Os maiores problemas do equipamento de proteção individual (epi)

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1. INTRODUÇÃO Intoxicações ocasionadas por agroquímicos são freqüentes em todo o mundo. De acordo com a (OMS) Organização Mundial de Saúde (1990), ocorreram cerca de 3 milhões de intoxicaçóes por agroquímicos por ano, sendo 220 mil casos com mortes. Essa mesma fonte propõe que anualmente, cerca de 70 mil intoxicações agudas ocorrem entre os trabalhadores rurais. Intoxicações não fatais ocorrem em um número não relatado e muito maior de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1990).

Sendo um problema mundial, e or 12 é pior. Dados do SINI X i e intoxicação por ag tóxico OSWALDO CRUZ, 20 rurais em sua totalid vimento a situação ram 12. 257 casos 2005 (FUNDAÇAO r os produtores negócio atual exige respostas rápidas na troca de mercadoria, uso de máquinas e principalmente o emprego de técnicas como a utilização de agroquímicos (SANTOS & RISTOW, 2010). A via de exposição ao agente tóxico está relacionada à gravidade da intoxicação, junto a fatores como dose, toxicidade do agente tóxico e tempo de exposição (REBELO et al. 2011). Entretanto, vários estudos mostram que os EPI’s podem estar associados a aumento de eso, menor conforto térmico e menor portabilidade sendo o principal motivo da não utilização dos EPI’s há relatos de incômodos e chega até a levar o trabalhador rural ao estresse térmico (COUTINHO et al. , 1994). Recentemente o Ministério da Agricultura francês (MINAG, 2006 in: VEIGA et al. , 2007) solicitou u SWipe to page uma pesquisa e identificou que os EPI’s recomendados raramente eram utilizados isso gerou maior questionamento da eficácia destes.

No Brasil vários estudos vêm mostrando essas mesmas sltuações como pode ser visto no trabalho de Faria et al. 2005). Considerando que o emprego dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), apesar de não ser bem aceito, é uma tecnologia de proteção disponível até o presente momento (ILO, (2001 ) in: VEIGA et al. (2007)). Este trabalho se propõe a discutir quais os são os maiores problemas do Equipamento de Proteção Individual (EPI) utilizados na aplicação de agrotóxicos, cumprimento e conhecimento da legislação vigente no país, do ponto de vista dos produtores das regiões de Paracatu e Guarda-Mor – MG. 2. MATERIAL E MÉTODOS Este estudo foi realizado nas regiões o “Curralinho, Santa Bárbara, Projeto Entre Ribeiros e Projeto Sul Brasil” nos municípios de Paracatu e Guarda-Mor, foram entrevistados 20 produtores em 20 propriedades distintas que representam todos os perfis de produtores da região, são proprietários de fazendas em que as principais culturas são milho, soja e feijão com área média de 300 ha, com alta tecnologia empregada em suas atividades agrícolas. A obtenção dos dados foi por meio de abordagem direta em forma de entrevista previamente elaborada.

As entrevistas foram todas realizadas durante a safra de 2011/2012. Os entrevistados foram odos proprietários e do sexo masculino. Os dados obtidos nessas regiões foram dlscutidos com base na percentagem de ocorrências utilizando fundamentos das estatísticas descritiva para a sua análise. 7 12 das estatísticas descritiva para a sua análise. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Quando perguntados se já receberam a visita de algum órgão como CREA, MTê (Ministério do Trabalho e Emprego) entre outros, 55% dos entrevistados disseram que sim (gráfico 1).

Dados similares foram discutidos por Monquero et al. (2008) que concluíram em seus estudos dentre outras, a necessidade e se intensificar a fiscalização como sendo uma solução para reduzlr as Intoxicações e contaminações do meio ambiente. Os mesmos autores viram que, juntamente à fiscalização, ter maior controle e um acompanhamento técnico adequado na utilização de agroquímicos, são essenciais à redução dos riscos ao ambiente e à saude do trabalhador.

Ainda no contexto da mesma pergunta ao serem questionados sobre autuações, nenhum dos proprietários havia sido autuado até a safra 2011/2012, (gráfico 2). Entretanto, todos os proprietários que foram fiscalizados esponderam que não foram fiscalizados por mais de duas vezes (gráflco 3), esse fato novamente concorda com os dados em Veiga et al. , (2007) e Monquero et al. , (2008) onde se discute a necessidade de intensificação da fiscalização. Gráfico 1 : _ Fiscalização de órgãos competentes. Sim Não 8 Gráfico 19 conhecimento.

