Movimento sem terra

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MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA Origem do Movimento Sem Terra Nas décadas de 30 e 40 ocorreram conflitos violentos, em diversas regiões, com posseiros defendendo suas áreas, individualmente, com armas nas mãos. Entre 1950 e 1964, o movimento camponês organizou-se enquanto classe, surgindo as Ligas Camponesas, a União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil (ULTABs) e o Movimento dos Agricultores Sem Terra (Master). Esses movimentos foram esmagados pela ditadura militar, após 1964, e seus líderes foram assassinados, presos ou exilados.

O latifúndio derrotou a reforma agrária. Mas ntre 1979 e 1980, no bojo da luta pela redemocratização, surge uma nova forma de organizadas por deze s o or 15 1984, os participante encontro, dando no Trabalhadores Rurais : as ocupações ílias. No início de izaram o primeiro o Movimento dos O MST nasceu das lutas concretas que os trabalhadores rurais foram desenvolvendo de forma isolada, na região Sul, pela conquista da terra, no final da década de 70. O Brasil vivia a abertura política, pós-regime militar.

O capitalismo nacional não conseguia mais aliviar as contradições existentes no avanço em direção ao campo. A concentração da terra, a expulsão dos obres da área rural e a modernização da agncultura persistiam, enquanto o êxodo para a cidade e a política de colonização entravam em aguda crise. Nesse contexto surgem várias lutas concretas que, aos poucos, se articulam. Dessa artic Swipe to vlew next page articulação se delineia e se estrutura o Movimento Sem Terra. Problemas enfrentados pelo MST Um dos maiores problemas enfrentados atualmente pelo MST é o esvaziamento dos acampamentos de sem-terra.

Em 2003, primeiro ano do governo Lula, quando existia a expectativa de uma reforma agrária massiva no País, o movimento chegou a eunir 230 mil famílias em seus acampamentos – o equivalente a quase 900 mil pessoas. Hoje, pelas contas dos líderes da organização, seriam 90 mil famaias. O MST atribui a queda à política de reforma agrária do governo, que teria sido tíbia demais. De acordo com essa lógica, os acampamentos enchem quando as famílias têm a perspectiva de ganhar um lote de terra em curto prazo; e esvaziam quando percebem que terão de esperar anos sob a lona plástica.

A explicação mais provável para o encolhimento dos acampamentos, porém, está no Bolsa-Família. O programa de ransferência de renda beneficia, sobretudo a periferia pobre das cidades e as zonas rurais mais miseráveis, onde o MST sempre arregimentou mais pessoas. Além das ocupações, essa espera pela reforma agrária envolvem outras ações que não têm relação direta com a terra, como a luta contra transnacionais, o capital financeiro e até mesmo em defesa da educação.

Os líderes do grupo João Pedro Stedile I O MST é comandado por uma direção nacional com vários integrantes – não há um presidente ou líder oficial do grupo. porém, seu principal dirigente é, sem dúvida, João pedro Stedile, e 49 anos, gaúcho de Lagoa Vermelha, formado em economia, pós-graduado na Universidade Autônoma do México e autor de vários livros sobre a reforma agrária. F 15 vários livros sobre a reforma agrária. Foi graças às idéias, mais do que ao cargo que ocupa desde 1985 na direção nacional do MST, que Stedile ganhou estatura dentro do movimento.

Cada aspecto seu – dos métodos de luta às teses, passando pela organização – tem as marcas de seus neurônios. Conservador em relação à família e à religião, Stedile afirma que suas idéias são radicais e de esquerda, e defende de forma aberta a adoção de m sistema socialista no país. Ele viaja pelo país dando palestras e coordenando a atuação do movimento, e serve como seu principal formulador de politicas. Em julho de 2003, Stedile liderou a comitiva do MST na visita ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no palácio do planalto. Junto de Stedile na cúpula do MST estão outros nomes influentes no movimento.

