Semiotica

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O QUE É SEMIÓTICA Lúcia Santaella Para se compreender a semiótica, precisamos entender o crescimento da ciência da linguagem, a lingüística e da linguagem verbal, a outra é a Semiótica, a ciêncla de toda e qualquer linguagem verbal e não verbal. Somos capazes de criar, construir, transformar, tomar nossa consciência no mundo.

Nos comunicamos assim verbalmente oral e escrita e não verbalmente, com símbolos, movimentos, massa, volume, musicas, gestos, gostos, cheiros, através de um olhar, gráficos entre tantos mais exemplos, somos capazes de nos comunicar de diversas formas, port inguagem, queremo I 2 intrincada de formas – Swipe to page quê inclui a linguage inclusive, a linguage quando dizemos a incrivelmente e de s,gnificação absorve também, istema codificado da moda, da culinária e tantos outros.

Enfim: todos os sistemas de produção de sentido aos quais o desenvolvimento dos meios de reprodução de linguagem propiciam hoje uma enorme difusão. Após a revolução industrial, as invenções de máquinas capazes de produzir, armazenar e difundir linguagens como a fotografia, o cinema, os meios de impressão gráfica, o rádio, a TV, as fitas agnéticas, povoaram nosso cotidiano com mensagens e informações que nos espreitam e nos esperam. Para termos uma idéia das transmutações que estão se operando no mundo da linguagem, basta lembrar que, ao simples apertar de botões, imagens, sons, palavras, invadem nossas casas. odo fenômeno de cultura só funciona culturalmente porque é também um fe 5wlpe to vlew nexl page fenômeno de comunicação, e considerando-se que esses fenômenos só comunicam porque se estruturam como linguagem, pode-se concluir que todo e qualquer fato cultural, toda e qualquer atividade ou prática soclal constituem-se como ráticas significantes. A Semiótica é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno como fenômeno de produção de significação e de sentido.

Seu campo de indagação é tão vasto que chega a cobrir o que chamamos de vida, uma espécie de linguagem, isto é, a própria noção de vida depende da existência de informação. Os ingredientes fundamentais da vida são. energia e informação. Sem a linguagem seria impossível a vida, mas não penas uma spécie de linguagem, mas também todos os sistemas e formas de linguagem tendem a se comportar como sistemas vivos, se transformam, se regeneram, como as coisas vivas.

Pierce e a Semiótica Charles Sanders Peirce nasceu no ano de 1839, em Cambridge, Massachussets, nos EUA, no dia IO de setembro. Filho do matemático, físico e astrônomo Benjamin Peirce, Charles, sob influência paterna, formou-se na Universidade de Harvard em física e matemática, conquistando também o diploma de químico na Lawrence Scientific School. Paralelamente ao seu trabalho no observatório astronômico e Harvard, Charles Peirce se dedicava ao estudo da filosofia, principalmente à leitura de “A crítica da razão pura”, de Kant. Entre 1879 e 1884 lecionou na Universidade John Hopkins.

Considerado uma pessoa de hábitos excêntricos, além de descuidado e solitário, Peirce não evoluiu na carreira universitária. Em 1887, mudou-se além de descuidado e solitário, Peirce não evoluiu na carreira universitária. Em 1 887, mudou-se com sua segunda esposa para a cidade de Milford, na Pensilvânia, isolando-se ainda mais. Entre 1884 e o ano de sua morte, em 19 de abrll de 1914, peirce screveu cerca de 80 mil páginas de manuscritos, vendidos por sua esposa à Universidade de Harvard, e que vem sendo publicados há várias décadas.

Além desses escritos, Peirce deixou textos em periódicos esparsos: resenhas, artigos e verbetes de dicionários. Esse conjunto de trabalhos forma a obra de um pensador original, definida por William James como “lampejos de luz deslumbrante sobre um fundo de escuridão tenebrosa”. Considerado como um dos mais profundos e originais pensadores norte-americanos, peirce deixou contribuições em múltiplas áreas do conhecimento: lógica, semiótica, astronomia, eodésia, matemática, teoria e história da ciência, econometria e psicologia.

