O letramento na educação de jovens e adultos
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO ESPECIALIZAÇAO EM GESTAO E ORGANIZAÇAO DA ESCOLA JAQUELINE BORGES DE NORONHA O LETRAMENTO NA EDUCAÇAO DE JOVENS E ADULTOS Swip to view next page UBERLÂNDIA 2011 INTRODUÇÃO Transpor conhecime utilização efetiva em mesmo tempo, possíveis para os pro recursos, e 2 ali a de os para sua des que sejam, ao nham poucos desafiadoras e significativas para os alunos, mesmo que tenham dificuldades, é tarefa difícil que exige saberes e qualidades das quais poucos professores são dotados.
Em um primeiro niVel, concepções adequadas sobre a inguagem, desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, sobre o papel da interdisciplinaridade e da transdisciplinarida de sobre o ensino de leitura e de produção de textos, sobre a função do material didático são conhecimentos teóricos indispensáveis no processo de ensino -aprendizagem. istemas de ensno,necessariamente o professor deve conhecer os alunos e o meio social em que estes atuam, avaliando os conhecimentos que trazem e as capacidades que devem desenvolver, a fim de que a aprendizagem seja significativa. Finalmente, é necessário um engajamento político, que leve o rofessor a se comprometer não apenas com a construção de conhecimento ou de capacidades, de forma abstrata, mas de conhecimentos e capacidades que auxiliem os indivíduos envolvidos a se tornarem verdadeiros agentes em seu meio social.
A partir de algumas leituras feitas cujo cerne é Educação de Jovens e Adultos surgiu o interesse pelo tema da monografia “Letramento de Jovens e Adultos” Este tema foi escolhido devido sua Importância no contexto atual, pois cada vez mais jovens e adultos ingressam na escola em busca de instrumentos para viver no mundo da informação e elaborar pensamentos e ções de forma crítica, elementos básicos para a plena participação na sociedade. A esse respeito Faria (2009, pg. X) diz que “a Educação de Jovens e Adultos como premissa para o exercício da cidadania é condição básica para a plena participação na sociedade. ” Neste sentido, a escola precisa eliminar a condição de instituição burocrática, denominação que vem recebendo ao longo do tempo e passar a ser um lugar de t dos, deve transformar -se 2 2 ancorado nas teorias de Baktin, Vygotsky, Bronckart, Ferreiro, Faria e, ainda nos Parâmetros Curriculares Nacionais, pois tem uma oncepção renovada dos estudos do discurso, do ensino e do letramento.
De acordo com o interacionismo sóc io-discursivo o professor não deve ensinar letras, sílabas ou palavras de forma isolada, para que, posteriormente, o aluno agregue esses conhecimentos na produção ou na leitura de um texto. Ao contrário, compreende -se que, como aakhtin (1992) afirma, aprendemos as formas da Ilhgua ao mesmo tempo em que aprendemos a construir e a compreender os enunciados. Portanto, é do enunciado completo que se parte, assumindo as atividades escolares uma finalidade global maior, que faz com que tenham sentido para os alu nos.
Assim, a escola não pode deixar de considerar o letramento. Diante do exposto questiona-se: A instituição escolar está considerando o letramento dos jovens e adultos? Partimos do pressuposto que a escola deve incluir todos os jovens e adultos, pois es se é um direito que todos têm e que não pode ser negado, bem como considerar o letramento desses alunos, uma vez que eles interagem constantemente com textos escritos nas ruas, no comércio e no trabalho.
Este trabalho tem como objetivo geral analisar se o letramento é importante na Educação de Jovens e Adultos. E como objetivos específicos: onceituar letramento, ide spaco a Educação de 3 2 abordado apresente -se como inovador, o mesmo já possui uma história marcada por luta em favor de uma educação igualitária para o povo, para todos, numa busca incessante por uma sociedade mais justa.
