Positivismo

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positivismo lуgico 1′) Nenhum dos meus filhos й gordo; 3) Todo o glutгo, que seja uma das minhas crianзas, й gordo; 6) Logo, nenhum glutгo, que seja uma das minhas crianзas, й meu filho. Ern segundo lugar, por CONVERSГO e depois podemos reformular a proposiзгo 2 na proposiзгo equivalente 2′: Todas as minhas crianзas saudбveis fazem exercнcio. Por outro lado, tomando (no co «filha» como equival filho», e, de novo por OBVERSAO, podemo na proposiзгo equiva 2 page crianзas que fazem exercнcio sгo meus filhos.

Juntando estas duas proposiзхes como premissas, obtemos o seguinte silogismo vбlido: OBVERSAO, 2′) Todas as minhas crianзas saudбveis fazem exercнcio; 4′) Todas as minhas crianзas que fazem exercнcio sгo meus filhos; 7) Logo, todas as minhas crianзas saudбveis sгo meus filhos. Finalmente, tomamos as conclusхes dos silogismos I e II como premissas e obtemos o filosуfico analнtico, conhecido tambйm por «neopositivismo» e por «empirismo lуgico”. Tendo surgido nos anos vinte com o Cнrculo de Viena, o positivismo lуgico manteve uma vasta influкncia durante cerca de trinta anos.

Os elementos deste movimento, unidos por uma postura radicalmente empirista e anti-metafнsica (apresentada como «concepзгo cientifica do mundo»), procuraram revolucionar a filosofia atravйs do uso dos recursos da lуgica simbуlica na anбlise da linguagem cientнfica. Liderado por Moritz Schlick, o Cнrculo de Viena funcionou inicialmente como um simples grupo de discussгo animado pela presenзa de diversos filуsofos e cientistas. Rudolf Carnap e Otto Neurath foram, a par de Schlick, os filуsofos do Cнrculo que mais se destacaram.

A partir de 1929, o Cнrculo estruturou-se com o objectivo de tornar o positivismo lуgico um movimento filosуfico verdadeiramente internacional. Desse esforзo consciente, conduzido em grande arte atravйs da realizaзгo de congressos internacionais, resultaram contactos e alianзas com filуsofos escandinavos, polacos, britвnicos e norte-americanos. O pequeno grupo de filуsofos da escola de Berlim foi especialmente influente no desenvolvimento do positivismo lуgico.

Alйm de Carl Hempel e de Richard von Mises, destacou-se nesse grupo Hans Reichenbach, que dirigiu com Carnap a revista Erkenntnis, o уrgгo principal do movimento. Ao longo dos anos trinta, embora o movimento estivesse em plena ascensгo, o Circulo de Viena conheceu um declнnio que culminou no seu desaparecimento. A morte de Schlick, ue foi assassinado por u 2 2 de hostilidade polнtica provocou a dispersгo dos elementos do Cнrculo, e o grupo de Berlim tambйm nгo resistiu а emergкncia do nazismo.

O palco da 577 actividade do positivismo lуgico deslocou-se assim para os Estados Unidos e tambйm para Inglaterra, onde em 1936 A. J. Ayer publicou Linguagem, Verdade e Lуgica, a introduзгo clбssica а posiзгo filosуfica avanзada pelos filуsofos do Circulo de Viena. A filosofia do positivismo lуgico, embora se tenha apresentado explicitamente em ruptura com a maior parte da filosofia tradicional, nгo deixa de reflectir um vasto leque de influкncias.

