Movimento operário

Categories: Trabalhos

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MOVIMENTO OPERÁRIOI Aline Maisa Lubenow, Eny Izolda Dreischerf Pereira, Regina Chies a2 RESUMO O artigo tem por finalidade buscar elementos e aspectos envoltos ao processo, no século XIX, denominado de Movimento Operário. Nesse contexto destacase o país que esteve a “frente” desse processo numa fase de transição no início da industrialização, que foi a nglaterra. A análise ocorre a partir do diálogo com alguns autores, referentes a te mática Movimento 0 1 or16 sociais, políticos, eco – tc view e “tempo” envolto ne as condições de vida ectos ionados a questão d

PALAVRASCHAVES: LUTA DE CLASSE; BURGUESIA; OPERÁRIO INTRODUÇAO: O presente artigo elaborado para a disciplina de Hist ória Moderna II, do Curso de História, orientado pelo professor Elison Antono pam, tem como objetivo abordar o contexto do movimento operário, sua constituição na Inglaterra, no século XIX, sua propaga çao para outros espaços geográficos, bem como sua relação com a burguesia. Pois esse período é um marco dentro do processo industrial.

Desenvolvido através de um enfoque qualitativo, pois para compreender o proc esso do Movimento Operário se faz imento operário, o qual passa a ser o “grito e liberdade dos trabalhadores pobres”, presos a classe burguesa e a sociedade capitalista. Pois com o processo da Revolução Industrial, onde fábricas aderiram as máq uinas, novas estratégias de organização do trabalho e o crescente ritmo de inovação tecnológica fez surgir as grandes fábricas no lugar das pequenas oficinas.

Sendo assim, o modo artesanal d e produção, que incluía a participação do trabalhador em todas as etapas, foi substituído pela produção em escala. Con seqüentemente as cidades indústrias cresciam de uma forma desordenada e sem planejamento, orund s das migrações do homem do campo, ocorrendo vários problemas, como epidemias, mas condições de moradia e sem saneamento. CONSTITUIÇÃO DO MOVIMENTO OPERÁRIO: No seu livro A era do capital – 18481875, Hobsbawm destaca, no décimo segundo capitulo, a formação da “cidade, a indústria e a classe trabalhadora” e suas nov as características sociais que vão surgir.

Considerando que, com o “trabalho industrial” ocorrem mudanças n a “estrutura e organização” do mesmo, bem como a “urbanização”, pois as “cidades cresciam rapidamente”, sendo que a “concentração de pessoas em cidades era mais impressionante fenômeno social”, na Inglaterra e país de G ales no início do século XIX, onde a classe trabalhadora buscava construir seu espaço. (HOSBAWM: 1982, p. 222).

O que se verificou que as primeiras cidades industriais nem semp re se ampliavam e continu liando, PAGF escuras, monótonas, repletas de gen e”. Porém, logo surgem, nessas cidades, exigências de construções planejada Como a urbanização estava iniciando, havia em “contraste” entre os centros urbanos e as áreas agrícolas, pois ambas eram muito próximas, permanecendo trabalhado res “meioagricultores”, porque muitos trabalhavam nas ábricas e mantinham seu trabalho agr[cola.

Nesses espaços urbanos, no início do século XIX, era uma mistura de “centro industrial” com “centro de comércio, transporte, administração e uma multiplicidade de semços”, atraindo muitas pessoas, tornando 2 Trabalho realizado para a disciplina de História Moderna II, com o Professor Elison Antonio Paim. Acadêmicas do 50 período do Curso do História da Universidade C omunitária Regional de ChapecóUnochapecó. cidades “superpovoadas” e as pessoas vivendo, na mai Oria das vezes, em “cortiços”, tendo muitos problemas de saúde.

Como consequência desse rápido crescimento foi o aparecimento de inumeras epidemias que derivaram principalmente da falta de: limpeza das ruas, do fornecimento de água, do serviço sanitário, ou seja, as más condições de vida da classe trabalhadora. A cólera e o tifo foram as doenças contagiosas que reapareceram. Com o fortalecimento do capitalismo, também, formase as distintas classes: dos “pobres” e dos “ricos” economicamente. As primeiras em rande maioria ea segunda, em minoria.

Isso ormaçáo das “pobres” morem bem longe dos centros urbanos. Pois a s construtoras consideravam que “o pobres eram um ercado que não dava lucro, comparado aos ricos com suas lojas especializadas, comércio, casas e apartamentos”. Como consequência, há um crescimento em vários ramos da ind ústria, tanto na Inglaterra como na França. Com lucros e capital privado, os empresário vão expandir suas e mpresas para outros espaços geográficos da Europa.