Um dos ensaios de Peirce, “Como fazer claras as nossas idéias”, publicado em 1878, foi o primeiro esboço e marco fundador do pragmatismo. Para o filósofo, nossas crenças nada mais são do que normas para a ação. O estabelecimento de uma crença é o único fim de qualquer indagação ou processo racional, desde que se considere como crença um hábito ou regra de ação que, ainda que não conduza imediatamente a um ato, torna possível uma determinada conduta, na ocasião própria.

Dessa forma, ara se desenvolver o conteúdo de uma idéia, basta determinar o comportamento que ela é capaz de suscitar, nisso residindo a sua significação. Por mais sutis que sejam as distinções do nosso pensamento, o que realmente importa para Peirce são as consequências práticas que as difere consequências práticas que as diferenciam. Retomando a teoria estóica dos signos, Peirce também foi um dos fundadores da semiótica contemporânea e da lóglca das relações, mais tarde desenvolvida por Bertrand Russell.

Combatendo o psicologismo, situa-se no caráter estritamente formal da lógica. Chamando a semiótica de “gramática especulativa”, elaborou toda uma teoria dos signos e do simbolismo. Peirce compreende como signo ou representação qualquer coisa que esteja em qualquer relação com outra coisa. Surge numa determinada pessoa e dirige-se a uma outra, em cujo espírito cria um signo equlvalente ou até mais desenvolvido. O signo criado é “interpretante” do primeiro. E assim sucessivamente.

O filósofo norte-americano divide a filosofia em três partes: a fenomenologia, a ciência normativa e a metafísica. A primeira tem por objeto o estudo das categorias; a segunda, subdividida m estética, ética e lógica, apóia-se na fenomenologia e na matemática; e a terceira se subdivide em metafísica geral ou ontológica, metafísica psiquica ou religiosa e metafísica fisica. Sistemático para uns e não sistemático para outros, o pensamento de peirce tem dado motivo a vánas interpretações, mas com unânime reconhecimento de seu pioneirismo na lógica e na semiótica.

Sua influência é profunda no pensamento americano, chegando ao operacionismo lógico e às correntes contemporâneas da filosofia da ciência. Embora Peirce considerasse toda e qualquer produção, realização expressão humana como sendo uma questão semiótica, isto não significa que a ciência semiótica tenha si do por ele concebida como uma ciência onipotente, ou t significa que a ciência semiótica tenha si do por ele concebida como uma ciência onipotente, ou toda suficiente, visto que, para ele, qualquer todo suficiente é necessariamente insuficiente.

Consideramos primeiramente três tipos de ciência: 1) ciências da descoberta, 2) ciências da digestão (as que digerem e divulgam essas descobertas,criando a partir delas uma nova filosofia da ciência) 3)ciências aplicadas. As ciências da descoberta são: Matemática,Filosofia e Ideoscopia ou ciências especiais. Esta última divide-se em dois ramos: ciências físicas e ciências psíquicas. Entretanto, este termo “psíquico” tem, na acepção peirceana, sinônimo de ciências humanas.

Cumpre, apenas, localizarmos o lugar do seu sistema filosófico nessa arquitetura maior e, dentro do seu sistema, o lugar ocupado pela Semiótica. Sua construção filosófica, concebida como ciência e sob o caráter das ciências da descoberta, localiza-se entre a Matemática e a Ideoscopia. Apesar de serem essas três as mais abstratas de odas as ciências, um nível de generalidade tal que as torne capazes de fornecer princípios para as ciências mais particulares, tratam-se, no entanto, todas elas, inclusive a Matemática, de ciências da observação.

Pierce afirma que a filosofia, é uma ciência positiva, no sentido de se descobrir o que ó realmente verdadeiro. Ela se limita, porém, ao tanto de verdade que pode ser inferido da experiência comum. É uma ciência fundamentalmente observativa pois que visa colocar em ordem aquelas observações que estão ao aberto para todo homem,todo dia e hora. Os métodos de investigação e que elas se utilizam, são sempre de princípios matemáticos e filosóficos, especialmente dos investigação de que elas se utilizam, são sempre de princípios matemáticos e filosóficos, especialmente dos lógicos.