Os outros 80% responderam que o motivador para a utilização era o compromisso com a saúde e o conhecimento da legislação NR31 (gráfico 4). No item 31. 7. 20. 1 da Norma Regulamentadora NR 31 há uma série de exigências que vão muito além da preocupação com a saúde do trabalhador trechos da normativa em 1), entrando na questão destacada por Monquero (2008), o acompanhamento técnico adequado na utilização de agroquímicos é essencial, mas ao mesmo tempo o proprietário deveria conhecer essas regras da legislação.

Do item 31. 7. 20. 1 da Normativa regulamentadora NR 31, pode-se destacar algumas atribuições importantes onde os proprietários devem treinar seus funcionários através de uma comissão criada em propriedades com mais de 20 funcionários para cumprir normas de segurança dentro das empresas rurais a CIPATR (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural). A média representativa (propriedades estudadas) da região, não se enquadra nessa exigência por terem poucos funcionários. b) estudo das condições de trabalho com análise dos riscos originados do processo produtivo no campo, bem como medidas de controle (por exemplo, nos temas agrotóxicos, maquinas e equipamentos, riscos com eletricidade, animais peçonhentos, ferramentas, silos e armazéns, transporte de trabalhadores, fatores climáticos e topográficos, áreas de vivência, ergonomia e organização do trabalho); c) caracterização e estudo de acidentes ou doenças do trabalho, metodologia de nvestigação e análise; d) noções de primeiros socorros; g) noções sobre prevenção e combate a incêndios; h) princípios gerais de higiene no trabalho; j) proteção de máquina prevenção e combate a incêndios; h) princípios gerais de higiene no trabalho; j) proteção de máquinas equipamentos; k) noções de ergonomia. ” Gráfico 4: _Quando há o fornecimento do EPI, qual o motivo. Conheço a legislação NR 31 . Por que tenho compromisso com a saúde deles. 0% 10 os proprietários que desconhecem e SSaS normas (NR provavelmente não cumprem a legislação corretamente, ois todos os entrevistados são: os próprios responsáveis, gerentes e às vezes os próprios aplicadores e ou trabalhadores. Fato interessante é que 85% dos produtores rurais cobram os Equipamentos de Proteção Individual ao seu quadro de funcionários (gráfico 5). Esse número mostra que há preocupação por parte dos produtores s funcionários que em PAGF as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente comprovadas inviáveis ou quando não oferecerem completa proteção contra os riscos decorrentes do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; c) ara atender situações de emergência”. Gráfico 5: _ Há cobrança a partir do produtor ao uso do EPI Sirn Não Gráfico colaboradores cobram os EPI’s.

Sim Não 65% Fato que deve ser considerado pelos órgãos competentes como o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), CREA entre outros é a não adequação do Equipamento de Proteção Individual às atividades do campo conforme conclusões de Coutinho et al. , (1994). Esse fato foi observado na região estudada na pesquisa, pois quando questionados se há alguém que se nega a utillzar um EPI na propriedade a justificativa desses funcionários em 00% dos casos foi o desconforto térmico (gráfico 6). Esse fator também foi verificado em Veiga et al. , (2007) em revisão de outros trabalhos. Conforme relatos, os municípios de Paracatu e Guarda-Mor tem médias de temperatura muito elevadas principalmente na região do Projeto Entre Ribeiros. Gráfico 6: _Qual o motivo do não uso do EPI.

Desconfortável 100% PAGF 19 que não (gráfico 8). Esse tipo de resposta deve ser observado com cautela, por exemplo, na metodologia empregada por Faria et al. (2004), sugeriu-se superestimação ou causalidade reversa por meio de testes estatísticos, ao comparar dados de uso o EPI com dados de intoxicações em aplicadores. Faria et al. (2004) consideraram a necessidade de relativizar os resultados dessa mesma pergunta realizada por eles em seus estudos em detrimento de erros de memória, por se tratar de períodos de tempo relativamente muito prolongados em questão. Gráfico 7: _ Há dificuldade por parte dos produtores em explicar quão é importante o uso do EPI.

O custo do EPI teve opiniões divergentes, 1 5% dos entrevistados consideraram-no de baixo custo, 75% disseram que acha o preço razoável e apenas 10% considera-o caro (gráfico 9) . Neste ontexto, a faixa de preço do 13 EPI entre R$ 50 – R$ 70, foi relatada por 65% dos produtores (gráfico 10) enquanto que 35% dos entrevistados responderam que pagam valores acima de R$70. Tomando como referência a ineficácia dos EPI’s que chegaram a ser considerados por Veiga et al. , (2007) uma fonte de contaminação, o produtor poderia considerar inviável sua utilização pois deveria descartá-lo a cada pequeno turno de trabalho. Entretanto algumas pesquisas mostram durabilidades divergentes.

