Mercado de derivados

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Introdução Com o crescimento do mercado financeiro as empresas buscam alternativas para diminuir os riscos, e a Contabilidade, por sua vez, evolui na mesma proporção para contribuir com esse novo cenário. Baseado no Postulado da Continuidade, toda empresa deve buscar alternativas que direccionem ao crescimento e diminuam riscos. Uma forma de uma empresa aumentar seu parque industrial, ou até mesmo por necessidade de caixa, é captar recursos de terceiros, seja abrindo seu capital ou, com empréstimos bancários.

Com a constante busca por menor risco e por crescimento, muitas empresas aderem às alternativas do mercado financeiro, para se protegerem de qualquer oscilação financeira, que pode ser de taxa de juros ou, de moeda estrangeira, em caso de captações no exterior. É neste contexto que surgem os derivativos financeiros. Para compreender os produtos derivados é necessário entender que estes instrumentos surgiram como uma resposta aos riscos já referidos. No mundo empresarial o risco está associado à variação dos preços que têm reflexos ao nível dos resultados e dos cash-flows gerados pelas mpresas.

Quando esta variação é acentuadamente negativa pode por em causa a vida da própria empresa. No âmbito da disciplina de Mercados Financeiros, foi-nos proposto a elaboração de um trabalho, pelo que o tema por nós escolhido foi “Instrumentos Financeiros Derivados”. Em primeiro lugar referimos a evolução dos Produtos e Mercados de Derivados, abordando a evolução histórica dos derivativos, (esse percurso encontra-se dividido por épocas, e decorre desde a antiguidade até aos nossos dias).

Expomos ainda alguns conceitos do mesmo, assim como a su Swipe to view next page ua importância na economia. No segundo capítulo segue a classificação do Mercado de Derivados, com a distinção entre o Mercado Organizado e o Mercado de Balcão, apresentamos também os intervenientes na bolsa de derivados, descremos de forma sucinta a organização das bolsas de derivados, não esquecendo a importância da Câmara de Compensação.

No Terceiro Capítulo referimo-nos mais exaustivamente aos principais tipos de derivados financeiros transaccionados, a saber, Forwards, Futuros, Swaps e Opções. 2- Evolução dos Produtos e Mercados de Derivados 2. – Aparecimento e Evolução histórica Antes de iniciarmos a pesquisa, admitíamos que os instrumentos financeiros derivados tinham uma história recente, considerávamos ser algo apenas da nossa época. Mas apresentamos de seguida textos que confirmam a utilização dos mesmos, ao longo dos séculos, embora com características diferentes.

Antigo testamento São muitos os registos de negociação para entrega diferida ao longo da história da humanidade, como exemplo, e voltando ao antigo testamento, relatamos o acordo feito por Jacob para obter o direito de se casar com Raquel, este cordo é visto por muitos como um contrato de Opção. Por outro lado, pode ser visto como um contrato Forward onde Jacob fica obrigado a casar com Raquel. O mesmo pode ainda ser encarado como um Swap de trabalho pela mão de Raquel. No entanto seja qual a interpretação dada ao acordo, considerado um contrato derivado. (Collins, 1998). Mercado de Balcão, apresentamos também os intervenientes na bolsa de derivados, descremos de torma sucinta a No entanto seja qual a interpretação dada ao acordo, será sempre considerado um contrato derivado. (Collins, 1998). Século XII No Século XII Os vendedores europeus durante as feiras comerciais, assinavam contratos, prometendo-se a entregar mercadorias por eles vendidas. Estes acordos contratuais, possuíam regras formalizadas e modos de conduta contratuais, possuíam regras formalizadas e modos de conduta específicos, o acordo consistia em trocar bens, num futuro, baseando-se na inspecção de amostras. Daveis, 2000). Século XV No Século XV, Formas primitivas de derivados eram extremamente utilizadas na actividade do comércio marítimo, devido ao seu alto risco. Os riscos eram transferidos dos proprietários para os financiadores e diversificados em empréstimos chamados “bottomry”. Estes, apenas eram reembolsados quando o navio voltasse. Mais tarde, estes empréstimos evoluíram para o seguro marítimo. (Steinherr, 1998). Século XVII Em meados de 1 600, nasceu o primeiro mercado de Futuros organizado – no Japão.

O nascimento da “Bolsa” de Arroz deu-se no centro comercial do Japão que se estabeleceu na cidade de Osaka. Uma cidade portuária, o que favorecia em muito o comércio numa época em que as viagens por terra eram demoradas e bastante perigosas. O comércio do arroz era a base da economia, sendo, efectivamente, a moeda nacional. Yodoya Keian, reconhecido por sua incrível capacidade de transportar e distribuir o arroz viu os seus bens confiscados pelo governo por viver um “estilo de vida” acima de sua condição social.

