Mudanças transposturais

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Anterior Índice I Próximo I DESENVOLVIMENTO MOTOR NOS DOIS PRIMEIROS ANOS DE VIDA Alice Y. S. Hassano Márcia C. Belloti de Oliveira Olga Penalva Vitoria Steinberg No primeiro ano de vida, as aquisições nas áreas sensoriomotoras e p criança com o mund org A partir do nascimen o to view de estímulos novos, o calor, o desconfort s da relação da ensa neste período. posto a uma serie na pele, o frio e a necessidade de manter uma postura vencendo a forca da gravidade. Isto leva o individuo a um superação constante das dificuldades que se apresentam e a uma adaptação, possibilitada pela maturação do sistema nervoso central.

O desenvolvimento é o resultado da interação contínua entre os potenciais biológico e genético e as condições ambientais com seus aspectos psicossociais, culturais e económicos. As etapas do desenvolvimento não são estáticas, e a seqüência das aquisições motoras são encadeadas; sendo cada etapa preparatória das subsequentes. As idades em que são alcançados os marcos do desenvolvimento são dados estatísticos e servem como guias para o reconhecimento dos desvios da normalidade.

Numa avaliação porém é importante considerar não só as aquisições motoras mas a qualidade com quesão realizadas. O desenvolvimento normal é caracterizado pela maturação equilíbrio). Na avaliação dos reflexos primitivos cabe lembrar que mesmo quando presentes na idade esperada, deve-se observar se a sua intensidade é adequada para aquela fase. para o pediatra o conhecimento do desenvolvimento motor normal, vai permitir a detecção dos seus desvios e o encaminhamento da criança para uma equipe onde será feita uma avaliação especializada e o diagnostico funcional.

Cabe lembrar que toda avaliação deve ser sequencial e que um exame motor normal, na nossa população de alto-risco, não xclui a possibilidade de um outro problema futuro (distúrbio de linguagem, distúrbio de aprendizado, Os fatores causais de anormalidades atuam de forma variada, tanto em intensidade quanto em localização no SNC, levando a alterações nas varias fases do processo de desenvolvimento; resultando em quadros clínicos de grande diversidade, do ponto de vista funcional.

O diagnóstico de um distúrbio de desenvolvimento, muitas vezes é feito pela avaliação funcional e nem sempre os exames complementares contribuem para a determinação de sua etiologia. Independente da idade da criança, ao ser avaliada, esta deve ser bservada em tantas situações diferentes quanto possíveis: no colo da mãe ou livremente, ainda vestida, quando esta sendo alimentada, entre outras.

Além disso a criança deve ser avaliada nas posturas abaixo assim como nas mudanças de uma postura para outra: * SUPINO (decúbito dorsal) * PRONO (decúbito ventral) * LATERAL * SUSPENSÃO VENTRAL * PUXADO PARA SENTAR * SENTADO * DEPÉ *NAS MUDANÇAS DE POSTURA I AVALIAÇAO NEUROMOTORA Existem controvérsias sobre o uso da idade corrigida, em substituição a idade cronológica, na avaliação do desenvolv PAGFarl(Fq idade corrigida, em substituição a idade cronológica, na valiação do desenvolvimento global do prematuro porém um exame sistematizado que considere o desempenho qualitativo, reduzlrá as possibilidades de subestimar ou superestimar as potencialidades do prematuro.

Outro ponto de discórdia é até que idade deve ser feita a correção; para alguns, seria até um ano; para outros até 1 ano e 6 meses (Miller et al, 1984), ou mesmo até 2 anos (Barrera, 1987); a partir de então as influências ambientais e associado-economicas assumem um papel progressivamente maior no desenvolvimento da criança. A seguir apresentaremos um roteiro simplificado, mostrando desenvolvimento motor de uma forma esquemática até 0 40 trimestre, onde serão considerados os itens abaixo: * ATIVIDADE ESPONTÂNEA *AVALIAÇÃO DO TONOS * PADRÃO POSTURAL * REFLEXOS PRIMITIVOS E REAÇÕES * MOTRICIDADE FINA * AVALIAÇÃO DE VISÃO EAUDIÇÃO* * LINGUAGEM* Os aspectos sensoriais e de linguagem serão melhor avaliados nos capítulos específicos.