Santos & Monteiro chegaram ? conclusão de durabilidade de 30 avagens leves até o descarte, onsiderando não lavar junto a outras roupas e evitando o contato com o EPI e o local de limpeza. Gráfico g: custo EPI. CARO RAZOÁVEL BARATO Gráfico 10: Qual o valor do EPI para o produtor. DE R$ 50,00 A R$ 70,00 ACIMA DE R$ 70,00 14 A conservação do EPI por parte dos funcionários foi relatada por 15% dos entrevistados (gráficol 1). Segundo Veiga et al. (2007) os métodos de limpeza expuseram os trabalhadores rurais a contaminações imediatas, tanto aos que fizeram a limpeza bem como aos que entraram em contato com a área de limpeza, como se não bastasse houve nova contaminação ao vestir o EPI ontaminado novamente.

Feitas essas considerações é muito questionável a reutilização do EPI. _ É feito a conservação do EPI pelo colaborador. Gráfico 11: SIM NAO Ao serem questionados se os funcionários fazem o uso do EPI completo (luvas, máscara, óculos, botas, calça, camisa, boné árabe e avental), apenas 40% responderam que sim (gráfico 12). Estas duas respostas mostram novamente a correlação negativa entre as respostas sobre o conhecimento da NR 31, onde é citado no item 31. 20. 2 “O empregador rural ou equiparado, de acordo com as necessidades de cada atividade, deve fornecer os trabalhadores os seguintes equipamentos de proteção individual… “. or outro lado (SHIN et al. (1998) & JEYARATNAM et al. (1987) in: FARIA et al. (2004)) contestaram a eficácia das roupas usadas inclusive no estudo de Faria et al. (2004), como já foi citado anteriormente, a rou a não teve correlação com o índice de intoxicações exis a pergunta completa a fim de 15 evitar algum problema que venha a ocorrer por decorrência do uso de agroquímicos (gráfico 13). Ajustificativa em todos os casos foi o alto custo de tal treinamento. Ainda na opinião de muitos dos entrevistados essa responsabilidade deveria ser o Poder Público e ou das empresas por meio de parcerias, nunca exclusivamente do proprietário.

Segundo eles, regras assim tornam a atividade um negócio não lucrativo e tornando a agricultura cada vez menos “sustentável”, pois o custo de produção já é muito alto. “_lsso só faz piorar o meio ambiente!!! ” Gráfico 1 2: O colaborador usa todo equipamento de proteção individual. 40% SIM NÃO Gráfico 13: _ Há capacitação para seus colaboradores em relação ao uso do EPI. SIM NÃO 16 4. CONCLUSÕES A fiscalização sobre o uso correto do EPI na região de Paracatu e Guarda-Mor é deficiente. Cerca de dos entrevistados conhecem que o uso correto do EPI pode amenizar os danos ? saúde do aplicador. 85% dos empregadores exigem o uso do EPI pelos funcionários enquanto 65% dos funcionários exigem o EPI dos seus empregadores.

Na re ião amostrada a principal queixa dos usuários de EPI é o de ico em 100% dos casos PAGF 12 preço razoável e apenas 10% considera-o caro Apenas 10% dos entrevistados treinaram seu quadro de funcionários para evitar possíveis acidentes, ou banalização do uso do EPI. 17 REFERÊNC AS BIBLIOGRÁFICAS CASTRO, M. G. ; Gurgel M. de; FERREIRA, A. P. ; MATTOS, I. E. uso de agrotóxicos em assentamentos de reforma agrária no Município de Russas (Ceará, Brasil): um estudo de caso. Epidemiol. Sere’. Saúde[online]. 2011, vol. 20, n. 2, pp. 245-254. ISSN 1679-4974. COUTINHO, J. A. G. Uso de agrotóxicos no município de Pati do Alferes: um estudo de caso. Caderno de Geociências, n. 10, p. 23-31, 1994. FARIA, N. M. X. ; FACCHINI, L. A. ; ASSA, A. G. ; TOMASI, E. Trabalho rural e intoxicações por agrotóxicos. Cad. Saúde Pública [online]. 2004, vol. 20, n. 5, pp. 1298-1308.

ISSN OI 02-31 IX. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Sistema Naclonal de Informações Tóxico Farmacológicas (SINITOX). Estatística Anual de Casos de Intoxicação e Envenenamento. Brasil, 2006. Acesso em: 25 de janeiro de 2012. ILO. International Labour Office. Guidelines on occupational safety and health management systems, ILO-OSH 2001, Geneva. 2001. JEYARATNAM, J. ; LUN, K. c. ; PHOON, W. O. survey of acute pesticide poisoning among agricultural workers in four Asian countries. Bull World Health Organ 1987; 65:521-7. MINAG. Analyse et synthése des contrâles réalisés en 2003 et 2004 concernant le respe entation de protection de P-AGF

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