Educação holística
RESUMO por ter Deus uma preocupação com a humanidade não apenas no aspecto espiritual, mas também no aspecto físico e emocional, a presente monografia procurou refletir sobre o tema Missão Integral.
Para tanto, foram abordados assuntos como: a história da missão integral: apresentando como esse termo recebeu essa nomenclatura atual; destacou-se a necessidade que a Igreja tem da sociedade e a sociedade da Igreja para um retorno completo a Deus; e por fim, discorreu-se sobre a missão da missão integral, partindo da atuação holística de Deus na história antes de Jesus em Sua manifestação corpórea, que ao vir para o mundo, levou consolação aos que c então morrer pelos h 1 eterna.
Analisando a • nent page a mesma tinha a prát mas quando começo tinham fome, para da condenação iva, percebe-se que te em sua missão, trinas devido ? infiltração de heresias em seu seio, a Missão Integral passou a ser mais teórica do que prática e com o decorrer do tempo, começou a ser motivo de controvérsias e divisões. Independente desses pleitos, muitos homens deram continuidade à visão holística de Deus e da obra de Jesus, levando o evangelho social a todas as nações e sociedades.
As abordagens aqui apresentadas procuram incentivar a Igreja, corpo de Cristo, a cumprir a Missão Integral, atingindo o homem todo com o evangelho todo. INTRODUÇÃO Ao ver o ser que criou à Sua imagem e semelhança caído de sua dignidade, Deus Pai foi impelido, por Seu próprio amor, a restaurar esse Seu filh -lal Studia filho amado: mesmo sabendo que o homem havia pecado, veio ao encontro deste, como sempre o fazia ao cair da tarde, para conceder a restauração emocional (Gn 3. 8); providenciou a restauração espiritual ao prometer o Redentor (Gn 3. 5), e ao confeccionar vestes, executando o primeiro sacrifício pelo ecado, restaurou o social (Gn 3. 21). Mesmo que esses atos não tenham realizado uma restauração completa no homem, pois somente se concretizará no paraíso eterno, Deus está dando o exemplo primeiro de uma ação de restauração integral. Esse ato holístico de Deus tem sido equivocadamente particionado pela Igreja onde, geralmente, a restauração espiritual tem lugar único em detrimento das restaurações emocional e social, que ficam relegadas a um plano para- eclesiástico, ou quando feitas, limitam-se à prática de algumas poucas “boas obras”.
No decorrer da história da humanidade, as boas obras ieram tomando mais espaço nas igrejas e entre todas as nomenclaturas que recebeu, chegou à contemporaneidade com a designação de Missão Integral. Mas Missão Integral não se restringe a, simplesmente, fazer obras de caridade. Muitas igrejas crêem que estão fazendo Missão Integral ao doar roupas ou alimentos aos carentes, quando na realidade estão longe de compreender o correto significado dos termos que regem a Missão Integral.
Diante desse desconhecimento e equívoco, a presente monografia procura refletir sobre a missão da Igreja, destacando a sua integralidade como a melhor forma de promover o reino niversal de Jesus Cristo. Para compreender o desenvolvimento da Missão Integral, será apresentado um breve relato histórico, trazendo aspectos e exemplos que Missão Integral, será apresentado um breve relato histórico, trazendo aspectos e exemplos que contribuíram para a implantação da Missão Integral. Faz-se necessário distinguir Igreja e sociedade para que se possa definir o papel de cada uma e a contribuição que uma oferece à outra.
E para finalizar, será destacada a missão primordial que a Missão Integral se propõe a cumprir. O levantamento de dados feito através de pesquisas ibliográficas, possui um caráter teórico-crítico, por meio da leitura e análise de livros, partindo para uma perspectiva teológica do tema, objetivando incentivar o interesse dos líderes e da Igreja de modo geral quanto ao tema proposto. As análises feitas fundamentam-se em três teóricos: John Stott, René Padilla e Robinson Cavalcanti.