Diante do tema estudado vale ressaltar q ue cabe ao professor de jovens e adultos, desempenhar seu papel, ajudando o aluno, a expressar, a se organizar e assumir o compromisso com a escola, nao se evadindo da mesma diante dos obstáculos. Para isso o professor deve antes de tudo ter clareza com seus objetivos, e estar comprometido com a formação e indivíduos críticos, onde todos possam estar inseridos em um mesmo contexto escolar e, fazer da diversidade um recurso de ensino.
Portanto, a escola enquanto agente que educam jovens e adultos precisa oferecer oportunidades para esse tipo mais abrangente de cidadão. Mais do que isso ela precisa oferecer recursos, meios de desenvolvimento, de comportamento e atitudes baseados na diversidade humana e nas diferenças individuais de seus alunos, possibilita ndo aos mesmos desenvolver um processo de construção e reconstrução de conhecimentos, capazes de contribuir para uma perspectiva de vida mais humana.
A metodologia que será utilizada no desenvolvimento do trabalho será a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo. Na pesquisa bibliográfica vários livros serão lidos e, depois resumidos. Já a pesquisa de cam o será realizada em uma Escola Municipal AGE 4 2 revisão bibliográfica será dividida em dois capítulos. O primeiro capítulo abordará a questão do letramento de jovens e adultos.
O segundo capítulo analisará os dados da pesquisa educacional realizada, a qual será investigado e confrontado as experiências dos professores e autores, o que possibilitará nas diversas reflexões, presentes no corpo deste rabalho. Assim será desenvolvido um trabalho entrelaçado com a vida dos jovens e adultos, enquanto ser social e ativo, enquanto cidadão, nas suas diferentes características e atividades sociais, em que, como propunha Freire, a leitura da palavra é entrelaçada com a leitura do mundo.
A construção deste trabalho pressupõe uma larga experiência profissional REVISÃO BIBLIOGRÁFICA As crescentes mudanças no cenário socioeconômico brasileiro, bem como nos aspectos educacionais e culturais, requerem dos jovens e adultos, cada vez mais, o dominio da leitura e da escrita. Sendo a escola uma as principais instituições encar regadas de proporcionar aos jovens e adultos esses conhecimentos, não pode deixar de considerar o letramento de seus alunos, uma vez que eles interagem constantemente com textos escritos.
Recebem também influências dos meios de comunicação que, como divulgadores de informação e de cultura, contribuem para o letramento do 2 alfabetizado,se recebe cartas que outros lêem para ele, se dita cartas para que um alfabetizado escreva,… , se pede a alguém que lhe leia avisos ou indicações afixados em algum lugar,esse analfabeto é , de certa forma I etrado, orque faz uso da escrita, envolve-se em práticas sociais de leitura e de escrita.
Neste sentido, os jovens e adultos chegam a escola com experiências e conhecimentos previamente construídos, que não devem ser ignorados pelo professor,mas ao contrário,precisam ser integrados aos conteúdos e às atividades de sala de aula. Assim, compete ao docente da Educação de Jovens e adultos : estar embasado teoricamente no sentido de f avorecer a construção do conhecimento a partir do diálogo e do respeito aos conhecimentos prévios do educando…
Ao educador da EJA é importante pensar que ele tem como desafio fazer eituras da realidade com o objetivo de coletar informações para compreendê-lo, isto é, buscar sentido, e significação para seu trabalho (FARIA,2009, p. IX). A visão de ensino-aprendizagem que serve de suporte a elaboração deste trabalho não desconhece que o professor da Educação de Jovens e Adultos deve ensinar as disciplinas como elas aparecem na vida real e ainda considera a atividade concreta do homem como fator principal para a aquisição da linguagem e de qualquer outro tipo de conhecimento.
Sobre esse o Bakhtin, declara: assunto Freitas(1 994,0. 17 6 2 dessa prática que vão urgindo as tarefas cognitivas, se engrenam e se desenvolvem a percepção,o pensamento, a linguagem e a consciência humana. Isso quer dizer que o desenvolvimento do pensamento e do letramento ocorre também na prática social como na relação com o outro. Segundo Bakhtin apud Pereira (1992,p. 275) . as produções das idéias, do pensamento, dos textos têm sempre um caráter social e coletivo.
