Função social da escola

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INOVA FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA HOJE: O LAZER I Zelina Prates Pinheiro Machado I Mestranda em Educação da Unc – Caçador RESUMO O artigo foi elabora or28 to view nut*ge A Produção da Escola Pública Contempor nea, do autor Gilberto Luiz Alves, que lenfoca na parte final o Rumo A Uma Nova Didática EA Uma Nova Instituição Educacional, sendo citado o lazer como uma das funçõesl ‘sociais que a escola pública deve desenvolver.

A abordagem do tema se dá em virtude do que o autor expressa: a escola pública ‘vem se mantendo numa reprodução continua de funções, o que ão pode ser desconsiderado, uma vez que, os próprios docentes nao a Ipercebem pela formação fragmentada que tiveram, impedindo- os de conceber uma nova prática, tal como a utilização de recursos I tecnológicos como ferramentas na educação do cidadão- todos e pela escassez de Ipessoas que dispunham de conhecimento para o exercicio do magistério, c que hoje não é a realidade.

Necessita-se rever as I funções da escola, para que ela venha a produzir conhecimentos que proporcionem a apreensão da realidade, a transformação Isocial. O que requer a formação de novas concepções por arte dos educadores e dos governantes. A sociedade capitalista mostra I la realidade da corrupção, da violência, do uso de drogas , da prostituição e da exploração infantil… o que poderá vir à ser I amenizado, se uma nova Escola surgir.

Nesta idéia, o lazer tem o seu papel, embora a Educação Física seja disciplina integrante I Idos currículos escolares. Precisa-se, então, saber qual é a concepção ideal de Educação Física, para que atenda os interesses e las necessidades dos alunos. A História da Educação Física Brasileira nos conta que nos diferentes momentos históricos, ela I esteve à cumprir as necessidades estruturais e conjunturais.

Hoje, os dlscursos apontam para uma Educação Física inclusiva, ‘integrada, participativa, critica e preocupada com a formação para a cidadania, o que é um avanço para a área. Portanto, o ‘lazer deve ser trabalhado com uma concepção de promoção de cidadania, de qualidade de vida e para a descoberta de saberes Isignificativos de forma que os estudantes sejam capazes de construir uma experiência educacional prazerosa. I PALAVRAS CHAVE: Escola contemporânea; Educação Física; Mudança; Lazer. PAGF 98

IO artigo foi elaborado após a leitura da obra “A Produção da Escola Pública Contemporânea”, do autor Gilberto Luiz Alves, que ‘enfoca na parte final O Rumo a uma Nova Didática e a uma Nova Instituição Educacional, por considerar que a escola pública vem se mantendo numa reprodução contínua de funções. O assunto é de relevância nos tempos atuais, uma vez que o Lazer está pontuado como uma das funções sociais que deve ser I desenvolvido pela escola contemporânea. I Considerando-se a estreita relação entre a Educação Física e o lazer, lançamos mao da idéia de BRACHT:

Ao postular que a dimensão heterônoma da legitimação da Educação Física tenha como referência a importância do lazer, nao lestamos ignorando a relação entre trabalho e lazer e, mais genericamente, entre trabalho e cultura. Aqui cabe bem a advertência Ide NEGT (1989, p. 38): ‘A dicotomia entre cultura e trabalho é o erro do qual muitos tipos de legitimações da dominação são I apenas uma não documenta a liberdade enquanto resultado, pois ela somente adquire sua vida e vivacidade I Inos atos concretos de libertação e auto-libertação. ? correto que conceito de cultura não pode ser separado da libertação e lauto-libertação do trabalho, mas é falsa a idéia de que cultura somente iniciaria ali onde o trabalho termina (BRACHT, 1997, | 113. 50). I Para analisar o pensamento de Gilberto Alves, sobre o lazer como uma das funções sociais da escola, aproveita-se outra citação 98 “Não é difícil perceber que, ao se tratar à questão do lazer, defrontamo-nos com a realidade altamente contraditória da ‘sociedade brasileira.

Como justificar uma prática pedagógica na Escola, tendo como referência básica para a sua fundamentação o Ilazer, numa sociedade que nem sequer concretizou o acesso ao trabalho, e que mantém marginalizada grande parte da população? De Imaneira que são estas as contradições que urge superar. E a Educação Física? Ela precisa buscar o sentido de sua transformação I Ina necessidade da transformação da própria sociedade brasileira. ” (BRACHT,1997, p. 1). I Estes questionamentos são importantes e merecem ser discutidos. Como não podem ser considerados únicos, ruma-se em direção às questões da Escola na contemporaneidade. A escola pública, no decorrer do tempo, não apresenta inovações, não existem ropostas I concretas de mudanças, e os profissionais da educação muitas vezes passam desapercebidos da situação, ou melhor, se alguns já I Iperceberam ainda encontraram alternativas de superação.