RN 1 10 TRIMESTRE 20 TRIMESTRE 1 30 TRIMESTRE 1 40 TRIMESTRE SUPINO – Flexão simétrica dos 4 membros – RTCA: pode ser observado Movimentação espontânea dos 4 membros I – Diminuição gradativa da flexão dos membros Assimetria mais freqüente devido ao RTCA Movimentos de pedalagem – Simetria da cabeça e membros – Eleva as pernas e alcança os pés – Rola “dissociando” ombros e quadris (usando a R. corporal de retificação) I eva os pés a boca – Rola com facilidade – Raramente mantém-se n PAGF3ÜFq I – não permanece mais SENTAR -A cabeça pende para trás – A cabeça pende cada vez menos para trás, chegando a acompanhar o tronco – Elevação cada vez mais ativa da cabeça – Eleva a cabeça e o tronco ativamente I – Puxa-se ativamente PRONO – Flexão dos 4 membros e quadril elevado – Eleva a cabeça com lateralização, para liberar as VAS (refl. e etificação labiríntica) – Extensão progressiva da região cervical em direção ao quadril – Quadril menos elevado – Mantém a cabeça mals elevada (reação de retit labríntica) – Braços situados lateralmente e apoio instável sobre os antebraços I – Quadril mais estendido Mantém a cabeça muito mais elevada – Evolução do apoio nos antebraços para as mãos – Arrasta-se – Gira em torno de si – Fica de gatas e faz balanceio – Engatinha evolulndo do padrão simétrico para o cruzado – Engatinha rapidamente com padrão cruzado – pode passar para: sentado, de joelhos e de pé – Postura plantígrada (como um urso) SENTADO – Flexão da cabeça e do tronco Apoiado, inicia retificação da cabeça – Tronco encurvado I – Controle da cabeça estável – Aumenta a base, pernas em flexão – Apoio nas mãos a frente Alguma cifose a nível lombar – Tronco inteiramente retificado, braços livres para alcançar e segurar objetos – Apoio lateral apo 10 – Refl. e colocação – Reflexo de marcha I – Reflexos anteriores em diminuição progressiva até o desaparecimento – Inicialmente: não se apoia nos Ml (período de astasia-abasia) – Posteriormente: inicio de apoio I – Apoiado pelas axilas, sustenta o peso do corpo sobre as pernas, altita (jogo corporal) – Mantém-se de pé segurando na grade do berço Inicialmente: puxa-se para ficar de pé Posteriormente: fica de pé apoiando-se em objeto/pessoa, passando pela posição semi-ajoelhada – Marcha lateral: anda segurando nos móveis com boa transferência de peso – Fica de pé sem apoio por instantes – Marcha livre com instabilidade e base alargada REFLEXOS E REAÇÕES – Refl. orais: sucção, deglutição, vomito, mordida, 4 pontos cardeais, r. de busca – Refl. cervical de retificação Reação de retificação labirintica – RTL – refl. tônico labiríntico – RTCA – refl. ônico cervical assmétrico – Refl. e Moro . com os 4 membros) – Refl. de Galant (encurvamento lateral do tronco) – Refl. de preensão: palmar, plantar Refl. plantares: cutâneo-plantar, de defesa e de extensão cruzada – Refl. orais: em modificação – Reação de retificação labiríntica – Refl. de Moro, de Galant : em fase de diminuição – RTCA – Refl. de preensão: plantar I – RTCS – reflexo tônico cervical simétrico Reação corporal de retificação – Reação de Landau – Reac. de Paraquedas – Mantém as reações ante Reac. de extensão protetora dos braços para trás : 1 1 meses – Reac. de equillbno: m supino em prono sentado gatas I MOTOR FINO I preensao : reflexa I.

Preensão mais reflexa – Grasping Igretagem – Esboço de preensão pelo tato Preensão pelo tato – Leva mão a boca (quebrando o padrão imposto pelo RTCA) I – Leva objetos a boca unção das mãos na linha media – Coordenação óculo-manual, pega objetos com uso de suplnaçao. – Sacode o chocalho e bate em objetos pendurados Preensão: palmar com movimento de varredura – Transfere um objeto de uma mão para outra Manipulação bimanual – bate um objeto no outro – Solta objetos -voluntariamente I – Pinça: fina com oposição de polegar Exploração maior de objetos – Empilha cubos Bate palmas – Dá tchau – Brinca VISÃO I – Brusca oclusão com luz forte, Fixa objetos de alto contraste e se vira para a luz. Fixa e segue a face do examinador e objetos em supino, coordenação óculo-cefálica (COC) I – Acompanha objetos em supino e prono. – Acompanha objetos em supino, prono e sentado – campo visual de 1800. I – Acompanha objetos em qualquer postura. AUDIÇÃO – Reage a estímulos sonoros com: diminuição da atividade espontânea, enrugamento da testa, reação de susto (startle reaction). – Mantém as rea ões anteriores e pode virar a abeça para a fonte sonor ao audio-cefálica (CAC). de sons laríngeos. I – Choro diferenciado, vocalizações e sorriso. – Vocalizações, combinação e repetição de sons, risos e gargalhadas. – Balbucio, auto-imitação. meses – fonemas linguodentals 9 meses – silabas labiais (mama, papa) – Linguagem simbólica: dá significado aos sons (papa,mama) e usa sons onomatopeicos. Fala de uma a três palavras. I Seguem abaixo, de maneira sucinta, alguns dados relevantes do desenvolvimento até os 2 anos de idade. DESENVOLVIMENTO AOS 18 MESES Até este período a criança encontra-se em fase de aquisição de abilidades, passando a fase de aperfeiçoamento. Nesta idade observamos as seguintes condutas motoras, motora fina e adaptativa: = POSTURAS: troca de posturas com facilidade. – MARCHA: mais estável e com dissociação das cinturas escapular e pélvica, bom equilíbrio, cai raras vezes, abaixa-se e pega um objeto no chão, anda segurando objetos. ESCADA: sobe escada com apoio, um degrau de cada vez e pula com os dois pés juntos = BOLA: atira com as mãos (de pé), algumas se sentam no chão para jogar bola = Empilha 3 ou 4 cubos sem ajuda = Faz encaixes de formas simples Folheia paginas de livro, 2 ou 3 de cada vez Usa o indicador seletivamente = Segura o lápis com preensão primitiva = Nomeia partes do corpo Participa ativamente no vestir, despir, banho e alimentação = Inicia controle esfincteriano DESENVOLVIMENTO AOS 24 MESES Nesta idade completa-se o desenvolvimento sensoriomotor. Observam-se as seguintes habilidades: = MARCHA/ EQUILÍBRIO: c ao cai, mantém-se com chuta bola = ESCADA: sobe com passos alternados, desce com apoio no corrimão (sózinho) = Constrói torre com 6 cubos (sem ajuda) e alinha na horizontal 2 ou mais = Faz encaixes com maior facilidade – Vira as paginas de um livro, uma a uma

