Economia e mercado

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HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO MERCANTILISMO, FISIOCRACIA E O LIBERALISMO ECONÔMICO No século XVIII nasceram os fundamentos da Ciência Econômica moderna. O problema que norteava esta ciência era a fonte da riqueza de uma nação. A pergunta era: a fonte da riqueza está no comércio, na agricultura, na força da natureza ou no trabalho humano? Os mercantilista foram os primeiros a tratar deste problema, enfocando os Estados nacionais e assim, enfrentaram dois to next*ge problemas distintos, O interno relaciona sc PACE 1 ors7 poder nacional local, e monetário e de cunh medidas, eliminação rno. dificação do e um sistema nacional de pesos e em estradas e rios e um sistema nacional de impostos e tarifas. Os mercantilistas preocupavam-se com a política econômica, com saldos favoráveis na balança comercial, com o estoque de metais preciosos e com o poder do Estado. Eram a favor da restrição as importações e estimulo a exportações. A economia nacional afirmou-se no fortalecimento do poder polltico dos monarcas em detrimento da nobreza.

Os monarcas contaram com os mercadores e pequenos proprietários de terra que se beneficiavam com o comércio. A meta fundamental da política nacional eram: o esenvolvimento do comércio e o crescimento do poder em negócios internacionais. Dois grupos despontaram nesta época os juristas (interpretação e definição das relações econômicas) e os funcionários do governo e a corte real. riqueza de uma nação o comércio, sendo o primeiro corpo teórico organizado de pensamento econômico moderno.

Descontentes com a isenção da nobreza de pagamento de impostos, enquanto camponeses e fazendeiros pagavam altos tributos, além da corrupção, ineficiência e evasão de impostos, surgiu em contraposição, a Fisiocracia, representada por François Quesnay. Para Quesnay, que discordava dos mercantilista de que a riqueza originava-se do comércio e da indústria, afirmava que a agricultura, permitiria a obtenção de excedente superior ao esforço empregado na produção. Desta forma, para os fisiocratas a riqueza provinha da terra, que continha as forças geradoras da natureza.

A Indústria apenas transformava o que a natureza produzia, o comércio só mudava de local e de dono e, da terra poderia-se extrair o excedente. Na teoria fisiocrata, a sociedade dividia-se em camponeses, latifundiários e artesãos. Para eles a única classe produtiva é a dos agricultores. O surgimento do Liberalismo Econômico foi no início do século XVIII, firmando-se no século XIX e sobrevivendo até os dias atuais. Os primeiros liberais combatiam as barreiras ao comércio internacional e lutavam pelo fim de tarifas, monopólios e regulamentações. ara estes autores (North, Hume, Cantillon, Locke, entre outros) a fonte da riqueza encontrava-se no trabalho humano. Surgiu assim, a Teoria do Valor-Trabalho, afirmando que: “A natureza oferece poucos bens que as pessoas podem usar em sua forma natural: quase todos os produtos naturais precisam ser transformados pelos esforços humanos antes de poder satisfazer desejo do homem. Sem esforços produtivos, os produtos naturais não tem valor. ” Locke vai unir a idéia sobre trabalho e produção de riqueza à de propr PAGF 57 produtos naturais não tem valor. propriedade privada, transformando assim, a propriedade privada na pedra fundamental da ideologa liberal. Para os liberais o crescimento econômico nacional só seria possível através da proteção da propriedade privada. Caso contrário o incentivo a trabalhar seria reduzido e a produção de riquezas diminuiria. A Escola Clássica surge tendo como foco central teorias de crescimento econômico à longo prazo e o modo como ocorria a istribuição da renda entre as diversas classes sociais e sua influência neste crescimento, além disso, deu ênfase a oferta, ou seja, a produção.

Seus pnncpais representantes são Adam Smlth, David Ricardo, Thomas Malthus e John Stuart Mill. para os clássicos, os trabalhadores produtivos eram aqueles que criavam a riqueza material de uma nação, os demais, como por exemplo, médicos, advogados, professores, eram considerados improdutivos. Na teoria clássica o sistema era regido por leis naturais, sendo assim, o mercado se auto-regulava e entrava em equilíbrio sem a necessidade da intervenção do Estado.