Além disso, podese destacar a pobreza no campo pnncpalmente entre os trabalhadores assalanados, os trabalhadores rurais domésticos e também entre os camponeses pobres, no qual a fome era grande, a pobreza também se instalava na área rural, até doenças como o tifo devas ava os campos. PORQUE SURGEM AS MÁQUINAS: O que leva a introdução das máquinas são vários moti vos. Na França, segundo perrot, porque os “tecelões reivindicam um salário excessivo” ou mesmo as “greves que preju dicam o processo” da produção.

Bem como, as máquinas “substituem” o trabalho humano, onde as mesmas “produzem melhor e mais barato” e mais rápido. Outro fator era a “insubordinação dos nossos operári os” e porque “a máquina libertou o capital da opressão do trabalho”. Também “a descob erta da máquina (… ) torna impotente a má vontade dos operários (… e podemse substituaos sem inconvenientes por homens novos e sem experiência” (PERROT, 1992, p. 2324). Na Inglaterra ocorre com muita freqüência paralisações e greves oriundas de inúmeros motivos.

Entre eles destacase a “redução de salários, como a propósito da recusa de um aumento ou ainda porque o patrão se tinha recusado a pôr fim a abusos ou a melhorar instalações deficientes; ou porque foram introduzidas novas máquinas”. (ENGELS, 1985). Com a Revolução Industrial uma nova ordem se constituiu. O que antes era somente realizado pelas mãos dos operários, com destaque ao trabalho em famí ia com uso de mão de obra das crianças, agora é feito, em partes, com a máquina.

Nesse momento, o capit alismo se fortalece e se expande mais na Inglaterra, França e Alemanha, isso ocorre com aumento da pr odução, baixo salário pago aos operários, o lucro e acúmulo por parte dos proprietários. RESISTÊNCIA CONTRA AS MÁQUINAS: No inicio, com a chegada das máquinas, há uma resistência por p arte dos operários, porque consideravam a perda de espaço e domínio do que faziam.

Porém, para os patrõ es foi muito bom, pois a “organização operária: bem remunerada, os operários são indisciplinados, brigõ s e beberrões”. Segundo Perrot os operários eram contra as máquinas pois consi deravam que as mesmas eram a causa do “desemprego”. E estando desempregado como pagariam os impostos? Outro, que diante da crise econômica e política, a burguesia bu scava novas alternativas, e essa foi à introdução da máquina, com a substituição do operário.

Pois a máquina “permite eliminálo, substituílo po heiros ou e volume”, exigem novas construções, ampliações e um “reordenamento do espaço produt ivo que pressupõe a fábrica”. Na França, havia oposição aos produtos ingleses. Os operários eram contra, porque om as maqulnas ocorra uma “ma qualidade” nas confecções. Toda essa luta era para que homens e mulheres tivessem “direito ao emprego”. Enfim, a “oposição às máquinas” ocorreu de diversas maneiras, sendo que a destruição das mesmas foi a última forma encontrada, pelos operários, para protestarem.

Hobsbawm em seu texto, Os Destruidores de Máquinas, deixa cla ro que muitos devemos rever em certos pontos desse movimento, pois grande parte ainda é obscura. O surgimento desse movimento veio como um meio de destruição, no in[cio do triunfo da meca nização, que já nessa época estava sendo inevitável. Grande parte de movimento ocorreu na Inglaterra “o berço da ind ustrialização”. Muitos dos trabalhadores assustados e com medo dos maquinári os, atribuem a um meio de deter esse avanço.

Pois em seu início os trabalhadores tao pouco sabiam o que estavam fazendo, mas reagiam cegamente a pressão da miséria e a falta de consider ação ao trabalho humano, principalmente entre eles estavam os artesões e mineiros. Destacamos os “Luddistas”3 que por sua vez não eram maquinários e operários das fábricas e sim artesões autônomos, que trabalhavam em vários tipos de co mércios e indústrias queriam mesmo era manter a odiam lutar por meio de demonstração, gritaria, incitação e vaia s, intimidação e violência.

O Luddismo e a sabotagem, embora não elevados a cat egoria de doutrinas tinham, apesar de tudo, fazer parte dos métodos de luta. No contexto do movimento operário também encontramos o Car tism04, uma reivindicação a favor de melhores condições de vida. O primeiro movimento independent e da classe trabalhadora na nglaterra. O cartismo também abrange questões politicas, é a “Carta do Povo” leis propostas pelo proletariado. Sufrágio Segundo Engels a “Carta do Povo” definiu seis pontos : 1 niversal para todos os homens”; 2 “Renovação anual do parlamento”; 3 Fixação de uma remuneração parlamenta”‘; 4 “Eleições por escrutínio secreto”; 5 “Circunstâncias eleitorais legais”; 6 “Abolição da disposição de modo que cada eleitor seja a partir de agora elegível” Dentro do processo de industrialização, devemos dividílos em duas partes: a primeira não implica diretamente ao ataque das máquinas, mas as certas c ondlçbes que os trabalhadores no momento estavam sendo expostos, mas como um meio de fazer pressão aos empregadores e aos trabalhos extras, “estavam sando os ataques contra as maquinaria, quer nova ou velha, co mo meio de forçar seus empregadores a fazerlhes concessões com relação ao trabalho e outras questões”. (HOBSBAWM, 1981, p. 17). Esse tipo de destruição é tradicional, estabelecido do conflito indu strial no período do sistema doméstico de fabricação e nas primeiras fases das fábricas têxt il, nas minas (principais indústrias na Inglaterra na época) e principalmente a mas. Podendo citar como exemplo, no interior da Inglaterra em Wiltshi re, operários queimaram montes de feno, celeiros e choças de negociantes de tecido mpopulares, abateram sua árvores, destruíram carregamentos de pano, bem como atacaram e destruíram suas f ábricas.