I Há necessidade da escola pública rever e mudar sua função pedagógica, o que nos põe em xeque-mate para uma reflexão urgente, pois a escola vem se alicerçando num mesmo modelo, por muito tempo, e hoje não atende às reals necessidades da sociedade. A história da organização didática ensina que o uso de manuais de ensino é altamente produtivo e revela que foram utilizados em lerande escala a partir da erna ou da escola 8 que a organização do trabalho didático, hoje, é a mesma criada por Comenius, na obra Didática Magna, especialmente no que se refere à utilização do manual didático.

Na época, supna muitas deficiências como: os I recursos para a efetivação de uma educação para todos (que todos soubessem ler, escrever e contar), o acesso ao livro didático, Ique era limitado devido ao alto custo e pouca produção, e eram poucas as pessoas que dispunham de conhecimento para o exercício do magistério e a infra-estrutura física era improvisada porque estava se Iniciando. I Conforme ALVES,

Estas considerações estabelecem os parâmetros adequados para o entendimento da razão de ser do empreendimento comeniano, daí o I manual didático, instrumento de trabalho no qual era depositada a responsabilidade maior pela transmissão de conhecimento. I (ALVES,2001, p. 243) O manual didático substituía o conhecimento do professor que não era suficiente. Ele atendeu o objetivo de fornecer o I conhecimento que deveria ser assimilado pelo aluno. Resumia, de acordo com uma ordem sequencial e de relacionamento estabelecida I Ino programa, os conteúdos que seriam executados através de rocedimentos técnicos pré-estabelecidos.

Com isto, revela-se a ‘ruptura do trabalho didático com a utilização de livros clássicos no cotidiano e com o conhecimento culturalmente significativo le a ocupação do espaço escolar pelo manual didático. lho didático, traz sérias Por conseguinte, esta ru PAGF s 8 comunicativa na aprendizagem; a insuficiente formação global do professor visto que este se atinha ao manual detalhado; a inadequação para operar a lição de coisas e consequentemente, obstáculos ao encaminhamento de um ensino útil, I Iprático, concebido a partir da realidade dos alunos.

Mas, ao mesmo tempo, registraram-se tentativas de superação dos óbices, vários pedagogos cientes dessas dificuldades, propuseram I que o manual fosse elaborado como um fio condutor ou um guia a fim de facilitar a oralidade comunicativa e a lição de coisas, I além manter o professor numa formação global. I Hoje, a presença do manual didático nas escolas acrescenta mais problemas, primeiro porque os professores manifestam a escolha de “um entre vários manuais”, material pronto que muitas vezes não condiz com a realidade do aluno.

Por outro lado, não pode-se Ideixar de citar a organização do grande mercado que se stabeleceu por conta destes manuais e o gasto desnecessário do dinheiro I ‘público nesta aquisição. Dentre os pontos citados analisa-se profundamente um deles, é a questão de que o manual didático teve como uma de suas funções suprir a deficiência de profissionais, pelo fato de que poucos dispunham de conhecmento para o magistério. O que hoje já não I acontece, pois a maioria das escolas dispõe de profissionais habilitados para o magistério, porém, o manual didático está ‘presente.

Como se explic I formação recebida restringia-se a conteúdos que não permitiam visão do real, resultando a falta de politização, o que impedia la melhor compreensão da sociedade em sua totalidade. O conhecimento especializado trouxe limitações até mesmo para reivindicar, Ipropor e discutir as questões sociais, seja no interior ou fora da escola. Diante da questão, a necessidade está em buscar uma maior compreensão da realidade tal como está, a sociedade capitalista, que de acordo com Marx é o conhecimento de uma nova ciência, a ciência da história.

IA totalidade requer que a educação e a escola sejam analisadas, no entendimento das leis que administram o funcionamento da orma histórica de organização social dos homens. A partir do momento em que o homem acessa à totalidade em pensamento poderá Icompreender a si mesmo e todas as atividades humanas e o seus resultados e, então, entender a educação. De certa forma, os educadores estão afastados do progresso das técnicas de comunicação, que são incontestáveis.