Em aspectos cruciais, ela consiste no desenvolvimento de teses caracterнsticas do empirismo britвnico, sobretudo do de David Hume, o que se traduziu numa oposiзгo radical а epistemologia kantiana. A este respeito, afirma-se no manifesto do C[rculo de Viena, publicado em 1 g29: «A concepзгo cientнfica do mundo nгo reconhece qualquer conhecimento incondicionalmente vбlido obtido a partir da pura razгo, quaisquer «juizos sintйticos a priori» [… A tese fundamental do empirismo moderno consiste precisamente na rejeiзгo da possibilidade do conhecimento sintйtico a priori. ” Para a defesa desta tese, os positivistas ncontraram um apoio significativo no convencionalismo de Henri Poincarй, segundo o qual as proposiзхes da ge ao sintйticas a priori e 3 2 ъnica descriзгo possнvel do espaзo, foi interpretado por Schlick em termos convencionalistas ainda antes de ir para Viena. A influкncia do logicismo de Frege e Russell pesou tambйm no sentido da aceitaзгo do convencionalismo em relaзгo а matemбtica.

A realizaзгo do programa logicista, conduzido essencialmente pelo uso da nova lуgica simbуlica, foi ainda influente na formaзгo do positivismo lуgico por exemplificar uma maneira cientifica de filosofar. O mesmo se pode dizer do Tratactus Logico-Philosophicus de Wittgenstein, onde os positivistas puderam reconhecer-se numa concepзгo de filosofia enquanto actividade de anбlise da linguagem, actividade essa distinta de qualquer investigaзгo empнrica. O Tratactus foi tambйm inspirador na elaboraзгo da teoria central do positivismo lуgico: a teoria verificacionista do significado.

Inicialmente, o verificacionismo foi apresentado como uma tese sobre aquilo em que consiste o significado de uma asserзгo. Essa tese foi condensada na seguinte fуrmula: «O significado de uma afirmaзгo й o mйtodo da ua verificaзгo»- No entanto, o verificacionismo acabou por ser entendido primariamente como um critйrio para distinguir as asserзхes com significado das asserзхes sem significado. Segundo este critйrio, uma asserзгo tem significado se, e sу se, 1) й analitica ou contraditуria ou 2) й empiricamente verificбvel.

Reconhecem-se assim apenas dois tipos de proposiзхes genuнnas: as proposiзхes analнticas a priori e as proposiзхes sintйticas a osteriori. As primeiras, exemplificadas especialm AGE 4 2 contingentes. As asserзхes identificadas com a «metafнsica» nгo tкm por isso qualquer significado, ou, pelo enos, sгo destituнdas de significado cognitivo. Podem ter algum significado emocional, mas nada afirmam que seja verdadeiro ou falso, sendo meras «pseudoproposiзхes» que resultam de «pseudoproblemas”.

Alйm de asserзхes claramente metafisicas como «a realidade й espiritual», foram incluнdas nesta categoria todas as asserзхes tнpicas da йtica e da estйtica. Mesmo a epistemologia nгo ficou imune а devastaзгo imposta pelo critйrio da verificabilidade. Na medida em nгo se deixa reconduzir а psicologia empнrica, tambйm ela deve dar lugar а actividade de anбlise lуgica da inguagem. Nгo nos devemos impressionar demasiado com toda esta hostilidade perante a filosofia tradicional.

A verdade й que muitos dos problemas filosуficos tradicionais foram 578 recuperados e amplamente discutidos no contexto da «anбlise lуgica» considerada legнtima. O problema de saber o que sign’fica ao certo «empiricamente verificбvel» deu origem a inъmeras versхes do critйrio positivista, mas pelo menos neste aspecto prevaleceu sempre o consenso: mesmo que, devido a limitaзхes tecnolуgicas, uma asserзгo nгo possa ser verificada na prбtica, ela nгo deixa de ter significado desde ue possa ser verificada em princнpio. or isso, uma asserзгo como «existem lanetas noutras galбxias”, embora nas circ uais nгo s 2 espiritual», jб que esta asserзгo e a sua negaзгo nгo diferem em consequкncias empнricas. Tal como foi defendido por Schlick, este critйrio de significado traduziu-se na exigкncia de «verificabilidade forte». Nesta versгo, o critйrio da verificabilidade diz-nos que uma asserзгo й empiricamente verificбvel se, e sу se, 1) й uma proposiзгo elementar observacional ou 2) й equivalente a uma conjunзгo finita logicamente consistente dessas proposiзхes.