O mais conhecido deles é o agricultor Gilmar Mauro, de 36 anos, paranaense de Capanema e coordenador de massas do movimento. Casado com uma economista mexicana, ele integra a ala mais antiga e expressiva do MST. Outros líderes acionais são João Paulo Rodrigues, um dos dirigentes mais jovens do movimento, e os catarinenses Roberto Bageio e Edgar Golling, além de enio Bohnenberger e Egídio Brunetto – este último, coordenador do MST no Mato Grosso do Sul e secretário de relações internacionais. O coordenador regional Jaime Amorim, responsável pelo movimento no Nordeste, também tem projeção nacional.

Aos 43 anos, formado em pedagogia, o catarinense de Guaramirim é admirador de Ernesto Che Guevara, líder da revolução cubana, e dos guerrilheiros zapatistas da região de Chiapas, no Méxic evolução cubana, e dos guerrilheiros zapatistas da região de Chiapas, no México. Em 1998, ele liderou uma série de sequestros e roubos de caminhões carregados de alimentos. O lider regional de São Paulo José Rainha Júnior, de 43 anos, não é integrante da direção nacional, foi desautorizado a falar em nome do MST e está afastado da tomada de decisões dentro do movimento.

Seu nome, porém, disputa com o de João Pedro Stedile no reconhecimento público à causa dos sem-terra. Capixaba de São Gabriel da Paz, Rainha é um camponês que foi analfabeto até a adolescência, antes de ganhar notoriedade acional pulando as cercas dos outros. Já foi alvo de tiros, foi acusado de assassinato, acabou preso e depois libertado e continua sendo o principal nome do MST no pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo, um dos principais pontos de tensão na questão agrária brasileira.

Casado com Diolinda Alves de Souza – que já foi presa em seu lugar quando a polícia não conseguiu localizá-lo -, José Rainha causou desconforto entre os [deres nacionais quando foi revelado seu plano de reeditar a experiência do acampamento de Antônio Conselheiro em Canudos em pleno Pontal do Paranapanema. Em junho de 2003, incomodada com a repercussão negativa do projeto, a direção do MST divulgou que as idéias de Rainha não representam a posição do movimento.

Símbolos do Movimento A bandeira A bandeira tornou-se símbolo do MST em 1987, durante o 40 Encontro Nacional. Ela está presente nos acampamentos e assentamentos, em todas as mobilizações e lutas, nas comemorações e festas, nas casas dos que tem paixão pelo Movimento. Significado das cores e de Significado das cores e desenhos que compõem a bandeira: Cor vermelha: representa o sangue que corre em nossas veias a disposição de lutar pela Reforma Agrária e pela transformação da sociedade. Cor branca: representa a paz pela qual lutamos e que somente será conquistada quando houver justiça social para todos * Cor verde: representa a esperança de vitória a cada latifúndio que conquistamos * Cor preta: representa o nosso luto e a nossa homenagem a todos os trabalhadores e trabalhadoras que tombaram, lutando pela nova sociedade “k mapa do Brasil: representa que o MST está organizado nacionalmente e que a luta pela Reforma Agrária deve chegar a todo o país * Trabalhador e trabalhadora: representa a necessidade da luta er feita por mulheres e homens, pelas famílias inteiras. Facão: representa as nossas ferramentas de trabalho, de luta e de resistência. Hino Hino do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Letra: Ademar gogo Música: Willy C. de Oliveira Vem teçamos a nossa liberdade Braços fortes que rasgam o chão Sob a sombra de nossa valentia Desfraldemos a nossa rebeldia e plantemos nesta terra como irmãos! Refrao: Vem, lutemos punho erguido Nossa Força nos leva a edi Refrão Construída pelo poder popular Nossa Força regatada pela chama Da esperança no triunfo que virá Forjaremos desta luta com certeza

Pátria livre operária camponesa Nossa estrela enfim triunfará! Eventos Históricos -Período: 1979 a 1984: “Terra para quem nela trabalha” O Brasil vivla uma conjuntura de duras lutas pela abertura politica, pelo fim da ditadura e de mobilizações operárias nas cidades. Foi realizado 0 1 u Encontro Nacional dos Sem Terra, em Cascavel, no Paraná. Os participantes concluíram que a ocupação de terra era uma ferramenta fundamental e legítima das trabalhadoras e trabalhadores rurais em luta pela democratização da terra.