Apesar da intervenção governamental, o embrião da bolsa japonesa de comércio de arroz estava lançado e o mercado de Yodoya foi, mais tarde, oficializado como bolsa de arroz Dojima (Dojima Rice Exchange). Até 1730, o Mercado de arroz de Dojima era oficialmente designado como cho-ai-mai (Mercado de arroz a prazo) e presentava já, as características de um autêntico me ros moderno. (Castro, 1993). • Contratos de duração limitada; contratuais, possuíam regras tormalizadas e modos de conduta especiticos, o acordo consistia em trocar bens, num apresentava já, as características de um autêntico mercado de Futuros moderno. Castro, 1993). • Todos os contratos de certa duração estavam estandardizados; contratos de certa duração estavam estandardizados; • A qualidade de arroz permitida em cada período era acordada anteriormente; • Não era permitido manter uma posição até ao contrato do período seguinte; ?? Todas as transacções deviam ser liquidadas através de uma câmara de compensação (“clearinghouse”); • Todos os participantes no mercado estavam obrigados a estabelecer linhas de crédito com a câmara de compensação da sua preferência.

Século XIX Em meados deste século, surgiram os mercados de futuros de Nova York e Chicago, que se mantêm em actividade até à actualidade, e conhecidos como os principais mercados de futuros. “Seven Percent Cotton Loan” É um contrato de gestão do risco nascido a 1 de Junho de 1863, em plena Guerra Civil Americana, e emitido pela Confederação dos Estados Americanos. Emitiu-se um empréstimo intitulado “7Percent Cotton Loan”, que possuía algumas características dos instrumentos derivados.

A quantia principal não era reembolsável em dólares Confederados, nem o reembolso era efectuado na capital da Confederação, Richmond – Virginia. Pelo contrário, era fixo a “3 Millions Sterling or 75 Millions Francs” e o reembolso era efectuado em quarenta prestações semi-anuais em Paris, Londres, Amesterdão ou Frankfurt. Alem disso, era dada a opção ao proprietário da obrigação, de, em vez de receber a prestação em dinheiro receber algodão, à taxa de 6 pences sterlinos por libra.

O Governo utilizou esta forma de administração do risco, para levar investidores franceses e ingleses a emprestarem dinheiro, em divisa estrangeira, fazendo assim face aos gastos em armamento adquiridos no exterior, e o mesmo tempo, conseguia que países es ssem interesse, na sobrevivência da Federação. ( 4 OF37 exterior, e o mesmo tempo, conseguia que países estrangeiros tivessem interesse, na sobrevivência da Federação. ( conseguia que países estrangeiros tivessem interesse, na sobrevivência da Federação. Bernstein, 1996).

Chicago Board ofTrade A CBOT – Chicago Board ofTrad fundada em 1 848, é a Bolsa de Mercadorias mais antiga do mundo, negociando actualmente, mais de cinquenta diferentes tipos de contratos Futuros e de Opções. Em 1870 nasce a NYCE – New York Cotton Exchange, tendo-se seguido em 1872 a Butter and Cheese Exchange of New York. Posteriormente, em 1874, a Chicago Produce Exchange, começou a transaccionar no mercado da manteiga, ovos e produtos avícolas. Mais recentemente Em 1998, a incorporação da CSCE – Coffee, Sugar and Cocoa Exchange ? strutura da NYCE originou a New York Board ofTrade.

A partir de 1 2 de Janeiro de 2007, a NYBOT tornou-se uma unidade da ICE – Intercontinental Exchange – a ICE Futures US – responsável pela transacção comercial de todas as softs commodities listadas pelo grupo ICE. A subsidiária europeia do grupo ICE – a ICE Futures Europe – é responsável pela negociação das commodities energéticas do grupo. Século XX 1900 – 1936 Em 1904 surge a primeira bolsa de Futuros no Canad 95). 5 37 Em meados dos anos vinte, o Capper-Tincher Act (Fut , deram origem ao primeiro regulamento no York.

Posteriormente, em 1 8/4, a Chicago Produce Exchange, começou a transaccionar no mercado da manteiga, ovos Em 1904 surge a primeira bolsa de Futuros no Canadá. (Peixoto, 1995). Em meados dos anos vinte, o Capper-Tincher Act (Futuros de Grão), deram origem ao primeiro regulamento no mercado de futuros. (Meier, 1999). Preocupações sobre risco da contraparte e a procura de segurança que tinham vindo a crescer naquele momento, levaram à criação da Board ofTrade Clearing House (Câmara de Compensação de Comércio), no dia 4 de Janeiro de 1926.

