Agronegocios – cadeia produtiva da laranja

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De todas as árvores frutíferas, uma das mais conhecidas, cultivadas e estudadas em todo o mundo é a laranjeira. Como todas as plantas cítricas, a laranjeira é nativa da Ásia, mas a região de origem é motivo de controvérsia. Alguns historiadores afirmam que os cítricos teriam surgido no leste asiático, nas regiões que incluem hoje Índia, China, Butão, Birmânia e Malásia. A laranja é rica em vitaminas do complexo B, contém um pouco de vitamina A e é considerada a melhor fonte de vitamina C (duas laranjas por dia fornecem a quantidade de vitamina C de que o organismo precisa).

Além disso, contém açúcares simples, que ão facilmente assimilados pelo organismo_ Da flor e da folha extraem-se óleos e e A trajetória da laranja elo forma aproximada. S para o norte da Áfric nh icina caseira. a apenas de uma la foi levada da Ásia ropa, onde teria chegado na Idade Média. Da Europa foi trazida para as Américas na época dos descobrimentos, por volta de 1500. A laranja espalhou-se pelo mundo sofrendo mutações e dando origem a novas variedades.

Durante a maior parte desse período, a citricultura fricou entregue a sua própria sorte – o cultivo de sementes modificava aleatóriamente o sabor, aroma, a cor e o tamanho dos frutos. As pesquisas e experimentos para aprimorar variedades de laranja começaram a ser desenvolvidas no século XIX na Europa, depois da disseminação das teorias de Mendel e Darwin. Já antes do século XX, os Estados Unidos passaram a liderar os esforços técnico técnicos nessa área.

Todos os estudos sempre tiveram voltados para o melhoramento do aspecto, tamanho e sabor dos frutos, como também o aprimoramento genético para a obtenção de ámores mais resistentes às doenças e variações climátlcas. Atualmente, os pomares mais produtivos, resultantes de uma citricultura estruturada, estão nas regiões de clima tropical e sub- ropical, destacando-se o Brasil, Estados Unidos, México, China e África do Sul.

Quarenta ou cinquenta séculos depois da sua presumível domesticação a laranja tem seu maior volume de produção nas Américas, onde foi introduzida há 500 anos. São Paulo, no Brasil, e Flórida, nos Estados Unidos, são as principais regiões produtoras do mundo. I 1. A Laranja em um contexto global A laranja além de ser um dos principais commodities agrícolas do comércio mundlal também é um dos pnncpais produtos do agronegócio brasileiro.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, a laranja em orma de suco concentrado respondeu em 2005 e 2006 por cerca de 0,76 % do volume total de exportações, conforme a Tabela 1: Tabela 1: Exportação Brasileira por Grupo de Produtos em 2005 e 2006 (em US) Fonte: Ministério do Desenvolvimento/ Secretaria de Comércio Exterior. No ranking de produtos agrícolas exportados pelo Brasil, a soja é o principal, representando em 2006, 21 , 7% das exportações de produtos agrícolas (US$ g 3 bilhões) e 6,77% do total das exportações brasileiras.

O ia ficou em 90 lugar com PAGF 31 florestais, complexo sucro-alcooleiro, couros e produtos de couro, afé, fumo e seus produtos, fibras e produtos têxteis. Em relação à 2005, o valor das exportações de suco de laranja aumentou 31%, um dos produtos da pauta brasileira de exportações que mais cresceu. Na safra de 2005/2006 a produção mundial de laranja foi de 46,22 milhões de toneladas. A partir da safra 2000/2001 pode-se considerar que a produção se manteu quase estável, oscilando apenas em função de problemas climáticos e fitossanitários.

Nesse período analisado, a maior produção foi na safra de 2003/2004, quando chegou a 51 milhões de toneladas e a menor em 2000/01, quando se registrou uma produção de 44, milhões de toneladas, como podemos ver na Tabela 1 abaixo que apresenta a evolução da produção mundial de laranja e os destinos da laranja in natura: exportação, consumo doméstico e processamento (produção de suco): Tabela 1 – Destino da produção mundial de laranja in natura (mil toneladas) Fonte: USDA (2007).

