Pecado original
FACULDADE ADVENTISTA DA BAHIA Seminário adventista Latino Americano de teologia Sede IAENE ESTUDOS AVANÇADOS EM TEOLOGIA – 2007 Disciplina: Doutrina do Homem João Antônio Rodrigues Alves Alunos (Grupo 07): 1. Luis Fernando; PECADO ORIGINAL Objetivo: O objetivo deste estu expressão “pecado o OF8 p istórico da cias para a teologia cristã e a posição adventista sobre o tema. O Pecado Para melhor conhecimento ou interação do tema, precisamos perceber a forma como o ‘pecado’ era visto pelo mundo cristão e suas implicações.
St Agostinhol, definiu pecado como: “O que é ito, feito ou desejado contra a lei eterna, entendendo como lei eterna a vontade divina cujo fim é consemar a ordem no mundo e fazer o homem desejar cada vez mais o bem maior e cada vez menos o bem menor”. Tomaz de Aquino e Kant concordam com St Agostinho e acrescentam: “que pecado é a transgressão da Lei Moral vista como um mandamento divino. St Agostinho conclui: “que o pecado deliberado do primeiro homem foi a causa principal da originalidade do pecado no mundo, isto caracterizou proibição, era a prova de lealdade entre criatura e Criador. Nossos primeiros pais pecaram pois, “O SENHOR Deus, por isso, lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado”. (Gn 3:23) E o apóstolo Paulo afirma: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. Rm 5:12). Embora o pecado já estivesse presente no universo antes da queda de Adão e Eva, evidenciado pela presença do tentador no Jardim do Éden, o que nos prende a atenção é o pecado dos nossos primeiros pais e como este pecado foi transmitido aos seus descendentes. O pecado de Adão afetou muito mais do que le próprio. Como diz St Agostinho “o pecado deliberado pelo primeiro homem foi a causa do Pecado Original e que a mancha hereditária foi transmitida como consequência desse pecado” . A Doutrina do Pecado Original Stanley Horton afirma que “esta questão é chamada Pecado Original e postula três perguntas: Até que ponto, por quais meios e em que base o pecado de Adão é transmitido ao restante da humanidade? ‘4 E de acordo com Ellen White,”O pecado provocou terrível separação entre Deus e o homem”. 5 Emanuel Kant, por sua vez, define o pecado como uma fraqueza nerente à natureza humana, sem se envolver em interpretações históricas.
Conceito judaico: A definição de Pecado Original no conceito judaico está mais ligada à idade em que a manifestação da natureza má se percebe em uma pessoa. As discussões filosófico-teoló icas a respeito do Pe má se percebe em uma pessoa. As discussões filosófico-teológicas a respeito do Pecado Original geralmente tiveram como objeto a maneira como esse Pecado se transmitiu de Adão aos outros homens, e não o pecado em si ou sua natureza. E este tema tem sido exposto na história do cristianismo como: “estado de culpa”.
Há uma corrupção física da raça humana, corrupção derivada de Adão, mas esta não constitui pecado e não envolve culpa Tomaz de Aquino enumerava duas hipóteses principais, aduzidas para a solução deste problema: “a hipótese do Traducianismo, segundo a qual a alma racional transmite-se com a semente, de tal maneira que de uma alma infecta derivam almas infectas”; e a hipótese da hereditariedade, segundo a qual “a culpa da alma do primeiro genitor transmite-se à prole, embora a alma não se transmita do mesmo modo com os defeitos do corpo se transmitem de pai para filho”. Ao referir-se ao agnosticismo, Stanley diz que “qualquer assertiva quanto à pecaminosidade que vai além de uma conexão entre Adão e a raça humana é considerada especulação filosófica”; Pelágio ensinava “que a justiça de Deus não permitiria a transferência do pecado de Adão a outras pessoas e que, portanto, todas as pessoas nascem sem pecado e livre arbitrio. para ele os indivíduos nascem com a mesma natureza de Adão antes da queda. O pecado é disseminado pelo mau exemplo” Para ele, “a morte de Cristo é reduzida a um bom exemplo”. St Agostinho, em oposição a Pelágio, defendeu a idéia de que pecado de Adão transmite a sua responsabilidade a todos os homens e o 3 defendeu a idéla de que o pecado de Adão transmite a sua responsabilidade a todos os homens e os faz culpáveis. Seus argumentos eram dois: Adão é o pai físico de toda a raça humana, os homens são pecadores por haverem herdado o pecado como descendentes deste primeiro pai pecador; e Adão era o representante de toda raça humana. Em conseqüência todos os homens são pecadores em Adão. Tomás de Aquino sustentava que o Pecado Original, considerado em seu elemento material e concupiscência, mas em seu lemento formal é a privação da justiça original. “O Pecado Original é descrito como um amolecimento da natureza”. 10 Já Calvino diferia de St Agostinho em dois pontos: acentuava o fato de que o pecado não é uma coisa puramente negativa e que não se limita à natureza sensorial e emocional do homem, mas, está difuso em todas as partes da ‘alma’. O que nos torna sujeitos a ira divina.