Uma asserзгo nгo anal[tica sу tem assim significado quando й conclusivamente verificбvel, ou seja, quando, em princнpio, podemos verificб-la definitivamente atravйs do conhecimento das proposiзхes elementares que determinam o seu significado. Esta exigкncia de verificabilidade conclusiva foi muito criticada, sobretudo por se mostrar demasiado restritiva. Ela parece excluir da classe das asserзхes com significado diversos tipos de asserзхes vistos como legнtimos pela maior parte dos positivistas.

As asserзхes estritamente universais, como nгo se deixam reduzir a um conjunto finito de proposiзхes bservacionais, nгo podem ser conclusivamente verificadas nem em principio. Entre essas asserзхes contam-se as leis cientнficas, e por isso considerб-las como destituнdas de significado seria colocб-las no mesmo plano que a metafнsica. As asserзхes puramente existenciais tambйm suscitam dificuldades porque, mesmo admitindo que estas sгo conclusivamente verificбveis, as suas negaзхes nгo o sгo, jб que a negaзгo de uma asserзгo existencial й uma asserзгo universal.

Isto tem a consequкncia estranha de existirem asserзхes com s negaзгo nao tem 6 2 excluido. Alйm destas objecзхes, que se apoiam na forma lуgica das asserзхes consideradas, os crнticos da «verificabilidade forte» defenderam tambйm que nгo й possiVel verificar conclusivamente asserзхes sobre o passado ou sobre experiкncias de outras pessoas, embora essas asserзхes tenham significado cognitivo.

Carnap e Ayer contam-se entre os positivistas que rejeitaram a exigкncia de verificabilidade conclusiva, tendo proposto no seu lugar um critйrio de «verificabilidade fraca» ou «confirmabilidade». Neste tipo de versгo do critйrio positivista, declara-se que uma asserзгo nгo tem de er implicada por um conjunto de proposiзхes elementares observacionais para ter significado. Й antes necessбrio que exista um conjunto dessas proposiзхes que possa simplesmente confirmar num certo grau de probabilidade a asserзгo em causa.

Ayer tentou formular este critйrio nos seguintes termos: «A caracterнstica principal de uma proposiзгo factual genuнna nгo й que esta deva ser equivalente a uma proposiзгo da experiкncia, nem a qualquer nъmero finito de proposiзхes da experiкncia, mas simplesmente o facto de algumas proposiзхes da experiкncia poderem ser deduzidas a partir dela em conjunзгo com determinadas utras premissas sem serem dedutнveis apenas a partir destas» (Ayer 1946: 1 5) Esta versгo do critйrio positivista admite que as asserзхes universais podem ter significado (de uma asserзгo com a forma Vx (Ax Bx), por exemplo, podemos deduzir uma proposiзгo observacional Ba fazendo sa adicional Aa), mas tem 2 escolhida arbitra- 579 riamente, podemos deduzir a proposiзгo observacional expressa pela frase «Esta rosa й vermelha» se usarmos a premissa adicional «Se o Absoluto й preguiзoso, esta rosa й vermelha», que por si nгo implica a conclusгo. Ayer reformulou entгo o seu critйrio para corrigir sta abrangкncia excessiva, mas nao conseguiu evitar o mesmo tipo de critica, e a discussгo sobre a versгo exacta do critйrio da verificabilidade encaminhou se para formulaзхes com uma complexidade ptolemaica. A plausibilidade Inicial do critйrio, que chegou a ser considerado por Schlick como um simples truнsmo, foi enfraquecendo e tornando manifesta a importвncia de esclarecer esta questгo: o que acontece ao critйrio da verificabilidade quando o aplicamos a si mesmo?