No Brasil, verifica-se que 47,9% da laranja é destinada ao processamento, 43,6% destinada ao consumo doméstico e 9,76% destinada à exportação. Nos ultimos seis anos não se alterou significativamente os destinos da laranja in natura, apesar de um crescimento das exportações de quase 10% na laranja sem rocessamento. Segundo o USDA (2007), o Brasil e os Estados Unidos detêm 38,6% e 17,5%, respectivamente, da produção mundial. Além do Brasil e dos Estados Unidos, cinco outros países com uma participação entre 2% e 9%, detêm cerca de 31% da participação mundial.

Dentre esses países destacam-se a China (9,6%) e o México (7,6%). O Brasil responde por mai Dentre esses países destacam-se a China (9,6%) e o México O Brasil responde por mais da metade do processamento de laranja no mundo, cerca de 56,6%, seguido pelos Estados Unidos responde por 28,6%. Dessa forma, segundo os dados do LJSDA cerca de 84% da safra mundial de 2005/2006 de laranja pertence a esses dois principais produtores representando um volume de 18 milhões de toneladas.

Na seqüência dos outros grandes processadores estão a Itália, Espanha e México com aproximadamente 4,9%, 2% e 2,1% do processamento mundial da laranja, respectivamente. A Tabela 2 mostra a evolução do Brasil e dos EUA das safras de 1996/1007 a 2005/2006: Tabela 2 – Evolução das exportações de suco de laranja segundo os principais países exportadores (toneladas) Como vimos, entre os exportadores mundiais de suco de laranja Brasil é o principal, com uma participação muito importante no montante das exportações mundiais de suco de laranja.

Apesar dos EUA terem aumentado em muito a sua produção de suco de laranja nas ultimas décadas, eles são ainda o principal importador mundlal de suco de laranja devido ao grande mercado interno para esse produto, sendo um grande mercado para o suco de laranja brasileiro. Na safra de 2005/2006 os Estados Unidos importaram, segundo informações do USDA, 250 mil toneladas de suco de laranja. Isso representa cerca de 1/4 da média da produção norte americana das últimas safras e 1/3 da ?ltima safra (2005/2006).

Na década de 80 as empresas norte americanas importaram cerca de 50% do suco concentrado de laranja do Brasil. Na década de 90 essa partlcipação passou para 40% e atualmente está em torno de 12%. Esse desenvolvim 31 90 essa participação passou para 40% e atualmente está em torno de 12%. Esse desenvolvimento decorreu devido ao crescimento da safra do estado da Flórida. O aumento da produção na Flórida levou os Estados Unidos a aumentar sua auto-suficiência na produção de suco de laranja, inclusive se tornando um concorrente do Brasil no mercado mundial em alguns momentos de boa safra.

A região asiática também merece um lugar de destaque nas importações do suco de laranja: Japão, Coréia do Sul e China são os principais atores econômicos. Juntos esses países importam cerca de 180 mil toneladas de suco de laranja. Entretanto, a China, que até a safra de 1999/2000 não tinha nenhuma importâncla nas importações de suco de laranja, passa a importar um número cada vez mais significativo. Na safra de 2005/2006, as importações chinesas foram de 53,4 mil toneladas. Isso coloca a China em quarta posição em volume de suco de laranja importado, atrás de países como Estados Unidos, Japão e Espanha.

O aumento da demanda interna chinesa por produtos agrícolas, entre eles o suco de laranja e a diminuição de taxas de importação foram os dois principais fatores para esse aumento da importação chinesa de suco. Segundo a Associtrus, as importações chinesas de suco de laranja passaram de 9 mil toneladas em 1998/1999 para 53,4 mil toneladas em 2004/2005. Nesse período as taxas de importação passaram de 75% para 7,5%, uma queda significativa de taxas que provocou o aumento das importações.