Em 1933 a National Metals Exchange, a Rubber Exchange of New York, a National Raw Silk Exchange e a New Raw Hide Exchange fundiram-se e formaram a Commodity Exchange, que passou a ser conhecida como Comex. (Meier, 1999). 1937-1966 Commodity Exchange, que passou a ser conhecida como Comex. (Meier, 1999). Durante a Segunda Guerra Mundial, o desenvolvimento adicional do mercado parou. A necessidade dos mercados se expandirem levou a comercialização de Futuros em produtos vivos, tendo o Chicago Mercantile Exchange lançado o primeiro Futuro de Gado vivo em 1964.

No Japão surgiram quinze bolsas entre elas a Yokohama Silk Exchange reaberta em 1951 , em 1951 a Tokyo Textile Exchangeque, a Tokyo Rubber Exchange, a Grain Exchange, e a Kobe Rubber Exchange. 1967-1983 Antes do fim do Segunda Guerra Mundial, as nações industrializadas concordaram com o sistema Bretton Woods[l J. Durante aproximadamente 20 anos, este sistema foi utilizado. Contudo nos anos sessenta começou a ficar claro que o desenvolvimento económico da Europa e do Japão criou um valor superior à paridade estabelecida. Os E. U. A.

Não onseguiam competir e em 1971 , saíram deste sistema, pondo assim termo ao Sistema de Bretton Woods Em 1 973, a Chicago Board Options Exchange comercializou Call Options , tendo sido necessários mais quatro anos para serem comercializadas as Put Options. Em 1975, a Chicago Board ofTrade lançou o primeiro obrigações, esta foi a primeira vez, em que o artigo 6 OF37 comercializado não era um produto definido, mas um o sido necessária a autorização para a continuação da Em 1973, a Chicago Board Options Exchange comercializou Call Options , tendo sido necessários mais quatro anos para

Em 1975, a Chicago Board ofTrade lançou o primeiro Futuro sobre obrigações, esta foi a primeira vez, em que o artigo comercializado não era um produto definido, mas um fictício, tendo sido necessária a autorização para a continuação da sua comercialização. (Meier, 1999). A primeira bolsa vocacionada exclusivamente para futuros financeiros, foi criada em 1977 e era a Hong Kong Futures Exchange. (Peixoto, 1995). Em 1978, surge um novo campo de actuação – a Energia.

A New York Mercantile Exchange lançou futuros de óleo de ?leo de aquecer, tendo-se seguido em 1981 a gasolina, o crude em 1983, o propano em 1987 e a electricidade em 1996. Apesar de todos estes produtos terem entrega física, a participação de especuladores é bastante forte, por serem altamente visíveis, bem conhecidos e com boa volatilidade. (Meier, 1999). Foi também a partir de 1978, que os derivados financeiros começaram a ganhar expressão na Europa, tendo sido a Holanda o primeiro país a comercializar este tipo de instrumentos.

Até esta altura, todos os derivados tinham um activo visível subjacente e a entrega física era sempre uma possibilidade, esmo que não fosse muito viável. Em 1980, a Sydney Futures Exchange lançou futuros de taxa de juro a curto prazo, em que a entrega era feita através de dinheiro. Em 1 982, foi comercializado o primeiro futuro sobre um índice, o VLCI – Value Line Composite Index transaccionado pela Kansas City Board ofTrade. As primeiras Opções sobre Futuros de obrigações surgiram na Chicago Board ofTrade, em Outubro de 1982, sobre o US Treasury Bond a 1 5 anos.

Em 1986, a London International Financial Futures & Options Exchange era a primeira bolsa a possuir Opções sobre Futuros de Obrigações de um Estado estrangeiro, ao lançar para o mercado Opções sobre Futuros do Long Gilt e sobre Futuros do US Treasury Bond. (Peixoto, 1995). A 18 de Novembro de 1982, o primeiro contrato listado de Opções sobre divisas (dólar/florim) foi lançado pela European Options Exchange. Este mercado só viu o seu volume de contratos aumentar a partir da década de 90. (Peixoto, 1995). 984-2000 37 Em 1986 foi lançado o Futuro sobre o índice Nikkei, te ro Futuro deste índice, na Europa, sido Oleo de aquecer, tendo-se seguido em a gasolina, o crude em 1 983, o propano em 987 e a electricidade em Em 1 980, a Sydney Futures Exchange lançou futuros de taxa de juro a curto prazo, em que a entrega era feita através Em 1982, foi comercializado o primeiro futuro sobre um índice, o VLCI – Value Line Composite Index transaccionado Em 1986 foi lançado o Futuro sobre o índice Nikkei, tendo o primeiro Futuro deste índice, na Europa, sido comercializado em 1988 – o CAC-40. Meier, 1999) Europa, sido comercializado em 1988 – o CAC-40. (Meier, 1999) Os anos oitenta foram os anos da expansão nos mercados de derivados, tendo para tal facto contribuído os avanços ecnológicos e o melhoramento das vias de comunicação. Em 1990, com a queda da Cortina de Ferro novas necessidades de gestão do risco surgiram. A China abriu a Zhengzhou Commodity Exchange, que alcançou tal sucesso que em poucos anos já existiam mais de catorze bolsas de Futuros em todo o território Chinês.