Se й uma asserзгo com significado, entгo, pelo que diz, tem de ser analнtica ou empiricamente verificбvel. No primeiro caso, parece que devemos nterpretб-la como uma simples estipulaзгo para o uso do termo «significado cognitivo», mas assim perde-se todo o fundamento para rejeitar a «metafisica». Serб entгo que o critйrio da verificabilidade й uma hipуtese factual empiricamente verificбvel? Neste caso, parece que devemos concebк-lo como uma hipуtese sobre como certas pessoas usam de facto termos como «significado» ou «significado cognitivo», o que tambйm nгo й muito promissor, jб que nenhum positivista conduziu qualquer tipo de investiga ara saber se tinha razгo. 2 a existкncia de certas proposiзхes elementares observacionais, apazes de servir de base para o processo de verificaзгo. Mas qual serб a natureza dessas proposiзхes? Esta questгo suscitou uma das maiores polйmicas internas no movimento positivista. Se, como Schlick supunha, as proposiзхes elementares se referem a experiкncias privadas, como poderгo elas constituir uma base objectiva para o conhecimento cientнfico? Neurath opфs uma perspectiva fisicalista ao fenomenismo de Schlick, defendendo que as proposiзхes elementares se referem a objectos e acontecimentos fнsicos, mas acabou por ser acusado de abandonar o empirismo (ver PROPOSIЗOES PROTOCOLARES).

Os filуsofos do positivismo lуgico, embora sustentassem que as ciкncias formais (lуgica e matemбtica) e as ciкncias factuais empнricas sгo radicalmente distintas, afirmaram sempre a unidade destas ъltimas. Entre a fisica e a psicologia, ou entre a biologia e a sociologia, todas as diferenзas cognitivamente relevantes sгo de grau e nгo de natureza. Esta tese da unidade da ciкncia desenvolveu-se em grande parte atravйs do fisicalismo defendido por Neurath, um amplo programa de investigaзгo que deu origem ao projecto, sу parcialmente realizado, da International Encyclopedia of Unified Science. Neurath acreditava que o ideal da unificaзгo da ciкncia devia ser promovido pela instauraзгo de uma linguagem fisicalista comum a todas as ciкncias.

Importa notar que o objectivo nao era reduzir as asserзхes da psicologia e da sociologia a asserзхes da fнsica, mas apenas reduzir as primeiras a asserзхes expressas numa lin ua em mais bбsica, especialmente exemplificada pela ffsica. estados mentais, por exemplo, deviam ser redutнveis a asserзхes sobre o comportamento fнsico. Mesmo aqueles que, como Ayer, rejeitaram explicitamente o fisicalismo, aceitaram a existкncia de uma unidade metodolуgica undamental nas ciкncias empнricas. Esse tipo de unidade foi pressuposto, por exemplo, nos estudos sobre probabilidade, a que os positivistas dedicaram multa atenзгo. Reichenbach e von Mises destacaram-se nesse domнnio por terem desenvolvido a teoria frequencista da probabilidade, na qual se concebe a probabilidade como a frequкncia relativa de um acontecimento numa longa sйrie de ensaios.

Esta concepзгo parece ir contra a ideia de que a probabilidade corresponde a um certo grau de confirmaзгo de uma hipуtese, mas Carnap esclareceu a situaзгo afirmando que nгo hб aqui qualquer incompatibilidade, jб que xistem dois conceitos bem distintos de probabilidade. Carnap investigou entгo o conceito de probabilidade como confirmaзгo (sendo a con- 580 possibilia firmaзгo uma relaзгo que ocorre entre uma hipуtese e um conjunto de dados que a apoiam num certo grau), procurando desenvolver um sistema de lуgica indutiva capaz de determinar quantitativamente a probabilidade de uma hipуtese ser verdadeira а luz de certos dados. Hempel tambйm investigou o conceito de confirmaзгo, mas fк-lo sobretudo na perspectiva de saber quando й que certos dados confirmam uma hipуtese. Estas inves substancialmente 0 DF 12

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