A situação social, para os autores clássicos, era das piores devido a intervenções e regulamentações governamentais que impediam o pleno funcionamento do mercado. ADAM SMITH (1723-1790) A escola clássica que difundia o liberalismo e o individualismo tinha como premissa o bem comum que ocorreria através da maximização da satisfação pessoal, com o mínimo de esforço. Esta relação seria feita, conforme Adam Smith, pela mão invislVel. Assim, o fundamento da escola clássica está no individualismo, na liberdade e no comportamento racional dos agentes econômicos. no comportamento racional dos agentes econômicos. Adam Smith, publicou em 1776 seu livro intitulado “A Riqueza das Nações” estabelecendo as bases cientificas da economia moderna, sendo para ele o trabalho produtivo o responsável pela riqueza de uma nação. Este trabalho dependia de dois fatores: divisão do trabalho e proporção de trabalhadores produtivos em relação aos improdutivos. O autor pregava um ” sistema de liberdade natural”, onde todos seriam livres para perseguir e alcançar seus próprios interesses.

Smith, tinha três preocupações básicas: que fatores eram responsáveis pela riqueza das nações e como ocorre o rescimento econômico; a coesão social, e a direção para qual camnharia a sociedade. O sistema de Smith, primava pela não-intervenção do Estado nas leis de mercado, cabendo ao mesmo apenas o estabelecimento e a manutenção da justiça e defesa nacional e a criação e manutenção de algumas obras públicas, que nenhum indivíduo ou grupo de indivíduos teria a intenção de criar e manter.

Em uma economia de mercado auto-ajustável, conforme Smith, em sociedade primitivas, a mercadoria tem um “preço natural” determinado pela quantidade de trabalho necessária para produzi-lo, enquanto em sociedade avançadas, onde existe a ropriedade privada, o preço natural depende dos custos de produção (valor a ser despendido no pagamento de salários, renda e lucros). Smith, afirmou que o capital e a abertura de mercados promovem um aumento da produção com redução dos custos e consequente aumento de lucros, bem como a especialização e a divisão do trabalho.

A especialização e a divisão do trabalho, na visão de Srmth, fundamentam-se no desejo humano de permutar, trocar ou intercambiar uma coisa por outra. Esta é uma visão ult 57 intercambiar uma coisa por outra. Esta é uma visão ultrapassada. Para a economia moderna, isso ocorre na tentativa de produzir tudo que necessitam, aumentando assim a produtividade e a renda. DAVID RICARDO (1772-1823) Autor de ” Princípios de Economia Política e Tributação” (1817), famoso por suas teorias de desenvolvimento econômico e comércio internacional, via no crescimento demográfico um problema para a economia, ao elevar a demanda de alimentos. ara Ricardo, o grande problema da economia residia na agricultura, em função dos rendimentos decrescentes, era ineficaz na produção de alimentos baratos para consumo dos trabalhadores. O autor preocupava-se com a distribuição do xcedente da produção entre as diferentes classe sociais. A teoria ricardiana tinha uma preocupação com o valor, sendo o valor de uma mercadoria determinado pela quantidade de trabalho nela incorporada, ou seja, o valor é dado pelo seu custo em trabalho.

Ricardo elaborou a teoria da renda da terra, na qual afirmava que aumentos populacionais, conduziriao a ocupação de terras piores, aumentando os custos e a renda da terra recebida pelos proprietários. A teoria da renda da terra diz o seguinte: “… no início do processo de ocupação de uma área geográfica, a população ocupa as melhores terras (tipo A). Nessa área, não havendo nenhuma outra em utilização, não existe renda: o valor da produção é distribuído entre capitalistas e trabalhadores.