Também em 1990 surgiu a primeira bolsa africana, a South African Futures Exchange. (Peixoto, 1995). No início dos anos oitenta, o LEAPS – opções Longas, foram introduzidas pela European Options Exchange, tendo sido posteriormente apresentadas ao mercado americano pela Chicago Board Options Exchange. Meier, 1999) Com o rápido crescimento do mercado deu-se a criação de produtos novos em 1992, O primeiro Futuro sobre índice de sector, a forma lógica de criar produtos capazes de satisfazer as necessidades dos clientes.

Cada vez mais ávidos de investir num dado sector do que em Acções individuais. Neste mesmo ano a Chicago Board Options Exchange introduz os produtos FLEX, e em Fevereiro de 1992 a Chicago Mercantile Exchange lança pela primeira vez as Opções sobre Divisas Cruzadas. Os anos noventa, foram anos de grandes fusões, a New York Merc adquiriu a Comex. A New York Board of Trade foi formada pela fusão da Cotton e da Coffee & Sugar Exchange, em 1998. Mas o grande acontecimento ocorreu com a fusão da DTB e a Soffex. (Meier, 1999). 2. – Derivados Financeiros – Conceito Os derivados são vulgarmente designados como instr nceiros que assentam numa relação contratual estabelecida entre duas ou mais partes, onde todas a erentes ao paga Os derivados são vulgarmente designados como instrumentos financeiros que assentam numa relação contratual estabelecida entre duas ou mais partes, onde todas as condições inerentes ao paga elação contratual estabelecida entre duas ou mais partes, onde todas as condições inerentes ao pagamento ou qualquer outra acção a executar futuramente, são previamente estabelecidas.

Estes instrumentos financeiros que não possuem qualquer valor intrínseco, mas o seu valor deriva de qualquer outra coisa. Os mesmos restringem o risco de se possuir bens que estão sujeitas a flutuações de preço inesperados, como por exemplo: moeda estrangeira corrente, alqueires de trigo, acções ou obrigações. Estes produtos são transaccionados em mercado de balcão (OTC), onde as instituições financeiras os disponibilizam aos eus clientes, ou em mercados bolsistas como é o caso dos futuros e Opções.

Segundo alguns autores estes Instrumentos podem ser definidos da seguinte forma: “Um instrumento financeiro derivado é qualquer instrumento financeiro cujo valor seja função (derive-se) de outras variáveis que são em certa medida mais fundamentais. ” (Castro, 1993). “Um produto derivado é um instrumento financeiro que reúne em si mesmo várias operações do mercado à vista, ou seja, é um instrumento financeiro que executa várias operações no mercado à vista de uma só vez. Os produtos erivados podem ser utilizados para a gestão do risco ou especulação. Podemos classificá-los em Forwards, Futuros, Swaps e Opções”. Angolense, 2009). Antes de focarmos a análise dos assuntos propostos, pensamos ser útil para leitor fazer uma breve descrição de alguns dos instrumentos derivados mais utilizados pelos agentes, para melhor entendimento da matéria. Forward g OF37 Acordo entre duas partes, para trocar uma divisa por determinada data futura, em que os termos da troca Acordo entre duas partes, para trocar uma divisa por outra, numa determinada data futura, em que os termos da troca a troca (taxa de câmbio), data de entrega e montantes negociados são fixadas na data da celebração do acordo.

Estes contratos são transaccionados em mercados informais ou não organizados. Futuros São contratos estandardizados que representam o direito de comprar ou vender uma determinada quantidade de produto ou tipo de activo, numa data específica e a um preço previamente fixado, quer o comprador quer o vendedor do contrato tem uma obrigação para com a sua contraparte.

Opções Contratos estandardizados que dão ao comprador um direito, mas não uma obrigação, de comprar ou vender um ctivo numa determinada data a um preço previamente fixado (preço de exercício), o vendedor apresenta-se como sendo um agente passivo. Swaps Contrato de troca de séries de cash-flows[2] entre duas entidades no futuro, segundo um plano previamente estabelecido. Incidem normalmente sobre cash-flows associados a taxas de juro e taxas de câmbio.

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