Obviamente que tão pouco os trabalhadores estavam interessados com os processo s técnicos mas sim em manter seus empregos e sua dignidade A partir desse processo seguimos o segundo método de destruiçã o, considerado como a “expressão da hostilidade” da classe trabalhadora, que buscava da mesma forma lutar para garantir o seu emprego, diante de tanta mudança, pois com a mecanização já implantada, os jovens começam a trabalhar nas novas máquinas garantindo assim, seu trabalho, mas para os ais velhos que não se adaptavam as novas tecnologias, eram dispensados. O métodos de destruição das máquinas teve sucesso na medida que sua capacidade de manter as condições expostas estáveis, com tudo exigiu lutas incessantes e eficientes. “Quando desse processo foi devido ao hom em, quanto ao Luddismo latente ou passivo dos próprios empregadores, não podemos, contudo, determinar. No entanto qualquer que seja a verdade na questão, a iniciativa veio dos homens e ate esse ponto eles podem reivindicar uma parcela importante em qualquer desses sucessos (HOBSBAWM, 1981, p. 27).

Luddismo foi um movime bastante ras cartas que ameaçavam os industriais da cidade de Nottingham. 4 Cartismo foi um movmento político que ocorreu na Inglaterra ent re os anos de 18381848. LEGISLAÇÃO TRABALHIS A, ORGANIZAÇAO DOS TRABALHADORE Em relação as leis trabalhistas, como conhecemos hoje, no século XIX eram muito precárias. Os operários eram submetidos a longas jornadas de t rabalho durante o dia, inclusive sábado e domlngo, praticamente sem descanso, laser e dedicação à família. Com a expansão do sistema de indústrias, buscase algumas melh orias aos trabalhadores, “possuindo egurança de trabalho, promoção por antiguidade e até mesmo pensões”, isso porém, era para pouquíssimos.

Ao mesmo tempo que dá algumas migalhas, ela reforça a ideologia do trabalho com a seguinte canção: “Sou um soldado, um soldado da Indústria. E co mo você, tenho minha bandeira. Meu trabalho, tem enriquecido a pátria. Vou te dizer, meu destino é gl anoso. ” (HOSBAWM: 1982, p. 229). Mas com o trabalho, cada operário iria conseguir entrar no “unive rso burguês”? A lógica do capital diz que não. Pois a “maioria dos trabalhadores permaneceria trabalha dor por toda a vida”. Ocorre um conflito entre os proprios donos de indústria. Uns acreditavam que aume ntando o salário do operário iria deixálo mais satisfeito e esse produziria mais. Outros, consid eravam a necessidade de manter os salários baixo.

Nesse aspecto é levado em consideração os statos social pois era necessário balhadores ziam que “os trabalhadores deviam agradecer por ter afinal algum trabalho, já que havia um gran de exército industrial de reserva do lado de fora esperando por aquele emprego”. (HOSBAWM: 1982, p. 230). Hosbawm destaca que, para a “classe operária” o “fat or insegurança” era constante. Uma grande parte dos trabalhadores “não sabiam no princípio da semana quanto iriam levar para casa na sextafeira, (… ) não sabiam quanto tempo iria durar seu emprego, (… ) se perdesse, qu ando voltana a encontrar novo trabalho e em que condições”, pois não havia “nada que corresp ondesse a moderna segurança social, exceto caridade e readmissão no serviço”. Um dado importante: para o adulto até 40 anos havia trabalho, mas depois na velhice não havia amparo.

Uma forma que os trabalhadores encontraram foi organizarse em sindicatos com os “melhores, mais capazes e sóbrios trabalhadores”. orém, a burguesi a via “os sindicatos como multidões de estúpidos e desencaminhados, instigados por agitadores que nao conseguiria obter uma melhor forma de vida de outra maneira”. (HOSBAWM: 1982, p. 233). No início do século XIX, o movimento operário estava construindo uma identidade de ‘trabalhadores’ , mesmo que com muitas diferenças. O que os unia era “um sentido comum do trabalho manual e da exploração, pelo destino de serem operários”. Bem como “est avam unidos pela crescente segregação da sociedade burguesa, cu’a ri ueza crescia dramaticamente enquan dos trabalhadores

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