A partir desse encontro, os trabalhadores rurais saíram com a arefa de construir um movimento orgânico, a nível nacional. Conjuntura Nacional I processo Organizativo I . Crise econômica, abertura política, greves do ABC, trabalho das pastorais socias (CPT, PO, CIMI e ppl_), Anistia.. O governo procura resolver os conflitos agrários como problemas sociais. Campanhas pelas Eleições Diretas.. Principal inimigo: A pistolagem. . Lutas isoladas.. 10 Encontro Nacional de Fundação do Movimento (Jan/84).. Resolução de problemas concretos e mobilização contra o regime militar e ocupações locais. Período: 1985 a 1988: 1985: “Sem Reforma Agrária não há emocracia”, “Ocupação é a única solução” O MST realizou seu 10 Congresso Nacional, em Curitiba, no Paraná, cuja palavra de ordem era: “Ocupação é a única solução” rnev aprovou o Plano Neste mesmo ano, o gove PAGF 15 Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), que tinha por objetivo dar aplicação rápida ao Estatuto da Terra e viabilizar a Reforma Agrária até o fim do mandato do presidente Conjuntura Nacional processo Organizativo I . “Nova República” e o PNRA..

Articulação dos setores da agricultura contrários à reforma agrária na IJDR . Principal inimigo: UDR I . Ocupações articuladas e massivas, de terras e órgãos públicos, greves de fome. I Congresso Nacional do MST (Jan/ -Período: 1988 a 1990: 1989: “Ocupar, Resistir, Produzir” A eleição de Fernando Collor de Mello para a presidência da República, em 1 989, representou um retrocesso na luta pela terra. Ele era declaradamente contra a Reforma Agrária e tinham ruralistas como seus aliados de governo. Foram tempos de repressão contra os Sem Terra, despejos violentos, assassinatos e prisões arbitrárias.

Em 1990, ocorreu o II Congresso do MST, em Brasília, que continuou debatendo a organização interna, as cupações e, principalmente, a expansão do Movimento em nível nacional. A palavra de ordem era: “Ocupar, resistir, produzlr’. Conjuntura Nacional I Processo Organizativo I . Assembléia Nacional Constituinte e Eleição Presidencial. Repressão contra os movimentos populares e sindicais.. Luta pelo “Impeachment”.. Principal inimigo: do Estado através da repressão policial e ações do Poder Judiciário.. Articulação da sociedade civil na “Campanha contra a fome e a miséria, pela vida”.

I . Expansão do MST. Implantação no Nordeste com pequenas ocupações. Desenvolve-se a resistência de massas.. II Congresso Nacional do MST (maio/90). Levar a luta pela terra par Desenvolve-se a resistência de massas.. II Congresso Nacional do MST (maio/90). Levar a luta pela terra para a cidade, através de jornadas nacionais conjuntas e a continuidade das ocupações de terras e órgãos públicos.. principal forma de luta: as caminhadas. Jornadas massivas e construção do “Fórum dos Rurais” com ações nas capitais e principais centros urbanos..

Grito da Terra Brasil -Período: 1995 e 1996: 1995; “Reforma Agrária: uma luta de todos” O MST realizou seu 30 Congresso Nacional, em Brasília, em 1995, uando reafirmou que a luta no campo pela Reforma Agrária é fundamental, mas nunca terá uma vitória efetiva se não for disputada na cidade. Por isso, a palavra de ordem foi “Reforma Agrária, uma luta de todos” . Reforço à consolidação do plano Neoliberal.. Reforma constitucional.. O governo trata a reforma agrária como conflito social.. Conflitos entre sem-terras e as policiais estaduais deixam mortos e feridos. . III congresso Nacional do MST (jul/95)..