No que se refere à área cultivada com laranja nos principais parses produtores, houve uma redução de aproximadamente 00 mil hectares, passando de 2,23 milhões para 2,03 milhões de hectares. O s 1 de aproximadamente 200 mil hectares, passando de 2,23 milhões para 2,03 milhões de hectares. O grande responsável por essa redução foi o Brasil, cuja área passou de 1 ,027 milhão de hectares para 803 ml, afetada por problemas fitossanitários e pela queda dos preços pagos pelas agroindústrias aos produtores.

Além do Brasil, que possui a maior érea cultivada, a China, Estados Unidos e o México são os países que aparecem logo em seguida nesse quesito, com 319 mil, 317 mil e 298 mil hectares, respectivamente. No Brasil o estado de São Paulo se destaca como o maior produtor de laranja, responsável por cerca de 35% da produção total (FAO, 1998) e nos EUA o estado responsável por 20% do total é o estado da Flórida. Somente esses dois estados produtores de laranja já concentram mais de 50% da produção mundial de laranja.

O principal destino da laranja no mundo é para o consumo interno (48%) e para a produção de suco (42%), o restante é destinado ao comércio externo in natura. Entretanto, tanto São Paulo quanto a Flórida destinam as maiores proporções da sua produção para o rocessamento do suco. O estado de São Paulo destina 80% da sua produção para o processamento, e a Flórida, 90%. A organização do comércio desses dois estados é distinta.

O Brasil destina sua produção do suco concentrado e congelado para o mercado internacional (98%), principalmente o mercado europeu, enquanto a Flórida destina sua produção para o mercado doméstico (86%). Esse estado ainda importa o suco de outros parses, principalmente do Brasil. Enquanto a participação do Brasil no comércio mundial de suco de laranja é significativa, a participação no mercado da fruta in natura omércio mundial de suco de laranja é significativa, a participação no mercado da fruta in natura é marginal.

O Brasil representa o maior produtor no comércio mundial de suco de laranja, em contraposição ao da fruta in natura que não obtém muito destaque. A Espanha e os Estados Unidos são os principais exportadores da fruta in natura, respectivamente, 38% e 18%. 1 . A Laranja no contexto brasileiro Com uma das maiores coleção de citros – cerca de 2 mil tipos de laranjas, tangerinas e limões, o Brasil possui um patrimônio representado por um parque de mais de 210 milhões de árvores e citros (SOUZA 2001).

A parte majoritária da produção brasileira de laranjas destina- se à indústria do suco, concentrada no estado de São Paulo, responsável por 70% da produção dessa fruta e, 98% do suco que o país produz. A cadeia citricola emprega 400 mil pessoas, representa 25% do valor da produção agrícola do estado de São Paulo e 8% da produção agrícola brasileira, que movimenta por ano U$ 5 bilhões (FRUTAS & LEGUMES, 2003). Nos anos 50 foi implantada a primeira fábrica de suco de laranja concentrado e congelado no Brasil, praticamente feita dentro os moldes norte-americanos.

E somente na década de 60 que a indústria brasileira de suco de laranja e outros subprodutos da ganhou impulso. A motivação foi a grande geada que, em 1962 que destruiu grande parte da citricultura dos Estados Unidos (ABECITRUS, 2001 b). A indústria de suco concentrado produz diversos subprodutos da laranja que possuem diferentes aplicações no mercado interno e externo, as quais incluem fabricação de produtos químicos e solventes, aromas, fragrânclas, tlntas, cosméticos, comp PAGF 7 31 incluem fabricação de produtos químicos e solventes, aromas, ragrâncias, tintas, cosméticos, complementos para ração animal etc. BOTEON, 2000). O agronegócio dos citrus nacional é altamente competitivo no mercado internacional e alguns fatores contribuem para isso, como importantes instituições voltadas para a pesquisa, como o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e o Centro de Citricultura Sylvio Moreira, além do custo de produção baixo, clima favorável, oferta abundante da fruta in natura, proximidade do setor produtivo com o canal de escoamento, indústrias de grande porte, com canal de coordenação estruturado e boa penetração no mercado exterior.