Crescendo a população, aumenta a demanda de alimentos e os preços sobem, o que justifica o emprego de terras piores, do tipo B. Nessa terra pior não existe renda mas sim na melhor do tipo A. Ocupando-se terras ain ipo C, sur s 7 sim na melhor do tipo A. Ocupando-se terras ainda piores, do tipo C, surge uma renda na terra do tipo B e aumenta a renda nas terras do tipo A. Essa renda decore, portanto, de diferenças de produtividade da terra, sendo embolsada pelos proprietános, icando os fazendeiros arrendatários com o lucro normal. ” (Souza, 2003, pág. 7) Ricardo mostra que no longo prazo, devido ao crescimento populacional, ocorre a queda dos lucros dos arrendatários, os salários reais e a taxa de lucro, e como consequência aumentam os preços dos alimentos, os salários nominais e a renda da terra dos proprietários. A solução apontada por Ricardo é o controle da natalidade e a livre importação de alimentos para consumo dos trabalhadores. Para Ricardo: “O trabalhador está condenado aos limites da subsistência para sempre, pois ele passa a ter maior número de filhos assim que salário aumenta e deste modo gasta a maior parte do que recebe.

O capitalista que trabalha, acumula e investe descobre que fez todo esse esforço por nada, seu gasto com salários é mais alto e seu lucro menor. Enquanto o proprietário das terras, que não fez nada, mas recebe a renda continua sentado vendo-a aumentar. ” (Heilbroner, 1996, pág. 94) Ricardo também tratou da teoria das vantagens comparativas, ou seja: “Os países devem especializar-se naquilo que são mais capazes de produzir, mesmo que um deles seja mais eficiente do que o outro na produção de todos os bens. (Araújo, 1995, pág. 43) MALTHUS (1766-1834) Malthus foi um crítico do pensamento clássico que estudou as crises capitalistas em seu Ilvro “Princípios de Economia Política” (1820). Para ele as crises eram originadas do subconsumo da população pela redução gradual de seus salários reais. A teoria de Malthu PAGF 6 7 originadas do subconsumo da população pela redução gradual de seus salanos reais. A teoria de Malthus enfatizava o crescimento populacional.

Para o autor a população aumenta em proporções geométricas enquanto a produção de alimentos em proporção aritmética. O aumento populacional tinha uma relação com os salários ecebidos pelos trabalhadores: quando o salário nominal era maior que o salário de subsistência ocorrerria um aumento de população; sendo o salário nominal menor que o de subsistência verificava-se uma queda na população e se o salário nominal permanecesse igual ao salário de subsistência, no longo prazo, seria atingido o estado estacionário.

Na condlção de estado estacionário cessa a acumulação de capital, a taxa de lucro é menor que o juro pago pelo capital emprestado, além disso, não ocorre o crescimento do produto na economia, bem como, o emprego e a população total. Malthus preocupava-se com o problema da superprodução, dando como solução o aumento da demanda por bens de consumo, o que se daria por parte dos rentistas, que recebiam rendas e estavam sempre dispostos a consumir. JEAN BAPTISTE SAY (1767-1832) ao formular as leis dos mercados (Lei de Say) em seu “Tratado de Economia Política” (1803), propunha que tudo o que fosse produzido seria consumido.

Afirmava que não poderia existir demanda insuficiente ou excesso de mercadorias. Algumas indústrias poderiam exceder na produção de um bem (superprodução), por causa de um erro de cálculo e de excessiva alocação de recursos, mas em ontraposição em algum outro setor, haveria escassez. Isto levaria a uma queda de preços no setor superprodutivo e um aumento em outros setores, consequentemente as firmas realocariam seus recursos produtivos, restabelece PAGF 7 57 outros setores, consequentemente as firmas realocariam seus recursos produtivos, restabelecendo assim o equilíbrio.

Para Say ” a oferta cria sua própria procura”. JOHN STUART MILL (1806-1873) estuda melhor o estado estacionário em sua obra intitulada “Princípios de Economia Política” (1848). Vai mostrar que os beneficios a todos os países advindos do livre comércio internacional (Ricardo), eriam repartidos; que o processo de ajustamento do mercado envolvia variações na renda e nos preços; que a superprodução de bens seria temporária (Lei de Say).

Mill em sua maior inovação tratou da distinção entre produção e distribuição. Concordando com Ricardo, no aspecto em que a produção da riqueza fundamentava-se nas leis da natureza. Mas, ao mesmo tempo, discordando de Ricardo e Malthus, afirma que as leis da distribuição dependiam em parte das instituições humanas e estariam sujeitas a alterações (direito de posse). Para Mill, a pobreza dos agricultores irlandeses era resultado de como a terra ra distribuída e não de acordo com a lei da natureza.