Marcha nacional pela reforma agrária e pelo emprego (abr/96). Aumentam as ocupações, duplicando a base social dos que luta pela terra.. Multiplicam-se as experiências de cooperação agrícola e de agroindustrias nos assentamentos. I já em 1997, o Movimento organizou a histórica “Marcha Nacional Por Emprego, Justiça e Reforma Agrária” com destino a Brasília, com data de chegada em 17 abril um ano após o massacre de Eldorado dos Carajás, qua rra foram brutamente pela polícia no Pará. Em agosto de 2000, o MST realiza seu 40 Congresso Nacional, em Brasllia, cuja palavra de ordem foi “Por um Brasil sem latifúndio”.

Durante os oito anos de governo FHC, o Brasil sofreu com o aprofundamento do modelo econômico neoliberal, que provocou raves danos para quem vive no meio rural, fazendo crescer a pobreza, a desigualdade, o êxodo, a falta de trabalho e de terra. A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, representou um momento de expectativa, com o avanço do povo brasileiro e uma derrota da classe dominante. No entanto, essa vitória eleitoral não foi suficiente para gerar mudanças significativas na estrutura fundiária, no modelo agrícola e no modelo econômico.

O programa político do MST O programa político do MST engloba a luta pelo assentamento dos trabalhadores sem-terra acampada, pela reforma agrária e pela instauração do socialismo. As referidas lideranças não concebem a democracia como um princípio fundamental da politica, tendo como referência para essa postura teórica e polltica o marxismo clásslco Reivindicações defendidas Desde a fundação, o Movimento Sem Terra se organiza em torno de três objetivos principais: * Lutar pela terra; * Lutar por Reforma Agrária; * Lutar por uma sociedade mais justa e fraterna.

Estes objetivos estão manifestos nos documentos que orientam a ação politica do MST, definidos em nosso Congresso Nacionais e no Programa de Reforma Agrária. Além disso, lutar por uma sociedade mais justa e fraterna ignifica que os trabalhadores e trabalhadores Sem Terra apóiam e se envolvem nas iniciativas ue buscam solucionar os graves problemas e trabalhadores Sem Terra apóiam e se envolvem nas iniciativas que buscam solucionar os graves problemas estruturais do nosso país, como a desigualdade social e de renda, a discriminação de etnia e gênero, a concentração da comunicação, a exploração do trabalhador urbano, etc.

A solução para estes problemas só será possível por meio de um Projeto Popular para o Brasil – fruto da organização e mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras. A ealização da Reforma Agrária, democratizando o acesso à terra e produzindo alimentos, é a contribuição mais efetiva para a realização de um Projeto Popular. Por isso, o MST participa também de articulações e organizações que buscam transformar a realidade e garantir estes direitos sociais.

Reforma agrária e desenvolvimento Todos os países considerados desenvolvidos atualmente fizeram reforma agrária. Em geral, por iniciativa das classes dominantes industriais, que perceberam que a distribuição de terras garantia renda aos camponeses pobres, que poderiam se transformar em consumidores de seus produtos. As primeiras reformas agrárias aconteceram nos Estados Unidos, a partir de 1862, e depois em toda a Europa ocidental, até a li Guerra Mundial.

No período entre guerras, foram realizadas reformas agrárias em todos os países da Europa oriental. Depois da 2a Guerra Mundial, Coréia, Japão e as Filipinas também passaram por processos de democratização do acesso a terra. A reforma agrária distribuiu terra, renda e trabalho, o que formou um mercado nacional nesses países, criando condições para o salto do desenvolvimento. No final do século 19, a economia dos Estados Unidos era do mesmo tam

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