Semi-pelagianismo: contrários ao pensamento agostiniano de que a natureza do homem, tanto física como moral, é totalmente corrompida pelo pecado de Adão de modo que ele não pode eixar de pecar, admitia que a raça humana toda esta envolvida na queda de Adão, mas negava a depravação total do homem, a culpa do Pecado Original e a perda da liberdade da vontade. Sobrou o livre arbítrio suficiente para a Iniciativa de ter fé em Deus, e então Ele corresponderá. 12 Tertuliano introduziu na igreja latina a tendência de que a propagação da alma envolve a propagação do pecado.
E Ambrósio foi além de Tertuliano ao considerar o Pecado Original como um estado, distinguindo entre a co 4DF8 como um estado, distinguindo entre a corrupção inata e a resultante culpa do homem. Transmissão natural ou genética: Sustenta que a transmissão da natureza corrupta baseia-se na herança. “Por certo que as características espirituais são transmitidas da mesma forma que as naturais”. 13 Recebem a natureza corrompida mas não a culpa. Imputação Mediada: Entende que Deus imputou culpa aos homens por meios indiretos ou mediados.
Citando Placeu (1596 — 1655) Stanley Horton afirma que o pecado de Adão o fez culpado, e, como castigo, Deus corrompeu-lhe a natureza. Embora os descendentes não sejam culpados pelo pecado de Adão, mesmo assim receberam as conseqüências de seu pecado. 3 Realismo: O tecido da alma de todas as pessoas estavam realmente e pessoalmente em Adão, participando de fato no seu pecado. Cada uma pecou. 14 Os evolucionistas acreditam que o pecado é um resquício natural da anterior natureza animalesca do homem. 7 Para St Agostinho a corrupção era transmitida pelo ato sexual. Assim conseguia manter Cristo livre do Pecado Original, porque Ele nasceu de uma virgem. 15 Wayne Grudem , em seu livro, Teologia Sistemática, 1999, p 405 define da seguinte maneira a questão do Pecado Original: Primeiro: o seu pecado atingiu a base do conhecimento, orquanto Eva deu uma resposta diferente à pergunta: ‘o que é verdadeiro? mas Eva decidiu duvidar da veracidade da Palavra de Deus, então fez uma experiência para ver se Deus falava a verdade.
Segundo: seu pecado a S fez uma experiência para ver se Deus falava a verdade. Segundo: seu pecado atingiu a base dos parâmetros morais pois ela também deu uma resposta diferente à pergunta: ‘o que é certo? ‘ Deus dissera que era moralmente certo que Adão não comesse o fruto daquela única árvore. Mas a serpente sugeriu que seria certo comer porquanto eles se tornariam ‘como Deus’ (Gn. 3:5). Terceiro: Seu pecado deu uma resposta diferente à pergunta: ‘quem sou eu? ‘. E na sua insensata desobediência Adão e Eva sucumbiram à tentação de ser ‘como Deus’.
