Razão e fé

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RAZÃO E FÉ A INTERPRETAÇAO RACIONAL DO FENOMENO RELIGIOSO 1- CRÍTICA RACIONALISTA AO FENÔMENO RELIGIOSO: 1. 1- Ludwig Feuerbach: Ludwig Feuerbach, no início dos seus estudos, sentia-se atraído pela teologia, mas decepcionou-se com as muitas divisões do pensamento teológico. Por isso, decidiu enveredar-se pelos caminhos da Filosofia, tomando por base o pensamento hegeliano. Porém, como ocorreu com a teologia, Feuerbach to vien também se decepcio procurava fazer uma o que sena Imposslv rejeição da teologia. e do pensamento h OF8 ‘Vipe view nent page a filosofia hegeliana mo e a filosofia, mento para a e muito distanciar- ivamente com as ideias de Hegel. Em 1841 , publicou “A essência do cristianismo” com o objetivo de mostrar e comprovar que a religião estava morta e que, no lugar da “religião de Deus”, nascia a “religião do homem”. O pensamento feurbachiano é baseado no princípio de que a religião é produto do homem, ou seja, o homem cria um ser ilusório, a fim de satisfazer necessidades das quais não consegue se libertar. Deus então, nada mais é do que uma projeção do que o homem deseja ser.

O Deus do homem é o próprio homem. Não há diferenciação entre o ser divino e o er humano, “o objeto da razão é a razão objeto de si mesma; o objeto do sentimento é o sentimento objeto de si mesmo” ncapaz de agregar à sua essência a perfeição, o homem religioso projeta essas essas qualidades num Ser fictício que denomina Deus. Esta ação, na concepção de Feurbach é completa e pura alienação, que somente será superada quando o homem parar de pensar num Deus transcendente e se voltar para si mesmo. O homem não pode denominar divino e absoluto nenhum outro ser, senão a si próprio.

A ideia de Deus é de caráter hipostático: o homem az a projeção de qualidades positivas que possui numa pessoa divina e, feita dela, uma realidade subsistente. Deus é uma ideia inventada, pelo homem, com o objetivo de obter a realização plena de si mesmo. A transformação, da adoração ingênua dos entes divinos no culto da humanidade, é necessária. Ao falar de Deus, estaríamos falando do próprio homem, ao idealizar um Ser perfeito, estariamos falando do homem desejoso de perfeição. A religião é o ato de revelação dos tesouros ocultos do homem, a revelação de seus pensamentos mais íntimos.

A “Essência do ristianismo” foi um marco na luta contra a doutrina teológica, teve grande repercussão na Europa, principalmente entre os mais díscolos hegelianos. 1. 2 – Karl Marx: Marx iniciou seus estudos universitários em Bonn, mas, por causa de baixo aproveitamento, foi transferido para Berlim, aonde, nos primeiros momentos, seguiu a filosofia de Hegel. Feuerbach foi a fonte que K. Marx bebeu para criticar a religião, cujo pensamento era baseado na ideia de que o ‘ser supremo do homem é o homem’. Seu pensamento se divide em duas vertentes: a “jovem Marx” e a “do Marx maduro”.

Na primeira, era ligado aos ensamentos de Hegel e Feuerbach, nessa época seu pensame maduro”. Na primeira, era ligado aos pensamentos de Hegel e Feuerbach, nessa época seu pensamento era humanista filosófico, que deixava entrever com bastante clareza as bases para a sua posterior crítica da economia. O que inspirou Marx foi o grande amor que ele tem pelo homem e pela vontade de sua libertação de todas as formas opressivas, que ele denomina “alienações”, e uma delas seria a religião. Na sua critica, também há duas etapas: os escritos de antes de 1845 e os posteriores.

Nos anteriores, a critica marxista é ideológica, ele exclui o omportamento religioso, a partir de uma concepção de homem, a que mostra a independência do homem em relação aos deuses. Segundo Marx, “o ateísmo é o humanismo reconciliado consigo mesmo mediante a superação da religião” e o comunismo seria a “autoconsciência do homem não mediatizada já pela superação da religião”. Em “Crítica da Filosofia do Direito de Hegel”, ele concorda, inicialmente, com Feuerbach, em seu fundamento da crítica religiosa, que consiste na teoria de que o homem é quem faz a religião, e não o contrário.