Stott por ser o teólogo que defende a responsabilidade social da Igreja; Padilla por ser o principal expoente da Missão Integral e Cavalcanti por produzir uma teologia de Missão Integral com identidade brasileira. A Igreja tem um papel fundamental na concretização da Missão Integral e para tanto é entendida como o principal agente de transformação da sociedade cultural e transcultural. Não se procurou definir Igreja em todos os seus aspectos teológicos inerentes à eclesiologia, mas apenas no ponto de vista da Missão Integral.
Ao fazer uso da palavra Igreja, ora citada com letra maiúscula, ora com letra minúscula, seguiu-se a designação que Martins (2003, p. 140) dá ao termo: “Igreja. I — Com inicial maiúscula quando se tratar da instituição. 2 — Com minúscula se a menção for ao templo. 3 — Quando acompanha uma designação, a palavra tem inicial maiúscula”. Além dessas, dotou-se o procediment acompanha uma designação, a palavra tem inicial maiúscula” Além dessas, adotou-se o procedimento de escrever Igreja com letra maiúscula quando necessária uma referência à Igreja do ponto de vista espiritual, referindo-se ao corpo de Cristo.
Esclarecer o objetivo da Missão Integral é uma necessidade, para que os filhos de Deus, salvos por Jesus Cristo, venham a ser testemunhas em todos os lugares e anunciem a Palavra de Deus a toda criatura, como obediência ao mandamento do Senhor Jesus, através de uma nova perspectiva, numa visão completa do todo para as partes, numa cosmovisão bíblica para o umprimento holístico intrínseco na Missão Integral. 1.
A HISTÓRIA DA MISSÃO INTEGRAL Desde a eternidade, antes mesmo da fundação do mundo, os projetos missionário e salvífico de Deus, bem como Sua preocupação em cuidar da humanidade que criaria, foram estabelecidos e apresentados aos seres outrora criados através de muitas passagens bíblicas. A exemplo disso, Bavinck (apud CARRIKER. 1992, p. 13) cita Gn 1. 1 como a base da grande comissão, destacando a amplitude da preocupação de Deus onde o mundo inteiro é a esfera de Seu interesse como alvo da redenção e consequentemente, o palco de missões. “Antes de er o Deus de Israel, ele é o Deus do universo.
Antes de ser o Deus da Igreja, é o Senhor de tudo Adonai, Senhor absoluto. ” Esse único Deus criou a humanidade para Ele e por amor Se revelou à ela. O relato da criação e de Seu propósito designado para ela, descritos em Gn 1. 27, 28 confirmam que o objeto do domínio da humanidade é o mundo inteiro. Quando o homem entra em cena, ele recebe a tarefa de dominar e sujeitar o mundo, definin 4 gl Quando o homem entra em cena, ele recebe a tarefa de dominar e sujeitar o mundo, definindo assim a imagem de Deus no ser humano: sua capacidade de dominar, sujeitar e ordenar. Carriker (1992, p. ) afirma que “foi com o fim de promover o reino de Deus que ao homem se imputou a imagem de Deus”. O homem é a imagem e semelhança de Deus para que o mundo possa enxergar o imenso amor que Deus tem por toda humanidade e para que Seu reino seja proclamado por toda Terra. Apesar da corrupção que se instaurou depois da queda e que levou o homem a se afastar de seu relacionamento com Deus e de seu papel constituído por Ele; apesar de toda a rebelião nos tempos de Noé, que provocou um desejo em Deus de acabar com a humanidade; apesar da confusão de línguas e conseqüente dispersão após a torre de Babel, ainda assim, Deus mantém
Sua palavra preservando e cuidando da humanidade. Mas, temporária e estrategicamente, Deus muda sua ênfase universal para um alvo mais restrito: a nação de Israel. Deus chama a Abrão para fazer dele uma grande nação e ele responde com fé. E, a partir desse ato, Deus inicia uma nação firmada em Sua palavra. A atuação de Deus para com Israel não era apenas paternalista, mas visava um propósito bem maior: alcançar, através de Israel, todas as nações.