O Pensamento Adventista De acordo como Mário Veloso, a questão do Pecado Original tem dois aspectos Importantes: “sentido pessoal’ e a sua entrada no mundo lhe dá características históricas”. 18 No momento em que o pecado entrou no mundo através de um homem, “passa da esfera dos acontecimentos históricos a esfera das experiências e responsabilidades individuais”. Neste contexto a morte se espalha por toda humanidade. O que Adão e Eva transmitiram de herança aos seus descendentes não foi a culpabilidade do pecado, mas a tendência a pecar.
De acordo com os escritos de Ellen White podemos resumir a compreensão adventista sobre o pecado delineada em nove itens principais: 1. Deus é amor e espera que as suas criaturas reconheçam este amor manifesto no pagamento do preço pelo pecado; 2. Foi a ambição de Lúcifer que o colocou contra os desígnios de Deus; 3. Esta rebelião ocasionou sua expulsão do Céu e com ele se originou o pecado; 4. O relacionamento seri m estrita obediência a Sua om ele se originou o pecado; 4. O relacionamento seria mantido com estrita obediência a Sua vontade; 5.
Ao caírem em pecado, Adão e Eva rebelaram-se contra Deus e declararam sua independência dEIe; 6. O pecado começou com as suas consequências que incluíam depravação e morte; 7. A remissão seria realizada pelo oferecimento de Seu Filho como oferta pelo pecado, plano este estabelecido antes da criação do mundo e anunciado logo após a queda; 8. Todos os que aceitarem o Filho de Deus receberão perdão e vida eterna; 9. O pecado será eliminado por ocasião do retorno de Jesus ? ara o estabelecimento de um Novo Céu e uma Nova Terra.
Estes são os principais ensinamentos sobre a questão do pecado. Os adventistas não enfatizam a idéia do pecado original no sentido que seus descendentes são co-responsáveis pela culpa do pecado de Adão. O pecado resulta da condição de inimizade com Deus no qual todo ser humano nasce e esta inimizade envolve a tendência hereditária para cometer pecado. “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. (Rm 5:12) “… is todos pecaram e carecem da glória de Deus, (Rm 3:23) Pois assim como, por uma só ofensa, veio juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. (Rm 5:18) Bibliografia: 1. Abbagnano, Nicola, Dicionário de Filosofia. Editora Martins Fontes, São Paulo. p. 746. 2. Herber Abbagnano, Nicola, Dicionário de Filosofia. Editora Martins Fontes, São Paulo. p. 746. 2. Herbermann, Charles. The Catholic Encyclopedia. Encyclopedia Press, INC. p. 312. 3. Idem. 4. Erickson, Millard J.
Introdução a Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1997. p. 269 5. White, Ellen G. Maravilhosa Graça. Casa Publicadora Brasileira, Tatu’, sao Paulo. p. 152. 6. Veloso, Mário. Homem, Pessoa Vivente. Editora Alhambra Ltda, Brasaia, DF. p. 80 7. Abbagnano, Nicola, Dicionário de Filosofia. Editora Martins Fontes, São Paulo. p. 747. 8. Horton, Stanley M. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro, CPAD, 1996. p. 273. 9. Veloso, Mário. Homem, Pessoa Vivente. Editora Alhambra Ltda, Brasilia, DE p. 81. 10. Grudem, Wayne, Teologia Sistemática, Vida Nova, São Paulo, 1999. p. 247. 1 1 . Horton, Stanley M.
Teologia Sistemática. Rio de Janeiro, CPAD, 1996. p. 273. 12. Idem. p. 237. 13. Miley, John. Systematic Teology, Vol l. p. 505. 14. Horton, Stanley M. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro, CPAD, 1996. p. 274. 15. Hoekma, Antony A. Holy Spirit Baptism. Inter Varsyt, 1964. p. 8 16. Horton, Stanley M. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro, 17. Champlin, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Candeia. São Paulo, 1995. p 151 . 18. Veloso, Mário. Homem, Pessoa Vivente. Editora Alhambra Ltda, Brasilia, DF. p. 83 19. Handbook of Seventh-day Adventist Theology, Vol 12, p. 265. 8