiátrico de hospital geral Outra substância de alta prevalência é o crack, forma impura de cocaína mais utilizada, com uma taxa de 0,3% de uso na vida atualmente, que pode vir a desencadear graves sintomas de agressividade e de psicose.

Outras formas de uso da cocaína (oral, inalada e Injetável) também podem causar danos importantes à saúde física e mental do indivíduo (Guindalini, Vallada, Breen & Laranjeira, 2006; Laranjeira, Rassi, Dunn, Fernandes & Mitsuhiro 2001). Nos EUA, o Estudo Nacional de Comorbidade verificou índices altos de comorbidades psiquiátricas em dependentes de substância, principalmente a cocaína, com 76% dos indivíduos apresentando alguns transtornos comórbidos (Kessler & cols. , 1994), sendo mais frequentes os Transtornos do Humor e os Ansiosos (Pulcherio, Vernetti, Strey & Faller, 2008).

As taxas de prevalência ao longo da vida de Transtorno Depressivo são maiores em abusadores e dependentes de cocaína e variam entre 25 e 61 % (Rounsaville, 2004). A prevalência é alta, podendo ser até duas vezes maior do que a população em geral (Kessler & ols. , 1994). O uso do álcool em combinação com o uso da cocaína é considerado a associação mais frequente de uso de drogas, o que resulta não somente num aumento e prolongamento da euforia, mas também em grande de drogas, o que resulta não somente num aumento e prolongamento da euforia, mas também em grande toxicidade (Vasconcelos & cols. 2001) e na diminuição da disforia em períodos de abstinência (Prior & cols. , 2006), devido ao aparecimento de uma terceira substância chamada cocaetileno que apresenta mecanismos de ação tóxica semelhantes e, por vezes, mais elevada do que a própria cocaína (Chasin, 1996). O consumo associado dessas duas drogas gera uma maior perda do controle do consumo, problemas sociais e condutas violentas que levam a comportamentos de risco, sendo a base de quadros clínicos de maior gravidade observados (Prior & cols. , 2006).

Estar divorciado, ser solteiro, ter disfunção no ambiente familiar e doenças pslquiátricas parentais pode ser considerado como fatores de risco tanto para a dependência de cocaína quanto para o surgimento da Depressão Maior (Alpert, 1994). Quanto à história familiar de dependência química, alguns estudos revelam uma alta frequência de parentes com história positiva de ependência de álcool (Alpert, 1994), como também a existência de relações entre fatores hereditários de predisposição ao alcoolismo (Dalla-Déa, Telles, Ramos & Costa, 1997).

Em uma amostra de 23 indivíduos suicidas do Município de Venâncio Aires nos anos de 1999 e 2000, a maioria era casada e com Ensino Fundamental incompleto, sendo as características clinicas mais frequentes o abuso de álcool e a depressão com história familiar de comportamento suicida (Sperb & Werlang, 2002). No Brasil, estudos sobre comorbidades psiquiátricas em dependentes de álcool, cocaína/crack e do uso concomitante dessas drogas são escassos. Ao iniciar o tratamento de PAGFsrl(Fq álcool, cocaína/crack e do uso concomitante dessas drogas são escassos.

Ao iniciar o tratamento dessa população pode haver dificuldade na diferenciação entre transtornos previamente existentes e transtornos secundários à dependência qu(rmca devido aos sintomas depressivos, ansiosos e mania prevalentes no período de abstinência da droga (Alves & cols. , 2004). Um melhor entendimento das comorbidades e uma melhor qualidade no atendimento e na integração das equipes (psicólogos e psiquiatras) são necessários para que ocorra um atendimento mais adequado dessa população no Brasil (Occhini &

Teixeira, 2006). Portanto, o objetivo desse estudo foi de verificar e de analisar a frequência de comorbidades psiquiátricas existentes em dependentes de cocaína/crack e álcool/coca(na/crack na região da Grande Porto Alegre. Método Participantes Utilizou-se uma amostra do tipo não aleatória, constituída por 32 indivíduos do sexo masculino, alfabetizados, com idade entre 18 e 49 anos, divididos em dois grupos distintos: dependentes de cocaína/crack (n=17) e dependentes de álcool/coca(na/ crack (n=15).