Para ele, os padrões de distribuição de renda e de riqueza são características de um tipo particular de sociedade. Mill já pressentia a substituição do sistema econômico baseado na propriedade privada por um sistema produtivo cooperativo, o socialismo. No séc. XIX, as razões para o crescimento econômico estavam na industrialização, no investimento em capital e no aumento da produtividade.

No entanto, para os socialistas a industrialização representava baixos salários, jornadas de trabalho longas, mulheres e crianças rabalhando em condições perigosas, disciplina rigorosa e severa, bem como algumas fábricas beneficlavam-se de direitos exclusivos de venda de empregados. PAGF 8 7 severa, bem como algumas fábricas beneficiavam-se de direitos O processo de industrialização deixava claro o contraste entre a riqueza crescente dos Industriais e banqueiros e a pobreza dos que não tinham propriedades e formavam a força de trabalho nas fábricas.

Assim, para os primeiros socialistas a propriedade privada era a fonte de todos os problemas sociais. Com os socialistas permaneceram as discussões a respeito do subconsumo. KARL MARX (1 818-1883) autor de “Contribuição à Crítica da Economia polítlca” (1859), dizia que o subconsumo dos trabalhadores resulta de sua exploração pelo capitalista, bem como as relações econômicas são as forças motrizes nas sociedades.

No entanto, no capitalismo as pessoas são motivadas por interesses econômicos próprios. Em um sistema capitalista, os interesses econômicos são do capitalista e do trabalhador, que se opõem, sendo que o capitalista só pode prosperar explorando o trabalhador. Marx começa seu ataque aos clássicos e liberais pela teoria do valor-trabalho, que afirmava ser o valor real de um produto ou erviço simplesmente o montante de trabalho usado na sua produção.

Na visão do autor a mão-de-obra no capitalismo é explorada porque não recebe o valor total por todos os bens e serviços que produz. Isto conduz a idéia de mais-valia, que significa que o capitalista emprega os trabalhadores à taxa de salários corrente e os faz trabalhar o máximo de horas possível, sendo o valor do produto do trabalho maior que os salários pagos, a diferença entre o salário e o valor agregado pelo trabalhador converte-se em lucro do capitalista.

O efeito econômico direto do capitalismo é a exploração do rabalhador, mas ainda existe o efeito ps econômico direto do capitalismo é a exploração do trabalhador, mas anda existe o efeito psicológico que impede o individuo de desenvolver-se resultando em alienação que se apodera das pessoas e desumaniza todas as relações pessoais e soclais. O capitalismo apresenta dois lados: a acumulação de capital e crescimento e de outro exploração e alienação.

Marx supunha o colapso do sistema capitalista, então propôs a leis de funcionamento da sociedade capitalista: – as injustiças levarão a condições econômicas e sociais insustentáveis; – o conflito entre as classes capitalistas em número decrescente e cada vez mais rica com a crescente classe operária, miserável ocaslonando uma revolução soclal. 3 – a acumulação de capital (privada) possibilita a abundância econômica , mas ocasiona crises, desemprego crônico e colapso econômico.

A principal obra de Marx foi o livro O Capta’, dos quais, um dos três volumes foi publicado em vida, os demais após sua morte, por Engels. ECONOMIA MARGINALISTA O marginalismo surgiu como reação ao socialismo. Combatiam a teoria clássica do valor-trabalho e da renda da terra, por não ser ocialmente justa. Inicialmente Carl Menger, William Jevons e Léon Walras tiveram destaque por afirmarem que a economia é formada por um grande número de pequenos produtores e consumidores, que não tem poder de influenciar o preço e as quantidades no mercado.

A idéia marginalista hedonista dizia que, os consumidores com a posse da renda adqurem bens e serviços de acordo com seus gostos, a fim de maximizarem a utilidade total, derivada do consumo. A teoria marginalista afirma que o valor depende da utilidade marginal, bem como, os salários assaram a ser flexíveis, como nas teorias dos clássicos.

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