JS 4. 23, 24 deixa claro qual a intenção de Deus: Porque o Senhor vosso Deus fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como o Senhor vosso Deus fez ao Mar Vermelho, ao qual secou perante nós, até que passamos. para que todos os povos da terra conheçam que a mão do Senhor é forte: a fim de que temais ao Senhor vosso Deus todos os dias. Tu que a mão do Senhor é forte: a fim de que temais ao Senhor vosso Deus todos os dias.
Tudo o que Deus fez na história de Israel tem o propósito de conduzir as nações à salvação e de fazer Seu nome conhecido em toda a terra. Todos seus milagres e maravilhas, todo o cuidado diário que Deus tinha para com Seu povo, não objetivavam nem direta, nem exclusivamente a Israel, mas serviam de onfirmação para o chamado que Israel tinha em ser modelo para todas as nações, em ser o representante de Deus na terra, levando todos os povos a conhecerem o único Deus verdadeiro e sustentador.
Ao constituir uma nação exclusiva, ao orientá- la quanto aos costumes sociais e apresentar um compêndio de leis que estruturavam toda essa sociedade debaixo de princípios que zelam pelo bem estar dos cidadãos e dos estrangeiros, Deus afirma que sua preocupação com o homem transcende ao aspecto espiritual e alcança o corpo físico e social. Essa preocupação divina deveria ser exemplificada no meio do povo e Israel para que todas as nações pudessem aprender e praticar os mesmos princípios visando o melhor para os homens.
No Novo Testamento, essa preocupação universal é apresentada em termos mais incisivos a partir do ministério de Jesus. Carriker (1992, p. 26) considera o evangelho de Lucas como aquele que “enfatiza o significado do ministério de Jesus, tanto em termos geográficos quanto em termos sociais e culturais. ” Jesus demonstrou a preocupação em curar o físico, a alma e o espírito das pessoas que o procuravam, como um ensinamento para que a Igreja Siga o mesmo exemplo de seu mestre.
Mas, essa mensagem era de Jesus e, portanto, nao ficou apenas restrita ao evan Mas, essa mensagem era de Jesus e, portanto, não ficou apenas restrita ao evangelho de Lucas. Em Mt 4. 23-24 lê-se: Percorria Jesus toda a Galiléia ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria; trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e paralíticos.
E ele os curou. Esse texto demonstra que Jesus Cristo ministrou ao homem todo, na sua dimensão espiritual, mental e física. Ele não só pregava o Evangelho como também ensinava, isto é, expunha e explicava a Palavra. Além disso, Ele também libertava as vítimas de possessão (endemoninhados), curava os doentes mentais (lunáticos) e ainda os acometidos de enfermidades físicas (paraliticos). Jesus também deixou aos seus discípulos a determinação de ir a todas as nações (Mt 28:20).
Ordenou, entretanto, que os discípulos não saíssem imediatamente, mas aguardassem em Jerusalém até serem revestidos de poder pelo Espírito Santo. Assim como Israel, a Igreja também demorou a compreender sua missão. A providência de Deus para despertar a Igreja a fim de cumprir sua missão foi a perseguição (At 8:1-10), pois o Espírito Santo já havia sido derramado e a Igreja não tinha cumprido o “ser testemunha” desde Jerusalém até aos confins da terra. Através da perseguição, a Igreja saiu de Jerusalém e foi além de Samaria, chegando a Antioquia.
Homens comuns e anônimos fundaram esta Igreja, que, com a destruição de Jerusalém no ano 70, veio a tornar-se a principal Igreja para o cristianismo antigo. B gl Jerusalém no ano 70, veio a tornar-se a principal Igreja para o cristianismo antigo. Barnabé era um dos líderes mais influentes esta e ele torna-se o grande responsável pelo reconhecimento de Saulo como cristão e apóstolo. A partir de Antioquia todo o mundo romano seria alcançado pelo evangelho. At 4. 32-35 narra a realidade da Igreja de Jerusalém e do entendimento que a mesma tinha de comunidade crista e de missão integral.
Todos tinham o mesmo pensamento e o mesmo propósito, tinham tudo em comum e ninguém carecia de nada, “nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha ecessidade” (w. 34,36-5). Barnabé, igualmente, vendeu seu campo e trouxe o dinheiro para os apóstolos, como exemplo a ser seguido (At 4. 36,37).
