Resumo e conclusão cap. 1 – raizes do brasil

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RESUMO: CAP 01 – FRONTEIRAS DA EUROPA A tentativa de implantação da cultura européia em território brasileiro dotado de condições naturais apresentou muitas consequências. O aspecto do nosso trabalho, bem como de nossa preguiça parece ser de outro clima e de outra paisagem. As nações Ibéricas (Portugal e Espanha), juntamente com a Rússia e os países balcânicos foram territórios-ponte pelos quais a Europa se comunicou com outros mundos. Foi a partir dos grandes descobrimentos marítimos que Portugal e Espanha e Influenciando no su semelhante à das na desenvolver uma cul na evolução da naçã OF6

Swipe to view next page s Ibé no coro europeu. ociedade eguiram mo traço decisivo ncia particular atribuída ao valor da própria pessoa, sua autonomia em relação aos semelhantes. Os privilégios hereditários jamais tiveram influência decisiva nos países ibéricos como ocorreu em terras onde imperou o feudalismo, o que se firmou foi o princípio das competições individuais. A moleza da estrutura social, a falta de hierarquia organizada deveu-se a história das nações hispânicas, incluindo-se nelas Portugal e o Brasil.

Os elementos anárquicos sempre se instalaram nestes parses com facilidade, com a cumplicidade u a preguiça, o desinteresse das instituições e costumes e as iniciativas mesmo sendo construtivas foram no sentido de separar os homens. Os decretos dos governos fo foram elaborados primeiramente para se conter e refrear as paixões particulares momentâneas; e só raras vezes foram elaboradas da pretensão de se associarem permanentemente as forças ativas. Assim a falta de coesão em nossa vida social não representa um fenômeno moderno.

E por isso que erram profundamente aqueles que imaginam a volta da tradição a única defesa possível contra a desordem. Os mandamentos e as ordenações que foram laboradas, foram, na verdade, criações engenhosas do espírito, destacadas no mundo e contrárias a ele. A hierarquia que exaltam é que precisa de uma anarquia para se justificar a ganhar prestígio. As épocas realmente vivas nunca foram tradicionalistas por deliberação. A escolástica na idade Média foi criadora porque foi atual.

A hierarquia do pensamento subordina-se à uma hierarquia cosmogônica. A coletividade dos homens na terra era uma simples parábola à Cidade de Deus, onde os anjos de primeira hierarquia são equiparados aos homens que formam os ministros e conselheiros, são assistentes o soberano; os de segunda hierarquia são equivalentes aos governadores incumbidos da administração das diferentes províncias e finalmente os de terceira hierarquia comparados aos agentes do poder, os funcionários subalternos.

Pois a vida medieval se comparava com sistemas hierárquicos do céu sua disposição hierárquica, nao visa a permanência, nem quer o bem estar no mundo. A Idade Média mal conheceu as aspirações conscientes para uma reforma da sociedade civil. O mundo era organizado segundo leis eternas indiscutíveis, imp uma reforma da sociedade civil. O mundo era organizado egundo leis eternas indiscutíveis, impostas do outro mundo pela suprema ordenador de todas as coisas (Deus).

No fundo, o próprio princípio de hierarquia nunca chegou a importar de modo cabal entre nós. Toda hierarquia funda-se necessariamente em privilégios. Antes de triunfarem no mundo as idéias revolucionárias, portugueses e espanhóis parecem ter sentido, a injustiça social de certos privilégios, principalmente dos privilégios hereditários. Com isso nações Ibéricas podem considerar-se pioneiras da mentalidade moderna. Toda gente sabe que nunca chegou a ser rigorosa e impermeável a nobreza lusitana.

Sabemos que, em determinadas fases de sua história, os povos da península deram provas de singular vitalidade, de surpreendente capacidade de adaptação a novas formas de existência, formando unidades políticas e econômicas de expressão moderna. por isso, porque não teve excessivas dificuldades a vencer, por lhe faltar apoio econômico onde se assentasse de modo exclusivo, a burguesia mercantil não precisou adotar um modo de agir e pensar absolutamente novo, ou instituir uma nova escala de valores, sobre os quais firmasse permanentemente seu predomínio.

Uma digna ociosidade sempre pareceu mais excelente, e até mais obiliante, a um bom português, ou a um espanhol, do que a luta insana pelo pão de cada dia. O que ambos admiram como ideal é uma vida de grande senhor, exclusiva de qualquer esforço, de qualquer preocupação e assim, enquanto povos protestantes preconizam e exaltam o esforço 3 esforço, de qualquer preocupação e assim, enquanto povos protestantes preconizam e exaltam o esforço manual, as nações ibéricas colocam-se ainda largamente no ponto de vista da Antiguidade Clássica.