De f orma semelhante ocorre a construção do conhecimento, que é, sempre realizada na interlocução, no diálogo, no confronto e na contradição de idéia e de opiniões. Levando essa abordagem para as práticas de ensino e prendizagem da língua materna e do letramento, percebe -se que tais processos efetivam-se nas interações sociais, por meio da escola, do professor, dos colegas e dos diversos portadores de textos, que constituem os principais mediadores para a aquisição dos conhecimentos sistematizados nas diversas áreas do saber. ? também por meio das discussões, das leituras e das produções de textos que determinado conteúdo, inicialmente desconhecido ao aluno, torna-se internalizado, isto é, aprendido com a mediação do professor, dos colegas e de outras pessoas. De acordo com Vygotsky (1987), esse rocesso de internalização não se efetiva de forma direta, mas por intermédio de várias transformações esenvolvimento do aluno, que ocorre lentamente, por melo serie transformações, pois, mesmo sendo ensinado não é necessariamente internalizada pelo aluno.
Isso é explicado, não só porque cada aluno tem seu ritmo próprio e experiências diferentes em relação à escrita, mas também porque o processo institucional muitas vezes não é adaptado ao seu desenvolvimento. Pode-se dizer que, por isso, há necessidade de o professor proporcionar assistência individualizada aos alunos que presentam mais dificuldades, bem como promover atividades diversificadas e significativas que possam criar a Zona de Desenvolviment o Proximal (ZDP), que Vygotsky (1987,p. 7) define como sendo: a distância entre o nível de desenvolvimento real,que se costuma deter da 8 2 os sujeitos envolvidos têm uma compreensão ativa e constroem sentidos e interpretações que variam conforme a situação de produção. Portanto as atividades propostas para a aprendizagem da leitura, da produção textual e dos demais conhecimentos das diversas disciplinas do currículo básico para o ensino da EJA evem basear na concepção dialógica e interativa de linguagem.
Dessa forma é necessário que „ o docente da EJA esteja embasado teoricamente no sentido de favorecer o diálogo aberto, visando a produção e a utilização das múltiplas linguagens, das expressões e dos conhecimentos históricos, sociais,científicos e tecnológicos, sem perder de vista a importância da relação interativa e mediadora, como finalidade para a sua prática( FARIA, 2009, p. 2) Nessa abordagem de linguagem, concebem-se as discussões, a leitura e a produção de textos como práticas sociais que favorecem a mpliação do letramento dos jovens e adult90s, conceito escolhido para ser o tema da monografia.
A concepção de letramento tem sido utilizada por diversos autores (soares, 1998; Tfouni, 1997; Kleiman, 1995 ; Rojo, 1998) que se contrapõem à concepção de alfabetização, normalmente relacionada ao desenvolvimento de competências individuais e escolares, muitas vezes, reduzidas Assim, a aprendizagem da leitura e da escrita não pode ser reduzida à decifração de letras e sílabas, mas, pelo contrário, considerada em uma dimensão mais ampla, porque o jovem e adulto chega à escola com a leitura de mundo previamente onstruída, como explica Freire (1986, p. 1): „ o ato de ler, que não se esgota na descodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, dai que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Como se percebe, Freire já antecipava o conceito de etramento, a leitura da palavra entrelaçada co a leitura da realidade ou do mundo.
Na perspectiva do letramento, “a leitura na escola tem por objetivos formar cidadãos capazes de compreender os diferentes tipos de textos com os quais se defrontam (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997, p. 55)”. Como se pode observar, é um objetivo ambicioso e, para ser alcançado, implica uma série de ações pedagógicas (da escola, do curr[culo e do próprio professor), a fim de que a leitura se efetive como verdadeira prática social dentro da escola, ou sela, ulto leem para adquirir 0 12