Para Pierce “materialismo sem idealismo é cego: idealismo sem materialismo é vazo” Isto não significa que professasse, por outro lado, um evolucionismo idealista. Ele próprio se autodenominou idealista objetivo. “O universo está em expansão”, dizia ele, “onde mais poderia ele crescer senão na cabeça dos homens? “. Esse crescimento contínuo se alicerça, contudo, embases lógicas radicalmente ialéticas, visto que o pensamento humano gera produtos concretos capazes de afetar e transformar materialmente o universo, ao mesmo tempo que são por ele afetados.

Não há, portanto, princípos absolutos, nem na Matemática. Portanto Peirce batizou sua teoria de Falibilismo. Isso nos dá uma idéia de sua concepção da ciência e Filosofia como processos que amadurecem gradualmente. “O desenvolvimento das minhas idéias tem sido a indústria de trinta anos. Eu não sabia se um dia chegaria a publicá-las. Seu amadurecimento parecia tão vagaroso. Mas o tempo da colheita chegou, afinal.

Em meio a um contrito falibilismo, combinado om uma elevada fé na realidade do conhecimento e um intenso desejo de descobrir as coisas, é que toda a minha filosofia parece ter crescido”. -Disse Pirce aos 58 anos de idade. Vejamos, primeiramente, num gráfico a configuração do edificio filosófico peirceano: I— Fenomenologia II — Ciências Normáticasl — Estética 2 — Ética 3 — Semiótica ou Lógica 3. 1 — Gramática pura ógica crítica 33 — . . Retórica pura 3. — III —Metafísica fenomenologia ou phaneroscopia, conforme Peirce preferia chamar, só tenha sido por ele empregado por volta de 1902, quando da construção arquitetônica de seu sistema, a reocupação fenomenológica constltuiu-se na base fundamental de toda sua filosofia, e já comparecia como investigação primordial desde seus escritos em 1867. para ele, a primeira instância de um trabalho filosófico é a fenomenológica. A tarefa precípua de um filósofo é a de criar a Doutrina das Categorias, que tem por função realizar a mais radical análise de todas as experiências possíveis.

Insatisfeito com as categorias aristotélicas, consideradas como categorias mais lingül’sticas do que lógicas, profundamente influenciado por Kant, mas considerando suas categonas, xtraídas da análise lógica da proposição, como sendo materiais e particulares e não formais e universais, Peirce dedicou grande parte de sua existência à elaboração, aperfeiçoamento e ampliação do campo de aplicação das suas categorias universais, categorias estas que não brotaram nem de pressupostos lógicos, nem da língua, mas do exame atento e perscrutante da “experiência” ela mesma.

Com Hegel, Peirce manteve relações contraditórias. É, porém, sob a base da Fenomenologla que as ciências normatlvas se desenvolvem obedecendo à seqüência seguinte: Estética, Ética e Semiótica ou Lógica. Tendo todas elas por função “distinguir o que deve e o que nao deve ser”, a Estética se define como ciência daquilo que é objetivamente admirável sem qualquer razão ulterior. É a base para a Ética ou ciência da ação ou conduta que da Estética recebe seus primeiros princípios. Sob ambas, e delas extraindo seus princípios, estrutura-se em três ramos a ciênc primeiros princípios.

Sob ambas, e delas extraindo seus pnnc(pios, estrutura-se em três ramos a ciência Semiótica, teoria dos signos e do pensamento deliberado. Por fim, como última ciência desse edifício aparece a Metafisica ou ciência da ealidade. Definindo realidade ou real como sendo precisamente aquilo que é de modo independente das nossas fantasias, pois que “vivemos num mundo de forças que atuam sobre nós,sendo essas forças, e não as transformações lógicas do nosso próprio pensamento, que determinam em que devemos, por fim, acreditar’, fica claro por que a Metafísica comparece como resultante e não antecedente de toda sua filosofia.

A Semiótlca ou Lógica, por outro lado, tem por função classificar e descrever todos os tipos de signos logicamente possíveis. Isso parece dotá-la de um caráter ascendente sobre todas as ciências speciais, dado que essas ciências são linguagens. Aproximar-se, assim, da Semiótica peirceana na ignorância ou desprezo por essa viagem fenomenológica. Não há nada, para nós, mais aberto ã observação do que os fenômenos.