IJsa o lápis com preensão adulta, imita rabiscos circulares – Atividades de Vida Diária com maior destreza: desamarra laços, tenta desabotoar come sozinha, controle esfincteriano adquirido ou em fase de aquisição. LINGUAGEM: abandonou o “jargão” (imitação da conversa), usa frases curtas de 2 ou 3 palavras, expressa- se com eu, mim, você (pode não ser correto), nomeia 3 ou mais figuras e identifica 5 ou mais figuras. CONCLUSÃO É importante que o pediatra conheça o desenvolvimento normal para que identifique as crianças com desvios. Porém algumas anormalidades encontradas no exame são muitas ezes transitórias e não podem ser usadas para um prognóstico definitivo; o que reforça a necessidade de avaliação por uma equipe especializada.

Mesmo em criancas com patologias definidas, o prognóstico varia muito em função de fatores familiares, cooperação da criança, recursos financeiros, qualidade do tratamento de reabilitação e o potencial intrínseco de cada criança; justificando sempre a intervenção o mais precoce possível. Ainda que a criança tenha um comprometimento motor severo o déficit intelectual pode não existir primariamente, vindo a se instalar muitas vezes osteriormente devido a falta de vivência corporal, de estímulos sensoriais, de oportunidades de descobrir o meio que o cerca, falta essa que seria evitada com um tratamento adequado iniciado em tempo hábil. SINAIS DE ALERTA: SUGES PAGF8rl,Fq NÇAO NEUROMOTORA SINAIS DE ALERTA: SUGESTIVO DE DISFUNÇÃO NEUROMOTORA Comportamento estereotipado, pobreza de movimentos ou movimento excessivo e desorganizado. Irritabilidade ou choro extremos; não sorri aos três meses.

Controle pobre de cabeça depois dos três meses de idade; controle ealinhamento pobres de cabeça; a facenào se encontra no plano vertical quando em prono (dec. entral). *Ver normal na figura em prono no 10 trimestre Persistente elevação da cintura escapular, protração (ombros para frente) ou retração escapular. Hiperextensão da cabeça e pescoço; no colo ou quando sentado tenta constantemente se jogar para trás. Usa somente um lado do corpo ou apenas os braços para se arrastar. Hipotonia: dificuldade de se manter nas posturas, de acordo com sua faixa etaria; não se senta sem apoio aos 8 meses; com “postura de sapo” dos membros inferiores.

Hipertonia: Pernas ou braços rígidos pelo aumento do tonus; pode ser observada pela dificuldade de repousar o corpo sobre ma superfície de suporte ou pela pobreza / dificuldade de realizar movimentos ativos ou passivos. Extensão incompleta do quadril, a pélvis se mostra persistentemente deslocada anteriormente ou posteriormente. Tonus de eixo diminuído (cabeça e tronco) combinado a um tonus distal aumentado: mãos persistentemente fechadas em pronação e rotação interna dos braços. Padrão extensor pronunciado das pernas; com adução e dedos do pé em garra. Dificuldades de alimentação devido a sucção e deglutição deficientes, projeçãode lingua, reflexo de vomlto exacerbado. I Referências Bibliográficas I Voltar ao topo PAGFgrl(Fq

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