Paulo realizou seu trabalho missionário para conduzir os gentios à obediência, por palavras e por obras” (Rm 15. 18). Quando ele relata que anunciava por palavras, está claro que era através da pregação, assim também, quando ele relata que anunciava por obras, está claro que se preocupava com uma ação de cunho social. O apóstolo aos gentios tinha uma preocupação espiritual e social em seu ministério, para tanto, procurava levar o evangelho de forma a atingir o homem todo.
Era seu dever ou encargo (v. 16), seu serviço ou ministério (v. 16), sua ambição e edificação (v. 20), realizados tanto por palavras como por obras (v. 18). Contudo, este serviço não se resumia a mero esforço humano. O apóstolo afirmou que o poder do Espírito saturava cada etapa (v. 19) resumia a mero esforço humano. O apóstolo afirmou que o poder do Espírito saturava cada etapa (v. 19) e que era Cristo o realizador da obra (v. 18). Carriker (1 998, p. 2) mostra que Paulo enfatizava a necessidade de todo esforço e resolução para o desempenho de seu serviço. Com tal perspectiva, não temos base para a firmação falsamente “teológica” de que só Deus faz a obra nem para a afirmação falsamente “prática” de que apenas nossas estratégias e esforços realizarão a obra. De novo, o que Deus ajuntou, não o separe o homem! Veja a colocação de Paulo em outro lugar: para isso é que também eu me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim” (Cl 1 . 9) Carriker procura deixar claro que o exemplo de Paulo demonstra que o desempenho missionário depende tanto do tudo quanto à Igreja foi dado a fazer e de tudo o que Deus tem para fazer por, para e pela Igreja. Depois de aprenderem que deveriam cumprir o Ide, os cristãos dos primeiros séculos sentiram entusiasmo em compartilhar sua fé, a despeito das dificuldades e perseguições, pois compreenderam a importância do avanço das boas novas de salvação e de seus efeitos na sociedade, além de manifestarem em suas vidas o cuidado de Deus para com eles.
Os primeiros cristãos eram conhecidos pelo seu amor e interesse por outros. O imperador Juliano (apud TUCKER, 1989, p. 27) se refena aos cristãos como ateus, por não crerem, nem servirem aos deuses da mitologia romana e ao não se conformar com a atitude ltruísta deles comenta que o ateísmo tem-se destacado especialmente através do serviço cheio de a o ateísmo tem-se destacado especialmente através do serviço cheio de amor prestado a estranhos, e seu cuidado no sepultamento dos mortos. ? um escândalo o fato de não haver um único judeu mendigando ou ímpios galileus não cuidarem apenas de seus próprios pobres, mas também dos nossos; enquanto os que nos pertencem esperam em vão a ajuda que deveríamos dar-lhes. Numa visão secularista e individualista, Juliano expressa uma indignação ao ver que, diferentemente dele e de outros, os ristãos não somente falavam, mas agiam. Hoje em dia, o mundo está indignado em não ver nos cristãos, atitudes que deveriam ser reflexo da verdadeira vida cristã: solidariedade e compaixão, entre outras.
Com o decorrer do tempo e o estabelecimento de Igrejas, alguns pontos teológicos começaram a se impor e a infiltração de influências heréticas gerou controvérsias doutrinárias internas, entre os cristãos do quarto século. Discutir teologia passou a ser mais importante do que praticá-la. O significado da salvação, a necessidade de difundir o evangelho e de se praticar as oas obras, passaram a ser ignorados e relegados a um plano secundário.
E durante muito tempo, esse quadro se manteve inalterado no decorrer da história da Igreja. O movimento migratório, durante a idade média, na história da Europa, foi uma movimentação populacional que levou muitos cristãos a lugares inesperados e muitos pagãos até onde havia cristãos. A obra de missões acabou por tomar uma base profissional. Isto é, os missionários passaram a ser enviados e sustentados pela Igreja. A Invasão dos bárbaros e a queda do império romano como Estado p 0 DF 91