O Brasil é, concomltantemente, o líder mundial de produção de Citrus e de exportação de suco de laranja concentrado congelado. A agricultura orgânica é praticada em aproximadamente cem países, sendo que o Brasil detém a 13a maior área. A citricultura orgânica é incipiente no país, mas vem demonstrando fortes sinais de crescimento.

O produtor de Citrus orgânicos recebe no geral uma melhor remuneração por seu produto, mas enfrenta dificuldades na produção, como o controle de pragas e doenças, necessidade de mão-de-obra especializada, e em alguns casos dificuldades para comercializar sua produção, entretanto, rodutores e indústria acreditam que a demanda por citros orgânico e suco de laranja orgânico, continuará aumentando.

Apesar de a maioria dos estados brasileiros produzir laranja e outros tipos de frutas cítricas, essa produção é concentrada no estado São Paulo, como podemos ver na Tabela 3, a seguir: Tabela 3 – Participação em % de estados brasileiros produtores de citrus Fonte d 3, a seguir: Fonte de dados básicos: IBGE (1998). A principal variedade colhida é a laranja, que representa da área total, seguida de limão (4%) e tangerina (5%). Nesse grupo de variedades, São Paulo também se destaca como maior rodutor, com 76% da área colhida de laranja, 52% de limão e 30% de tangerinas.

Segundo Amaro & Maia (1997), os demais estados produtores apresentaram partlcipação estável nos últimos dez anos, estando os que se destacam indicados na Tabela 3. O parque citrícola paulista (juntamente com o triângulo mineiro) conta com 198 milhões de árvores (IEA — 2000). A colheita de laranja se faz o ano todo devido à sua composição diversa de cultivares, como a hamlin, lima, pera, seleta, bahia, natal, valência e folha murcha.

Destes, alguns são próprios para a produção de uco, como a pera, valência, natal e hamlin. Pera é a principal, representando 38% do total de árvores. Valência, Natal e Hamlin são os demais cultivares de importância econômica com 17%, e 7%, respectivamente. Em São Paulo, algumas regiões concentram a produção da laranja, na Figura 1 esses estados estão identificados com os s[mbolos A, 3 e C, e são responsáveis por 84% da área total de laranja no estado.

Os municípios A e B concentram a produção da fruta para industrialização em sua maior parte. Os municípios C são tradicionais na comercialização de frutas para o mercado nterno, em função das poucas indústrias Instaladas nessa região, abastecendo o próprio estado e também outras regiões, principalmente da região Sul. Figura 1. Principais regiões rodutoras de frutas c outras regiões, principalmente da região Sul. Figura 1 .

Principais regiões produtoras de frutas cítricas no Estado de São Paulo Fonte de dados básicos: IEA-LIJPA (1998) Os produtos que a citricultura brasileira oferece para o mercado nacional e internacional são diversos, desde a fruta in natura, passando pelos diversos tipos de sucos cítricos, sendo o principal o concentrado de laranja. A indústria de suco concentrado produz também diversos subprodutos como os óleos essenciais, d’limonene e o farelo de polpa cltrica.

Eles possuem diferentes aplicações no mercado interno e externo, as quais incluem fabricação de produtos químicos e solventes, aromas e fragrâncias, tintas, cosméticos, complemento para ração animal, até os subprodutos do processamento industrial, como farelo de polpa cítrica, essências cítricas etc. O destaque dessa cadeia agroindustrial é o setor de processamento do suco devido sua importância no setor produtivo e sua participação no mercado internacional. As indústrias Instaladas no Brasil são de grande escala, além de serem altamente competitivas no mercado internacional.

As seis maiores indústrias apresentam da capacidade de processamento e 90% das exportações do suco concentrado. Os principais fatores que contribuem para essa elevada competitividade são: 0200ferta abundante e alta qualidade para a produção de sucos (laranja); CIOC]A safra se estende pelo ano todo devido à sua composição diversa de cultivares; fllJClCusto de produção é baixo – disponibilidade de terras e mão- de-obra baratas; clima; EOProximidade do setor canal de escoamento

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