Mas, no desenvolver da obra, Marx diz que a religião é um instrumento utilizado para consolar o homem deste mundo mau em que ele vive por isso a expressão: “a religião é o ópio do povo”, pois ajuda o homem a aceitar a infelicidade na terrena, a religião é um remédio para diminuir o sofrimento que o mundo causa ao homem, e a missão da filosofia é desmascarar essa auto alienação. A religião seria um produto inventado para manter a exploração das classes, instrumento de evasão para os explorados e de 3 evasão para os explorados e de justificação para os exploradores.

O homem é quem produz a religião, e por consequência, o róprio Deus. 1. 3 – Friedrich Nietzsche: Tece uma forte cr[tica da religião de modo tenaz, rebelde, contestador e totalmente pessoal. Sua temática era baseada na autonomia do homem e pela total liberdade da vida. Deus e seus mandamentos, ordens, normas e exigências cerceiam a liberdade humana. Segundo Nietzsche, “Deus está morto” e com essa afirmação, quis desenvolver a ideia de um homem autônomo, o Super-Homem, rei da natureza e da história, senhor de si mesmo, livre dos vínculos e das coerções impostas pela moral e pela religião.

O Super-homem seria um ser que se superaria a si esmo e acabaria com todos os valores antigos, os valores do “rebanho”, que seriam mentirosos. para Nietzsche, a religião seria a invenção engenhosa dos homens fracos da humanidade que querem, diante da potência desregrada da natureza, defender- se da prepotência dos fortes, dos super-homens, que lhes possuem e lhes mantém sobre seu domínio. O Super-homem é o sentido da terra, portanto, um homem terreno e materialista com a afirmação da vida corporal e terrestre. O Super-homem é o criador de valores.

Em verdade, os homens devem a si próprios a sua regra do bem e do mal. Já que o homem é criador, ele é também ‘o que destrói’. E, se deve criar, ‘é preciso começar por destruir, destruição esta, é claro, dos valores antigos e atuais, — porque estão todos impregnados do cristianismo. O Super-hom 4DF8 valores antigos e atuais, — porque estão todos impregnados do cristianismo. O Super-homem é a finalidade do mundo. Todos os homens e toda a criação devem servir à formação desta casta de homens superiores — a raça do homem- senhor — que transformará o mundo e encarnará ‘a vontade de poder.

Nietzsche identifica o Super-homem com Dionísio, o deus epicúreo’, tipo do homem divinizado, encarnação da vida que dá rédeas soltas aos instintos do prazer. Nietzsche, com suas teorias, adquiriu muitos admiradores de seus pensamentos, e Frederico Copleston resumiu em poucas palavras o objetivo dele: “Nietzsche nos dá e nos convoca a todos para, permanentemente, revermos nossa prática religiosa e não retalhar à nossa maneira a doutrina que Cristo deixou a todos nos ‘ 1. – Sigmund Freud: Freud baseia sua crítica, em sua obra “Totem e tabu”, na qual ele narra o assassinato de um líder de um grupo, no caso o patriarca, or seus próprios filhos, devido ao fato de que o seu pai havia os afastado do grupo, por causa da ameaça que ele sentia com o crescimento dos filhos. E segundo Freud, as religiões são tentativas para superar o sentimento de culpa engendrado por esse assassinato e testemunhas do arrependimento. As religiões ‘constituem reações ao mesmo grande acontecimento com que a civilização começou assassinato, que gerou o sentimento de culpa do qual os homens não conseguem se libertar.

Daí que inventaram a religião como estratégia para a libertação deste sentimento. O futuro de uma ilusão, foi sua maior critica ao fenômeno religioso. Freud se apresenta S fenômeno religioso. Freud se apresenta quase como que um ‘profeta’ da sua divindade, ‘o Logos’, proclamando o fim da velha religião. Para Freud, o trabalho científico é o único meio para o caminho que pode conduzir a um conhecimento da realidade fora de nós. A religião seria uma ilusão, então careceria de sentido, e todos aquele que não têm capacidades intelectuais é que veriam na religião uma verdade e se sentiriam obrigados a praticá-la.