A média da idade do grupo dos dependentes de cocaína/crack fol de 28,55 anos e dos dependentes e álcool/ cocaína/crack foi de 26,53 (DP=6,59) anos. Quanto aos medicamentos, no grupo cocaína/crack, 23,52% fazia uso de antipsicóticos; 17,64%, de antidepressivos; 11,76%, de anticonvulsivantes e benzodiazepinicos; e 5,88%, de carbolitium. No grupo álcool/cocaína/crack, 26,66% fazia uso de anticonvulsivantes; 13,33%, de antidepressivos; e 6,66%, de benzodiazepínicos.

Os participantes, todos dependentes químicos conforme critérios do DSM-IV-TR (2000/2002), estavam do DSM-IV-TR (2000/2002), estavam em regime de internação numa comunidade terapêutica para desintoxicação e reabilitação a dependência química, locallzada na região da Grande porto Alegre. O tempo médio de abstinência era de 33,05 (DP=19,52) dias. Os grupos foram pareados conforme idade, sexo, escolaridade e nível socioeconômico.

Instrumentos As informações sociodemográficas foram obtidas por intermédio de um questionário dividido em duas partes: uma contendo dados de identificação (data de nascimento, idade, grau de escolaridade, sexo e renda mensal) e outra referente à história familiar. para verificar a existência de transtornos psiquiátricos, foi utilizado o Mini International Neuropsychiatric Interview (M. I. N. I Plus) (Sheehan & cols. 1998).

Trata-se de uma entrevista diagnóstica breve, traduzida e adaptada para a população brasileira por Amorin (2000), baseada nos critérios do DSM-IV e da Classificação Internacional de Doenças (CID-I O). O M. I. N. I Plus engloba os principais transtornos do Eixo l, por meio de uma entrevista objetiva e avaliação aprofundada dos transtornos mentais ao longo da vida, explorando sistematicamente todos os critérios de inclusão e de exclusão e a cronologia (data do início e duração dos transtornos, número de episódios) de 23 categorias diagnósticas do DSM-IV.

Segundo Amorim, os índices de confiabilidade do M. I. N. I Plus (estudo 4) são satisfatórios, quando comparados a vários criterios de referência (Composite Internatlonal Diagnostic Intemiew- Cl Dl, Structured Clinical Interview for DSM-III-R-SCID-P, opinião de peritos), em dlferentes contextos (uni PAGF8rl(Fq Interview-ClDl, Structured Clinical Interview for DSM-III-R-SCID- P, opinião de peritos), em diferentes contextos (unidades psiquiátricas e centros de atenção primária).

Ainda de acordo com essa autora, o M. I. N. I. plus também mostrou qualidades psicométricas similares às de outras entrevistas diagnósticas padronizadas mais complexas, permitindo uma redução de 50% u mais no tempo da avaliação. Procedimento Esta pesquisa é de caráter transversal com análise quantitativa dos dados. O projeto foi submetido paraavaliação no Comitê de Ética da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS.

Após a aprovação do comitê (protocolo 01 5/2007) houve o contato com os coordenadores da comunidade terapêutica para reabilitação da dependência química, onde os dados da pesquisa foram coletados. Foi realizada inicialmente uma entrevista com o objetivo de obter o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e, em seguida, foi feito o levantamento dos dados sociodemográficos. A entrevista struturada foi feita individualmente, por meio de membros treinados da equipe, composta por graduandos de psicologia, em uma sala com ambiente iluminado e reservado.

A aplicação dos instrumentos foi realizada em um tempo minimo de 30 rmnutos e tempo máximo de 1 hora e 15 minutos. Análise de dados Os dados obtidos na entrevista foram tabulados em planilha eletrônica do software estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences), versão 16. 0. Foram aplicados o teste de correlação Phi e o teste Qui Quadrado para comparar a escolaridade entre os dois grupos. O nível de significância aceito foide p PAGFgrl(Fq

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