Os meios de ‘comunicação impõem-se como difusores do conhecimento e exercem um fascínio inegável Nas crianças e jovens, além de introduzirem a cultura de formas variadas de política, economia, modismo, violência. A informática, como exemplo, pela sua funcionalidade, acelera e ifunde as Informações produzindo conhecimentos. Entretanto, a I escola, por sua vez, tem desempenhado muito pouco o seu papel nesta certa modernização. Para que os educadores possam concretizar mudanças, necessitarão conhecer a r tar melhor as ações PAGF 7 98 nesta sociedade.

IO autor refere-se que “é a impossibilidade de ascender, através da educação escolar, ao conhecimento humano culturalmente ‘significativo” (2001, p. 245), enquanto a escola continuar presa ao conhecimento oferecido pelo manual didático. I Pensa-se que realmente os educadores passam desapercebidos iante da situação, por vivenciarem e até mesmo, contribuírem para uma fragmentação cada vez mais presente na educação, tornando o ensino uma reprodução constante de conhecimentos. or conseguinte, precisa-se romper com estas condições, com a vulgarização destes saberes e conhecimentos, redefinindo as ‘práticas e deixando de lado as atividades habituais. Esta redefinição só poderá ser contemplada, a partir do momento em que é I feita uma análise profunda para que se possa movimentar uma incorporação e desqualificação dos saberes e conhecimentos, no ‘desenvolvimento do sistema escolar. Na apropriação de novos conhecimentos, com certeza, surgirá uma tendência em valorizar I certas aprendizagens que ocorrem fora da escola.

O que se vivencia hoje, é o aprender fazendo, nas práticas pedagógicas dos programas escolares. A produção-reprodução ocasiona OI aumento das matérias a serem ensinadas na escola e a fragmentação das aprendizagens, com isso, acentua-se a divlsão social do I trabalho. A crítica a esta forma do trabalho didático converge para a necessidade de se estabel nstituídas pelos recursos 1[… ] “não há como deixar de reconhecer, por outro lado, que o uturo da educação tem alguma de suas características já ‘presentes em certas experiências contemporâneas.

Considere- se, por exemplo, a ruptura com a redução que entende o trabalho do professor como, basicamente, de transmissão do conhecimento; maior autonomia do educando, como decorrência, no que se refere ? assimilação dos conteúdos; a eliminação do material didático; a permeabilidade quanto à utilização de recursos didáticos que lincorporem tecnologias mais avançadas e a superação, em casos mais raros, da ‘camlsa de força’, representada pela seriação dos estudos” (2001, p. 246).

ISe na prática estas experiências já estão correspondendo a uma proposta de inovação, o trabalho didático está se alicerçando. Cabe à escola rever seus projetos, estabelecendo para os alunos e professores, o acesso a um conhecimento que legitime uma v. sao I transformadora das coisas. A escola permanece ainda na posição central, a de partilhar o saber, sua contribuição é então ‘determinante e essencial nessa luta de renovação para assegurar as relações sociais mais igualitárias.

Um outro desafio, que se apresenta, é a mudança de relação rofessor-aluno, desviando o docente da função, quase exclusiva, I transmissão de conhecimento, para uma valorização de outras atividades realizadas por este profissional. Os alunos, por si ‘mesmos, realizariam suas atividades individualmente ou em grupos nos mais diversos ambientes da escola, tais como: sala de Icomputação, biblioteca, sala de estudos, sala de vídeo. iversificadas, passando pelo atendimento coletivo até o individual, ‘conforme as necessidades. Os alunos, também em outros momentos, estariam dispensados para realizarem suas atividades com I objetivos traçados anteriormente e, os professores seriam ontemplados com mais tempo para realizarem suas atividades inerentes à profissão, dentre os quais, encontros com especialistas e demais profissionais que atuam na escola, para a construção de um I ‘projeto coletivo nas ações educativas.

I Até agora, foi citado o papel da escola na proposta de construção de uma nova didática, mas fundamentalmente, o processo de formação dos educadores também é um dos pontos essenciais que não pode ser ignorado, pois estabelece relações com a formação do I I trabalhador. A educação geral, dentro de uma certa tendência, foi a que roporcionou a formação do trabalhador, cabendo-nos considerar a sua I ‘importância na formação de todos os cidadãos, dentre os quais, estamos incluídos.

IA formação para a cidadania, uma referência muito badalada em discursos e manifestações, implica no entendimento de sociedade, do homem como sujeito de relações consigo mesmo, com os outros e com a natureza. A educação geral pode então ser um dos pilares para que o homem adquira uma mudança de consciência individua, social, crítica e transformadora de si e do meio. I Utiliza-se, a idéia de Gilb citar que a formação do

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