Entendendo-se por fenômeno qualquer coisa que esteja de algum modo e em qualquer sentido presente à mente, isto é,qualquer coisa que apareça, seja ela externa (uma batida naporta, um raio de luz, um cheiro de jasmim), seja ela interna ouvisceral (uma dor no estômago, uma lembrança oureminiscência, uma expectativa ou desejo), quer pertença a umsonho, ou uma idéia geral e abstrata da iência, afenomenologia seria, segundo Peirce, a descrição e análise dasexperiências que estão em aberto para todo homem, cada dia ehora, em cada canto e esquna de nosso cotidiano.

A fenomenologia peirceana começa, pois, no a canto e esquina de nosso cotidiano. A fenomenologia peirceana começa, pois, no aberto,sem qualquer julgamento de qualquer espécie: a partir daexperiência ela mesma, livre dos pressupostos que, deantemão, dividiriam os fenômenos em falsos ou verdadeiros,reais ou ilusórios, certos ou errados. Ao contrário, fenômeno étudo aquilo que aparece ? mente, corresponda a algo real ounão.

Suportada por esse modo de partir em estado deliberdade, a fenomenologia tem por tarefa, contudo, dar à luz ascategorias mais gerais, simples, elementares e universais detodo e qualquer fenômeno, isto e, levantar os elementos oucaracterísticas que pertencem a todos os fenômenos e partici-pam de todas as expenenclas. A tarefa não é fácil. As coisas, quando nos aparecem,surgem numa mirrade de formas, enoveladas numa multiplica-çào de sensações, além de que tendem a se enredar àsmalhas das interpretações que inevitavelmente fazemos dascoisas.

Dizia Peirce: “A fenomenologia ou doutnna dascategorias tem or função desenredar a emaranhada meadadaquilo que, em qualquer sentido, aparece, ou seja, fazer aanálise de todas as experiências é a primeira tarefa a que afilosofia tem de se submeter. Ela é a mais difícil de suastarefas, exigindo poderes de pensamento muito peculiares, ahabilidade de agarrar nuvens, vastas e intangíveis, organizá-lasem disposição ordenada, recolocá-las em processo”.

Trata-se, portanto, de um estudo que, suportado pelaobservação direta dos fenômenos, discrimina diferençasnesses fenômenos e generaliza essas observações a ponto deser capaz de sinalizar lgumas classes de caracteres muitovastas, as mais universais presentes em todas as coisas ue anós se apresentam classes de caracteres muitovastas, as mais universais presentes em todas as coisas que anós se apresentam.

Nessa medida, são três as faculdades que devemosdesenvolver para essa tarefa: 1) a capacidade contemplativa,isto é, abrir as janelas do espirito e ver o que está diante dosolhos; 2) saber distinguir, discriminar resolutamente diferençasnessas observações; 3) ser capaz de generalizar as observa-ções em classes ou categorias abrangentes.

A princípio, Peirce tentou estabelecer suas categorias apartir da nálise material dos fenômenos (por exemplo : comocoisas de madeira, de aço, de carne e osso etc), mas adiversidade infinita da materialidade das coisas fê-lo abandonar este ângulo de sua empresa, empreendendo seu caminho pelolado formal ou estrutural dos fenômenos. O que quer isso dizer? Apesar de apresentar umaatitude de retorno à experiência mesma que temos do mundo,apesar de partir da observação acurada dos própriosfenômenos, Peirce chega às suas categorias através da análisee do atento exame do modo como as coisas aparecem àconsciência.

Que razão pode aver para que um cientista,treinado em laboratório, cuja aptidão para as ciências positivasera de um raro teor, devesse começar pela análise dosfenômenos mentais? Foi só através da observação direta dos fenômenos, nosmodos como eles se apresentam à mente, que as categoriasuniversais, como elementos formais do pensamento, puderamser divisadas. Pela acurada e microscópica observação de tudoo que aparece, peirce extrai os caracteres elementares e geraisda experiência que tornam a experiência possível. Dessemodo, sua pequena lista de categorias consiste de concepçõessimples e universais. Elementare PAGF 19

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