O que entre elas predomina é a concepção antiga de que o ócio importa mais que o negócio e de que a tividade produtora é, em si, menos valiosa que a contemplação e o amor. Entre portugueses e espanhóis as idéias de solidariedade são precárias, estes sentimentos existe somente onde há vinculação de sentimentos mais do que relações de interesse; no recinto doméstico ou entre amigos. À autarquia do indivíduo que nao tolera compromissos, só pode haver uma alternativa: a renúncia a essa mesma personalidade em vista de um bem maior. or isso mesmo que rara e difícil, a obediência aparece algumas vezes, para os povos ibéricos, como virtude suprema entre todas. Obediência cega, e que ifere fundamentalmente dos principios medievais e feudais de lealdade – tenha sido até agora, para eles, o único princípio político verdadeiramente forte. A vontade de mandar e a disposição para cumprir ordens são-lhes igualmente peculiares. As ditaduras e o Santo Ofício parecem constituir formas tão típicas de seu caráter como a inclinação à anarquia e à desordem.

Não existe, a seu ver, outra sorte ou disciplina perfeitamente concebível, além da que se funde na excessiva centralização do poder e na obediência. Foram os jesuítas que representaram melhor esse princípio da isciplina pela obediência com a Companhia de Jesus e suas missões. Hoje, a simples obediência rmssoes. Hoje, a simples obediência como princípio de disciplina parece uma fórmula caduca e impraticável, resultando, na instabilidade constante em nossa vida social; por isso é em vão procurar importar outros sistemas de povos modernos.

A experiência e a tradição ensinam que toda cultura só absorve, assimila e elabora em geral os traços de outras culturas, quando estes encontram uma possibilidade de ajuste aos seus quadros de vida. Nem o contato e a mistura com raças indígenas ou adventícias izeram os tão diferentes dos nossos avós de além-mar como às vezes gostaríamos de sê-lo. No caso brasileiro, é que ainda nos associa a peninsula ibérica, a Portugal especialmente, uma tradição longa e viva, a despeito de tudo quanto nos separa.

Podemos dizer que de lá nos veio a forma atual de nossa cultura o resto foi matéria que se sujeitou mal ou bem a essa forma. CONCLUSÃO Neste capitulo, Sérgio Buarque de Holanda mostra que os parses ibéricos eram os que faziam fronteiras entre a Europa com o mundo através do mar, e por isso eles são menos “europeizados” do que os demais países. E a partir dos grandes descobrimentos marítimos foi que Portugal e Espanha entraram decididamente no bloco europeu.

Para os países ibéricos cada homem tinha que depender de si próprio, os privilégios hereditários não tiveram tanta influência como em parses onde imperou o feudalismo, por isso a mentalidade da nascente burguesia mercantil se desenvolveu primeiro nesses países. A falta de coesão em S pnmelro nesses palses. A falta de coesão em nossa vida social não representa em fenômeno moderno. Havia uma frouxidão organizacional e, com isso, a anarquia ibérica era muito mais correta porque não ontinha muitos privilégios. A nobreza portuguesa era muito mais flexível denominando assim a mentalidade moderna.

Os ibéricos não gostavam do trabalho físico, queriam se senhores, mandar sem ter que fazer o trabalho manual. Entre portugueses e espanhóis as idéias de solidariedade eram precárias, este sentimento existindo somente no recinto doméstico ou entre amigos. Em toda moral fundada no culto ao trabalho. O que todos admiram como Ideal é uma vida de grande senhor, sem qualquer esforço ou preocupação. O trabalho é algo exterior ao indivíduo. Os povos ibéricos não toleravam ompromissos por isso a única alternativa era a obediência.

Não a de lealdade mas a obediência cega tem Sido o único princípio político. A vontade de mandar e a disposição para cumprir ordens são peculiaridades; quem as praticou foram os Jesuitas com a Companhia de Jesus e suas missões. Atualmente sem esse princípio de obediência resulta nessa instabilidade de nossa vida social se encontra. Por isso não adianta trazer sistemas dos povos modernos se nossos povos só se acostumam com sistemas que se ajustam aos seus quadros de vida; portanto o Brasil tem muitas características ibéricas em sua construção cultural.

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