Segundo Freud, a religião é fruto do sentimento de incapacidade, ão passa de uma ‘ilusão’, que converte as suas ideias em dogmas, que não são o produto da existência da experiência ou o resultado final da reflexão: são ilusões, a realização dos desejos mais antigos, mais fortes e dominantes. A religião cria um mundo ilusório, que, portanto, leva o indivíduo a fugir de sua realidade e a se “aliviar” nesse outro mundo —, oferece uma formidável argumentação para este intenso desejo de proteção que invade a humanidade.

Freud afirma que, como a criança, um dia, já adulta, deve deixar o lar para enfrentar a vida e, devido às exigências da ova experiência, superará e abandonará o seu infantilismo. 2. A BUSCA DE SENTIDO PELO FENOMENO RELIGIOSO: 2. 1 — Sõren Kierkegaard: Kierkegaard afirma que “a religião não pode ser reduzida a um momento lógico de um sistema geral de pensamento, pois ela pertence à esfera da existência, da vida”. Para ele é impossível chegar até a experiência religiosa por meio da razão intuitiva, senão por intermédio da fé.

Anda segund experiência religiosa por melo da razão intuitiva, senão por intermédio da fé. Ainda segundo ele, quando o homem crê em Deus e percebe a infinita diferença que separa a sua da natureza divina, então se prostra ante Ele e o adora. Porém, seu esforços em reabilitar a religião foram em vão, pois ele competia com as teorias de Comte, Marx, Nietzsche e Freud, que foram bastante expressivas. 2. 2 – Henri Bergson: Segundo Henri, o fenômeno religioso se justifica a partir de suas expressões mais autênticas, com base “naqueles que tem a experiência das coisas divinas”.

Para ele existem duas religiões: A ‘religião dinâmica’ (a dos grandes m(sticos), penetrada por um impulso de amor, transporta a alma muito além dela mesma assim ultrapassa infinitamente a ‘religião estática’, invenção da humanidade para defender-se e prevenir-se contra a ideia dissolvente da morte e assegurar sua consewação. Bergson sustenta a teoria de que a mecânica e a mística se atraem e desejam completar-se mutuamente, ou seja, que a ciência e a religião se completam. 2. — Maurice Blondel: Blondel irá analisar o dinamismo humano como reconhecimento lógico da existência de Deus, pois, com efeito, “a ação está em perpétuo devir, como que atormentada pela aspiração de um crescimento infinito. (… ) somos forçados a querer tomarmo-nos quilo que por nós mesmos não podemos nem alcançar nem possuir”. Portanto, minha ambição de superar-me com impulso em direção ao infinito, que dilata continuamente minha ação, tem uma identidade, uma identificação, que é Deus. 2. — William Ja minha ação, tem uma Identidade, uma Identificação, que é Deus. 2. 4 — William James: Para ele, o ‘fundamento da religião não é a razão, mas a fé, o sentimento e outras experiências particulares como a oração, conversas com o invisível, visões, etc. “. A religião deve logicamente cuidar de certo tipo de metafísica ou de cosmologia eísta. 3. IMPRESSÕES PESSOAIS: Religião sempre foi um assunto bastante polêmico, e hodiernamente, tornou-se mais polêmico ainda, por causa de escândalos relacionados á Igreja Católica e às Igrejas Evangélicas.

Porém, esse não é o foco dessa conclusão, o que eu preciso externar nesse espaço são as minhas impressões pessoais, portanto, na minha concepção, as teorias que defendem o fenômeno religioso indispensáveis, pois querer provar a existência de Deus é impossível, somente quem teve uma experiência com Ele é que pode dizer se existe ou não, se acredita u não, mas isso é muito pessoal, não adianta eu ter uma experiência religiosa, divulgar e querer que outros acreditem e passem a crer na existência de Deus, chega a ser absurdo.

Porém, não concordo com as teorias que criticam a existência de um fenômeno religioso, não porque não são criativas ou lógicas, pelo contrário, acho notável a inteligência e o raciocínio dos teóricos, mas quando alguém tem uma experiência religiosa, como eu, julgo, tive, é complicado convencê-lo do contrário, principalmente no caso de Marx, de quem discordo, inclusive, no que diz respeito à politica. 8

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